quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Noventa dias e algumas constatações!


Confesso que o início foi difícil, cheguei a colocar na barra direita do blog as coisas que eu queria comprar e que retirarei hoje mesmo.

Acredito que a questão seja de condicionamento, tipo aquele que fazem com ratinhos de laboratório. Desde que nascemos somos jogados em um mundo de consumo, onde consumir é uma coisa tão natural que nem sequer pensamos no que estamos comprando, basta adquirir coisas e mais coisas.

Não sei qual o tempo necessário para mudar um condicionamento ou um hábito, alguns dizem vinte e um dias que seria um número cabalístico, outros mais ou menos dias, mas não há número preciso, tudo depende de cada pessoa.

Eu nem mesmo sei quanto tempo foi necessário para minha conscientização e para que eu parasse em querer e sonhar comprar coisas. O bom mesmo foi ter colocado o desafio para todos, publicado este blog e principalmente desautomatizado.

Coisas interessantes aconteceram nestes noventa dias, que foram muito além do ano sem compras.

Deixei de roer as unhas, coisa que eu fazia desde os cinco anos de idade devido a um problema freudiano com meu pai. Parei de dar conselhos, exceto para meus filhos ou quando pergunto se a pessoa quer realmente um conselho e ela responde afirmativamente. Virei vegetariana, não comendo mais qualquer tipo de carne de animal. Passei a prestar mais atenção nos produtos que contém transgênicos para evitar o consumo.

Aprendi a levar as roupas com mais rapidez para a costureira, transformando calças de meu filho menor em bermudas, consertando blusas que anteriormente seriam doadas. Utilizei o sapateiro para recuperar sapato que em outra época também seria doado.

Tirei muitas coisas do guarda roupa, aquelas que tenho certeza de que nunca mais usarei, sendo que o desapego ficou muito mais fácil, porque antes olhava para os itens com pesar, pensando que ia perdê-los. Hoje, tenho certeza de que estão indo para as mãos de pessoas que realmente precisam e irão utilizá-los.

Até porta retrato mandei consertar. Sim, a parte de suporte do porta retrato pode ser consertada, coisa que jamais me passou pela cabeça, pois aqueles sempre iam para o lixo e sempre comprava novos.

Finalmente, as meias de nylon! Um furinho ia para o lixo! Considerando o pensamento voltado para  não comprar e para reutilização, lembrei ontem do que minha bisavó ensinou, se o furo é em um local que não vá aparecer quando usada com sapato, basta você pegar uma lâmpada, daquelas redondinhas, colocar dentro da meia, esticar o local do furo sobre o vidro e costurar. Quando você termina, a meia encolhe novamente e nem aparece onde foi costurado.

Só tenho a agradecer por todas as experiências novas que estou tendo e por todo apoio que tenho recebido das pessoas que visitam este blog. Está sendo muito gratificante esta experiência e espero que esteja ajudando outras pessoas.

Estou muito feliz e pretendo viver novas situações que possam ser compartilhadas.

Um beijo no coração de cada um de vocês !!!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Os Delírios de Consumo de Becky Bloom"

O universo está cada vez mais dando sinais e as pessoas sabiamente captando estas mensagens, compartilhando os ensinamentos recebidos.

Temos músicas que levam à reflexão sobre o consumo e também filmes, basta prestar atenção.

Adoro comédias românticas e "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" é imperdível! Você não para de rir um só momento e no final consegue identificar comportamentos que podem e devem ser evitados.

Se você estiver no desafio do "ano sem compras" ou mesmo simpatiza com a idéia, ao assistir o filme você encontrará mais razões para deixar de adquirir itens supérfluos e desnecessários. É realmente uma terapia.

A história se passa em Nova York onde uma garota chamada Rebecca Bloomwood tem compulsão por compras, notadamente produtos de moda de grifes famosas, sendo seu sonho trabalhar em uma revista do ramo. Por obra do acaso vai trabalhar como colunista em uma revista de finanças. Passa por grandes problemas no relacionamento com sua melhor amiga e também quando encontra o amor, tudo por conta dos valores gastos em roupas, sapatos e outros itens do gênero.

A cena dos manequins das vitrines chamando e acenando para ela é hilária!

Ocorre que, se eu continuar mais um pouco, conto todo o filme e não gosto quando fazem isto comigo, por isso, apenas assista e com certeza será de grande ajuda.

p.s. este post não tem imagens, considerando que todas as imagens até aqui colocadas são de meu acervo pessoal e não copio qualquer imagem de outros sites.

BOM DIVERTIMENTO! BOA CONSCIENTIZAÇÃO!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Índios e espelhos com imagem distorcida!


