A Gabriela deixou um comentário no post de ontem sobre a discrepância de preços nos remédios.
Similares, genéricos, originais... temos de todos os tipos, tamanhos e alguns com sabor. Remédios, remédios, remédios... que nunca curam!!!
Na minha infância se tínhamos tosse já havia um enorme vidro de "fimatosan" em casa. Para queimaduras pó de café ou creme dental (chamava pasta de dente). Bateu a cabeça e fez um galo? Lá vinha minha bisavó com uma faca para apertar o "ovo" que formava e ainda dizia que ia nascer um pintinho...
Para dor de barriga minha bisavó "afumentava" a barriga com óleo de cozinha e fazia uma oração silenciosa... para arrematar brincava "te benzo! te curo! do rabo do burro!".
Criança agitada? Água de melissa com um pouquinho de açúcar.
Mal estar de alguma coisa que comeu? Chá de macela colhida no dia dos mortos. Para outros machucados e dores havia o álcool que minha bisavó preparava com uma bolinha cheia de espinhos (não lembro o nome) e mais algumas ervas. Álcool milagroso para machucados roxos e dores musculares.
Gripe? Ora, bolas! Bastava uma mistura de cachaça, mel e limão, fazia uma pasta e dava na colherzinha. Cachaça? Pois é... um pouquinho e ninguém por aqui virou alcóolatra... rs...
A coisa ia mais longe... ao invés de suco na hora do almoço... vinho feito artesanalmente com água e açúcar... Ficava doente? Era dia de festa e lá chegava minha mãe com guaraná e maçã...
E assim vivíamos sem nunca termos ido parar no hospital e raramente uma visita ao médico. Ao que me recordo só fui parar no médico para "costurar" a perna quando machuquei em um pedaço de madeira com prego indo para o cinema e ainda assim nem sei se foi médico ou enfermeira ou uma atendente qualquer que arrumou o estrago. A segunda vez foi porque invocaram com minha coluna e nesse caso ganhei duas cirurgias aos quinze anos com sequelas até hoje...
No mais... sem médicos... sem internações... tratamentos caseiros que representavam mais carinho e atenção do que propriamente uma fórmula médica... carinho cura e ter bisavó era uma coisa ótima na época... também minha mãe com seu guaraná e maçã, preocupada e ao lado da cama é uma boa lembrança...
Hoje em dia a coisa virou de tal forma que o Pedro, por exemplo, passou quatro anos e meio no hospital a partir do primeiro aninho e era tanto antibiótico, anti-inflamatório, antitérmico que quando procurei o homeopata que o curou fui informada de que ele poderia morrer de infecção generalizada porque nada mais fazia efeito. Uma semana de hospital e saía com quarenta graus de febres, mais de quinze médicos consultados, quase R$ 1.000,00 mensais de farmácia há dez anos, alguns sugeriram cirurgia da tal da garganta... e sofrimento passa, entretanto, é um sofrimento moderno que não existia há quarenta anos quando a indústria farmacêutica ainda não mandava no ser humano (e até nos cachorros!!!).
Nessa peregrinação em tantos médicos sempre encontrava crianças com nariz escorrendo, aquela meleca amarela, que eram curadas em casa com as poções médicas mais mirabolantes agora precisavam de caminhões do mesmo remédio para todas, não importando o "grau" da doença... e por vezes sequer importava "qual" a doença...
Sei lá... consumíamos menos "enlatados", menos refrigerantes - nesse caso somente quando doente, final de semana (um litro de coca-cola para a família toda) e em aniversários -, menos industrializados de todos os tipos. Molho de tomate? Tomate de verdade batido no liquidificador pela minha mãe. Massa de pizza? Comprada na padaria e feita no dia, não havia daquelas que ficam trinta dias dentro do prazo de validade. Leite? O leiteiro entregava em litros de vidro todo dia pela manhã usando uma carroça puxada por cavalos...
É acho que fiquei com saudades e queria voltar para lá... mas a tal da modernidade me mantém presa nesse mundo high tech... minha bisavó, juntamente com minhas avós e meus avôs, já não estão mais nessa dimensão... minha mãe foi bastante judiada pela vida... e a vida segue com tons diferentes, talvez com mais tons de cinza!!!
