Meu filho mais velho precisava de roupas, constatação feita quando percebi a gola da camisa usada para trabalhar toda puída, um horror! E, as mulheres sabem como os homens podem ser desligados quando se trata de roupa, é aquela coisa de abrir o guarda roupa pegar qualquer coisa - somente distinguindo o que é para sair e o que é para trabalhar.
Para sair, mês passado eu já tinha dado um jeito. Uma nova calça jeans, duas camisas xadrez e um sapatênis. Ora, filhos crescem e não mudam o modo de vestir nem quando já possuem uma profissão, sendo necessária uma orientação e até imposição de peças de estilo diferente.
Para trabalhar parecia que estava tudo bem. Camisas sociais, ternos, sapato preto. Até que percebi a gola antes mencionada.
Ontem providenciamos uma calça esporte fino, um cinto preto e duas camisas. Hoje, ele resolveu comprar, ou melhor, eu chamei para ir até uma loja muito boa que estava em liquidação. Resumindo, saiu de lá com um calça jeans, duas camisetas pólo e uma camisa.
Um parênteses: para mim homem de camisa de manga curta é o fim, camisas somente podem ter mangas longas, mesmo que estejam dobradas.
Voltando ao assunto, a última loja vendia roupas masculinas e femininas. Quando chegamos na parte da calça, o vendedor falou que não estava com desconto, mas levando três calças pagaria apenas duas.
Lá foi meu filho experimentar e não achava a segunda e terceira calça. Eu, sentada, esperando, divagando, até que perguntei para o rapaz:
- A terceira calça pode ser feminina?
- Claro.
Ponderei com meu filho:
- Eu não estaria comprando, já que a terceira calça não é paga.
Ao que ele respondeu:
- Experimente então!
Somente aí me percebi da trapaça. É claro que eu estaria comprando e, mais, estimulando a compra de uma segunda calça pelo meu filho sem qualquer necessidade, o que me fez desistir da trapaça.
O mais interessante aconteceu depois que decidimos levar somente uma calça, pois o vendedor informou que apenas uma estaria com desconto de 30% e no início da venda havia dito que não teria desconto algum.
Registro o fato para que possamos perceber as armadilhas do consumo.
Chegando em casa meu filho mencionou que ele estava quietinho e eu havia estimulado sair fazer compras e também estimulado sua compulsão. Olha, até pode ser verdade, mas o fato é que não ele não poderia mais continuar com aquelas roupas, nem trabalhar com roupas estragadas, já era hora de mudar e cuidar melhor de sua apresentação.
Apenas alertei que, depois de todas as compras feitas, tudo que for comprado a partir de agora já pode efetivamente ser considerado compulsão ou desnecessário.
Enfim, não trapaceei embora tentada a fazer isso!
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