Lendo a postagem anterior percebi que a falta de atualização do blog levou à vontade de falar tudo de uma vez só, todas as idéias colocadas em um único lugar, por isso tentarei ir mais devagar e à medida que o tempo permitir vou escrevendo uma coisa de cada vez!

Ouvi hoje a música ÍNDIOS, da Legião Urbana. Lição de vida, chamada de atenção, sugestão ao pensar!

Deixemos de lado a paixão por outro ser e nos concentremos nas outras mensagens trazendo para o momento atual e não na condição em que foi composta por Renato Russo referindo-se aos índios e portugueses. Na realidade, será feita uma analogia entre índios - nós consumidores e portugueses - toda a oferta de consumo com seus apelos feitos através de espelhos distorcidos.

A frase "ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha" lembra aquelas amizades por assim dizer comerciais. Quem não as tem?

Li uma vez que acaso você se sinta sozinho e achar ninguém lhe dá atenção, basta entrar em uma loja de calçados e ter todo mundo aos seus pés. Observemos que não são somente as lojas de calçados, pode ser qualquer loja.


Entramos no templo de consumo e temos um séquito de admiradores da nossa beleza, elegância e sempre prontos a dizer como ficamos maravilhosas com o produto. Claro! Eles precisam vender, receber a comissão, mesmo que o custo seja uma suposta amizade, companhia, solidariedade. E nós, muitas vezes carentes, precisamos desta atenção, mesmo que tenhamos que pagar por ela, muitas vezes deixando valores que nos farão falta ou deixarão de ser economizados para aquisição de outros itens realmente importantes.


Passado o idílio, chegamos em casa sozinhas, com as belas sacolas e aquele aperto no coração, ou seja, não passou de prazer momentâneo e mais uma coisa para ocupar nosso espaço, tomar o tempo e muitas vezes sequer ser usada!


Uma simples observação lhe dará o caminho para descobrir se você é realmente compulsiva: todas as vendedoras do shopping sorriem quando você passa, mesmo que também estejam no corredor? Se a resposta é positiva, cuidado! Você pode estar sendo seduzida e, certamente, está gastando mais do que seria o recomendável.

Se você persistir nas compras pode transformar sua casa em um depósito de inutilidades, isto porque compras por impulso normalmente são de itens não analisados e somado à atenção recebida ou ao motivo emocional que levou à compra (tristeza, alegria, carência, etc) podem causar um apego, mesmo que você não utilize o que comprou em seu dia a dia.

Falo aqui no feminino considerando que há pesquisas indicando que as mulheres são mais propensas à compulsão por roupas, sapatos, bijouterias, jóias, utilidades e enfeites domésticos, dentre outros, ou seja, compulsão por itens de menor valor que geram maior quantidade e, consequentemente, ocupam maior espaço.


Quero também fazer à ressalva de que há realmente amizades "comerciais" que se tornam verdadeiras, eu mesmo tenho algumas, mas realmente são raríssimas.


A outra frase "esquecer que acreditei que era por brincadeira que se cortava sempre um pano-de-chão de linho nobre e pura seda" remete ao que já foi escrito, pois muitas vezes você acredita estar comprando algo muito valioso e, passada a fantasia e retomado o equilíbrio, percebe que sequer tinha a qualidade nem a exclusividade anunciada pelo vendedor.
Certamente o futuro não é mais como era antigamente, pois estamos começando a perceber que as pessoas estão mudando seus hábitos de consumo e muitas retornarndo à uma vida mais simples, sem tantos bagulhos e deixando de ceder aos apelos de propagandas tão bem elaboradas que indicam necessidades que muitas vezes jamais existiram.

Esta vontade de ter gerada pelo marketing termina por levar as pessoas a possuírem mais do que precisam e a desejar sempre mais, supondo que não tem o bastante, gerando uma vida vazia de situações importantes, uma vida que deixa de lado uma boa amizade, convívio familiar, prazeres verdadeiros em troca de parecer mais "bonita", "bem vestida", desfilando seus bens como se isto fosse o que realmente importa, trazendo uma pessoa com conversas intermináveis que nada acrescentam, pois elas não tem nada a dizer.

"Quem me dera ao menos uma vez

Que o mais simples fosse visto

Como o mais importante

Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente''.


Deixemos os espelhos criados para distorcer nossos valores, para estimular nosso consumo desenfreado e busquemos uma vida mais simples, dando valor a tudo que possa simplicar a vida e tornar nossa existência mais feliz. O capitalismo nos leva a uma ciranda em que ter sempre mais torna-se objetivo de vida e o "ser" é deixado somente em uma imagem para poesia e para muitos dizerem ser é mais importante que ter, sem aplicar esta máxima em seu cotidiano.