Tá complicado o negócio!. Mesmo querendo as coisas mais naturais fica cada vez mais difícil conseguir. Molho de tomate, ok, faço em casa, mas os tomates devem ter agrotóxico. Não como carne de boi, mas fiquei sabendo do mercado x está vendendo tilápia pintada com corante rosa para fingir que é salmão (um juiz sofreu esse golpe e foi no supermercado reclamar). O leite tem formol e outros aditivos. Acho que não tem nada para comer mais nesse mundo. Já pensei em ter uma horta, mas teria que arrumar as sementes que não fossem contaminadas com agrotóxicos ou transgênicas. Esse negócio de colocar a faca gelada em cima do "ovo" eu lembro bem, minha avó que era do RS fazia isso conosco. Outras soluções caseiras não lembro de terem dado certo comigo. Vamos tentando.
ResponderExcluirMas está explicado porque antes as pessoas ficavam menos doentes... um machucado e vir com uma bolinha com álcool e ESPINHOS?? kkkk, fosse eu ia dizer: Estou ótima, não precisa!!! Melhor um machucado do que um machucado ardendo e sendo espetado rs. E olha que na minha época o pânico era o mertiolate vermelho. Era um pensar duas vezes, ardia tanto que se falássemos de algum machucado vinha a mãe com aquele pote e a gente fugindo, porque era preferível a dor natural que a provocada , mas não adiantava fugir, chorar, dizer que não, tapar, que lá ia ela com aquela coisa vermelha. Hoje ele acho que mudou a fórmula, sei lá, está que nem se sente nada, certamente crianças de hoje nem sabem do pavor que já foi. Quer dizer, acho que tinha coisa pior, essa do álcool com os espetinhos da bolinha..rs
ResponderExcluirDo calo na cabeça nunca tive apertado com uma faca, mas creio que uma colher fosse mais simpático. Mas já tive uma porta de roupeiro derrubada na minha cabeça quando eu era bem pequena e nem por isso minha mãe levou correndo no médico para fazer raio x e etc, como hoje é de praxe, só minha prima ficou culpada mas ela também era criança e ao que conta já tinha me derrubado quando bebê.
O leite do leiteiro quando começaram a proibir era eu e meu irmão chorando e não tomando o outro que a mãe comprava de jeito nenhum, e quando ela tentava enganar que era do leiteiro e íamos tomar, no primeiro gole já dava pra ver a sacanagem e ficava o resto, mas no fim tivemos que acostumar e dai depois todas essas histórias de substâncias que não deveriam estar ali, enfim, complicado. Eu perdi o gosto pelo leite, não faço questão. Se tem tem, se não tem, não saio correndo pra comprar.
Agora pasta de dente se usa ainda né , não é uma coisa antiga...rs, eu já perguntei onde ficava pasta de dente numa farmácia em curitiba e parece que a vendedora me entendeu bem rs
Mas sobre os remédios as pessoas precisam pesquisar bem. Um, o mesmo, mesma quantidade, nome, tudo igual. Em uma farmácia foi comprado por 38,00 e em outra farmácia quando aquele acabou, foi comprado por 9,00. Esses 29,00 reais de diferença daria mais 3 do tal remédio né. E curioso ainda que a primeira farmácia era em local mais popular, daqueles que a gente vai achando que o preço de lá é o mesmo ou menor que outros locais e na de 9,00 ficava em área até nobre.
E sem dúvida que o melhor é menos remédio, só o necessário, como tempo no hospital, eu não gosto. E engraçado que antes quando ficávamos doente quem medicava era um senhorzinho lá. Ele não era médico e eu sabia. Tinha uma rede de farmácias na cidade, e muito tempo depois não sei o que estava falando com a mãe que disse que ele era farmacêutico e ela: "quem disse que ele é farmacêutico ? Ele tem as farmácias, entende muito, mas não tem diploma". E eu: "Mas como tu deixava ele nos cuidar então ?", e ela: "ué, sempre adiantou". E ele dava esses medicamentos mais caseiros também ou os vendidos. E a tal água de melissa se bobear até hoje minha mãe quer me dar, dizendo que sou muito nervosinha rs e hospital também quase nunca frequentamos, era muito raro.
A tal "pasta de dente" (eu só falo e escrevo na lista de compras assim) serve para uma outra coisa que aprendi com uma colega de trabalho cuja mãe é dona de loja de bijuteria: quer limpar sua jóia/bijuteria de prata, tirar o preto? é só passar um pano ou algodão com pasta de dente que fica novinha e brilhante. Agora faço isso direto. A questão dos medicamentos eu acho que é caso de "gueltas", só pode. Fico imaginando um idoso sem enxergar direito comprando o genérico bem mais caro. Ainda estou pensando o que eu vou fazer contra essa farmácia, isso já me aconteceu diversas vezes no mesmo lugar, sempre tentando me dar golpinho.
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