sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Quem vai ficar com ele???

Quando casei em 1983 meu avô perguntou se eu queria um jogo de malas ou um faqueiro e escolhi o faqueiro. Um faqueiro lindo, de aço inox, com 130 peças e caixa de madeira.



Na separação consegui ficar com esse faqueiro e ele sempre foi usado em ocasiões especiais, normalmente em jantares com muitos convidados, colocados os talheres em uma peça linda da Riva com base em acrílico, como esse da foto.

Quando escrevi o texto "Excesso e consequências!" fiquei pensando nas crianças comendo sobremesa com colheres de sopa e no faqueiro guardado para jantares que não mais realizo ou mesmo que acontecem em raras ocasiões. Está tudo parecendo sem lógica!

Entretanto, se colocar o faqueiro no uso diário certamente ele não ficará mais com a cara de novo que tem, mas nem eu tenho a mesma cara de nova de quando ganhei esse presente.

Por ocasião dos jantares, terminada a festa, eu nem esperava pela pessoa da limpeza, arrumava uma bacia, colocava os talheres de molho em água com detergente, lavava com uma esponja que não tivesse aquela parte verde abrasiva e já colocava para secar, evitando que ficassem manchados.

Bem sei a razão de tantos cuidados! Ainda adoro meu avô e, embora ele já tenha partido faz algum tempo, ainda sinto ele perto de mim. Sim, ele era humano e cheio de defeitos, mas aquele que não tiver defeitos atire a primeira pedra!

Meu avô foi meu mentor, conversava comigo horas e horas sobre os mais diversos assuntos. Ele era maçon, médico por mais de cinquenta anos, umbandista e se comunicava com uma pessoa que segundo ele era a reencarnação de Jesus e estava sendo preparado em algum lugar do mundo para se revelar ao mundo já nem lembro quando. Todo dia ou em determinados dias da semana ou mês, ele e um grupo de pessoa que tinham a mesma crença, se fechavam em um quarto e se comunicavam com esse ser que, segundo ele, era Jesus. Enfim, ele me fez acreditar muito cedo em extraterrestres, ponderando que eu era muito petulante (nem lembro se era esse o termo) em acreditar que somente na Terra havia vida inteligente. Enfim, imaginem o quanto conversávamos.

Quando resolvi fazer concurso para a magistratura por razões inconfessáveis nesse momento, liguei para ele e falei que tinha muito serviço no escritório, advogava na época, e não tinha muito tempo para estudar. Ele, sem titubear, falou que eu não precisava estudar, pois tudo que eu precisava aprender já tinha visto na faculdade. E lá fui eu para os concursos, sem estudar profundamente, acendendo velas na cozinha antes de sair em forma de cruz, velas vermelhas e velas brancas. Após ser aprovada, ele pediu que eu acendesse, no meu altar, uma vela vermelha de sete dias para aquele que havia me ajudado no concurso.

Tem quem acredite, tem quem não acredite e tem quem reprove, mas o fato é que passar a responsabilidade para um ser que não podemos ver tira o peso da ansiedade e até um pouco da responsabilidade na hora de fazer as provas. Nós temos o conhecimento e muitas vezes ele fica bloqueado por expectativas, responsabilidades, sentimentos, sendo a forma aconselhada pelo meu avô uma maneira de tornar tudo mais fácil.

Será que colocar o faqueiro no uso diário seria uma homenagem a ele? Ele estaria ainda mais presente do que está na minha vida? Ele aprovaria tirar o faqueiro do cantinho empoeirado onde está?

E, acaso a decisão seja deixar tudo como está, quem ficará com ele, o faqueiro?

Termino esse post chorando, chorando de saudades da presença física daquele que tanto me auxiliou e tanto me ensinou. É assim mesmo, a vida é feita de presenças e também de ausências, ausências que doem no coração!

A intenção quando comecei a escrever era só uma reflexão sobre um objeto e olha no que deu!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pensando sobre o consumo!!! Presidente do Uruguai, José Pepe Mujica


Vale muito a pena! Reserve dez minutos do seu tempo para assistir ao vídeo, pense sobre as ponderações feitas e tome uma atitude!

Para aquelas pessoas que preferem ler, minha filha Izabel, gentil e carinhosamente, fez a transcrição especialmente para o "Hora de Mudar":

"Autoridades presentes, de todas as latitudes e organizações, muito obrigado. Meus agradecimentos ao povo do Brasil e a sua senhora Presidente. Muito obrigado à boa fé, que certamente todos os oradores que me antecederam demonstraram. 

Expressamos a íntima vontade, como governantes, de acompanhar todos os acordos, que esta nossa pobre humanidade pode assinar. 

No entanto, deixem-me fazer algumas perguntas em voz alta. 

Durante a tarde toda, falamos sobre desenvolvimento sustentável. De como eliminar o imenso problema da pobreza. 

Que se passa em nossas cabeças? Qual o modelo de desenvolvimento e consumo que atualmente vivem as sociedades ricas? 

