segunda-feira, 30 de abril de 2012

Bombacha...

Essa merece ser relatada. A criatura (eu) todo final de ano vai para o Rio Grande do Sul visitar a família, passar Natal, Ano Novo, alguns dias de férias, exceto em 2011 conforme já relatado por aqui.

No Natal de 2010 resolveu que queria ganhar de presente da sua irmã uma bombacha e foi atendida, complementando com alpargatas e camiseta polo com emblema do Rio Grande Amado. Após, foi para a estrada em direção à praia, devidamente pilchada !!!


Moro no oeste do Paraná e por aqui seria extremamente estranho sair pilchada! Logo, a bombacha, camiseta e alpargatas estão devidamente guardadas com os vestidos de prenda - um rosa para bailes e um azul para o dia!

Aqui temos mais uma demonstração de que qualquer compra ou presente que for pedido deve ser muito pensado. Entretanto, não está morto quem peleia e ainda crio coragem para sair pilchada por aqui mesmo!

Comprar à vista diminui a soberba...

Segundo a Wikipédia soberba é o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais.

Trazendo o termo para o consumo individual, quando compramos em infindáveis prestações, pagando supostas módicas parcelas mensais, temos a pretensão de achar que podemos ter todos os bens de consumo do mundo, que podemos satisfazer todos nossos desejos.

Essa conduta leva ao endividamento, à preocupação e à insatisfação com nossas vidas, empregos, salários.

Algumas dificuldades mensais que passei em alguns meses, como aquele desse mês, deve-se ao fato de nada estar comprando parcelado, tudo à vista, com exata noção do que posso fazer ou não. Inevitáveis os gastos de abril? Com certeza, mas havia um respaldo financeiro para realizá-los com uma certa tranquilidade, sem deixar de lado um certa frustração por estar utilizando economias.

Surge daí a comprovação da necessidade de economizarmos mensalmente valores e também fazermos aplicações sem liquidez imediata. Para tanto, não importa o quanto você recebe mensalmente e sim o que gasta mensalmente e a reserva de valores para imprevistos que surgem, não importa qual sua condição social.

Ouço algumas vezes as pessoas comentarem: se é o mesmo preço à vista ou em doze prestações mensais, é claro que vou comprar parcelado. Ora, ora, não importa o resultado para o vendedor, importa é o resultado para você mesmo.

Pequenas prestações de algum item somam-se a pequenas prestações de outros itens e você vai perdendo a noção de ganho mensal, do quanto pode gastar e do que realmente precisa.

Então, muito cuidado!!!

domingo, 29 de abril de 2012

Objetos de desejo...

Já posso registrar por aqui alguns sonhos de consumo, afinal faltam apenas 62 dias para o final do desafio e não quero chegar ao final sem ter pelo menos uma lista das coisas faltantes, lista essa que deve permitir a reflexão sobre a real necessidade.

Pela própria finalidade, esse post será analisado sempre que surgir um novo "desejo necessário" e sempre que ele for realizado após 01.07.2012.
 
O primeiríssimo e queridíssimo é esse sapato aí embaixo. Marca Loucos e Santos, portanto, prezando as raízes gaúchas. Encontrado na Anita On Line, atualmente custando R$ 199,99 e certamente pegarei a liquidação.

Substituirá a peep toe bege da Capodarte - não, não encherei a sapateira de novos pares - que está pedindo socorro após ter sido usada durante todo o "ano sem compras", embora intercalada com outros pares já descartados.


Quanto aos sapatos resta registrar uma grande evolução. Em 01.07.2011 eram sete prateleiras de um metro e os sapatos colocados apenas um pé na frente e outro atrás por falta de espaço e os chinelos deitados, um pé encostado no outro. Atualmente estamos com as sete prateleiras, com todos os pares colocados lado a lado, inclusive chinelos. 

Concordo que ainda é muito sapato, pois muitos não são utilizados por uma razão ou outra, mas ainda não foram objeto de desapego, ainda não consegui, mas pelo até aqui narrado estou na metade do caminho. Não é mesmo?

E, com a retirada gradual do que não uso e se voltar a comprar sempre retirando mais um, quero chegar a quatro prateleiras apenas. Sei que não sou polvo, mas qual a mulher que não é apaixonada por sapatos???

