terça-feira, 25 de outubro de 2011

Devaneios...

Sempre existe aquela hora em que nos perdemos e precisamos buscar  equílibrio, valorizando as metas fixadas.

Participei de um seminário na semana que passou e encontrei uma colega que mencionou estar em fase de contenção de despesas porque pretendia fazer um cruzeiro com a família em janeiro de 2012, além do salário que não está lá essas coisas.

Conhecendo bem a pessoa, achei maravilhoso tivesse mudado o rumo que dava ao consumo desenfreado.

Entretanto, o universo não conspirou em favor dela que usava salto altíssimo e este era o único sapato que tinha levado, passando a sequer conseguir andar direito, situação a impor a compra de outro sapato.

Terminados os trabalhos da tarde, fui para o shopping onde estava ocorrendo a inauguração de uma joalheira internacional e fiquei me divertindo com os "figurinos", mulheres com muitas plásticas, pessoas com gritinhos histéricos quando viam uma amiga com algum produto de grife.

Ainda tive o prazer de desfrutar a vista do estacionamento, cada carro mais lindo que o outro, mais potente, com o design diferente, além de pessoas vestidas lindamente descendo deles, inclusive crianças.

Passado o deslumbramento, constatei que a maioria das pessoas que lá se encontravam eram oriundas de um meio onde o dinheiro gasto não era delas, mas não vou entrar nestes detalhes porque não é meu objetivo neste blog. Confesso que cheguei meio decepcionada ao hotel.

Bem, voltando à minha colega, ela foi em outro shopping acompanhada de uma amiga e comprou seu lindo sapato baixo por R$ 90,00 e no dia seguinte, quando vi a aquisição, falei que queria um também, ao que ela ponderou que voltaria à loja para comprar outro de cor diversa porque estava muito "barato" e poderíamos fazer isto na hora do almoço.

Lá fomos nós para o templo de consumo e quando entrei na loja de calçados caiu a ficha do "ano sem compras", logo, poderia ter custo baixo, ser lindo, valer a pena, não ser encontrado sapato igual no sul... enfim, não havia desculpa para que eu rompesse meu compromisso e não o fiz realmente.

As compras feitas pela colega não pararam no segundo sapato, estendendo-se aos presentes para filhos, empregadas, marido, etc.  E recusou-se a entrar em uma grande loja de departamentos sob a alegação de que não podia gastar.

O ser humano é esquisito mesmo, pretendendo negar os próprios impulsos quando seus atos demonstram a falta de controle sobre seus desejos, ignorando as reais necessidades.

Não sou diferente. Naquele primeiro shopping havia um carro em exposição - não, não vou dizer a marca e modelo para não fazer propaganda -, sendo que fiquei enlouquecida, peguei o folder, perguntei o preço, entrei no veículo. Logicamente tinha o valor bem acima do que eu poderia sonhar em pagar!

Retornando da viagem fui buscar outro carro, um que meu filho mais velho havia indicado e o mais novo adorado, fui até a concessionária, depois a uma loja multimarcas, pedi ao banco a simulação de um financiamento e somente não comprei porque fui colocada a par da realidade pelo meu filho que ponderou sobre a desvalorização do carro zero ao sair da concessionária, os juros absurdos do financiamento e outros aspectos.

Embora bloqueada pelas brilhantes ponderações, o certo é que quase me atirei sem pensar em um negócio bastante arriscado financeiramente.

A justificativa? Meu carro já tem alguns anos de uso e este tipo de compra não está permitido nem proibido pelo "ano sem compras", apenas não foi mencionado por ser considerado bem indispensável.

Engraçado como a gente procura se enganar!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Organização !

Realmente não lembro se foi em comentário ou em post, mas mencionei que estava fazendo minha "limpeza" de coisas inúteis, ou que não faziam mais sentido,  de forma bastante lenta, dizendo que era uma forma de impedir o arrependimento em doar ou descartar algum item.

Esta é somente uma parte da verdade! A outra parte está escondida na preguiça crônica que me impede de levar a sério a organização e de tirar tudo de uma vez só. Tenho vontade de dormir só de olhar minhas tantas caixas organizadas.

Seria mais fácil criar coragem acaso estivesse tudo atirado pela casa? Talvez, mas gosto de tudo em seu devido lugar!

