domingo, 30 de novembro de 2014

Quarto da Izabel - meia hora de destralhe

Destralhe contamina e parece que minimalismo também.

Manter apenas o que usa e dia 16 de novembro foi o dia do Pedro resolver o problema do roupeiro cheio de coisas que não usava.

Sexta-feira, dia 28 de novembro foi a vez da Izabel. Não tirei as fotos do antes e depois porque fui chamada no meio do processo acredito que apenas para apoio moral e logístico quanto ao descartado.

Não, não existe promessa de fazer um novo guarda-roupa com peças da moda... rs... foi apenas um cansaço dela de administrar tantas coisas que efetivamente não usa.

Em 12 de agosto de 2014 eu havia virado todos os cabides e avisado que em dezembro desse ano aqueles que não tivessem sido "desvirados" teriam as roupas retiradas para doação. Pois bem. Quase dezembro e nem precisei cumprir a promessa com meus dois filhos, sem recordar o que havia prometido, e quase de forma inconsciente, eles fizeram o que tinham que fazer. 

Mudamos um pouco a distribuição de tarefas quanto às roupas, abri mão do meu toque, agora só lavo, tiro manchas e penduro as roupas, sendo que eles devem recolher e guardar se quiserem as outras roupas limpas. Mais um fator para o destralhe: o trabalho que estava dando para guardar tudo em armários cheios de coisas.

Vamos às fotos do que saiu e de como ficou o roupeiro:

- a parte que me coube - retirar do quarto dela e dobrar tudo que foi retirado

 - missão cumprida e fotos em ângulos diferentes

- o roupeiro ficou praticamente vazio e fotografei apenas a parte dos cabides, mas prateleiras e gavetas da outra metade também tiveram muitas coisas retiradas













E já me programei para o próximo final de semana retirar aquelas coisas que ainda não tive coragem. Ora, se meus filhos tem toda essa compreensão... nada justifica eu ficar apegada às roupas e sapatos que nunca mais irei usar.

Para você é fácil ou difícil se desapegar de roupas e sapatos?

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sobre sonhos e objetivos...

Certas pessoas tem dificuldade para entender que objetivos e sonhos dependem de sacrifícios.

Alguns contam seguir um sonho, ter um planejamento de vida, entretanto querem tudo para ontem, tudo do jeito que querem, tudo sem abrir mão de nada. É a famigerada dificuldade de lidar com frustrações, com pedidos não atendidos, com adiamento de algumas satisfações.

O imediatismo é um grande obstáculo e pode fazer com que sonhos jamais se realizem.

Lembro sempre da história do "marshmallow".

Essa ânsia pelo aqui e agora termina por gerar dificuldades financeiras.

Ontem mesmo fomos ao shopping porque a Izabel, após três meses sem comprar absolutamente nada, queria procurar uma roupa para o Ano Novo. Andamos um pouco e fomos na loja de sempre. Uma blusa linda e "caríssima" no meu conceito de "caro". Ok! Ela iria pagar! Apenas sugeri que para uma peça desse valor, a pessoa deveria pensar no mínimo vinte e quatro horas. Nem chegamos no carro para ir embora e ela já tinha desistido.

Essa ânsia pelo aqui e agora termina por gerar dificuldades profissionais.

A pessoa consegue chegar em determinada posição almejada por muito tempo e descobre que sua prioridade é, por exemplo, a família. Claro que família deve sempre ser prioridade, entretanto em determinados momentos profissionais é preciso uma conversa para que todos cedam um pouco, esperem para desfrutar alguns momentos, entendam a necessidade de abdicar temporariamente alguns compromissos sociais.

Essa ânsia pelo aqui e agora termina por gerar dificuldades amorosas.

Um casal com diversos compromissos em razão das exigências financeiras maiores no início do casamento, também um exemplo, precisa trabalhar mais, dedicar mais tempo ao trabalho e um termina por não entender o outro. Pode também acontecer de um deles precisar auxiliar um filho em um trabalho escolar, mas o outro quer agora, exatamente agora, atenção, carinho e conversa. E lá começam ou continuam os atritos.

É... treine o adiamento da satisfação e certamente terá uma vida mais equilibrada, tranquila e com menos frustrações não administradas... somos adultos e deveríamos agir como tal!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Como perder R$ 1.000,00...

Fórmula para perder R$ 1.000,00 de modo rápido, simples e eficaz: não confira sua conta corrente!