O segundo item urgente e indispensável é uma calça preta. Não sou garçom! Ocorre que uma calça preta quebra muitos e muitos "galhos" naquela hora do "não sei o que vestir". Tenho três e duas devem ser descartadas considerando que já mandei consertar o zíper diversas vezes, engordei um pouquinho, o tecido próximo ao zíper está um horror e elas não tem mais o caimento decente; a terceira ainda é possível usar mais um pouco e é bastante esportiva. Então, uma bela calça preta.

E por hoje é isso!!!




Minimalista, eu???

Estava pensando no que fazer após 01.07.2012 quando o "ano sem compras" terminar, embora já decidido que não fico mais um ano sem alguma coisa, quero ter alguma continuidade da experiência de modo a não voltar com comportamentos indesejáveis.

Ótimo desafiar os próprios limites, maravilhoso perceber que conseguimos desautomatizar e viver de forma diferente, mas não quero engessar mais nada.

Nesse caminho pensei em virar minimalista, ou seja, viver com o mínimo de coisas possíveis, tirando todos os excessos, adquirindo somente o essencial e indispensável, vivendo dessa forma para sempre.

Comecei a pesquisar e encontrei: guarda roupa com dez peças de roupas. Impossível, somente pashiminas de estimação tenho doze!

E lá vão surgindo dezenas de brincos, lenços, anéis, casacos... não, não quero me desfazer de tudo de uma vez, quero apenas ir retirando do armário o que não serve mais ao meu modo de viver, coisa que aliás já estou fazendo desde antes do "ano sem compras", mas para chegar a ser minimalista precisaria séculos.

Já que não posso e não quero radicalizar, vou apenas incorporando alguns conceitos do minimalismo - que antes eu nem sabia se adequavam a esse estilo de vida e já os praticava.

Posso dar algumas "dicas" para quem quiser praticar, mesmo que só um pouquinho na vida toda ou um tantinho a cada dia. Penso que até já falei por aqui de organização e no fundo é isso mesmo, organizar, desapegar, limpar e não entulhar novamente.

Quanto ao guarda roupa já escrevi os passos a seguir no outro blog leia aqui.

E esses passos podem ser aplicados a todos os cômodos da casa, bastando dez a quinze minutos por dia se você não dispuser de um tempo maior.

Depois é só ter cuidado para não comprar tudo de novo e sempre que retirar algo do lugar, leve-o para seu lugar novamente.

Minha organização está durando muito mais depois do "ano sem compras", pois antes tirava e de certa forma comprava as mesmas ou outras coisas para colocar no lugar. Hoje em dia está tudo muito tranquilo sem aquela necessidade diária de arrumar tralhas.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Determinados meses não deveriam nem começar...

Ano passado tive problemas com o mês de setembro que não terminava nunca, ficou se arrastando por infindáveis dias que pareciam décadas.

O mês de abril, ora em curso, resolveu seguir seu coleguinha "setembro", mas de uma forma mais dramática. Fiz um post na metade de abril falando que já havia ultrapassado 50% além dos meus ganhos mensais em despesas. Pois é, pois é. Não ficou naquilo, não.

Não terminou abril e mais e mais contas chegaram, até imposto de renda tive a surpresa de precisar pagar, coisa que não ocorria há mais de quinze anos. Explico: já tenho mensalmente descontos de imposto de renda e, feito o ajuste anual, sempre recebia a bendita restituição que nunca vinha em hora errada.

O resultado dessa orgia de pagamentos foi extrapolar meu salário não em 50% e sim em 100%, ou seja, teria que ter ganho duas vezes o valor mensal para cobrir todos esses valores.

E abril ainda não acabou! Socorro!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

300 dias !!!

Só agora me dei conta que hoje completo 300... é isso mesmo TREZENTOS... dias sem comprar e como fizemos um balanço aos 219 dias, vamos relembrar o que entrou na minha vida nesse tempo todo.

Comprei:
- aparelho de ar condicionado
- liquidificador
- batedeira
- câmera fotográfica

Deve ser registrado que todas as compras foram feitas à vista, com ponderação, após muita pesquisa de preços e somente após concluir que eram realmente necessárias e imprescindíveis.