Desde sempre fui muito organizada e tudo que tenho está devidamente encaixotado e etiquetado. Cada bagulho está no seu devido lugar, não atrapalhando a arrumação da casa, nem deixando cantos ou quartos com aparência de mudança ou desordem.

Ocorre que são muitas caixas com muitas coisas desnecessárias ou sem nenhum valor sentimental para meus filhos no futuro e para mim no presente.

Houve época onde eu fotografava em viagens: igrejas, postes, paisagens. Isto ocorreu até uma senhora comentar sobre a inutilidade daquelas fotos, porque ao morrermos nossos filhos e familiares não dariam valor para elas e tudo iria para o lixo.

Considerando a necessidade de revelar as fotos, pois as máquinas ainda não eram digitais, passei a controlar um pouco este impulso fotográfico, até porque não sou profissional desta área e os valores gastos na revelação não justificavam tantas fotos impessoais.

Hoje em dia continuo com esse cuidado, embora menor ante a possibilidade de armazenar digitalmente as fotografias. Por vezes paro para pensar no lixo digital e concluo, não sei se precipitadamente, que ele não ocupará tanto espaço como nossas bugigangas físicas.

Vem à mente as desculpas que acho para não colocar no lixo ou para doação todas as coisas que não me servem mais e, sinceramente, a forma com que estou fazendo a limpeza, dizendo que é para evitar arrependimentos, é somente desculpa para ter pouco trabalho.

Não pretendo continuar com esta quantidade imensa de caixas, cheias de coisas e com certeza tomarei coragem para enfrentar meu lixo que não é lixo e está tão bem encaixotado e etiquetado.

Lixo etiquetado? Pois é, para ver onde chega a loucura das pessoas.

Aqui a pergunta que não quer calar: como todos estes itens foram parar em caixas etiquetadas?

Simples, basta abrir uma gaveta e devagar ir separando as coisas encontradas em pequenos "grupos" conforme se assemelhem. Falei para minha irmã: - basta considerar que cada item pertence à mesma categoria de outro e ir arrumando tudo em pequenas "coleções".

Durante esta seleção já é possível ter uma idéia do destino de cada coisa e separar o que vai para doação, lixo e conserto, sendo de bom alvitre ter uma sacola ou caixa para cada uma destas opções.

O restante, aquilo que vai ficar, pode ser organizado em gavetas ou caixas devidamente identificadas.

Fazendo isto cômodo por cômodo da casa, em pouco ou muito tempo - dependendo de seu ânimo, será possível ter tudo organizado, pois as "coleções" formadas em um local e com correto armazenamento já abrem a possibilidade de encontrar outros itens em outros locais e estes já terem destinação estabelecida.

Depois de tudo isso, é possível passar para a segunda etapa, aquela em que me encontro, e analisar com mais cuidado cada item e cada caixa, sempre com a pergunta: - qual o significado disto para mim ou para minha família acaso eles passem a ser guardiões dos meus pertences?

Não posso esquecer de indicar que roupas e sapatos sejam separados por cores, o que facilita em muito a escolha da combinação que se pretende vestir naquele dia.

Finalmente, gavetas de lingerie e camisolas/pijamas sempre ficam mais interessantes e fáceis de organizar quando possuem divisórias, sejam aquelas plásticas compradas prontas ou mesmo feitas por um marceneiro e, neste último caso, não fica muito dispendioso.

p.s. Precisei pedir um presente de dia das crianças. Tá certo, tenho 45 anos! Explico a necessidade: minha sanduicheira, com revestimento antiaderente, ultrapassou a vida útil e estava deixando meu sanduíche de hamburger de soja grudado. A solução foi pedir para meu filho este presente, com o que toda a família foi beneficiada, sem que eu considere ter burlado o ano sem compras.

domingo, 16 de outubro de 2011

O dinheiro que eu nunca tive!




Esta ponte tem passagem para único carro! Como a vida, somente você pode superar seus limites e também sua falta de limites!




Passados mais de cem dias sem compras e analisando a planilha de gastos conclui que gastei por muito tempo o dinheiro que nunca tive. A pergunta é: quais os fatores que me levaram a ter uma atitude tão pouco racional?