Quando converso com algumas pessoas conhecidas sobre finanças sempre vejo alguns rostos surpresos e algumas risadinhas nas ocasiões em que menciono conferir a conta corrente toda semana. Certas pessoas comentam "eu não faço isso", "se fizesse isso ficaria louca", "não tenho tempo para esse controle".

Pois bem. Mesmo com toda a confusão que está minha vida continuo conferindo, certo que com mais dificuldades para anotações de pronto, mas confiro cheques, débitos automáticos e de cartão, saques e recebimentos.

Essa semana bati o olho no cheque "280" e logo pensei "nossa, nem tenho tempo para sair gastar! não comprei nada para a casa! não tinha nada para pagar! não emito cheque pré-datado! onde gastei R$ 1.000,00?".

Nesse momento da constatação eu estava no PAB que funciona no meu serviço e subi até meu local de trabalho, peguei o talão de cheque e BINGO! O cheque 280 estava comigo e não foi emitido, era o último do talão e havia muitos outros antes dele!

Voltei ao PAB, fiz a reclamação de próprio punho e o atendente veio trazer o cheque falsificado. Precisei pedir que deixassem eu assinar a reclamação para comparar com a assinatura do cheque. Gente! A pessoa que falsificou era especialista nisso! Até a gerente do banco falou que pagaria aquele cheque!

Então... muito cuidado! Conferência! Controle! Acontecem coisas que sequer imaginamos!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Estresse e surpresa

As coisas no trabalho estão muito difíceis face a reestruturação que está sendo feita. 

Qualquer mudança causa estresse... imagine uma mudança que atinge quinze pessoas... e quinze pessoas estressadas no mesmo ambiente... algumas concordando... outras discordando... outras em período de treinamento... e por aí vai...

Então, ontem joguei a toalha e fiz como se faz em jogo de vôlei com aquele sinal com as mãos formando um "T" de "TEMPO"... pedi um tempo... que fosse implementado o já combinado até agora mas eu precisava parar um pouco com essa atividade para conseguir organizar aqueles serviços que são exclusivamente meus porque estava virando o caos - minha árvore eletrônica de atividades está quase dando flores e frutos.

Doze horas de trabalho e poucas dedicadas ao meu serviço pessoal. Não, não vou trabalhar para sempre doze horas... por enquanto é necessário, infelizmente!

Pois bem... nessa confusão toda fui ver meu tarot e qual não foi minha surpresa em uma das minhas cartas mensais:

"O arcano que emerge do Tarot para ilustrar seu mês é o DOIS DE PAUS, Ziula. 

Uma carta bastante positiva quando o assunto é sucesso pessoal. 

Situações que exigem uma postura cada vez mais firme de sua parte, principalmente quando há decisões importantes a serem tomadas, estarão em voga durante este período. É a hora de avaliar seus projetos e fazer com que arestas sejam aparadas, ou seja, que negociações sejam feitas com todo o cuidado. 

Este é o mês em que você deve aprender com destreza a decidir e a comandar seus projetos pessoais mais nobres. A tendência é comunicar-se com mais frequência e demora a fim de encontrar meios favoráveis aos seus negócios e anseios. 

Mas a ansiedade, Ziula, também é um fator que merece atenção extra: nada acontece com absoluta perfeição se não há o mínimo de tranquilidade em cada momento de decisão. Já percebeu o quanto se perde, com o passar dos anos, aqueles que resolvem assuntos no calor das emoções e da pressa? Agir por impulsividade é o mesmo que agir por negligência: perde-se o poder de refletir sobre o que você deseja e o que está realizando.

 Por isso a calma e a avaliação deve ser a tônica deste mês. Refletir em meio à agitação é a maneira mais saudável de encontrar subsídios para resolver pendências pessoais e atrair soluções ou resultados favoráveis. 

É um período agitado porque você tem nas mãos o poder de definir os rumos das situações e decidir da melhor forma possível o que pode e deve ser feito para obter o sucesso pessoal. 

A única ressalva mais séria diz respeito à tensão que pode desestabilizar sua postura, Ziula: preocupações exageradas são riscos, mas não devem ser encarados como um problema eminente. Esfriar a cabeça e manter a serenidade deve fazer parte da sua estratégia. Até porque, este mês acaba testando sua paciência com pequenos obstáculos transponíveis. Imprevistos são esperados, por isso é coerente manter o foco nas suas atitudes, não nas expectativas sobre os outros e sobre as coisas.

