terça-feira, 21 de outubro de 2014

Experiência compartilhada - cuidar do orçamento

A Andrea deixou o seguinte comentário no post "Como está sua vida financeira nesse exato momento?":

"Pra te ser sincera, eu sei exatamente quanto ganho e quanto gasto (desde que comecei a trabalhar, anoto meus gastos), mas eu não tenho controle do meu orçamento. (Bem, vamos dizer que não tinha, porque estou mudando.)

Eu sou (era) do tipo que comprava bastante em parcelas e ficava, "aaah mas essa prestação é pequena, posso fazer", "está em promoção!", "eu vou receber um dinheirinho a mais, posso usá-lo pra pagar isso" e, por último, "vou comprar e, se não conseguir pagar, pego empréstimo no banco". Juro que pensava assim!

Pelo menos, nunca usei limite especial nem paguei mínimo no cartão de crédito, mas eu ainda vivo de pagamento em pagamento. Meu dinheiro dá pra pagar as contas, mas não sobra pra passar o mês. E eu tenho prestações a perder de vista! (Sabe o que é pior? Tem coisa que eu comprei em várias prestações e passei pra frente quase imediatamente porque não me serviu. =/)

Uma das minhas táticas foi quebrar meus dois cartões de crédito. Foi radical, mas eu precisava de um baque. E foi libertador também porque eu saio de casa, olho algo que quero comprar e lembro que não estou com o cartão e não tenho dinheiro, então não posso levar. E simplesmente sigo em frente. Ainda gasto um pouco na internet porque sei o número de cor deles (¬¬'). Sorte que eles vencem esse ano e não desbloquearei os novos, por enquanto".

Penso que essa anotação das receitas e despesas sem obedecer a um orçamento definido é um ato quase que inconsciente de controle de gastos, embora não tenha servido para mim no começo dessas anotações.

Desde que me conheço por gente faço essas planilhas de receitas e despesas, mas somente após o ano sem compras elas serviram efetivamente para controlar gastos e evitar compra de itens desnecessários e supérfluos, antes eram apenas anotações talvez até sem sentido.

Cheguei a comprar um tênis em doze prestações, televisão em dez prestações, e por aí a coisa ia. Quando chegava no final do mês e ia somar todos esses "pequenos valores" o bicho pegava porque muitas vezes ficava acima do que eu recebia, já recorri a empréstimo consignado, cheque especial, etc.

Aliás cheque especial eu abusava com força. Quando entrava meu salário simplesmente cobria o "negativo" da conta e a partir do dia seguinte já começava a "negativar" novamente.

Quebrar os cartões como fez a Andrea é uma boa medida. Outra coisa que pode salvar o orçamento é simplesmente parar de comprar até equilibrar efetivamente as despesas/receitas e as receitas serem superiores ao que se gasta. Feito isso, adquirir o hábito de pagar-se primeiro, isso venho fazendo há algum tempo e é impressionante como você acostuma a viver sem esse valor da poupança. Faço de conta que nem recebo esse valor, como também faço de conta que não são meus os valores extras que entram (restituição de imposto de renda, terço das férias)... 

É uma questão de acostumar a manter uma conexão com sua vida financeira, isso faz com que os gastos sejam mais conscientes e muitos itens deixem de entrar em casa.


2 comentários:

  1. Mais do que ter um certo controle, acho que é ter mais liberdade. Trabalhar o dia inteiro para o salário cobrir apenas as dívidas e parcelas de coisas que já surgiu outra melhor no mês seguinte é muito duro. Mas é um hábito difícil deixar, seja para termos a sensação de "podermos" ou de não sermos enganados, afinal o preço vai ser o mesmo em 1 ou em 10. Eu particularmente acho isso um absurdo, mas é uma prática padrão.

    Comigo já aconteceu de comprar um aparelho de ginástica em 10x, no primeiro mês não aguentei o barulho, fiz trocarem, veio outro com o mesmo barulho. Uma vizinha tinha comprado também e falado que era normal o tal barulho, não pensei duas vezes, vendi o meu. E quando vendi, além de perder dinheiro em relação ao que paguei, ainda estava pagando as parcelas e ele já era de outra pessoa (a sorte é que a pessoa não me pagou parcelado..rs).

    Não compro mais, prefiro esperar um pouco, pensar melhor. Mas quero ter liberdade de não ter uma má compra atravancando e comprometendo o salário.

    Tem situações que o parcelamento é necessário, mas se usado só pra isso não causa tantos problemas.

    No youtube tem diversas reportagens de pessoas que ganham pouco e que ganham muito, todas na mesma situação por fazer do consumo necessário um consumismo desenfreado e tem algumas superações interessantes.

    Eu pra criar hábito fiz até um curso de 1 dia na faculdade que estudei. Era janeiro de algum desses anos, 2012 acho, morria de medo de encontrar algum conhecido/a, quase desisti pensando que poderia cruzar com alguém, o que iam pensar, até porque nunca fiz empréstimo, nada disso, apenas tinha um certo hábito em comprar com parcelas a perder de vista e queria acabar com isso, e lá estava tão, tão divertido que faria de novo, ainda paguei 100,00 pra isso. Esse mesmo curso teve de forma gratuita depois (rs) e eu recomendei duas pessoas que trabalhavam comigo fazerem, mas elas riam tanto dizendo que não era tão sério assim, acharam que era brincadeira, talvez eu também tivesse uma reação assim se me indicassem sem ir por vontade própria, ou ia ficar braba com a pessoa, mais provável. Isso tem que partir da pessoa, primeira coisa pra dar certo.

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  2. Que emoção ser citada aqui. :D

    "antes eram apenas anotações talvez até sem sentido."
    EXATAMENTE isso. Eu vinha anotando só pra saber QUANTO AINDA eu poderia gastar.

    "Outra coisa que pode salvar o orçamento é simplesmente parar de comprar até equilibrar efetivamente as despesas/receitas"
    Eu precisei de medidas drásticas pra conseguir isso e ainda me considero no processo de parar. A tentação é enorme, mas é uma satisfação pegar revistas da Natura e Avon e NÃO QUERER comprar, nem tanto porque não se tem o dinheiro, mas porque não há mais aquela ânsia de comprar.

    Nossa, se tem uma coisa que não me incomoda é me indicarem cursos! Na verdade, fico até feliz! Não dizem que o primeiro passo pra se tratar um "problema" é admitir tê-lo?

    Oi, meu nome é Andrea, ex-compradora compulsiva, atualmente em tratamento. :)

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