Bem, você deve estar se perguntando: como assim? Exatamente assim!

O mês de setembro demonstrou claramente, pela ausência de compra de supérfluos e de atendimento a outras pessoas - explico esta parte mais abaixo,  que meu salário supre exatamente minhas necessidades básicas, sem sobras para outras coisas, considerando é claro dois investimentos que estou fazendo, o primeiro desde 2009 e o segundo desde 2010.

Interessante observar que os supérfluos  e outras situações sempre ultrapassaram o valor destes investimentos, ou seja, muito dinheiro gasto sem necessidade, com valores que superavam minhas receitas.

Deve acontecer com muitas pessoas de o salário entrar e somente cobrir o cheque especial,  com o que passam a usar este "crédito especial" no dia seguinte ao crédito do salário. Parece um pouco insana esta situação e providências devem ser tomadas.

Neste caso, o melhor a ser feito é buscar um empréstimo consignado ou outro com juros mais baixo, pois certamente a prestação para quitar a dívida ficará em valor aproximado dos juros que são pagos ao cheque especial sem quitar o principal. Juros representam dinheiro jogado ao vento!

E continua o desperdício também em outras situações.

Tenho uma pessoa muito próxima e que está sempre pedindo ajuda financeira. Por muito tempo atendi, sendo necessários anos de terapia para entender que não era minha obrigação mandar valores a toda hora, que esta situação estava me fazendo mal, seja no campo emocional como no financeiro, que a pessoa era doente e não procurava ajuda. Só para se ter uma idéia, tinha a capacidade de pedir dinheiro emprestado em um dia, o dinheiro entrar na conta e no mesmo dia ligar dizendo que comprou um computador!

A situação acima pode acabar com nossa saúde financeira!

Importante também verificar que dinheiro emprestado nesta situação jamais pode ser considerado como algo que será devolvido, ou consideramos doação ou teremos problema de relacionamento com a pessoa que normalmente é alguém muito próximo, seja por laços sanguíneos ou emocionais.

Consumir é uma necessidade de todos, fomos criados e educados assim: estudar, trabalhar, ganhar dinheiro e gastar este dinheiro, não bastasse isto muitas pessoas tem necessidade de depender dos outros, até porque atendidas neste sentido desde sempre. Isto precisa mudar!

Não pode ser prioridade gastar todos os valores recebidos, nem pode ser prioridade em uma família com três pessoas ter, por exemplo, cinco televisões, por mais que tenham sido compradas em "dez vezes sem juros". O que é isto? Se hoje parararmos para pensar no valor do produto e seu impacto no salário mensal se comprássemos à vista, com certeza deixaríamos para lá.

E os exemplos não terminam por aí, poderia escrever mais "n" situações em que nos envolvemos em compras sem sentido.

Devemos observar também quanto doamos dos nossos recursos para os outros, sejam parentes ou não, estimulando nestas pessoas o desrespeito pelo dinheiro e pelo próximo que sempre empresta valores, reforçando a falta de responsabilidade que elas tem no trato com o dinheiro ante a certeza de serem socorridas, estimulando o desinteresse delas em buscar ajuda profissional para curar sua doença - a compulsão.

Normalmente agimos desta forma - entregando valores que recebemos com nosso trabalho e que sempre nos farão falta - por culpa, por compaixão, por agradecimento, mas nenhuma destas razões justifica nosso ato de doação, porque ao invés de ajudar esta pessoa, estaremos apenas trazendo mais prejuízos para ela e para nós!

Uma situação é ajudarmos alguém que por uma obra do acaso se colocou em apuros, em uma situação pontual e imprevisível, podendo ser um caso de doença, perda temporária de emprego, dificuldades até para se alimentar. Outro caso é a pessoa reincidente todos os meses e às vezes todas as semanas, sempre precisando de dinheiro porque nunca se organiza e faz compras de maneira descontrolada.

Para ser mais leve, porque o exposto acima embora já organizado mentalmente por mim ainda me causa uma certa angústia, voltemos aos sapatos, sim porque nós mulheres pensamos ser polvos, estou fazendo uma limpeza gradativa, acompanhada de uma régua, vou estabelecendo quantos centímetros devem ter os saltos para que possam permanecer no armário.

