segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Plano de saúde...

A Samara em um comentário semana passada pediu que eu falasse sobre plano de saúde... vou tentar...

Ela diz o seguinte:

"Gostaria que tu falasses de plano de saúde. Não gosto, não tenho e não acredito neles...rs. Acho que é de muito mais valia a pessoa guardar o valor das mensalidade numa poupança e usar quando e se necessário. Recentemente uma amiga precisou de uma cirurgia, e mesmo pagando quase R$ 1.200,00 por mês, a mesma não foi aprovada. Precisou entrar na justiça com advogado...Em tempo, todo o custo da cirurgia/internação/medicação ficou em 10.000,00. Ela pagava o plano há quase 9 anos. E quase nunca usava. Apenas uma ou duas consultas de rotina ao ano, mais mamografia, ultrasonografia e exames básicos (sangue, urina). Achei uma exploração sem tamanho. Sem contar a grande variedade de médicos e laboratórios se desvinculando dos planos...
Beijos!!!
Samara"

Meu primeiro pensamento foi: quem teria disciplina para guardar o dinheiro do plano de saúde mensalmente em um local "imexível" e resistiria à todas as tentações - inclusive compra da casa própria ou de um automóvel - ao ver o montante acumulado?

Sei lá! Parece-me que não seria possível! Acredito que se eu tivesse o valor do plano de saúde em uma poupança, por exemplo, e surgisse um bom negócio de um apartamento, eu não pensaria duas vezes em retirar... rs... Acredito que a maioria das pessoas agiria assim!

Somado a isso, podem acontecer imprevistos e esse seria um dinheiro supostamente "disponível", afinal temos uma certa dificuldade em pensar na doença, na morte e nas falhas da nossa máquina humana durante a existência.

Durante minha infância e adolescência minha mãe ficava muito doente, muito mesmo. Lembro de uma vez em que deitaram o banco dianteiro de uma brasília e colocaram minha mãe nesse lugar - não havia ambulância - para levar para Porto Alegre, havendo "cochichos" de que ela não voltaria viva e quase não voltou. Nessa época ela utilizava o IPE, plano de saúde dos servidores públicos estaduais, era professora. Fico pensando se não houvesse esse plano e com o tanto de incidentes que havia, teríamos passado fome se dependêssemos do salário dela e do meu pai para custear as despesas de saúde.

Plano de saúde é como seguro de vida: fazemos pensando em nunca usar, mas podem ser muito necessários em determinado momento. A cirurgia da amiga de Samara custou R$ 10.000,00 e ela pagava plano de saúde há dez anos, aqui cabe imaginar se não fosse somente a cirurgia e se fosse necessária uma continuidade do tratamento com sessões caríssimas.

Sabe de uma coisa? A gente não sabe até que ponto a máquina pode apresentar problemas... não sabemos a gravidade do que poderá nos acometer um dia...

Quando eu advogava não tinha plano de saúde... uma temeridade, penso hoje! Logo que passei no concurso me foi oferecido um plano em convênio com os juízes estaduais. Pois bem, hoje em dia apenas 62 juízes do trabalho do Paraná tem esse plano porque o convênio foi desfeito e eu sou um deles. O plano tem uma série de benefícios: atendimento pela Unimed, médicos não conveniados tem reembolso de parte da consulta, exames, convênios com diversos ótimos hospitais.

Anos atrás utilizei muito o tal plano de saúde. Família toda fazendo terapia, um grave problema de saúde que tive (está certo que depois não se mostrou tão grave... rs... mas recebi um diagnóstico de câncer na coluna, com visão do câncer na ressonância feita em razão da dor e dias depois descoberto em hospital público que eu tinha apendicite, para o primeiro diagnóstico em hospital particular - Moinhos de Vento - gastei R$ 14.000,00 há quatorze anos e esse valor foi devidamente reembolsado pelo meu plano), tive dois filhos com todas as consultas pré e pós parto, enfim... teria gastado muito com saúde não fosse o plano.

Hoje em dia meu uso do plano de saúde é esporádico, muito esporádico mesmo e principalmente para exames periódicos, entretanto jamais pensaria em cancelá-lo porque não sei o dia de amanhã.

E vocês, tem plano de saúde ou nunca teriam? Já passaram por alguma situação em que se mostrou vantajoso tal plano? E as desvantagens?

8 comentários:

  1. Aprendi há muitos anos com meu pai: vale muito a pena gastar com convênio pq nunca sabemos o dia de amanhã. Ele sofreu infarte há anos atrás e o convênio cobriu uma semana de internação num hospital caríssimo que nós jamais conseguiriamos pagar na época, visto que eu ainda era estagiária e meu irmão ainda estudava. Desde que iniciei a vida profissional assumi um plano pra mim e nunca imaginei que fosse precisar usar algo mais sério até que esse ano recebi o diagnóstico de uma cirurgia da qual não tive escapatória. Custo da cirurgia aproximado? Em torno de 15 a 20 mil, cirurgia simples, 1 dia de internação e eu, pega de surpresa, não teria como pagar isso de uma vez só se não fosse o convênio. Operação feita, tudo pago por eles e sim, nunca sabemos o dia de amanhã! Eu não me vejo sem plano...depender de saúde pública é o que há de pior, meses de espera, muito sofrimento e demora.