O Tarot revela que durante este momento você deve fazer algumas pausas e rever suas próprias ambições com todo o cuidado, Ziula. De que adiantará ter o poder nas mãos se você corre o risco de administrar tudo na pressa, com fome de obter resultados maravilhosos? Refletir é a melhor forma de administrar com cuidado os seus projetos e encarar os resultados com serenidade, sem medo de se perder em chateações e reclamações. É o período perfeito para cultivar a autoconfiança, Ziula."
 
Eu sei, eu sei... adoro essas coisas de tarot... tenho em casa dois ou três tipos daqueles de cartas, já li tarot em determinada época e fazia isso inclusive para as amigas normalmente acertando as "previsões" ou caminhos se abriam. Hoje não leio mais nem para mim! Perdi a paciência e acho que a conexão, entretanto não deixo de ler "on line" e toda vez me surpreendo com as previsões e alertas que recebo!
 
Se alguém tiver curiosidade o site que acesso é o "Personare" onde além do tarot tem horóscopo, não aquele horóscopo de folhetim e sim aquele baseado em sua data, hora e local de nascimento, sempre com orientações muito úteis para o dia a dia. Raramente compro algum produto ou análise porque as informações de acesso gratuito já me satisfazem e fazem pensar...

*isso não é um publipost...

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Como a gente sofre à toa...

Ontem cheguei do trabalho às 20h00 e havia combinado o Pedro de irmos jantar. Qual a razão disso durante a semana? Simplesmente esqueci de mandar ou fazer almoço para ele... pode isso? Está certo, concordo que ele cozinha maravilhosamente bem, tem doze anos, poderia muito bem ter se virado, mas não foi isso que aconteceu... diz ele que ficou sem comer por minha culpa (chantagem emocional, com certeza!)...

Chamei a Izabel para ir junto e conversamos bastante sobre o dia, a vida e... pasmem... ela tocou em um assunto do passado "Mãe, você sabia que eu tomei as injeções para crescer quando era criança, tudo escondido de você porque você não queria. Meu pai disse que ele não falaria e eu também não!!!".

Explico: ela morava com o pai e fui comunicada de que deveria fazer tratamento para crescer. Meu médico na época, ortomolecular, disse que o tratamento não era recomendável, que ela deveria tomar ervas chinesas para crescer e eu proibi o tratamento.

Passado o tempo eu me dei conta do absurdo da indicação do meu médico e me recriminava diariamente não ter deixado fazer o tratamento porque ela ficou com apenas 1,57m. Ficava pensando que se ela tivesse feito o tratamento convencional teria crescido mais e todos os demais pensamentos a que tinha direito e todos eles me faziam a cada me sentir mais culpada.

A confissão dela tirou um peso das minhas costas!!!

Questionei como não tinha crescido mais e ela falou que acaso não tivesse tomado as injeções teria ficado com 1,47m...

Nesse caso estou agradecendo não terem me ouvido!!!

E cada dia mais aprendendo que sofrer pelas coisas por se sentir culpada não faz o menor sentido... mesmo porque pode não ser nada daquilo que você está pensando...

domingo, 16 de novembro de 2014

Final de semana... destralhe e Natal

E nesse sábado e domingo eu tinha duas opções: ficar atirada por aí pensando em quanto algumas coisas não estão boas ou arranjar atividades para distrair a cabeça. Optei por cansar meu corpo.

Quando voltei de Porto Alegre as roupas estavam acumuladas na área de serviço - do chão até o final do tanque -, não havia uma toalha de banho limpa, roupas sujas de todos os tipos e alguns dias foram necessários para colocar em dia e quando pensei que tinha terminado, começou tudo de novo com as novas roupas sujas do dia. Afora a pia que tinha louça até quase o armário superior. Embalagens de delivery.

Após meu surto, a explicação: fizemos o que podemos. Ok! Sinto que tenha sido tão pouco!

E já é Natal... buscar enfeites, arrumar a decoração de Natal e com direito a uma toalha nova combinando com o papel de parede.