Faço esta pergunta: o que aconteceria com este planeta se os habitantes da Índia tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães possuem? Quanto oxigênio teríamos para respirar? O mundo de hoje teria os elementos materiais para que 7 a 9 bilhões de pessoas possam desfrutar de mesmo nível de consumo e desperdício que têm as sociedades mais ricas do Ocidente? Isto é possível? Ou será que teremos que ter um dia um outro tipo de discussão? 

Porque nós criamos esta civilização em que estamos: filha do mercado, filha da competição, que se deparou com o progresso material enfático e explosivo. A economia de mercado criou sociedades de mercado. 

E nos deparamos com esta globalização, que significa olhar por todo o planeta. Estamos governando a globalização ou é a ela que nos governa? 

Possível falar de solidariedade e que estamos "todos juntos" em uma economia baseada na concorrência impiedosa? Até onde chega nossa fraternidade? 

E não digo nada disso para negar a importância deste evento. Pelo contrário, o desafio que temos pela frente é de uma grandiosidade colossal. 

A grande crise não é ecológica, é política. O homem não governa hoje! Não há forças envolvidas, senão as forças que governam o homem e a vida. 

Porque não viemos ao planeta para nos desenvolvermos, em termos gerais. Nós viemos ao planeta para sermos felizes. Porque a vida é curta, e rapidamente se vai. E nenhum bem vale mais que a vida, isto é claro! Mas a vida vai se passando, e nós trabalhando e trabalhando para consumir sempre mais e a sociedade de consumo é o motor, porque, em última análise, se o consumo está paralisado, a economia para, e se parar a economia, o fantasma da estagnação econômica aparece para cada um de nós. 

Mas este hiper consumo, este que está agredindo o planeta. E eles têm que acelerar este hiper consumo, fazendo coisas que durem pouco, porque é preciso vender muito. 

E uma lâmpada elétrica, então, não pode durar mais de 1000 horas. Mas existem lâmpadas que podem durar 100 mil, 200 mil horas! Contudo estas não podem ser feitas porque o problema é o mercado, porque temos que trabalhar e temos de sustentar uma sociedade que "usa e joga fora", e por isso estamos em um círculo vicioso. 

Estes são problemas de caráter político, que estão dizendo que está na hora de começar a lutar por outra cultura. 

Não se trata de retornar para os dias do homem das cavernas, ou ter um "monumento ao atraso". Não podemos continuar indefinidamente sendo governados pelo mercado, e sim, temos que governar o mercado. 

Então eu digo, na minha humilde forma de pensar que o problema que temos é político. 

Os antigos pensadores - Epicúreo, Séneca, inclusive os Aymaras, definiam: " Pobre não é aquele que tem pouco, mas sim aquele que necessita infinitamente de muito, e deseja, e deseja, mais e mais!" Isto é crucialmente de caráter cultural. 

Então, eu saúdo os esforços e acordos que estão sendo feitos. E eu vou segui-los, como governante.

Sei que algumas coisas que estou dizendo "perturbam". Mas devemos perceber que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E nós temos que rever nosso modo de vida. 

Eu pertenço a um país pequeno e bem dotado de recursos naturais para viver. No meu país há 3 milhões, pouco mais, 3 milhões e 200 mil habitantes. Mas há cerca de 13 milhões de vacas, das melhores do mundo. E cerca de 8 a 10 milhões de excelentes ovelhas. O meu país é um exportador de alimentos, laticínios e carne. É uma planície onde quase 90% da terra é aproveitável. 

Meus amigos trabalhadores lutaram arduamente para conquistar as máximas 8 horas de trabalho. E agora eles estão conseguindo o direito as 6 horas. Mas aqueles que conseguiram as 6 horas, precisam agora ter dois empregos, portanto, trabalham mais do que antes. Por quê? 

Porque eles têm uma infinidade de despesas: a motocicleta que comprou, o automóvel, e pagar as contas, e contas. E quando você acordar perceberá que é um velho reumático como eu e se passou toda a vida. E fará esta pergunta: este é o sentido da vida humana? 

Essas coisas que eu digo são elementares: o desenvolvimento não pode ir contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana, do amor à Terra, às relações humanas, do amor aos filhos, de ter amigos, ter somente a necessário. Precisamente, porque este é o tesouro mais valioso que temos. 

Quando lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar que o primeiro elemento do meio ambiente se chama FELICIDADE HUMANA. Muito Obrigado!"

Esse discurso deve ser difundido, compartilhado com o maior número de pessoas possível. Publique no seu blog, na sua página, no seu Face!!! 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Excesso e consequências!

Quando fiz o primeiro pequeno projeto de destralhe das gavetas da cozinha com duração de trinta dias, seguido da arrumação do armário onde guardo canecas e outros itens, não imaginei os resultados práticos, apenas queria ter menos coisas.

Essa semana meu filho sugeriu fossem compradas mais colheres de sopa, penso que em razão da "semana do doce"- nunca vi prepararem tantos doces em datas tão próximas. Foi pavê de bis, doce de morango com suspiro e por aí vai e meu peso vai por aí também, embora eu tenha controlado bastante para não cair nessa orgia de açúcar.

