Meu filho mais velho trabalhou em uma multinacional e lá aprendeu essa metodologia japonesa dos 5S. Ele sempre foi muito organizado e é uma delícia viajar com ele: tudo dobrado, roupa suja separada de roupa limpa, nada jogado pelo quarto do hotel. Em casa é a mesma coisa. É claro que alguns dias o bicho pega como pega aqui em casa, mas logo está tudo no lugar.
Pois bem. Trabalhando na empresa mencionada penso que ele melhorou mais ainda e trouxe para a vida todos aqueles ensinamentos. A mesa de trabalho dele é show!!! Tudo em pastas, tudo fácil de achar, nada desnecessário em cima da mesa e olha que para advogados isso não é fácil dado o volume de documentos que trabalham e precisam solicitar aos clientes.
Nessa empresa havia uma tesoura, uma régua, etc por setor. A pessoa que tirasse do local deixava o nome para que outro que precisasse soubesse onde procurar e assim que terminasse o uso retornava o objeto no local onde ficavam agrupados.
É preciso um destralhe geral (e lá bem a chata do destralhe!). Tudo que ocupa espaço e não é usado deve ser retirado, somente ficando o que tem utilidade ou nos faz bem ao olhar.
A filosofia mencionada baseia-se em cinco palavras que começam com a letra "s" em japonês, tendo servido para reorganizar o Japão após a Segunda Guerra Mundial:
- seiri - utilização
- seiton - ordem
- seisou - limpeza
- seiketsu - saúde
- shitsuke - autodisciplina
Tudo aquilo que não é útil termina por tirar nossa concentração em qualquer trabalho que vamos realizar. Não há nenhuma razão para manter o que não tem uma utilidade. Aqui cabe um parênteses, minimalista que não sou, não abro mão de objetos que me fazem bem ao olhar: obras de arte, presentes de pessoas muito queridas, não são muitos, mas já ocupam um certo espaço.
Desapegar é muito difícil e quando vamos treinando essa atitude começamos a perceber quanta bobagem guardamos, coisas que trazem lembranças ruins, coisas que trazem sentimentos ruins, coisas das quais sentimos raiva, coisas inúteis. Percebemos também quanto é difícil mudar o padrão. E, devagar, vamos seguindo... uma coisa aqui e outra ali... até que um dia teremos só o que é realmente importante e nos faz bem: para alguns mais objetos, para outros menos objetos... critério totalmente subjetivo.
Acaso um dia resolva seguir por esse caminho é sempre importante começar com pouco, uma gaveta, uma caixa e seguir devagar para ver se faz algum sentido para você, para algumas pessoas não faria o menor sentido sequer começar.
Aos poucos e vamos ficando animadas e a cada dia querendo ficar com o essencial. Menos coisas, menos espaço para guardar, menos locais para limpar.
Lembre-se que as coisas que forem retiradas devem ter um destino imediato, caso contrário simplesmente ficarão "socadas" em outro cômodo. Costumo retirar e já doar porque atualmente não tenho muita paciência para vender, mas se tiver paciência para vender pode fotografar e colocar em algum site (tipo OLX) ou mesmo ir até um brechó.
As coisas que resolvo ficar e precisam de conserto já vão imediatamente para costureira, sapateiro, etc.
Técnica dos cabides virados: utilizei no meu roupeiro e coloquei todos os cabides com o gancho com a ponta virada para a frente, acho que isso foi em outubro do ano passado e ao longo dos meses seguintes fui retirando o que não tinha certeza se usaria, esse mês retirei algumas peças que passei a ter certeza de que não usaria e ao completar um ano o restante que não estiver em cabide virado vai para doação.
Resolvi fazer isso no quarto dos meus filhos e já avisei: cabide que não estiver virado até as férias de dezembro terá a roupa descartada e doada. Acredito que nem perceberão quando eu retirar porque estará claro que não usam mesmo. Até agora estou vendo uma boa rotatividade e muitos cabides ficando com a ponta virada para dentro do armário.
De qualquer forma, já percebi uma grande mudança em mim e nos meus filhos: tudo que não é usado ou que já passou da validade ou que já estragou é retirado imediatamente e toda semana temos uma sacola de coisas sem uso indo para doação.
Assim, com uma casa organizada, somente com coisas úteis ou que nos façam bem, tendo cada uma das coisas seu lugar específico, fica muito mais fácil limpar e sobra tempo para outras coisas que nos são mais importantes que "coisas! É um exercício diário que vale a pena!
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