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  2. Eu tive plano de saúde boa parte da minha vida pelo emprego do meu pai. Quando me foi oferecido dar continuidade a ele depois que passei da idade limite, não pensei duas vezes. (Até porque fui pega de surpresa, nem deu tempo de pensar mesmo.) Isso tem uns 5 anos e não me arrependo, ainda mais que, como o colega anônimo aqui de cima, também passei por uma cirurgia esse ano. Não sei em quanto ficaria, mas te garanto que não teria o dinheiro pra isso. Isso sem falar nas consultas, exames e o acompanhamento pós operatório. Eu trabalho na Saúde (mas sou da parte administrativa) e vejo diariamente a luta da população pra conseguir procedimentos mais específicos pelo SUS. Tá caro, tá difícil mexer com plano de saúde? Tá, mas ainda assim, pra mim, tá sendo mais vantajoso. Eu já cheguei a cogitar parar de pagar, mas ainda bem que bom senso reina por aqui. E eu penso também no seguinte: tá tudo ficando mais caro hoje em dia; a tendência é que novos planos sempre custem mais, então, se eu chegar na velhice, creio que conseguirei continuar pagando o meu até lá.

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  3. Eu pago contrariada, mas não consigo abandonar por pânico, toc, sei lá, só de pensar em parar de pagar acho que tudo vai dar errado. Na verdade é um certo conforto, poder ir ao médico quando quiser, fazer todos os exames pedidos e até pedir algum específico e saber que não vou ter que pensar em como pagar. Só não deixei o desconto em folha pois não deram nenhum desconto para essa garantia que é boa para eles, mas deixei o débito automático pelo menos.

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  4. Eu tenho plano de saúde coletivo pela empresa pública que trabalho, mas nunca parei pra pensar e valorizá-lo, pago apenas 50,00 por mês e cobre tudo. Não sei se fosse do meu bolso teria condições de pagar um plano individual, mas acho que é que nem seguro de carro, ninguem nunca pensa em usar mas precisa.

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  5. Meu marido e eu fazemos como a Samara, simplesmente não temos plano de saúde: vamos guardando o dinheiro e já temos uma quantia bem considerável. Pagamos por todas as consultas e exames nós mesmos. Somos relativamente jovens (40 anos) e saudáveis, tirando um problema aqui ou ali nunca tivemos que fazer intervenções ou cirurgias... mas temos um excelente montante de lado e estou bem tranquila mesmo. Não me vejo como uma pessoa louca nem imprudente, estou perfeitamente feliz com meu poder de escolha. Já cansei de ver parentes se estressarem com seguros, bem nos momentos de maior estresse (diagnóstico de câncer por ex), se acontecer comigo quero simplesmente lidar com tudo indo no médico da minha escolha (e não da escolha do convênio), sem o estresse a mais de ter que ficar discutindo na justiça.

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  6. Hj não possuo plano de saúde, até porque onde moro o único plano que a maioria dos médicos atende é Unimed e ela vai de mal a pior. Não existe vaga para marcar nenhuma especialidade nos proximos meses. Faço parte de uma Obra Social que possui varios medicos atendendo de forma gratuita, médicos responsáveis e competentes. Dão de mil em qualquer consulta de um plano impessoal, pq lá eles conhecem cada pessoa. E os exames tenho feito pelo SUS. Em um caso mais grave como cancer o tratamento seria mesmo pelo INCA. A não ser que eu pudesse ir para o Sirio e Libanes para aí sim ter um tratamento de primeiro mundo, o que nenhum plano cobre.

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  7. Vale muito a pena pagar o plano mesmo com todos os problemas que podem acontecer (minha família mesmo já teve maus bocados com a UNIMED).

    Achei essa tabela no google: http://www.fiosaude.org.br/files/Tabela%20Hospitalar_FioSaude_DF.pdf e vendo que se algo acontecer e precisar de um longo tempo de internação (como aconteceu aqui, que foram 2 anos e quase 3 meses) não teria como nossa família arcar com todos os custos. Inclusive, durante esse período, presenciamos um paciente particular pagar mais de 3 mil reais por dia de internação na UTI (no caso, contando da diária do leito, visita do médico até o chumaço de algodão utilizado).

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  8. Uma semana de internação em SP chega a custar mais de R$ 100 mil em bons hospitais, fora possíveis complicações, exames e td mais....quem tem isso guardado pra esse tipo de ocasião?? Muito difícil ter essa quantia pra dispor assim de uma hora pra outra...e se eu tivesse investiria em imóveis. Dificil demais de agir como a "hoje vou de anonima"......planos de saude dão dor de cabeça e não são perfeitos? Concordo!! Mas ruim com eles, muito pior sem eles. Eu jamais ficaria sem! Até pq já precisei usa-lo em emergências.

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