Ganhei:
- caixa de papelão com borboletas em alto relevo
- camiseta do grêmio
- sanduicheira
- perfume
- sapato vermelho
- vestido
- duas canecas
- estojo de maquiagem
- desodorizador de ambientes
- sabonete líquido
- sapato e bolsa da cor "burgundy"
- camiseta listrada
- três cintos

Todas as compras e presentes estão devidamente registradas nas postagens anteriores, só não consegui listar o post correspondente a cada item porque hoje a conexão está uma droga.

Curei minha compulsão por organização. Bem, não foi bem isso! De tanto organizar as coisas no início do desafio, tirar aquilo que não queria mais e deixar de colocar mais coisas dentro de casa, terminei por não precisar organizar mais nada, continua tudo no mesmo lugar e sem novas tranqueiras.
Muitos e muitos itens, inclusive roupas e sapatos de estimação foram para doação, no início com dor no coração e, passado o trauma, com um alívio incomparável ao olhar os diversos lugares vazios. Nesse ponto ainda há muito a fazer, entretanto, está infinitamente melhor hoje e mais fácil de descartar o que não quero mais.
De tudo posso concluir que está valendo muito a pena, em todos os sentidos, por todas as razões, mesmo com todos os surtos e vontades não atendidas.
Agradeço a todos que acompanham o blog! Tenham certeza que sem vocês nada disso teria sido possível!







Mais um item essencial...


Pois é... e lá vou eu com meus itens essenciais!

Era a (in)feliz proprietária de um câmera digital comprada em uma das passagens pelo free shop, devidamente testada e que resultou na primeira com cores bastante nítidas, logicamente tirada pelo vendedor - a mesma que ilustra esse post.

Total decepção durante a viagem, realmente não consegui me adaptar à máquina nem consegui descobrir como utilizar as configurações. De qualquer forma, eu tinha uma câmera e não iria adquirir outra de forma alguma.

Há algum tempo, penso que mesmo antes do ano sem compras, meu filho pediu a máquina emprestada e foi viajar. Retornou e devolveu com a observação de que ela não funcionava mais. Coloquei a famigerada na gaveta e lá ficou.

Viajei algumas vezes e fotografei com o celular ou tentei com a câmera nova do meu filho (o mesmo que utilizou e trouxe a minha estragada), no primeiro caso lógico que as fotos ficaram péssimas e no segundo caso não consigo lidar com a máquina dele cheia de firulas e, o que é pior, enorme, não cabe na bolsa.

Farei um passeio em julho e estava tranquila para comprar outra máquina depois do final do desafio, ocorre que os amigos de escola do meu filho menor (que não é o mesmo da máquina emprestada... rs) irão para Curitiba assistir ao Cirque Du Soleil, vou de "sapo" e não poderia perder a oportunidade de fotografar essa turma maravilhosa que está junto desde a pré-escola.

Tudo isso para contar que hoje adquiri uma câmera fotográfica, de valor bem pequeno, mas de boa qualidade segundo informações que tomei com amigos, prometendo desde já que chegando o produto irei procurar minha fotógrafa para que ensine como se usa o dito aparelho.

Penso que a câmera é essencial e vocês o que acham?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Como administrar o dinheiro?

Pelo título certamente muitos pensaram que existe nesse post uma fórmula, não é mesmo? Pois é, erraram feio e somente vão encontrar um desabafo.

Ontem, fazendo a análise preliminar, conclui que esse mês minhas despesas ultrapassarão cinquenta por cento meus ganhos. Lindo, não é mesmo? Teria que ganhar 50% a mais para cobrir tudo que gastei. 

Comentei com meu filho e ele somente balançou a cabeça e disse: 

- Ainda bem que você não está comprando!

Parando para pensar, o certo é que estou investindo, logo, o que ia para compras de supérfluos está guardado, embora não com liquidez imediata, e eu nem gostaria de ter essa liquidez, porque ela leva a outros gastos desnecessários.