Nosso mundo está doente, mal trazido pelo capitalismo, e a boa notícia é que muitas pessoas estão buscando a cura do mundo ao buscarem a mudança positiva em seu modo de vida.
 

Dalai Lama disse SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER NO MUNDO! Assim, se cada um se conscientizar e trabalhar para mudar suas prioridades, mudar seu mundo interior e criar uma vida mais simples, certamente esta mudança se refletirá no mundo todo, em todas as pessoas. 
 

Ainda é possível acreditar que o mundo se tornará perfeito e que todas as pessoas serão felizes, desde que busquemos novos modos de ser e viver.
 

Devolvamos os espelhos que nos foram dados e que somente permitem ver um mundo doente! Vamos trabalhar no que merecemos e merecemos sempre, todos os dias, toda a existência, O MELHOR!

domingo, 18 de setembro de 2011

Coisas que pareceriam óbvias até prá uma criança...



Em busca de novos olhares, novas perspectivas, novos horizontes, ontem estava lendo a "Fábula dos Porcos Assados" e para aqueles que gostam de assistir podem ir ao youtube para ver a fábula.

Eu tinha feito um resumo, mas com os links acima direcionando, somente farão a leitura aqueles que realmente se interessarem, o que importa na realidade é a análise do que é o bom-senso.

Se pararmos no nosso dia a dia para pensar nas pequenas e até nas grandes coisas e acontecimentos, ficaremos entristecidos pela forma como nos debatemos com elas e a solução está ali, radiante e pronta para ser usada, embora nosso condicionamento e até medo da mudança nos façam agir sempre da mesma forma.

A fábula trouxe inúmeras lembranças de situações que ocorreram comigo, embora ultimamente minha memória seja melhor para coisas engraçadas.

Pois bem, estava eu preocupada com a aparência dos meus olhos, pensando inclusive em cirurgia, considerando que diariamente as bolsas aumentavam e cada vez ficava com a pele mais vermelha. Certa vez, viajando e sem a sobrecarga de preocupação a que estou submetida diariamente, conclui sabiamente que a má aparência vinha sendo causada pelo excesso de cremes e fricções para passar todos estes produtos. Agora, fala sério, pareceria óbvio até para uma criança, já no primeiro dia de utilização dos produtos...

Outra situação muito interessante foi em relação a um soutien (ainda prefiro esta palavra à sutiã, porque parece que perde o glamour...rs) maravilhoso, com alças douradas e strass. Mais de ano sofrendo com o famigerado que soltava a alça o tempo todo e obrigava a ficar procurando um lugar discreto para fechá-lo novamente, até que em uma viagem, novamente viagem – desconexão, descobri que bastava apertar e fechar mais a presilha de metal que ele não daria mais problemas e foi examente isto que fiz e exatamente isto que aconteceu. Terminou o problema.

Em relação ao trabalho, fiquei surpresa quando consegui meu sonho de década e meia, qual seja, colocá-lo em dia. Conversando com uma colega lembrei de procedimento dela copiado, e considero um dos fatores de não ter mais nada atrasado, procedimento este que abreviou várias fases do trabalho e  foi interrompido em razão de uma conversa parecida com aquela que teve o incendiador com o Diretor Geral - personagens citados na fábula. Disse para esta colega que estava com vontade de voltar àquele procedimento e ela afirmou que desistiu, até porque agora está aplicando uma outra nova técnica em outra fase do processo... Assim ela ficará até que o Diretor Geral venha dizer novamente que não pode ser feito!

Todas estas situações demonstram ser necessário buscar no cotidiano momentos de desconexão para que possamos achar soluções mais rapidamente e ser imprescindível deixar de ouvir opiniões, superiores ou não, sobre o que devemos ou não fazer.

É preciso buscar novas soluções, sempre mais simples e constantemente buscar melhor qualidade de vida. Sair da linha de produção, usar a criatividade e resolver mais rapidamente situações que não nos são agradáveis.

Tenho lido muito ultimamente, não livros especificamente, mas relatos de pessoas sobre suas experiências no dia a dia, seus dilemas com pequenos e grandes e problemas, seus desejos de mudança e de uma vida melhor. Minha vontade de dar conselhos ainda não passou, mas estou bem mais controlada e somente sinto vontade de dizer qual a solução (pelo menos aquela que me parece melhor!!! e que até pode não ser a correta!!!), mas não o faço.

