sábado, 14 de dezembro de 2013

Medo ao contrário...

Ouço pessoas dizendo que não conferem extrato bancário e fatura do cartão de crédito porque se isso fizessem iriam entrar em depressão. Outras fazem determinadas "extravagâncias", como uma viagem, e ficam o tempo todo dizendo que na volta terão que fazer um consignado. Brincadeira ou verdade não importa, de qualquer forma as assertivas demonstram um certo medo do futuro e normalmente fundamentado exatamente na escassez dos recursos.

Nossos desejos são ilimitados e como são!

O marceneiro veio entregar o quarto da Izabel e na minha cabeça já estava pago porque o dinheiro estava reservado e lhe foi repassado. Nesse ponto das coisas já criei o desejo de um criado mudo de 70 cm de largura com portas e uma mesa para o outro lado da cama para "trabalhar" no quarto, mesa essa com 78 cm de largura. Orçamento? R$ 1.700,00 e eu disse que ia pensar. Pensei realmente e não tenho necessidade desses móveis considerando que ainda há espaço sobrando nos outros armários e ainda há mais espaço se eu continuar o destralhe. Desejo descartado.

Lembrei de pedir o orçamento da cozinha, cristaleira e armários para banheiro do outro apartamento que está lá fechado, valorizando é verdade, mas precisa começar a dar lucro. Fechei. Cancelei. Fechei novamente. Cancelei. E o marceneiro já na estrada porque tinha outro serviço em Londrina. Fechei os olhos e fiz o cheque para ele comprar o material, deixei a chave, o endereço e antes do início de 2014 ele colocará os móveis. Já tem dois roupeiros, uma mesa de estudos, uma cômoda e uma mesa com quatro cadeiras. Ficará faltando somente box nos dois banheiros, ou seja, estou quase no final.

A essas alturas vocês devem estar se perguntando onde entra o medo. Pois é. Minha conta é monitorada, pode ser que eu passe alguns dias sem olhar e até já passei dois meses sem fazer as planilhas, mas tudo é monitorado, cada gasto é registrado mentalmente, cada compra é ponderada e sei que posso terminar o apartamento, sei que posso fazer a cozinha, sei que posso colocar o box que cada banheiro precisa e mesmo assim tenho medo de me passar, medo de deixar de economizar.

Somado a tudo isso tem o final de ano e nem preciso entrar em detalhes sobre os gastos que surgem porque em todas as famílias acontece a mesma coisa. Certo que a cada ano tenho menos gastos com Natal e Ano Novo, mesmo assim foge um pouco do padrão.

Então funciona assim: sei que estou equilibrada, que não vou entrar no vermelho nem querendo a não ser que faça alguma loucura e tenho certeza que não vou fazer e ainda assim sinto medo!

Talvez algum resquício do passado consumista me assombre!!!

9 comentários:

  1. Não conferir extrato de conta bancária e cartão de crédito é um perigo. Não são raros os casos de pessoas com débitos indevidos, compras não realizadas... Eu já tive duas compras num cartão que só fui me ligar que não tinha feito pois em uma o local era impossível eu ir e dai a outra eu fiquei achando que fazia um tempão que não comprava e tentava lembrar o que era. Entrei no site esse e vi que minha última compra de fato tinha sido até um ano antes. Ai todo stress pra conseguir estorno. E conheço vários assim, inclusive que entrava valores em dólares, e cada um de 250 dólares. A pessoa conseguiu estorno, mas se não visse..., a sorte era um sistema que avisou no celular.

    Acho que o que causa um pouco de receio é confirmar que está gastando mais do que recebe, pois é um hábito que a gente adquire naturalmente e pra tirar não é com conversa, é com muita vontade de mudar.

    Eu já propus a uma colega quando estava reclamando de fazer uma tabela com os créditos e os débitos, se negou veementemente. O problema era que ela não me deixava trabalhar, volta e meia tocava no assunto me chamando e eu não conseguia me concentrar no que devia fazer. Tanto que uma vez eu fiquei tão braba que ela quebrou um cartão, tempos depois, ela já em outro serviço, dessa vez, público e ganhando o dobro, fomos almoçar e perguntei como estava aquela questão, ela já foi rindo dizendo que eu não ia acreditar, que fez um novo mas sem uma bandeira dessas comuns que era pra centrar só compras na loja.