Como já falei em outro post, organizar dinheiro é de certa forma como organizar a vida e isso não é possível totalmente, não de um jeito imutável. Um dia chove, outro faz sol, outro tem vento, outro estresse, outro necessidades inadiáveis, ou seja, por mais que você procure manter tudo no lugar, certinho, alguma coisa vem e bagunça tudo.

Não, não estou nem um pouco preocupada com esses 50% a mais do que ganho, porque devido à organização financeira não terei que recorrer a nenhuma instituição que cobre juros, mas o que me deixou meio injuriada foi o fato de ter tanta organização e ainda assim precisar lançar mão de valores que estavam guardados para outro fim.

Muitas vezes o problema do dinheiro ou da falta dele não se deve à compulsão por compras ou descontrole da pessoa, e sim aos imprevistos que surgem a toda hora, todo momento, turbilhões de compromissos que devemos assumir decorrentes de nossa vida em sociedade e também para atender doenças, acidentes, tradições, questões de família.

Sempre resta o lado bom da vida, sua continuidade e suas inúmeras possibilidades, que permitem nunca ser tarde para começar de novo, rever conceitos e buscar novamente o equilíbrio, então vamos lá repor o prejuízo, afinal apenas terminou o primeiro trimestre e temos mais três pela frente para reprogramar o ano.

Penso que o pior período do ano é o início, esse primeiro trimestre, pois cheio de impostos, feriados, despesas com escola, acertos financeiros de compromissos anuais (como reajuste de pensão, por exemplo).

Ontem à noite já tivemos uma reunião de família e comunicado foi que somente viajaremos em julho, nas férias escolares, acaso haja disponibilidade financeira, o que é óbvio agora, mas quase fechei o pacote semana passada sem verificar a situação real.

Considerando que o povo aqui de casa sabe como funciona o controle financeiro mensal e todo mês presenciam o fechamento do mesmo, fica mais fácil e menos frustante quando não podem ter ou fazer alguma coisa.

E vamos caminhando para o mês de maio, para o segundo trimestre de cabeça erguida e na esperança de que todos os gastos maiores já tenham passado e que os imprevistos daqui para frente sejam leves.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tudo na vida é passageiro...

Um colega sempre brincava:

- Não esquente a cabeça! Tudo na vida é passageiro, o resto é motorista e cobrador!

E a verdade é essa, não em relação ao motorista e cobrador, e sim em relação à efemeridade das coisas.

Senhor! Efemeridade doeu... essa palavra existe? Já volto!

Três minutos depois...

Voltei!

 Existe sim, dá uma olhada no significado efemeridade, podendo eu concluir que acordei falando bonito!

O que me lembrou isso hoje foi o fato de as vontades virem, restarem satisfeitas e irem embora OU virem, não serem satisfeitas e irem embora do mesmo jeito.

Quando não satisfazemos nossas vontades, a menos que seja algo obssessivo, elas desaparecem e lembramos muito pouco. Então, esse seria um motivo para eu parar de fumar e parar de alimentar minha vontade de ficar com um cigarro sempre aceso.

E lá venho eu com a ladainha do cigarro. Deveria era criar vergonha na cara!

Também estava pensando nos meus surtos, há algum tempo atrás, sobre o não comprar. O engraçado é que nem lembro porque surtei, nem o que queria tanto adquirir.

O ser humano é bem esquisito mesmo!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Faltam 74 dias

E há 292 dias eu não compro! Estou quase concluindo que é possível sobreviver e ser feliz com apenas alguns presentinhos de vez em quando (rs), aliás nesse ponto deve ser registrado que os presentes ganham outro sabor, outra significação.

Pelo jeito terminei por acalmar, também estou trabalhando e viajando feito uma maluca, sem tempo nem para pensar em consumir qualquer coisa.

Mente ocupada ajuda no desafio! Isso já sabia desde o início, mas existem horas em que você está à toa mesmo e daí não tem jeito.

Portanto, meninas, mantenham-se ocupadas e economizem seus salários, não encham seus armários de inutilidades e não utilizem o cartão de crédito.

Semana passada saí com minha filha fazer compras, considerando que ela estava completamente sem roupas. Explico: ano passado, antes do intercâmbio, não fez compras porque iria viajar para um local frio; no Canadá comprou somente o suficiente para não passar frio; no retorno, em fevereiro, apenas uma calça para ir para a escola; então, a situação estava mesmo caótica.