Quanto ao fato de comprar,  penso que o problema se encontra basicamente no condicionamento. Fomos e somos condicionados a entender que seremos vistos e tratados em sociedade conforme nos apresentarmos bem ou mal vestidos, de acordo com nossa moradia, carro, profissão e conta bancária. Duvido que alguém discorde disto! Existem pessoas que até podem tratar a todos de igual forma, entretanto, para um relacionamento amoroso ou mesmo de amizade, certamente buscará aqueles de mesmo padrão e se eu estiver errada, me corrijam, sempre lembrando que estou falando de regra geral e não de exceções.

Compras são atitudes que tomamos pelas razões acima, normalmente motivadas pelo desejo de enquadramento social e vontade de ser igual a alguém a quem elegemos como paradigma, normalmente pela forma como esta pessoa se veste ou pelas coisas que esta pessoa tem.

Na década passada fui comprar em Curitiba um jogo de sofá em um domingo, vestindo jeans, camiseta e havaianas. Eu dizia para o vendedor que queria aquele sofá marfim - um de dois lugares e um de três lugares - e ele oferecia outros modelos, outras cores, outros sofás. Até que disse que para ele incisivamente que já havia feito minha escolha e qual não foi minha surpresa ao receber a resposta de que aquele escolhido eu não poderia pagar... Eu sei, deveria ter virado as costas e ido embora... Mas eu queria "aqueles dois sofás"... Convenci o rapaz, que ao preencher os formulários para fechar a venda mencionou: - se a senhora tivesse dito quem era, teria sido mais fácil!

E quem eu sou? A profissão que exerço? Ora, sou apenas uma consumidora! E as ponderações sobre possibilidade ou não de conseguir pagar deveriam ser analisadas pelos dados fornecidos e não pela roupa que eu usava.

Confesso que hoje não compraria os sofás, por mais que tivesse amado, teria simplesmente colocado o vendedor no lugar dele e saído da loja, mas estas coisas somente se aprendem com o tempo.

Visito minha família todo final de ano, isto em razão da distância, e meu pai adquiriu uma maravilhosa máquina de fazer pão, sendo elogiado diariamente pelo pão quentinho de manhã bem cedinho e pelo prazer que tinha e fazer aquilo.

Pensei, nossa!!!, uma máquina de fazer pão traz felicidade! Comprei uma e em alguma ocasiões realmente a utilizei, acordando com aquele cheirinho de pão de manhã, melhor que qualquer musiquinha de despertador ou celular (é, ela pode ser programada para o pão ficar pronto na hora que você desejar!).

Detalhe: tenho problemas com pão! Não posso engordar e não consigo controlar minha vontade de comer pão... rs! Logo, logo, a máquina foi abandonada em prol da minha saúde, porque costumo consumir pão integral, que não é tão agradável ao meu paladar e refreia o consumo.

Agora, pensando no assunto, amanhã mesmo vou verificar se esta máquina é capaz de produzir pão integral, pelo menos não terá sido em vão a despesa e sentirei minhas moedas mais valorizadas.

Outra compra que não tem conserto e vai para doação: máquina de fazer arroz! Meu sonho dourado era ter uma máquina que preparasse o arroz, pesquisei, fiz cotação, coloquei no buscapé, comparei os aparelhos e comprei minha linda máquina de arroz. Ensinei minha empregada, no primeiro dia ela usou e observou: - A família de vocês é composta de três pessoas e eu almoço aqui, se eu fizer mais de meia xícara de arroz estraga, porque vocês não comem, logo, não compensa utilizar a máquina. Aposentada a máquina no primeiro dia de uso.

Sapatos! Bem, já dizia Chico Xavier "Por que acumular tanto? Existem pessoas que possuem 35 pares de sapatos,- onde é que irão arrumar 70 pés?! (...) Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que por excesso de desconforto. Morre muito mais gente de tanto comer e de tanto beber do que por falta de comida. (...) A inflação existe porque queremos o que é demais..."

Existe o lado freudiano atribuindo aos sapatos simbologia sexual.

Seja qual for a motivação e até mesmo ante a convicção da desnecessidade de tantos sapatos, o certo é que em especial as mulheres não resistem à compra, exceção feita àquelas que aderiram ao desafio. A pergunta é, será que em relação aos sapatos suportaremos um ano... rs?

AMarina já mencionou que precisou descartar três pares desde que começou o desafio, eu mesma descartei uns cinco pares. Sei que restam inúmeros pares, considerando as sete prateleiras de um metro por cinquenta e oito centimetros, mas o triste está sendo constatar que preciso mesmo é de um sapato preto, um marrom e um marfim, sendo que os demais apresentam problemas, seja porque apertam, porque já ficaram grandes ou porque não combinam mais com meu momento.