Ontem, tirei seis pares de sapatos e, em valores atuais, cada um custou em média R$ 200,00. Opa! R$ 1.200,00 na conta seria bem mais interessante e benéfico do que R$ 1.200,00 para doação.

Não estou dizendo que caridade não é importante! Muito pelo contrário, trabalho muito nesta área e a prioridade das pessoas atendidas não é sapato de salto altíssimo, estando em primeiro lugar a alimentação.

Todos estes itens e gastos que passam hoje por questionamentos vieram de uma fase em que o prazer de comprar alguma coisa, de carregar uma sacola ou a fantasia da compra na internet - tudo mágico com o cartão de crédito -,  ou mesmo de atender uma pessoa supostamente necessitada, superava qualquer racionalidade ou senso prático.

Posso até dizer que decorreram de uma fuga da realidade, uma forma de evitar o enfrentamento dos problemas. Ora, enquanto estamos no shopping ou navegando na internet na ânsia de encontrar algum produto que nos encante no momento ou mesmo atendendo alguém que diz precisar, não estamos convivendo com as pessoas mais próximas de forma a dialogar e resolver os problemas.

Até penso que este "doar" valores para outra pessoa - empréstimo nunca é a palavra correta - nos faz sentir e exercer um certo poder, mesmo que resulte em prejuízos financeiros para nós mesmos. Agora pergunto: que poder é este que no final das contas nos faz prejudicar as outras pessoas, fazendo com que se acomodem a uma situação incorreta e não busquem auxílio e continuem comprando "n" coisas desnecessárias com o dinheiro que não tem?

Ocorre que problema não enfrentado é problema dobrado, primeiro porque ele fica lá hibernando e buscando subterfúgios em outras atitudes, segundo porque ele cria raízes e fica mais difícil resolver, terceiro porque ele se agrava e afasta cada vez mais as pessoas de quem dependeríamos para solução.

Quando passamos a nos voltar para nosso interior, para as pessoas e situações que realmente importam, tudo passa a acontecer naturalmente, as discussões que seriam acirradas viram conversas, todo mundo vai se acalmando e encontrando formas de diálogo mais tranquilo.

Também aprendemos a dizer "não" para aqueles apelos insustentáveis, para os pedidos que acaso acatados não trarão qualquer benefício seja para nós, seja para os outros. Meu avô sempre dizia que o mais importante na vida era aprender a dizer "não", muito tempo pensei neste ensinamento e muito tempo demorei para aprender a dizer "não".

Hoje sei, pela experiência, que dizer "não" pode parecer grosseria, entretanto, pode muitas vezes fazer as pessoas acordarem e, se continuarem adormecidas, a culpa deixa de ser nossa!

Concluo este post de certa forma pesarosa por constatar que o consumo atrapalha não só a conta bancária, mas também as relações interpessoais, a solução de nossos problemas internos, isto para os problemas internos que tem solução, porque em relação aos demais a solução é aceitar que eles existem e nada mais podemos fazer.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Para quem nos fantasiamos?


Estava pensando hoje para quem nos vestimos.

Inicialmente achei que me vestia para mim mesma e isto não deixa de ser verdade, porque adoro espelhos e faço uma análise minuciosa daquelas peças que me caem bem, sempre procurando verificar se acentuam ou não meus defeitos.

Entretanto, esta não é a verdade - vestir-me para mim - considerando que nos finais de semana, quando não estou "circulando" e fico em casa somente com meus filhos, não tiro o pijama, não me maquio, deixo de me arrumar.

Logo, a resposta correta seria - nos vestimos para os outros, pouco importando quem sejam os outros para os quais nos fantasiamos. Sim, roupa é a fantasia que usamos para desfilar neste baile que é a vida!

E o que nos motiva cada personagem? 

Para uma festa, brilhos. Para trabalhar, sobriedade com uma pitada de elegância. Para o lazer e viagens, conforto e dependendo do tipo de programa algo mais formal ou mais simples, sempre com foco nas fotos. Para dormir, algo mais lúdico para lindos sonhos. Para jantares e outros programas noturnos, sempre depende da companhia e ocasião.

Constatações como estas levam à conclusão do vestir para frequentar lugares públicos, onde o padrão da vestimenta é o mesmo para todos que se encontram nestes locais.

