E aí tem minha menina! E cada filho é diferente!
Com nove anos ela decidiu morar com o pai. Ziula, como é que uma criança de nove anos decide alguma coisa? Pois é! A coisa foi tão rápida que quando percebi ela já tinha ido. Meu filho mais velho fez isso na mesma idade e em seguida voltou! Achei que seria a mesma coisa. Ledo engano! Voltou com dezessete anos.
De qualquer forma a experiência foi muito importante para ela, embora muito dolorosa para mim.
Nesse tempo, além de valores normais para escola, alimentação e obrigações que são recíprocas mesmo para pais separados, eu fazia questão que ela viesse uma vez por mês ou no máximo a cada dois meses. Eu em Cornélio e ela em Florianópolis. Imaginem a despesa! Não importava, importava o convívio mesmo que em finais de semana e nas férias.
Então, como cada filho é diferente, terminou por não começar a trabalhar na mesma idade, morou seis meses no Canadá no sistema de intercâmbio, residindo na casa de uma família lá, aprendendo a cuidar das próprias roupas, limpando banheiro (coisa inimaginável até então!), administrando suas finanças, tendo seus percalços e suas experiências! O mais velho nunca demonstrou interesse por intercâmbio.
Sem parâmetros quando começou a brincar com maquiagem aos dez ou onze anos. Conversa com o pai e dois cursos rápidos de maquiagem. Hoje ficou encantada com a técnica que ela desenvolveu, simplesmente fantástica, pois além dos cursos ela se dedicava assistindo tutoriais na internet e certamente tem dom para coisa!
Voltou para terminar o segundo grau porque já havia passado no vestibular em Londrina. Aqui entra mais uma questão de custo: passou em universidade particular. Precisava de transporte e por aí vai.
Tempo para adaptação. Ficava muito tempo no quarto. Hoje em dia já chega a ficar na sala assistindo algum filme ou conversando.
Começou a faculdade e exigi que fizesse estágio. É preciso ter uma noção de onde os conhecimentos da faculdade levarão. É preciso saber se efetivamente é aquilo que quer. É preciso ocupar o tempo e a cabeça com trabalho, convívio, disciplina, respeito à autoridade, receber ordens e contestá-las mentalmente e obedecê-las mesmo a contragosto.
- Tenha calma, minha filha! Esse estágio está pagando seu carro!
- Como assim? R$ 200,00 mensais e mais vale-transporte para trabalhar a tarde toda?
- Exatamente! Somente vendo seu esforço e dedicação é que tenho vontade de economizar e te fazer economizar para realizar seu sonho e facilitar seu transporte, com isso você gastará menos tempo em transporte coletivo.
Sonho realizado e coisas engraçadas no caminho.
Leva a marmita já às 07h00 quando saí para a faculdade para almoçar no estágio ao meio-dia. Primeiro eu fazia e depois minha vizinha passou a fazer. Colegas olhavam esquisito. Porque essa menina, na condição financeira que tem, come marmita? Olha, ela lava o próprio prato! E coisas sem sentido desse tipo, mas é assim que funciona e é dessa forma que as pessoas passam a dar valor e entender como funciona a vida.
Mordomias? Desejos? Compras? Tudo muito controlado! Afinal, acaso os filhos não aprendam na infância e na adolescência, aprenderão na vida adulta e posso dizer com toda a certeza do mundo que na vida adulta será muito mais doloroso e difícil de compreender.
Passar valores morais e éticos. Ensinar pelo exemplo. Apoiar nas crises próprias da idade. Terminar por administrar o próprio crescimento e incursões na vida adulta. Isso tudo tem um custo muito alto para um pai, para uma mãe, enfim, para o responsável por um ser em desenvolvimento!
E o custo de ter um filho é esse - amor e dedicação para o resto de nossas vidas! Tentativa de manter o equilíbrio para demonstrar como ele funciona para os nossos filhos. Dar o melhor para mostrar que é possível. Levar uma vida dedicada ao próximo mais próximo.
Muita responsabilidade, investimento dificílimo e com um retorno maravilhoso!!!