Deixo aqui uma pequena solução para aqueles que já se tornaram grandes, que funciona apenas em alguns casos, meia palmilha de silicone e ele poderá ser seu companheiro por mais um tempo!

Interessante é que, antes do desafio, mesmo precisando de um sapato preto, sempre voltava para casa com sapatos maravilhosos de cor marfim! Coisas de precisar comprar sem analisar o efetivamente desejado ou apenas se contentar com o que encontrou.

Todas estas compras que menciono foram feitas antes do compromisso do ano sem compras.

Hoje em dia, como apenas tenho a vontade e não realizo a compra, fico pensando se quando entrar novamente no mundinho consumista terei a capacidade de fazer todas as perguntas necessárias para deixar um objeto entrar em minha casa, que seja realmente útil e necessário, com previsão de todas as consequências.

Também não me contento mais com alguma coisa em substituição à outra. Dentre os itens que posso comprar, tem que ser exatamente aquele que desejo, sem nem mesmo dar atenção aos outros. Isto leva à outras consequências, você começa a aplicar isso com as pessoas, a trazer para perto somente àquelas que realmente valem a pena!

Em relação ao post anterior, recebi uma mensagem no facebook que há pouco controle quanto ao que seja transgênico ou não e isto me deixou triste, porque mesmo não sendo identificado, posso estar consumindo o que não quero. De qualquer forma, continuo procurando e consumindo dentro do que me propus, sem esquecer nunca a moderação.

Para encerrar, porque infelizmente este post ficou longo demais e talvez confuso demais, este ano sem compras abriu portas e comportas para inúmeras outras mudanças e está sendo fascinante!
 

sábado, 10 de setembro de 2011

Transgênicos e consumo consciente...


Todos os alimentos que contém transgênicos devem ser identificados com a imagem acima.

Sempre que vou ao mercado tomo o cuidado de evitar a compra de produtos que contenham esta marca, já mudei por exemplo a marca do óleo de cozinha que utilizava e todo e qualquer produto que contenha transgênico não entra na minha casa.

Ontem fui ao mercado comprar biscoitos para a Tuka e a Milla, seres maravilhosos que dividem a casa comigo... dê uma olhada em como são lindas:


Qual não foi minha surpresa ao observar que todas as rações e biscoitos para elas continham transgênicos. Ora, se eu não consumo estes produtos, é claro que elas também não os consumirão.

Andei hoje a manhã toda em lojas que vendem produtos para animais e, felizmente, consegui encontrar biscoitos que ainda não continham grãos geneticamente modificados, mas fui avisada pelo vendedor que seriam os últimos porque as empresas já informaram que não haveria mais produtos sem transgênicos.

Necessária se faz uma reação e essa deve partir de cada um de nós até chegar a todos nós, evitando consumir estes produtos.

Precisamos ter consciência das consequências que a evolução tecnológica terá em nossas vidas e inclusive na manutenção de uma vida mais saudável e com menos doenças.

A ciência deve servir ao homem, à qualidade de vida e não aos interesses econômicos de multinacionais preocupadas apenas com os lucros e não com os efeitos gerados pelos produtos que criam nos seres que os consomem.

Os transgênicos estão sendo comercializados em larga escala no Brasil sem que haja consciência da população sequer sobre o que sejam e quais as consequências que trazem para a saúde.

Pelo pouco que sei, os transgênicos ou organismos geneticamente modificados tem genes retirados de um organismo e transferido para outro, havendo uma reprogramação e aquele que recebe o gene que não é seu, sofre uma mutação e é capaz de produzir outras substâncias. Tudo isto é feito em laboratórios e os genes utilizados são de animais, vegetais e até micróbios, ou seja, não decorre de um processo natural.

Utilizado este processo em muitos grãos para que sejam mais resistentes aos insetos predadores. e também em animais para melhorar suas defesas genéticas. Objetivo: aumentar a produção e, por consequências, os lucros.

Como já visto no vídeo Terráqueos (Earthlings), o homem é a espécie dominante e, como tal, pretende ocupar todo o planeta e, com os transgênicos, tem a possibilidade de excluir todos os seres que não lhe interessem, normalmente por motivos econômicos.

Reconheço que nada há de conclusivo quanto aos efeitos destes transgênicos na saúde humana e dos animais, logo, não há garantia de que não estejamos correndo sérios riscos e nem mesmo de que suportaremos estes riscos sem grande sofrimento.