Muito cuidado com vendedoras e ainda assim é pouco. E quando elas vem com aquela conversa: 

- Nossa, leve essa blusa, ficou ótima em você e eu adoooorrrooo !!!!

Ora, se a pessoa já disse que não quer, não vai usar e a vendedora adorou, ela (vendedora) que leve a blusa e não fique tentando empurrar para quem não quer!

Ainda bem que minha filha é bem tranquila quanto à questão de compras, somente leva o que realmente ama e respeita os limites pré-determinados, tornando agradável e sem transtornos as compras, isso em termos financeiros (rs).

A brincadeira acima, no final do parágrafo, deve-se ao fato de que depois de muito andar, tem uma hora que qualquer uma ficaria chateada, frustada, desesperada ao não encontrar nada que valha a pena.

Enfim, de um modo geral, nos saímos muito bem!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cabides e desconstrução...

Penso que já falei por aqui: quando substitui os cabides de R$ 1,99 por cabides de acrílico precisei simplesmente comprar 150 cabides.

Ora, ora, eu deveria ter feito a troca após o "ano sem compras", só que eu nem sabia que um dia teria a intenção de ficar 366 dias sem adquirir nenhuma roupa, sapato ou qualquer outro supérfluo!

No momento percebo que estou desconstruindo meu guarda roupa. Parece que a maioria das coisas que eu gostava, usava e me sentia linda, já não fazem mais parte da minha pessoa. E lá sobram cabides e mais cabides... vazios.

Realmente é preciso muito cuidado com as compras por impulso, com amigas, pelo preço baixo, pelo deslumbre inicial, por carência, para agradar sua gerente favorita da loja de roupas, enfim, muita cautela com qualquer produto que não seja necessário e essencial, bem como com qualquer produto pelo qual haja uma paixão aparente.

Costumo brincar com minhas amigas que iniciam um relacionamento, logo tem alguns problemas, e dizem "estou sofrendo por amor", sempre digo "você não está sofrendo por amor, é apenas paixão!". Certo que paixão é algo que dá passa, mas sobram algumas dores de cabeça, algumas frustrações e no caso das roupas e outros itens de uso pessoal sobra a sensação de que desperdiçamos tempo e dinheiro naquilo que logo, logo, não fará mais nenhum sentido.

O problema desse processo todo do ano sabático é essa "desconstrução" do que pensamos ser, do momento em que paramos para analisar tudo que temos adquirido e muitas, muitas coisas parecem não fazer sentido. 

Até aí, tudo bem! Já listei o que nunca mais compro, já sei o que nunca mais o quero, entretanto, o momento mais "traumático" do processo ainda não surgiu e surgirá quando eu puder comprar novamente, pois terei que descobrir no que me transformei em termos de consumo e mesmo de moda/estilo.

Vamos andando!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mulheres não sobrevivem sem sapatos novos...

Nas primeiras postagens do "ano sem compras", completamente deslumbrada, falei das maravilhas que um bom sapateiro poderia fazer em sapatos velhos. Hoje posso dizer: não acreditem nisso!

Foi um completo desastre! O sapato prata foi pintado por dentro e por fora, o resultado foi um sapato que soltava tinta no pé e até soltou por dentro, ficando o sapato solto e a palmilha grudada na sola do pé (rs). Estou rindo agora, porque foi terrível tirar toda aquela tinta do pé e das unhas.

O outro sapato, cujo salto foi arrumado, somente usei essa semana, outro desastre! Não tinha mais a pisada firme e terminei por ficar com dor no pé de andar com esse sapato.

Enfim, sapatos tem um tempo de duração que não pode ser desrespeitado! Quem entrar no "ano sem compras" exclua os sapatos do desafio.

Consegui, finalmente, tirar da sapateira aquele sapato preto - o que seria o primeiro a ser descartado quando terminasse o "ano sem compras", considerando que não tinha mais a menor condição de uso e penso que até ficaria "chato" para quem me olhasse com aquele lixo nos pés.