    Ela é uma boa pessoa, uma das melhores que eu já conheci, um excelente caráter. Em gostos praticamente opostos, gênios também, mas era extremamente agradável quando não estava atrapalhando com essas questões, pois uma coisa é falar num intervalo, no almoço, outra é no trabalho tendo chefe ali no teu pescoço (e no dela também) pra terminar duma vez. Eu não sei se ela muda nessa questão de gastar, talvez uns anos mais... rs, mas desejaria pois é uma pessoa que merece.

    A questão é controlar o que gasta e no meu entender os pequenos gastos, pois os grandes passam os anos e lembramos tranquilamente. Os pequenos no mesmo dia é capaz de esquecermos.

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    1. Essa coisa de não conferir é séria mesmo!!! Já tive duas situações com a mesma pessoa: a primeira o banco passou a cobrar tarifas e como recebemos salário por lá não pagamos tarifas, eu verifiquei, perguntei para a pessoa e só aí ela foi pedir para estornar, se eu não tivesse falado, nem teria visto; a segunda foi pegarem uma porção de contas minhas e debitarem na conta dela, não era pouca coisa não, avisei e comecei a rir, ela nem tinha visto, pedi para o banco fazer o estorno... é complicado, fico com dó, mas não tenho o poder de mudar essa pessoa que nem da minha família não é e assim não convive comigo de modo a aprender pelo exemplo.
      Quando não anoto meus pequenos gastos, o que acontece de vez em quando, certamente esqueço no que foi aquele dinheiro, por isso mantenho tudo controlado... embora às vezes me perca um pouquinho, mas só um pouquinho ... rs

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  2. O aviso de compras no cartão pelo celular é ótimo mesmo. Estava nervosa achando que tinha sido debitado um valor duas vezes mas consegui descobri que o primeiro valor tinha sido estornado. Eu estava longe e se eu não descobrisse isso ia ficar pensando mal do hotel e ia estragar minhas férias. O melhor mesmo é a gente conseguir controlar os gastos e sempre ter economias. Quando é realmente necessário gastar a gente não precisa ficar correndo atrás de empréstimos e financiamentos. É o meu caso esse mês, pois vou colocar um gerador na minha casa para evitar o péssimo atendimento da concessionária que demora mais de um dia para consertar a luz quando cai um fio ou poste e a gente perde tudo no freezer, fica sem fazer as atividades normais, só transtorno. Vou gastar feliz esse dinheiro e me livrar de um problemão que ocorre toda época de chuva.

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    1. Não tenho esse aviso, mas acho que vou ter que passar a ter essa facilidade.
      Eu adoro fazer as coisas e saber que vou continuar com uma reserva, a sensação é melhor do que ter correr atrás e ver como iria pagar...

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  3. Olá...também acho que é por aí mesmo, ponderar os gatsos, controlar a conta corrente, o cartão, etc. Aqui em casa, tudo na ponta do lápis, todos os dias a planilha preenchida, os recibos das compras, as notas fiscais do supermercado, etc, os canhotos de cheques, enfim tudo é guardado e depois, em um ou dois dias , adicionado e subtraído na planilha e dá certo, faz anos que tem dado certo. Feliz Natal a vc e sua família, tudo de bom. Lourdinha.

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    1. Feliz Natal, Lourdinha!!! Vamos trocando experiências e esperando que nossa convivência com o consumo seja melhor!

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  4. Não estou conseguindo comentar no post Saudade (daqui do celular), mas já pensou dessa forma aqui?:
    http://palestraemroda.com.br/home/saudade-ou-necessidade-nao-identificada/
    Muito interessante mesmo!
    Abraço!
    Bia.

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    1. Gostei do post!!! Obrigada! Abraços

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    2. E sabe, algumas situações pode estar ocorrendo a falta de alguma coisa, mas na maioria do tempo sinto saudades do tempo passado junto, da atenção que eu dava e recebia, da pessoa mesmo! Nada nem ninguém pode substituir o tempo que passei com eles!!! Bjs

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