O quarto do Pedro, apesar do pequeno destralhe anterior, estava uma verdadeira zona, um pardieiro, um local imundo porque as tralhas que ficaram não deixavam limpar. Então, lá fomos nós limpar tudo e retirar tudo que não era usado. Não tirei as fotos do antes e depois porque vocês já conhecem o quarto, mas a quantidade de coisas que saiu é inacreditável... o quarto tem apenas 2,5 m por 2,4 m... onde ficam escondidas essas coisas?

Coisas que saíram da estante e gavetas:









Itens retirados




Para doação:

Você optaria por fazer alguma coisa ou prefere ficar pensando na vida?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Destralhe deve ser constante...

Estou de molho essa semana e para não me atirar em uma cama fui organizar os destralhes que fiz nos últimos tempos e que havia colocados em sacolinhas.

Vestidos lindos e caros que não me servem mais e não vou esperar emagrecer... foram para minha norinha que agora trabalha com meu filho...













Toalha preta que comprei para o Pedro ir viajar e depois ele ficou se queixando de que soltava pelos...










Sapatos da Izabel que estavam apenas enchendo o armário e não eram usados... um dia às 06h00 fui no quarto dela, mostrei um por um e fui tirando o que não tinha utilidade...
 

Roupas do Pedro e da Izabel... algumas coisas minhas...










Destralhe do Pedro feito por conta... ele estava incomodado com a bagunça do quarto...










E os armários vão ficando mais fáceis de arrumar e a casa mais organizada...

Álbuns de fotografia que não mais serão usados... 










Você costuma ir retirando as coisas que não tem mais utilidade?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Para que tantas coisas materiais?

Quando fui para Porto Alegre, na madrugada de sexta-feira, com o intuito de me despedir da minha Vó Lina, coloquei em uma sacola apenas três calcinhas, escovas de cabelo e dental, remédios, carteira de identidade e cartão de débito/crédito. Assim embarquei e assim fui sem nem saber quantos dias ficaria. Nada de maquiagem. Nada de acessórios. Nada de roupas. Nada de sapatos.

Horas depois da minha chegada vi chegar uma prima que mora em Florianópolis. "Estava de calcinha e soutien quando ligaram, fiquei sapateando e nem roupa não atinava de colocar", disse ela que também portava uma pequena mochila e a roupa do corpo. Começamos a rir da semelhança das situações e depois a chorar e depois ficamos por ali. Aliás, todos pareciam um bando de zumbis que não tinham muita consciência do que faziam.

Minha irmã chamou atenção quanto à minha calça com os apliques soltando dos dois lados. E quem disse que eu vi a calça que peguei?

Sem roupas para trocar. Calça desmanchando. E nada disso importava! Nada!

A Vó Lina estava tão linda! Parecia estar dormindo e às vezes eu conseguia vê-la mostrando a língua da mesma forma que sempre fez para inticar com a gente. Estava usando o vestido que escolheu: cinza com prata, adamascado e o sapato prata (não que eu tenha visto o sapato, apenas me contaram e falaram que estava até de meia fina).

Detalhe é que a gola do vestido estava cortada e minha avó era um luxo só na costura, só trabalhava com alta costura! Então, alguém fez aquilo no vestido e com certeza para conseguir vesti-la naquele momento, fato que nem comentei porque minha mãe surtaria ao saber que o vestido escolhido foi estragado. Bobagem! Mas nessas horas é melhor ficar quieta!

E passei alguns dias em Porto Alegre com vestidos emprestados, pijamas emprestados... e não senti falta ou saudades das minhas roupas.

Na hora em que o coração fala mais alto deu para perceber a pouca importância que as coisas materiais assumem. E no geral estamos preocupadas com os quarenta vestidos, os cento e vinte pares de sapatos, as compras desnecessárias que fazemos, o carro novo, aquele lançamento do vídeo game, tudo isso até perceber que nada disso faz sentido algum.

Ufa! Consegui escrever e ocultando detalhes que eu tinha medo de não conseguir segurar!

Como diz minha mãe "a vida continua!". Sim, mãe, continua, mas com uma saudade imensa, um rombo imenso no peito e uma falta incalculável que ela vai fazer. 

Vó, a senhora foi muito mais que uma avó para mim, foi uma MÃE COM AÇÚCAR!!!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Vó Lina...

Sabe, vó! Filmes estão passando na minha cabeça. Criança, eu esperava a sua chegada e do vô, a mãe fazia a gente tomar banho e colocar um dos vestidos que a senhora tinha feito com o tecido que havia sobrado de suas clientes. Penso que éramos tão pequenas que qualquer retalhinho virava um lindo vestido. Lembra daquele de lã com gravata? Cinza com azul? Meus cabelos molhados e a festa quando a senhora chegava com aquela torta de maçã inteirinha para mim e eu comia até me fartar.

