sexta-feira, 14 de março de 2014

Educação financeira e desconhecimento...

Nada nos foi ensinado sobre administração de finanças ou pelo menos a maioria das pessoas da minha geração nunca ouviu falar disso. Alguns presenciaram uma prosperidade financeira dos pais, na minha época era assim. Muitos e muitos cresciam na profissão. Outros levavam uma vida sofrida. Os dois não falavam como administrar o dinheiro, quase ninguém sabia e quem tinha o conhecimento não levava essa discussão em forma de experiência para os filhos.

Minha mãe atendia quase todas as necessidades básicas - educação, roupa e até comida, mesmo que a custa de muitos empréstimos e até envolvendo agiotas. Nunca teve limites. Meu pai cuidava da parte do status e toda a sociedade pensava que éramos ricos, prósperos e com uma vida maravilhosa. No meio de tudo isso estávamos nós, os filhos, sem muita noção do porque de uma mãe nervosa e cheia de dívidas se podíamos desfilar nos domingos com o carro do ano do pai. Enfim, isso é só uma "palhinha" para ver como podemos ser confundidos quando o assunto é dinheiro e a família não participa e não conversa.

O desconhecimento atinge um grande número de pessoas, mas com todo o acesso que temos atualmente ao saber, certamente não é desculpa para que não busquemos informações e outros modos de relacionamento com o dinheiro e o consumo.

E vamos ao óbvio ululante: se a pessoa ganha R$ 1.000,00 por mês e gasta R$ 1.100,00 em razão daquela promoção ou do sapato novo que deveria ter ido para a sapataria (mais barato) ao invés de ser substituído por outro (mais caro) em apenas dez meses terá comprometido o décimo terceiro (se for empregado) e mais três meses para que seja "queimado" o terço constitucional de férias. E o que foi economizado? Absolutamente nada!

A pessoa ainda esquece que existem meses em que os gastos são maiores: IPVA, IPTU, material e uniforme escolar, matrícula, etc. Qual a provisão que ela tem para esses gastos? Nenhuma!

Vamos torcendo para que não haja nenhuma "readequação" nos quadros da empresa onde essa pessoa trabalha e se houver? Por quanto tempo sobrevive? Talvez pelo período do seguro-desemprego.

É preciso aprender a viver com muito menos do que se ganha e para que isso aconteça, insisto novamente, é preciso anotar os gastos, conferir a conta corrente e a fatura do cartão, cortar os supérfluos até que tenha uma boa reserva financeira e depois até comprar esse supérfluo se era realmente um sonho, mas jamais comprar parcelado para satisfazer um desejo que com o tempo pode se mostrar totalmente sem sentido.

Manter-se dentro de um orçamento limitado, ensinar os filhos a controlar os próprios desejos de consumo, passar para os filhos porque estamos economizando, qual o objetivo e o que ganharemos com isso.

Enfim, aprender e repassar para que tenhamos gerações de consumidores diferentes e conscientes!!!


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4 comentários:

  1. Pois é... além de não ter era meio que proibido falar nisso não era? Na minha casa esses assuntos nem podíamos chegar perto e só morando sozinhos é que começamos a ter noção das coisas, aprender daqui e dali e depois nossos pais foram seguindo algumas economias e tal.

    Mas a busca é da pessoa né, eu fiz não sei se 2011 ou 12, mas era por janeiro (ou fevereiro rs) que fiz um curso na puc. Curso de 1 dia, 2 era para os que queriam aprender a investir. Devia ter feito, mas enfim, fiz o de 1 dia.

    Eu fiz a inscrição e no dia estava entre vou ou não vou com medo de encontrar algum conhecido ou que achassem que eu era uma endividada...rs, mas dai pesou o fato de não ter nada pra fazer e já ter pago, sim, grátis nem injeção na testa....

    Foi uma das coisas mais divertidas que assisti e as noções foram de grande aprendizado, o cara era professor de economia lá mesmo na puc.

    Um tempo depois teve uma coisa semelhante mas gratuita no fórum central de poa. Eu passei para uma secretária do escritório lá que reclamava que o dinheiro não dava pra nada e tal, mas ela ria sem parar e disse não ter problema sério, era que ganhava pouco mesmo.Outra viu a conversa e chorava de rir, levaram no deboche, quando souberam que eu fiz e pagando então não podiam me olhar que começavam a rir.

    E é mais ou menos assim, tu tem que rir disso, comprar, reclamar falta de dinheiro. Se está contra esse sistema ou riem, ou te tiram pra chata ou para enjoada. Dai se tu viaja pra fora então, vira notícia, é esnobe, tá ganhando mais que a pessoa... E às vezes é mais barato mas né... mas contra o sistema.

    Então até hoje isso é meio que mal visto. Claro que tem escolas que estão ensinando um pouco disso para crianças, alguns pais também, algumas isoladamente parecem que serão exemplos. A tendência é que diminua a falta de informação sobre educação financeira, mas só o futuro dirá, melhor que as nossas pode ser que tenham, se bem que conflita com o que ocorre hodiernamente em termos de troca de coisas né, computador, celular, tv, etc. Nem que tu não queira, fazem umas coisas que duram tão pouco que tu te obriga a trocar às vezes e antigamente durava décadas a fio.

    E como tem gente que vai fazer empréstimo. Claro que umas são necessárias e ele deve ser tratado como prioridade, mas tem que estudar um pouco pra não cair em pegadinhas e hoje o que tem de coisa na internet e youtube...

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    1. essa coisa de ser mal visto por controlar o dinheiro eu sinto na pele toda vez que há reunião com outras mulheres... eu simplesmente ignoro e continuo vivendo como me propus não obstante as risadinhas...

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  2. Ziula, olha que notícia legal:
    http://radiomundial.com.br/assuntosabordados/?id=20553

    Abraço!
    Bia.

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    1. Bia, a Izabel teve aula de "empreendedorismo" na escola, mas achei que não foi nada que pudesse levar para a vida ... enfim... já é um primeiro passo... abraço

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