Será que os genes de resistência a antibióticos que as plantas transgênicas possuem podem ser transmitidos aos seres humanos e animais que consomem estes produtos? Poderiam os consumidores destes alimentos apresentarem aumento de alergias? Ainda, muitos destes transgênicos são mais resistentes a agrotóxicos, exigindo aplicação de maior quantidade do produto, então, aumentaria a contaminação da terra e dos rios?

Poucos laboratórios tem os equipamentos caríssimos, reagentes e pesquisadores habilitados para produção de transgênicos com a segurança exigida pela Lei de Biosegurança e, a produção de transgênicos é imensa atualmente e a maioria dos produtos não passa por estes laboratórios.

Consequências? Somente sentiremos a médio e longo prazo, por isso é preciso cuidado no consumo e, se possivel, evitar a ingestão destes alimentos.

Bem sei que os valores de produtos saudáveis são mais altos, porque vou ao mercado e compro produtos sem agrotóxicos (sempre que possível) e sem transgênicos (em qualquer situação).

É claro que esta matéria tem relação com o ano sem compras, pois pretendo não apenas deixar de comprar, como também desenvolver um consumo consciente.

Para consumir transgênicos necessário se faz esperar até que todos os testes sejam realizados e  as consequências informadas ao consumidor, inclusive com exigência do consumidor de todas as informações sobre os efeitos destes produtos sobre seu organismo e dos animais.

A desinformação gera danos e, o que pode parecer piada hoje - ora, porque preocupar-se com transgênicos? - amanhã poderá tornar-se o tormento para sua saúde e também para a saúde dos animais, sendo que sentiremos intensamente também em nossos animais domésticos.

Apenas pense!!! A conclusão é sua!!!


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

71 dias e compulsões !

Segundo a Wikipédia as compulsões podem ser definidas como comportamentos e/ou atos mentais repetitivos e estereotipados que o indivíduo é levado a executar voluntariamente para reduzir a ansiedade ou mal-estar causado por uma obsessão ou para prevenir algum evento temido. O indivíduo também reconhece o caráter irracional do comportamento, apesar de dificilmente conseguir evitar sua ocorrência.

Não, não desisti do desafio, mas tive um comportamento que não pude controlar de maneira alguma e, resguardada por uma das permissões do projeto, terminei por comprar três presentes.

Como já disse, os presentes possuem importância e serão elaborados, o problema todo foi a forma quase irracional como aconteceu.

Tive uma insônia daquelas! Queria uma cafeteira Dolce Gusto, ainda quero e, para evitar entrar nestes sites e comprar, porque ontem não estava conseguindo nem pensar direito, direcionei toda minha atenção mental para presentes como forma de alívio da ansiedade.

Primeiro detalhe, um deles demorei oito horas para elaborar porque não sabia mexer com o programa, o segundo foi mais fácil considerando que escolhi algo pronto e o terceiro veio com tranquilidade porque já era craque na ferramenta on line que utilizei no primeiro.

Segundo detalhe, os dois primeiros eram para minhas irmãs e raramente envio presentes de aniversário porque moramos em cidades distantes mil quilômetros e quando vejo o tempo que pudesse ensejar a entrega já passou, restando apenas o telefone. 

O presente último foi feito para o Natal e, acaso eu deixasse para mais tarde, com a proximidade do final do ano onde tudo vira uma loucura, não teria sido feito nem ficado tão perfeito.


Até aqui vocês vão dizer, Ziula está tudo bem então!

O fato não é este!

Fiquei um pouco assustada com a necessidade de comprar alguma coisa, de entrar na internet, de procurar, de despender o tempo fazendo algo para ser adquirido, embora não fosse para mim.

Também passou por perto o medo de não resistir o desafio e, se isto acontecesse, eu realmente me sentiria muito mal e os efeitos sobre minha autoestima seriam devastadores.

E, para encerrar, pretendo após este deslize manter meus costumes habituais sobre presentes, da forma como agia antes do ano sem comprar a fim de não descambar para outro oposto, presentear pessoas que nunca presentei em determinadas datas pela simples endorfina da compra!


 Vou tomar mais cuidado e vou extravasar minha ansiedade de outra forma, prometo!


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Presentes !


No eneagrama sou "seis".... o que isto significa? Total dificuldade para tomar decisões!

Assim, comecei o ano sem compras com permissão para comprar presentes, fui viajar e resolvi não comprar presentes. Gostei da idéia da Marina de produtos sustentáveis e úteis e também da Lu de fazer manualmente os presentes. Enfim, embalada por várias idéias e sem nenhuma decisão.

