Detesto aquele burburinho no shopping próximo às datas festivas, mas esse ano foi diferente e parecia até música. Passei pelos corredores somente para chegar ao salão e senti uma certa comiseração pelas pessoas que zanzavam procurando presentes, pacotes de presentes, roupas e sapatos novos, ingredientes para a ceia e tudo mais próprio dessa época.
É o primeiro ano que deixo de participar do sorteio de Natal do Catuaí. Pudera! Tinha que gastar R$ 400,00 para ter direito a um cupom e não gastei praticamente nada, somente consumindo lanches e valores para manicure e pedicure.
Todo ano me organizo, mas sempre sobrava alguma coisa para comprar de última hora. Em razão dos percalços que já relatei, não faltou nenhum presente e também não comprei roupas novas para as festas e praia, afinal é meu "ano sem compras".
Quanto às roupas, quero ver o que vai acontecer daqui a pouco quando for arrumar a mala!
Na mesma toada, livrei-me daquela neura da calcinha do final de ano! Sempre saíamos para comprar aquela que o ano pedia: amarela - para o dinheiro ou rosa - para o amor ou branca - para a paz... e aquela loucura! Desconheço quais são as previsões para essa passagem de ano e nem faço questão de saber!
Sabe aquelas épocas da vida, raras embora possíveis, em que você não precisa pedir nada e somente quer agradecer? Pois é, estou em uma dessas épocas e falo no plural porque espero que haja muitas e muitas e que 2012, 2013... 2025 sejam todos maravilhosos como foi 2011. Arrisco dizer que "se melhorar, estraga".
Consegui o ápice da harmonia em casa, até quando brigamos a briga começa e termina com um sorriso. Quase inacreditável!
Passei o ano todo com o trabalho em dia. Quando parei de trabalhar no dia 15 de dezembro não havia nada pendente e quando digo nada é nada mesmo.
Em relação às coisas materiais, com efetivo valor futuro, foi melhor do que a encomenda e àquelas necessárias que entraram na minha vida, com certeza foram escolhidas com muito carinho e ponderação, apesar da paixão, e não posso reclamar.
Relacionamentos, todos harmonizados, nenhuma pessoa que traga sentimentos ruins permanece à minha volta e não devo isso a ninguém, pois não são as pessoas que fazem alguma coisa, nós é que deixamos fazer, elas apenas são o que são.
Caridade na medida certa, sem inteferir na minha vida familiar, no meu lazer, nos meus demais relacionamentos e aceitando a ajuda oferecida, deixando de querer ter o controle de tudo.
Nesta busca toda quem ganhou foi minha autoestima, está parecendo aquela coisa de quando você coloca o computador carregar e depois de um certo tempo acende a luz verde. Ela consegue estar no máximo, pelo menos o máximo que consegui chegar até hoje. Incrivelmente nada me atinge, olho as situações de fora, encontrando sempre coerência e equilíbrio.
Pode até parecer bobagem para quem não está acompanhando ou não entende o "ano sem compras", mas isso está me levando a outros caminhos e mudanças que jamais imaginei. É aquela coisa do autocontrole total, pelo menos é o que sinto, embora não estivesse fazendo compras compulsivas, percebi que ao deixar de consumir bobagens poderia também dominar todas as outras áreas que deixavam a desejar, aquelas de onde vem uma adrenalina irritante.