Também através da roupa podemos identificar quais as áreas da vida estamos negligenciando. Houve época em que eu só tinha roupas que usava no trabalho, indicativo mais do que suficiente que o lazer e outros aspectos do meu viver estavam sendo deixados em segundo plano.

Não está errado nos expressarmos através da roupa. Não poderíamos, por exemplo, ir a um baile de gala trajando bermuda, camiseta e chinelo. Existem certos padrões de vestimenta impostos pela sociedade que não podem ser ignorados, além de permitir que você se conheça, saiba como está andando por aí, onde está deixando de ir, e até fazer uma avaliação de sua autoestima.

Em relação à autoestima, todos temos aquelas roupas que nos fazem sentir bem, que olhamos no espelho e nos sentimos "arrasando". Acaso passemos a usar outras roupas que deixem de trazer a sensação que estamos bem, e isto reflete até no modo de andarmos ou nos lugares que frequentamos, fica fácil identificar que temos um problema a ser resolvido. 

Quando passamos a ser desleixados é sinal de que nossa cabeça não anda funcionando bem e precisamos buscar ajuda interna ou externa.

O problema surge quando gastamos mais do que necessário em roupas, acessórios, sapatos, visando chamar atenção ou ser igual a outras pessoas, embora nossas peças já sejam suficientes ao sentir-se bem.

Temos uma bolsa maravilhosa, mas a que está na moda é outra e para nos sentirmos satisfeitos temos que ter esta outra. Ora, neste caso você está com algum problema que pretende camuflar ou não enfrentar.

Quando o muito que você já tem se torna pouco e há uma necessidade compulsiva de adquirir outras coisas, até idênticas as que você já possui, certo que você deixou de estar em harmonia.

A resistência aos apelos da propaganda está baixa? Cuidado!

Preste atenção! O mundo e as pessoas estão em constante mudança! Você não precisa se preocupar mais em usar um vestido diferente em cada festa, uma roupa diferente em cada evento.

Gosto muito de acompanhar a realeza britânica, é a plebéia que virou princesa, conto de fadas, sonho infantil e eu adoro. Na época da Lady Di ficava esperando a roupa nova que ela usaria da próxima vez, hoje os valores são outros e espero para ver como Kate Middleton repetirá a mesma roupa com acessórios diferentes.

Também podemos fazer isto, lançar um novo olhar sobre o que temos e achar novas formas de usar. Vestir a mesma fantasia de maneiras diferentes.

Além de ecologicamente correto, esta atitude de consumo consciente nos leva a economizar e posso dizer que economizar faz bem,  não somente para ter algum dinheiro sobrando para realizar sonhos, mas também para sentir a sensação de poder administrar a própria vida fora do sistema em que fomos criados.

Se todos resolvessem, de uma hora para outra, parar de comprar supérfluos, certamente a economia entraria em colapso, haveria desemprego e outras tantas consequências danosas e não defendo a ausência de consumo.

Está certo que o ano sem compras é uma necessidade para mim, visando stabelecer prioridades, desautomatizar, rever conceitos. Entretanto, mesmo aqueles que continuam consumindo devem fazer escolhas conscientes, seja por razões econômicas ou ambientais, seja para melhorar sua autoestima e sentir-se mais forte perante esta sociedade capitalista. 

Para encerrar, acaso não esteja enganada quanto ao autor, é de Benjamin Franklin a frase "São os olhos das pessoas que nos destroem. Se todos fossem cegos exceto eu, não desejaria roupas requintadas, casas requintadas nem mobília requintada".

Existe um fundo de verdade na frase acima quando vivemos num mundo que é comandado pela opinião alheia, entretanto, à medida que você se desenvolve de forma a não depender do que as outras pessoas falam, com certeza dará valor à beleza, em todas as suas expressões, inclusive na vestimenta, sempre em benefício do próprio bem estar e felicidade, agindo com prudência e  exercendo o consumo com moderação.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Desejos e Imposições!

Vivi uma situação diferenciada este final de semana, considerando a proximidade do Dia das Crianças.

Tenho um filho de nove anos, por incrível que pareça não consumista e que não se emociona nem se deixa levar pelas propagandas que passam na televisão.