Confesso que nem sei se gosto de torta de maçã... mas aquela torta de maçã era minha alegria!

Quando morei com a senhora, o vô e a bisa... o dinheirinho trocado para o ônibus e para o lanche todas as manhãs, até em centavos e era sagrado! Tudo contadinho, calculadinho.

Minhas amigas iam em casa estudar, principalmente a Simone, e lá vinha a senhora com biscoitinhos amanteigados e dois copos imensos de Tang... rs... Tang de laranja...

E no café da manhã sempre eu tinha que colocar o nescafé antes do leite, tá certo, confesso que hoje faço o contrário e nem sei porque... primeiro o leite e depois o café...

Aprendi muito com a senhora, desde organização e controle financeiro, até a forma de cuidar da família de uma forma magistral, talvez até submissa em relação à vida, porque a família vinha à frente de seus próprios interesses.

Muita coisa que aprendi de importante devo à senhora, embora algumas eu só tenha começado a aplicar muitos anos depois.

Lembro que a senhora sempre comia o que havia sobrado do dia seguinte e deixava a comida "fresquinha" para as demais pessoas à mesa, sempre lembrando que não podia haver desperdício, afinal a senhora havia passado fome e muitas vezes dividiu com sua irmã um pão francês e um copo de café...

E, para evitar confusões, o Tio Edson vinha almoçar depois que o vô tinha saído e a comida do tio estava sempre quentinha.

Férias escolares era uma festa... minha mãe e meu pai na "faculdade de férias" e nós na sua casa indo na vendinha comprar balas Banzé, brincar no parquinho na praça que ficava quase em frente ao Estádio Olímpico.

Vó! Estou saindo agora me despedir da senhora e está doendo muito, muito mesmo! Sinceramente a última coisa que imaginei na minha vida foi isso. Está certo! Sei que a vida é breve, que a vida passa, mas sempre pensei que a senhora fosse eterna... infelizmente ontem às 20h30 percebi que a eternidade não existe e perder você foi o mesmo que perder um pedaço muito muito muito importante de mim...

Espero que realmente exista outras vidas e outras encarnações e outras dimensões e que possamos nos encontrar muitas e muitas e muitas vezes e ainda conviver muito até que um dia até o espírito acabe.

Vó! A senhora é e continuará sendo uma parte extremamente importante da minha vida. Obrigada por tudo! Obrigado por ter existido na minha vida! Obrigada por talvez continuar existindo em espírito e cuidando de mim enquanto ainda estou por aqui!

Te amo!!!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O que está acontecendo...

Tenho recebido muitos e-mails sobre o fato de o blog ter "parado" semana passada... Lembram que falei que isso iria acontecer? rs

É o seguinte: estou trabalhando direto doze horas por dia na Vara do Trabalho. Houve algumas mudanças na equipe, perda de dois servidores, enfim... menos pessoas para a mesma quantidade de trabalho ou até para uma maior quantidade considerando que final de ano algumas coisas que são "normais", e feitas conforme um cronograma mais elastecido, passam a ser urgentes.

Somado a isso estamos recebendo algumas determinações para melhorar a "taxa de congestionamento", ou seja, número de processos que são arquivados deveria ser maior que o número de processos que chegam novos e por aí, para isso algumas outras atividades devem ser priorizadas... e quando vemos existem "n" urgências que devem ser administradas.

Certo que não é possível com a estrutura atual atender tudo, mas é possível melhorar nos pontos mais críticos e é isso que estamos colocando no planejamento, ouvindo os servidores individualmente para depois tomarmos uma decisão que desagrade o mínimo possível.

Somado a tudo isso ainda tenho audiências, sentenças, despachos, atendimento a advogados e partes, decisões em execução, cursos obrigatórios e uma família para cuidar.

E vocês podem perguntar: "ué? mas não foi sempre assim?". Até pode ter sido, mas quando você para e começa a olhar números vê que é possível melhorar e para isso é preciso planejar e para planejar você tem que achar as pessoas certas e depois para implantar você tem que quebrar certas resistências e por aí vai a conversa... e tudo isso demanda imenso tempo e queima de "neurônios".