Quando Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel, perguntaram-lhe:
- " O que podemos fazer a fim de promover a paz mundial? "
Ela respondeu:
- "Voltem para seus lares e amem suas famílias."
Amem suas famílias, cuidem de seus filhos, tenha um cuidado com você igual àquele que tem com seus filhos e a vida seguirá mais mansa.
Um maravilhoso domingo para todos nós!
Bah, faz tempo que não ouvia falar em "segundo grau".... que coisa mais antiga Ziula!!! kkkkk, depois fala de mim pelo meu polígrafo...rs
ResponderExcluirUm tempo atrás, uma colega da pós estava contando horrorizada sobre o preço da escola da filha e digamos que custasse 3 vezes mais que a nossa pós. Eu tinha dito pra ela que na minha época estudei tanto em escola marista quanto em estadual e que tirando as coisinhas legais da marista como jogos entre escolas maristas, essas coisas mais sociais, embora eu fosse antissocial, a qualidade do ensino e dos colegas era quase a mesma coisa, dai ela saiu dizendo que isso porque era no RS, que aqui não era assim e ela não imaginaria tirar a filha dela da escola para uma pública e seguia lamentando o valor e que a guria estava tendo notas baixas, que tinha brigado pois no tempo dela não tinha essas mordomias, etc.
Eu e meu irmão éramos superprotegidos pelos nossos pais, tanto que quando fomos fazer faculdade na capital tinha gente dizendo que não imaginava nos ver longe da saia da mãe, essas coisas. Eu acho que tinha estampado na testa pois uma vez estava em uma rua preferencial, um carro se atravessou, o meu ficou atravessado em 90 graus e um cara de bicicleta foi até lá, olhou pra minha cara e disse: "papai compra outro", mas nossos pais, o que realmente importava, sabiam que fazer faculdade na capital seria melhor pra nós, fizeram tudo que puderam pra nos manter, eu ainda fazendo particular, meu irmão mais certinho que eu se preocupando com custos e fazendo ufrgs, e meus pais felizes , nunca nos passaram custos, mas valores sempre.
Só que hoje, eu faria um pouco diferente. Nesse período que moramos sozinhos aprendemos que o dinheiro acaba e como fazer coisas pra fazer ele esticar, comprando de repente uma marca não tão boa em algo, a mãe depois desse meu "estágio", odeia ir no supermercado comigo, com meu irmão até não pois ele é mais educado que eu, não teima tanto, eu já começo a "pega o mais barato, dá no mesmo", ela fica furiosa..rs
É isso mesmo Adriana, também me acostumei a não ligar para marcas no supermercado, quando morei sozinha para estudar (e depois veio um irmão morar comigo) a gente até sabia de um supermercado mais barato, quase uma mercearia, pois não tinha a parte de gelados, de "Pobrão". A gente sobrevivia só de estrogonofe porque não sabíamos fazer mais nada. Depois até aprendi a usar a panela de pressão, hoje não uso mais (tenho certo medo).
ResponderExcluirGabriela, não ligar para marcas do supermercado é bem válido para não ir nas ondas publicitárias ou não. Uma vez uma prima estava horrorizada pois eu tinha pego pão da marca do supermercado, dizendo que bom era a tal, que ela só comprava aquela e ele era um pouquinho mais caro. A tal marca maravilhosa era a mesma que fazia o do supermercado, era só ler na embalagem , embora ela fosse mais simplista. Mas nem mostrando o fabricante dos dois que era o mesmo fez ela acreditar... , só que além de coisas boas provamos algumas coisas toscas que de igual modo ajudam para realmente saber o que é ruim e tal.
ExcluirPanela de pressão eu nunca aprendi a usar, mas meu medo ao que meus colegas falavam fez aumentar, tinha um que dizia ter vontade de mexer com um cabo de vassoura, outra jurando que já viu a panela sair pulando. Eu na dúvida nem uso, mais seguro. rs
Digo, a gente apelidou o supermercado de "Pobrão", nem sei qual era o nome verdadeiro.
ResponderExcluirPodia apelidar de chique com x..rs, eu quando ia em um armazém perto de casa onde o dono não podia ser mais grosso dizia que ia lá no meu amigo...
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