Fica certo então que existem razões para não comprar e muitas para não prejudicar sua saúde, tudo com equilíbrio e moderação.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Coisas que nunca mais vou comprar...

Estava pensando hoje em algumas coisas que eu jamais compraria de novo.

- quarteto de sombras para os olhos ou qualquer conjunto com mais de uma cor - certo que sempre temos a cor preferida, a cor mais usada, a cor que mais combina e lá vamos usando essa cor, enquanto as outras permanecem praticamente intactas, vencendo na embalagem. Considerando que produtos para maquiagem são permitidos, durante esse quase um ano comprei apenas uma sombra preta com dourado, pois tenho de todas as outras cores que alguém pode imaginar (rs).

- rímel à prova d´água - ninguém merece aquela cola nos cílios que nem mesmo o demaquilante consegue tirar. Bem, pelo menos é isso que acontece comigo.

- camisetas largas - e lá vai a magra com complexo de gorda, encontrando no guarda-roupa diversas camisetas totalmente soltas no corpo, parecendo capa de botijão de gás. Nunca mais!

- duas calças iguais - certa vez, há muitos anos, experimentei uma calça de marca famosa que estava em liquidação por apenas R$ 50,00 e o resultado foi comprar duas. Uma está nova no armário e a outra fica horrível sob qualquer ângulo de análise.

- sapatos por impulso - também antes do "ano sem compras"  fui com uma amiga até uma loja de sapatos porque ELA precisava de um sapato. Saí da loja com um "tamanco"  marfim, com tira larga e que nunca consegui usar, entretanto, consegui finalmente me desfazer durante uma das limpezas durante esse ano.

- canetas para coleção - para que preciso de uma coleção de canetas se tudo hoje em dia está virando digital? Atualmente assino pouca coisa no meu trabalho, sendo a maioria do serviço feita com e-token, assinatura digital ou eletrônica e as canetas que tenho estão devidamente guardadas.

- roupa íntima com pedraria - lindas é claro! Pouco práticas, sem dúvida! A pior coisa é você se vestir e passar o dia todo soltando a camisa das pedras lindas da roupa íntima. Também terminam por puxar fios de roupas de linha.

- tapeware de plástico - fica com o cheiro do alimento que foi guardado, mancha com molho, vai riscando com o tempo. Quando precisar de recipientes para guardar alimentos somente vou adquirir de vidro que, além de outras vantagens, duram muito mais.

- qualquer produto feito com acrílico - difícil de limpar, fica todo riscado com o tempo mesmo quando usamos esponjas apropriadas.

- camisolas com estampas infantis - ninguém merece após completar 20 anos usar camisolas de bichinho. Vamos lá gente! Há tanta coisa bonita por aí e sem um apelo sensual exagerado!

- cd´s e dvd´s - razões óbvias! Coloco todas a músicas no meu celular, conecto no carro e ouço o que quero. Quanto aos dvd´s dificilmente assistimos mais de uma vez um mesmo filme, temos locadoras, cinemas e até a possibilidade de baixar da internet.

E para encerrar, deixa eu contar que comprei o liquidificador e a batedeira. Paguei R$ 99,80 nos dois produtos (praticamente R$ 50,00 em cada um), o frete não foi cobrado e espero que durem pelo menos um ano.

A opção por produtos tão baratos foi feita após relembrar o post sobre obsolescência programada, ou seja, se são feitos para durar pouco (mais ou menos o tempo da garantia), então não vou comprar do mais caro. Confesso que fiquei tentada a investir em uma batedeira planetária, mas logo desisti.

Está aí mais uma vantagem do "ano sem compras": você aprende que todos os itens foram feitos para durar pouco e, sempre que possível, opta por gastar menos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mais animada...

Hoje estou um pouco mais animada.

Estava conversando com meu filho mais velho e ele falou do "ano sem compras" quando mencionei o tanto de imprevistos que apareceram mês passado.

Dizia eu que não estava adiantando muito o ficar sem comprar se as despesas inesperadas não paravam de bater na minha porta:

- um acidente (sem vítimas humanas... rs), despesas que assumi com o coração muito alegre, passeios para espairecer e deixar a família mais feliz (afinal, é preciso desautomatizar e sair de casa de vez em quando), viagem de formatura da minha filha (imprescindível), visitar a mesma filha da viagem e que não mora comigo, etc.