Neste meio tempo, comprei presentes, presenteei, alguns ainda não entreguei porque vou fazer a visita e conclusão "presentes permitidos vez que indispensáveis".

A foto que ilustra este post é de um Natal em família e todo ano a mesma coisa: a maior festa na troca dos presentes! Não quero perder isto por nada neste mundo! Muitas risadas, beijos, abraços, alegria e confraternização. Com certeza, seria diferente o clima sem todos aqueles pacotinhos coloridos! Penso que se transformaria apenas em um jantar sem maiores atrações, apesar da felicidade de estar em família.

Pude perceber que não se trata apenas do objeto ou do estímulo para que as pessoas desejem mais bens materiais como coloquei em outro escrito.

A questão é muito mais ampla e complexa, é todo um ato de carinho que se desenvolve no momento em que você pensa na pessoa, se dispõe a sair de casa e ir buscar um objeto que sabe que esta pessoa vai adorar.

Minha bisavó sempre dizia: nunca dê um presente que não gostaria de ganhar e, seguindo este ensinamento, sempre fui assim, os presentes que escolho são invariavelmente coisas que amo e que penso que a pessoa vai amar também.

Entretanto, sempre deixo claro a opção de troca, porque posso ter tido a idéia errada ou a pessoa estar precisando de algo diferente, podendo aproveitar o recebido para buscar outra peça que realmente tenha sonhado e eu não tenha percebido.

Meu filho mais novo tem verdadeira fascinação por sair comprar presentes para o pai que sejam bichos de pelúcia que tenham movimento e emitam sons. A felicidade dele na compra e na entrega realmente não tem preço, além de ser um gesto de carinho muito lindo.

Assim, sendo com moderação, obedecendo o orçamento e datas festivas, tirei da cabeça o "grilo" que estava me incomodando em razão dos presentes e relaxei!

Tive alguns ganhos também em termos de idéias para presentear e posso garantir que este Natal será muito diferente, com mimos jamais entregues, só não vou contar aqui porque minha irmã pode ler e estragaria a surpresa. Certamente, terei trabalho em elaborar, mas terá minha criatividade e trabalho, apesar de não feito inteiramente por mim.

Outra idéia que tive foi em relação àquelas coisas maravilhosas que tenho guardadas, mas que nunca usei porque tenho alergia, ou falta oportunidade, ou foi comprada apenas por um ato impulsivo, mas que nunca fez parte do meu mundo. Analisando a pessoa a ser presenteada, você pode chegar à conclusão de que ela sim é a pessoa ideal para possuir aquele item e nada como uma bela embalagem para fazer esta pessoa feliz.

Mais um aspecto resolvido e isto me deixa satisfeita!

 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Faça diferente!

Tire a venda dos seus olhos e aproxime-se! Leia nas entrelinhas e procure ver através do brilho da ilusão, pois vivemos como mansas ovelhas agrupadas em um rebanho comandado por meia dúzia de pastores. Atreva-se a mudar sua posição, pois a Verdade não é aquela que nos mostram e obrigam a viver, através das mais variadas artimanhas e armadilhas. Faça diferente! (Vera Falcão)


Busque novos caminhos!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Consumo de carnes e consciência!

Este ano sem compras está sendo espetacular realmente. Do desafio inicial de ficar sem comprar, novas idéias vão surgindo e novos comportamentos terminam por se incorporar ao cotidiano, decorrentes do tempo que sobra para reflexões e mesmo da incansável busca por um viver melhor.

Sugiro a todos que assistam Terráqueos Earthlings [legendado]

pedindo que não venham com a desculpa de "não suporto ver isto, morro de dó". Ora, temos que tomar consciência do que ocorre neste mundo e da forma que são produzidos os alimentos que consumimos, mesmo que não consigamos mudar nossa forma de consumo.

Estou sem comer qualquer tipo de carne. Se isto vai durar? Não sei, mas por enquanto realmente, além de sequer conseguir pensar em mastigar animal morto, não estou sentindo a menor falta!

Como não poderia faltar a foto, temos abaixo porquinho da índia, alimento muito consumido no Peru, esclarecendo desde logo que não comi, apenas tirei a foto com ele. Hoje, certamente, nem posaria para tal foto!


Um ótima semana a todos!

sábado, 3 de setembro de 2011

Planilhas, controle e onde você quer chegar...


Desde a década de 80 mantenho planilhas com registro de todos os valores recebidos e gastos. E achava que estava fazendo uma grande coisa!

O problema detectado não faz muito tempo é que estas planilhas apenas registravam os valores, mas não mudavam minha relação com dinheiro, eram apenas números que pouco importavam terminarem em crédito ou débito no final do mês.

