Já sabem porque não postei ontem, não é mesmo? Sem internet novamente e a Net pela terceira vez me deixa longe do mundo virtual.
Reclamei da ida obrigatória à Curitiba e a Adriana até brincou por aqui que eu não deveria reclamar disso. Concordo quanto à cidade, é linda, tem muitas atrações turísticas, ótimos restaurantes, cultura por todos os lados, enfim, é maravilhosa para turismo, só isso! E essa é a opinião de quem morou no local por quatro anos e meio, devendo ser levado em consideração que trabalhei muito por lá e o aproveitamento de tudo que oferece ficou prejudicado.
Bem, oito horas diárias de curso durante uma semana e vou manter a elegância quanto ao conteúdo, afinal é preciso e recomendável.
Enquanto lá estava o serviço na Vara do Trabalho não parou, os processos continuaram andando e quase tudo precisa passar por mim com sugestões que posso acatar ou não. Juiz auxiliar em férias. Doze servidores trabalhando durante uma semana sem que houvesse alguém para fazer retornar esse serviço para a Secretaria.
Segunda-feira cheguei e havia cinco audiências UNAS - recebe a defesa, ouve testemunhas, verifica outras provas e termina por marcar outra data para a sentença caso contrário o tempo não será suficiente. Ainda, a pilha da foto abaixo para analisar, mais 261 processos digitais para despachar e
72 processos para proferir decisões em execução e conhecimento, as chamadas sentenças.
Foi ruim? No final do dia concluí que foi ótimo. Cérebro completamente acelarado, raciocínio que obrigatoriamente tem que ser rápido e às 19h00 entra na minha sala uma servidora para verificar alguns processos que não estavam na prateleira e já estavam atrasados. Problema resolvido, olho para ela e sinto uma intuição.
- Escuta, preciso de um profissional para o Pedro. Você o conhece e não há remédio alopático no mundo que vá curá-lo! Agora mesmo ligou dizendo estar com dor de cabeça e de estômago, queixando-se disso desde ontem quando a tosse começou a ceder. Ele não doença física alguma!
- Eu sei, eu sei, estava pensando exatamente nele e tem um profissional assim e assado, vou tentar conseguir um horário.
O pensamento estava tão acelerado que sequer consegui prestar atenção na especialidade do profissional, somente sei que temos horário marcado para hoje às 17h00.
A intuição de nós duas estava correta. Cheguei em casa com uma pizza de uma promoção beneficente e as crianças ficam rindo de mim quando digo:
- Adoro a energia dessas comidas de promoção beneficente! São feitas com tanto amor e dedicação! Só podem fazer bem, mesmo que não nutricionalmente adequadas!
Comecei a brincar daqui, dali. O Pedro sentou na sacada para conversar no intervalo das tortinhas individuais que estava assando.
- Não sei porque tenho branco nas provas. Hoje na prova de matemática parecia que eu não sabia nada. Fiz toda a prova, apaguei. Fiz de novo e quase no final do tempo vieram todas as respostas certas.
E assim foi sem parar de falar. De repente conclui:
- Sabe que eu não passo mal quando estou fazendo algo que eu gosto? Passa todo o mal estar!
BINGO! Mesmo concentrando toda a atenção na matraquice do moleque lembrei que ele quebrou o braço no futebol, parou o futebol em razão da lesão, ficou com medo de voltar e se machucar de novo - só pode ser isso! - começou com a tosse. Tosse controlada e agora dores de estômago e cabeça!
A questão por aqui penso que não é mais um alergista ou otorrino. Ultrapassou o mundo físico! Vamos ver o que o profissional de hoje constata!
Seis e trinta da manhã hoje e ele não quer levantar, está cansado, sai xingando que não tempo para mais nada, nem mesmo para preparar o lanche. Quer que prepare o lanche? Não dá tempo! Então, a partir de amanhã vamos organizar o lanche, ok? Quer comprar na escola? Lá é nojento! Vou providenciar alguma coisa em casa para solucionar o impasse, ok?
- Estou cansado, estou cansado! Muita lição, muita coisa para fazer! Fico feliz cozinhando!
Como tirar da escola e deixar cozinhando? Óbvio ululante que é impossível, mas deve haver alguma outra opção.
Alguém gostaria de dar um palpite?