Confesso que o início foi difícil, cheguei a colocar na barra direita do blog as coisas que eu queria comprar e que retirarei hoje mesmo.
Acredito que a questão seja de condicionamento, tipo aquele que fazem com ratinhos de laboratório. Desde que nascemos somos jogados em um mundo de consumo, onde consumir é uma coisa tão natural que nem sequer pensamos no que estamos comprando, basta adquirir coisas e mais coisas.
Não sei qual o tempo necessário para mudar um condicionamento ou um hábito, alguns dizem vinte e um dias que seria um número cabalístico, outros mais ou menos dias, mas não há número preciso, tudo depende de cada pessoa.
Eu nem mesmo sei quanto tempo foi necessário para minha conscientização e para que eu parasse em querer e sonhar comprar coisas. O bom mesmo foi ter colocado o desafio para todos, publicado este blog e principalmente desautomatizado.
Coisas interessantes aconteceram nestes noventa dias, que foram muito além do ano sem compras.
Deixei de roer as unhas, coisa que eu fazia desde os cinco anos de idade devido a um problema freudiano com meu pai. Parei de dar conselhos, exceto para meus filhos ou quando pergunto se a pessoa quer realmente um conselho e ela responde afirmativamente. Virei vegetariana, não comendo mais qualquer tipo de carne de animal. Passei a prestar mais atenção nos produtos que contém transgênicos para evitar o consumo.
Aprendi a levar as roupas com mais rapidez para a costureira, transformando calças de meu filho menor em bermudas, consertando blusas que anteriormente seriam doadas. Utilizei o sapateiro para recuperar sapato que em outra época também seria doado.
Tirei muitas coisas do guarda roupa, aquelas que tenho certeza de que nunca mais usarei, sendo que o desapego ficou muito mais fácil, porque antes olhava para os itens com pesar, pensando que ia perdê-los. Hoje, tenho certeza de que estão indo para as mãos de pessoas que realmente precisam e irão utilizá-los.
Até porta retrato mandei consertar. Sim, a parte de suporte do porta retrato pode ser consertada, coisa que jamais me passou pela cabeça, pois aqueles sempre iam para o lixo e sempre comprava novos.
Finalmente, as meias de nylon! Um furinho ia para o lixo! Considerando o pensamento voltado para não comprar e para reutilização, lembrei ontem do que minha bisavó ensinou, se o furo é em um local que não vá aparecer quando usada com sapato, basta você pegar uma lâmpada, daquelas redondinhas, colocar dentro da meia, esticar o local do furo sobre o vidro e costurar. Quando você termina, a meia encolhe novamente e nem aparece onde foi costurado.
Só tenho a agradecer por todas as experiências novas que estou tendo e por todo apoio que tenho recebido das pessoas que visitam este blog. Está sendo muito gratificante esta experiência e espero que esteja ajudando outras pessoas.
Estou muito feliz e pretendo viver novas situações que possam ser compartilhadas.
Um beijo no coração de cada um de vocês !!!