Verificado o problema, passei a agir de forma diferente, a investir e controlar os gastos, o que acarretou uma grande diferença na minha relação com o dinheiro.

Ontem assisti um programa de TV onde o casal falava que tinha vinte e seis cartões de crédito, isto mesmo, vinte e seis. Assim que o limite de um estourava, usavam o outro, sempre pagando a parcela mínima exigida em cada cartão. Resultado: um grande rombo nas contas e um total descontrole financeiro que agora eles estão consertando, mesmo porque os juros do cartão quando há parcelamento ultrapassam a 230% ao ano.

Nunca cheguei a este ponto, entretanto sentia uma certa insatisfação quanto ao efetivamente conseguido com meu trabalho e com as peripécias que fazia para realizar meus sonhos.

Após iniciar o ano sem compras tratei de manter o controle dos gastos que já vinha fazendo, acrescentando a meta de não adquirir supérfluos ou coisas desnecessárias. 

Certo que ainda não senti diferença nas minhas contas e não pense que você sentirá logo que começar. Foi um grande percurso para chegar aos números não satisfatórios e o caminho de volta para algo aceitável também é longo, mesmo porque sempre aparecem imprevistos.

Desta forma, importante ter uma planilha onde são anotados todos os gastos, pois ela possibilita  a identificação e eliminação daqueles desnecessários, permitindo o completo conhecimento  do local para onde está indo seu dinheiro. No final deste post coloco o modelo de planilha que uso, podendo ser adaptada para pessoas que tenham créditos ou débitos diferenciados. 

Se você não souber para onde vai seu dinheiro, não terá saúde financeira.

Este mês já consegui eliminar um item da planilha "livros, jornais e revistas", tendo deixado de adquirir estes produtos porque todas as informações que preciso estão na internet.

Um ponto que ainda preciso melhorar, e muito, é em relação à alimentação fora de casa. Normalmente é um item da planilha que pesa bastante em determinados meses, mas eu adoro comidas diferentes, sabores diferentes, ambientes diferentes. Prometo achar um meio termo, inclusive estou no caminho, tentando achar receitas diferentes e fazendo estas receitas em casa, mas ainda falta muito.

Não abro mão da manicure, pedicure, massagem, cabelereiro, entretanto, são mimos que não tem pesado no orçamento porque a frequência com que vou não é grande. 

A Sky é imprescindível em casa, até porque não suporto a tv aberta e todas aquelas novelas e noticiários com reportagens normalmente não recomendadas para crianças, assim, como tenho filho pequeno procuro incentivar programas educativos e tem dado muito certo.

Em post anterior já falei do telefone. Mudei de operadora de celular para a mesma dos meus filhos, transformei em pré-pago e quanto ao telefone fixo bloqueei ligações para celular, o que resultou em uma economia bastante expressiva.

Já li em diversos blogs e sites na internet que existem planilhas eletrônicas para este controle. Ocorre que meu conhecimento sobre informática ainda é mínimo, nem o excel sei usar, então, quem sabe com o tempo me aventure nesta maneira mais fácil, por enquanto é esta a planilha que uso:

- Tomo uma folha grande, pautada e divido em quatro partes, sendo que a cada três meses tenho que fazer o desenho todo outra vez, colocando os dados nas linhas que seguem. Isto ficou engraçado!

receitas e despesas                          mes 01       mes 02     mes 03

saldo do banco no dia primeiro de cada mês
(seguido de (C) quando positivo e (D) quando negativo)
salário
outras receitas
valores restituídos por empresas
(em caso de desistência de compras, etc)

TOTAL (A)
(soma dos valores acima)

despesas bancárias
(com juros, multas, talões, etc)
água
luz
telefone
seguro/IPVA/IPTU
empregadas/INSS
supermercado
Sky/locadora
despesas comigo
despesas com filho 1
despesas com filho 2
despesas com filho 3
prestações de investimentos
gasolina/manutenção do carro
presentes
(sobre presentes falarei no próximo post)
médico/dentista/farmácia
doações
alimentação fora de casa
cachorros
manutenção da casa
viagens
e deixo algumas linhas para despesas que não se enquadrem acima

TOTAL (B)
soma de todas as despesas

A diferença entre (A) e (B) deve ser exatamente o que faltou ou sobrou para o mês seguinte.


Esta planilha tem mais de trinta anos e atualmente está servindo para o que realmente foi proposta, diminuição do consumo. A sensação de olhar os números diminuindo é realmente fabulosa e você pode programar onde quer chegar!

Aproveite!