E por aí vai... todas essas situações realmente não programadas, mas que puderam ser atendidas sem entrar no vermelho e ainda deixando uma pequena reserva para as surpresas futuras.

Minha vida é cheia de surpresas!

Os comentários acima decorrem de fato de ter ouvido algumas pessoas mencionarem que mesmo ficando sem comprar, não sobravam valores no final do mês. Ora, como já disse uma vez: cessando todas as compras e não sobrando valores, somente significa uma coisa: você teria entrado no vermelho e isso foi o que ponderou meu filho hoje durante a conversa, sendo que tive que concordar, pois estivesse ainda comprando, certamente teria que arrumar fundos em algum lugar bem caro e recheado de juros (rs).

Realmente, o "ano sem compras" apesar da minha revolta infantil do mês passado, está valendo a pena e esta batalha - de controle do consumo - será vencida e renderá muitos frutos para toda a vida. Sei que é necessária e também sei que o não aceitar e o reclamar do desafio faz parte de todo o processo de amadurecimento que ele traz.

Não consegui virar vegetariana de "carteirinha", pois descobri que no meu estágio evolutivo, infelizmente, gosto de carne e somente comendo carne consigo suportar os outros alimentos chamados "saudáveis". Comecei a ter enjôo com saladas e agora que voltei a consumir carne, misturo tudo com as folhas e consigo comer. Sei que tenho um problema sério para me alimentar. Não posso engordar em razão de sérias limitações com minha coluna, então preciso achar "jeitos" e "jeitos" para comer alguma coisa, pois chego a passar fome de vez em quando com medo de ganhar peso. O pior é que ganhei peso durante esse "ano sem compras", comendo como forma de compensação e isso estou tentando resolver.

Até agora também permaneço fumando, não tendo sido possível parar, apesar de algumas parcas tentativas. Quem sabe uma hora dessas, quando eu resolver tomar o remédio (e penso em fazer isso logo!) eu vença meu vício, minha doença.

De tudo isso resta a certeza de meu maior problema não era e nunca foi o consumo, pois dominado durante um ano e certamente nada será como antes quando voltar a consumir.

A satisfação de perceber que se pode fazer outras coisas, atender pessoas, viajar tranquila, dentre outras coisas, faz do "ano sem compras" uma vitória e uma lição.

E sigo sem meu liquidificador e batedeira, mas sei que é por pouquíssimo tempo!

domingo, 1 de abril de 2012

Ainda bem - outono!

Já falei no post anterior do meu cansaço desagrado com o desafio, o que acarretou a não desistência foi a chegada do outono.

Há quase uma semana estou tirando do guarda roupa alguns casacos e lenços, fazendo a vida ficar mais colorida e saindo da mesmice ao deixar de usar as peças de verão, pois até mesmo criatividade tem limites.

Acaso a temperatura não houvesse baixado, penso que não resistiria.

Outro item que salvou o desafio foi o peep toe vermelho, presente de aniversário que ganhei de meu filho menor. Tinha e ainda tenho mania com sapatos pretos, eleitos como aqueles que combinam com tudo e podem ser usados com qualquer roupa. Ledo engano. Um sapato vermelho é muito mais versátil, além de deixar o visual diferente e elegante. Bem, na realidade, está sendo, isso se considerarmos que meu pobre sapato preto, após quase um ano, já está pedindo aposentadoria.

A primeira coisa que farei quando acabar o "ano sem compras" é descartar meu sapato preto! Muitos irão agradecer o fato de não mais terem que olhar para ele, aquele que já caí do pé quando caminho.

Entretanto, nada disso importa! Na realidade, as pessoas conseguem viver décadas com o que tem! O problema é a necessidade, quase infantil, de atualizar as coisas, vestir algo novo, andar na moda, seguir tendências.

Confesso que nunca tive uma ânsia demasiada em seguir tendências ou andar na moda, mas sempre parece que algo novo deixa a vida com outro sabor, desde que não implique em conta no banco ultrapassando o limite e utilizando o cheque especial.