Como agora está se soltando mais com a família paterna, ficou extremamente ansioso com atos de adultos que certamente agradariam outras crianças.

E lá se foi o Pedro Henrique com seu pai para o shopping, sendo dito que poderia comprar tudo que quisesse e com a insistência para que comprasse mais. Voltou para casa com um helicóptero de controle remoto e mencionando que deu duas voltas no shopping inteiro, sendo que realmente não queria mais nada, somente o helicóptero e seu pai ficou pedindo para ele escolher outras coisas.

Perguntei porque não comprou outra chuteira - ele adora futebol -, ao que respondeu que já tinha uma chuteira. E uma camiseta? Já tenho quatro e a conversa ficou por aí.

No dia seguinte, após passeio com a tia, chegou em casa comentando que não entendia porque ela queria dar tantos presentes, ele somente queria uma bicicletinha de dedo! Neste ponto, ganhou a bicicleta e a pista, e a tia arrematou as compras com uma coleção de livros. Bingo! Ele ficou lendo até a hora de domir. Gostei muito desta última parte.

Mas o que isto tem a ver  com o ano sem compras?

Tudo! Pela forma como se desenvolveu nosso relacionamento até hoje, a autoestima do menino é altíssima, não tem necessidade de consumir o que não deseja, tem muito amor e carinho durante todo o tempo, com represálias verbais na hora certa.

É um menino diferente desde sempre e tomo muito cuidado para não despertar nele o lugar comum do consumismo, aquilo que todos ou a maioria faz.

Ele falou, por exemplo, que não gosta de pedir presentes caros para as pessoas. E não pede mesmo! Compra com a mesada que vai economizando.

Outra vez falei para ele conversar com o pai para ver o jogo de vídeo-game e ele respondeu: - Hoje não, é Dia dos Pais, dia de ganhar presentes e não pedir presentes.

Estou aprendendo muito com este ser que me escolheu como mãe e embora por vezes eu ainda tenha alguns impulsos de consumo, ele está sempre do lado rindo e dizendo: - Lembra? Você não pode comprar!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Homenagem a Steve Jobs

Morreu hoje Steve Jobs!  

"A Apple perdeu seu gênio criativo e visionário, o mundo perdeu um ser humano maravilhoso. Aqueles que foram sortudos o suficiente para conhecer e trabalhar com Steve perderam um grande amigo e um mentor. Steve deixa uma companhia que apenas ele poderia ter construído e o seu espírito será a base da Apple para sempre"


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ressignificação !


Tenho consciência que vou me tornar repetitiva. Afinal serão 366 dias abordando os mesmos aspectos, com pequenas alterações à medida em que outras atitudes vão sendo tomadas.

Isto é necessário para que eu possa ressignificar toda uma vida de comportamentos padrões. Ora, repeti a mesma forma de viver por décadas e para alterá-la será necessário percorrer o mesmo caminho com outros comportamentos.

Segundo a Wikipédia, ressignificação é o método utilizado em neurolinguistica para fazer com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo, passando a perceber este mundo de maneira mais agradável, proveitosa e eficiente, mudando o filtro e, consequentemente, o significado do acontecimento, fazendo com que as respostas e comportamentos também se modifiquem de maneira que possamos aprender a pensar de outro modo sobre as coisas, enxergar novos pontos de vista ou levar outros fatores em consideração.

Estou prestando mais atenção aos meus condicionamentos e isto tem me levado a constatações hilárias.

Semana passada fui almoçar na casa de um amigo que reside em um condomínio de casas, a ordem recebida do porteiro foi de clareza solar: - Após passar o portão, siga a rua da direita com cones! Ocorre que minha mente não filtrou a informação, ficando apenas na idéia de que cones foram feitos para bloquear a passagem. Resultado? Fui pela rua da esquerda que não tinha cones, o que obrigou o segurança de moto e o próprio dono da casa com seu carro a saírem para me resgatar.

Situação simples com resultados indesejados! Imagine agora em quantos outros acontecimentos nos envolvemos de forma involuntária com efeitos desastrosos para nossa vida!

Iria continuar daqui, mas impediria sua reflexão sobre os fatos. Apenas pense no que está consumindo, de que forma e quais suas motivações.