A semana complicada no trabalho e o Pedro doente em casa, levei no homeopata e final de semana o pai levou no alopata. Homeopatia que não estava fazendo efeito, alopatia iniciada sábado e parece que já está ajudando. Dor de cabeça de gritar ele estava. Trabalhando dessa forma e passando a noite toda acordada com o menino, mais casa para limpar, comida para organizar, Izabel que precisou de ajuda em um trabalho (primeira vez que pediu em dois anos de faculdade).

Minha avó de 92 anos, a mesma que foi para a UTI em 2011 na época do meu aniversário, passou muito mal e foi hospitalizada. Nesse ponto eu não sabia se largava tudo e ia para lá, se esperava para ver o que acontecer. Acabei ficando por aqui e ela ainda está no hospital, mas ao que parece se risco de morte - sempre fico medo de que escondam as coisas de mim por estar longe mil quilômetros.

No meio disso tudo eu pensava em sentar para escrever por aqui e simplesmente não tinha forças para pensar... espero que essa semana seja melhor...

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Plano de saúde...

A Samara em um comentário semana passada pediu que eu falasse sobre plano de saúde... vou tentar...

Ela diz o seguinte:

"Gostaria que tu falasses de plano de saúde. Não gosto, não tenho e não acredito neles...rs. Acho que é de muito mais valia a pessoa guardar o valor das mensalidade numa poupança e usar quando e se necessário. Recentemente uma amiga precisou de uma cirurgia, e mesmo pagando quase R$ 1.200,00 por mês, a mesma não foi aprovada. Precisou entrar na justiça com advogado...Em tempo, todo o custo da cirurgia/internação/medicação ficou em 10.000,00. Ela pagava o plano há quase 9 anos. E quase nunca usava. Apenas uma ou duas consultas de rotina ao ano, mais mamografia, ultrasonografia e exames básicos (sangue, urina). Achei uma exploração sem tamanho. Sem contar a grande variedade de médicos e laboratórios se desvinculando dos planos...
Beijos!!!
Samara"

Meu primeiro pensamento foi: quem teria disciplina para guardar o dinheiro do plano de saúde mensalmente em um local "imexível" e resistiria à todas as tentações - inclusive compra da casa própria ou de um automóvel - ao ver o montante acumulado?

Sei lá! Parece-me que não seria possível! Acredito que se eu tivesse o valor do plano de saúde em uma poupança, por exemplo, e surgisse um bom negócio de um apartamento, eu não pensaria duas vezes em retirar... rs... Acredito que a maioria das pessoas agiria assim!

Somado a isso, podem acontecer imprevistos e esse seria um dinheiro supostamente "disponível", afinal temos uma certa dificuldade em pensar na doença, na morte e nas falhas da nossa máquina humana durante a existência.

Durante minha infância e adolescência minha mãe ficava muito doente, muito mesmo. Lembro de uma vez em que deitaram o banco dianteiro de uma brasília e colocaram minha mãe nesse lugar - não havia ambulância - para levar para Porto Alegre, havendo "cochichos" de que ela não voltaria viva e quase não voltou. Nessa época ela utilizava o IPE, plano de saúde dos servidores públicos estaduais, era professora. Fico pensando se não houvesse esse plano e com o tanto de incidentes que havia, teríamos passado fome se dependêssemos do salário dela e do meu pai para custear as despesas de saúde.

Plano de saúde é como seguro de vida: fazemos pensando em nunca usar, mas podem ser muito necessários em determinado momento. A cirurgia da amiga de Samara custou R$ 10.000,00 e ela pagava plano de saúde há dez anos, aqui cabe imaginar se não fosse somente a cirurgia e se fosse necessária uma continuidade do tratamento com sessões caríssimas.

Sabe de uma coisa? A gente não sabe até que ponto a máquina pode apresentar problemas... não sabemos a gravidade do que poderá nos acometer um dia...

Quando eu advogava não tinha plano de saúde... uma temeridade, penso hoje! Logo que passei no concurso me foi oferecido um plano em convênio com os juízes estaduais. Pois bem, hoje em dia apenas 62 juízes do trabalho do Paraná tem esse plano porque o convênio foi desfeito e eu sou um deles. O plano tem uma série de benefícios: atendimento pela Unimed, médicos não conveniados tem reembolso de parte da consulta, exames, convênios com diversos ótimos hospitais.

Anos atrás utilizei muito o tal plano de saúde. Família toda fazendo terapia, um grave problema de saúde que tive (está certo que depois não se mostrou tão grave... rs... mas recebi um diagnóstico de câncer na coluna, com visão do câncer na ressonância feita em razão da dor e dias depois descoberto em hospital público que eu tinha apendicite, para o primeiro diagnóstico em hospital particular - Moinhos de Vento - gastei R$ 14.000,00 há quatorze anos e esse valor foi devidamente reembolsado pelo meu plano), tive dois filhos com todas as consultas pré e pós parto, enfim... teria gastado muito com saúde não fosse o plano.

Hoje em dia meu uso do plano de saúde é esporádico, muito esporádico mesmo e principalmente para exames periódicos, entretanto jamais pensaria em cancelá-lo porque não sei o dia de amanhã.

E vocês, tem plano de saúde ou nunca teriam? Já passaram por alguma situação em que se mostrou vantajoso tal plano? E as desvantagens?

domingo, 2 de novembro de 2014

Destralhe - o último "buraco negro" ou uma "caçamba de brinquedos" mais leve...

Ontem fui para Cornélio visitar meu filho mais velho. Parece ter passado muito tempo desde a última visita, talvez mais de trinta dias. Juntou uma coisa aqui e outra ali, o tempo passou, algumas visitas dele aqui em Londrina e eu sem ir para lá.

Minha nora mencionou o "quartinho de brinquedos" e da intenção do meu filho em colocar todos os acessórios de bicicletas e as próprias bicicletas no local.

Sugeri que arrumássemos hoje pela manhã, mas nem estava acreditando na movimentação de alguém porque domingo todo mundo quer descansar. Acordamos todos em torno de 09h00, café da manhã, uma boa conversa, lavar a louça e já marcava o relógio dez horas quando tomei coragem e disse "vamos".

Aberta a porta do tal quartinho e pensei sozinha "precisaremos do dia inteiro para tudo isso!!!", quase gritei, mas silenciei. Acredito que há mais de três anos eu não entrava nesse local. Pedro cresceu e não brincou mais ali, os brinquedos ficaram junto com outros de quando a Izabel era pequena.

E lá foi o Renato jogando tudo para fora, daí realmente gritei:

- QUERO GUARDAR ESSES BRINQUEDOS PARA MEUS NETOS!

Todos riram e minha nora, muito calma, apenas ponderou que para crianças basta uma festinha de aniversário e ganham tudo aquilo que eu estava guardando.

Ri também e foi mais leve destralhar tudo aquilo. O Pedro ajudando e maioria das coisas era dele... percebi o quanto é fácil para ele que foi acostumado a não acumular nada... e como é difícil para mim me desfazer das coisas com tantos exemplos que tenho na minha família.

Sinceramente, minha sensação é de que eu estava em um daqueles programas dos acumuladores e cada brinquedo descartado me dava uma sensação ruim, ainda bem que foi só no começo, pois logo em seguida me dei conta das bobagens que eu estava sentindo e falando...

Querem ter uma ideia da minha acumulação? Aqui está...



Pois é... e o Pedro sequer tinha algum "sentimento" por esses brinquedos que, com a devida autorização dele, foram para doação:















Esses ventiladores o Renato tirou sem nem perguntar e em seguida passaram três pessoas na rua, uma senhora e duas meninas, chamamos para entrar e elas levaram uma porção de coisas para as crianças da família e crianças vizinhas. A senhora ainda mencionou que morava em um sítio e não estava aguentando o calor. Pedi para o sogro do meu filho testar os ventiladores e... bingo!!!... os dois estavam funcionavam... a senhorinha saiu muito feliz com os dois embaixo dos braços!!!

Quanto tempo demoramos? Começamos às 10h00 e 11h45 estávamos de banho tomado para ir almoçar em um pesque-pague de uma cidade vizinha!!! Meu pavor do dia inteiro não se concretizou!!! E o quartinho ficou enorme... e as bicicletas saíram do hall de entrada da casa...





E mais uma vez demonstrado que somente pegar firme e em equipe - nas situações mais críticas - que tudo vai muito rápido!

Nesse trabalho de equipe tomamos cuidado com os brinquedos da Izabel porque ela não estava junto para autorizar e a maior parte foi colocada em caixas e devidamente organizada para que ela possa decidir o dia que for para lá.