Voltando ao doce, como não temos colheres de sobremesa em uso, comem doce com colheres de sopa. Nossa! Não tinha pensando nisso ainda! Será que preciso providenciar colheres de sobremesa? 

Retornando, como estão consumindo muitos doces, as colheres vão sujando e ficando na pia, sendo apenas seis colheres que somem rapidamente da gaveta. A Márcia falou que está acontecendo isso porque retirei as colheres de reserva. De qualquer forma, isso leva à necessidade de lavar colheres para poder utilizar, evitando que a pia fique com muitas e muitas sujas, o máximo será sempre seis. 

Acho isso engraçado, considerando que em casa a louça para lavar é sempre minha e agora pelo menos alguns poucos itens terão que ser lavados pelos meus filhos ou, no mínimo, comerão menos!

Quanto às colheres e demais talheres descartados, chamados pela Márcia de "itens de reserva", eram aqueles com cabos de plástico ou de acrílico que, por mais que você lave corretamente, com o tempo ficam encardidos e perto do cabo com aquela coisa que parece até mofo ou "gordura localizada". Então, realmente eu não conseguiria mais usar, nem mesmo esporadicamente, pois estava achando meio nojento. São talheres de antigamente, pois depois que me dei conta disso passei a comprar aqueles de inox, inteiro de inox, sem muitos detalhes nem cabos separados.

Deixei na última prateleira alguns pratinhos para sobremesa que passaram a ser efetivamente usados. Antes estavam em prateleiras mais altas e as crianças terminavam por pegar pratinhos de pão para servirem os doces.

Também na última prateleira apenas oito canecas, antes havia quase o dobro de canecas. Pois bem, sempre havia uma pia cheia de canecas usadas e agora limitadas as canecas à duas por pessoa, quando estão todas sujas quem vai usar tem que lavar, logo, mais um fator que auxiliou na diminuição da quantidade de louça para lavar que fica na pia.

E terminei por acertar onde não tinha previsto!


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Qualidade... Confiança... Amizade...

Não é a primeira vez, somente espero que seja a última.

As pessoas que estão no comércio ou oferecendo um serviço definitivamente não são seus amigos, apenas querem ganhar a vida e aumentar o lucro ou a comissão!

Toda regra comporta exceção? Quem sabe? E você sabe quem excepcionar? 

Com certeza tenho algumas poucas e boas pessoas que não se enquadram nessa regra, mas como são pouquíssimas, preciso redobrar meus cuidados e não mais me deixar seduzir.

Vejamos a situação.

Precisava de um produto,  procurei aquele que já havia prestado serviço semelhante e de forma magistral, perfeita e sem qualquer mácula. Recebi aquele sorriso, promessas de maravilhas e até de surpresas, isso porque o prestador sabia do item que eu mais gostava, fazendo suspense e depois finalmente abrindo o jogo dizendo que não havia colocado a "surpresa" no orçamento porque era um presente.

Nossa, que lindo! Amei e até comentei com as pessoas mais próximas da confiança que eu tinha na pessoa e na certeza de que faria tudo perfeito, pois gostava muito de mim, além de ter a garantia de pagamento conforme combinado.

Para falar a verdade, eu havia parcelado em "n" vezes com a intenção de quitar integralmente quando entregue a encomenda, pois nesses casos pagamento adiantado é atraso na entrega.

E a vida seguia equilibrada e eu confiante na minha própria satisfação com o serviço alheio.

Lição: jamais acredite em nada perfeito! Perfeição não existe quando você depende de terceiros! A perfeição somente existe nas coisas que você fizer sozinho e pela certeza de ter feito o seu melhor, mas se depender de outras pessoas nem a certeza de que fizeram o melhor pode ser a expectativa.

Resultado: o produto não ficou satisfatório, sequer a limpeza foi realizada e tudo está marcado com caneta "bic" azul, diversos defeitos em inúmeras peças e por aí vai.

Futuro: não quitei a dívida antecipadamente e não quitarei enquanto a encomenda não estiver exatamente como o combinado e no mesmo padrão daquela anteriormente entregue de forma perfeita.

Cuidado: consumo é coisa séria! Não se deixe seduzir por sorrisos! Coloque todos os detalhes no papel e quando digo todos são todos e todas as especificações e tudo mais que puder ser discriminado! Não confie apenas na palavra! Não confie em promessas, afinal seu dinheiro é muito suado para que você pague muito e não fique satisfeito.

Siga tranquilo! Seja assertivo! Tenha coragem e fale o que precise ser falado, mesmo que seja difícil como foi para mim ontem. 

Muito chato dizer tudo que foi dito para pessoa pela qual você tem grande consideração e até admiração, mas é preciso que as pessoas aprendam que não podem brincar com o consumidor e devem manter a qualidade sempre. Acaso não possam manter a qualidade com o orçamento apresentado devem ser sinceras e até aumentar o valor, mas jamais apresentar serviço que não satisfaça!

E como tudo tem seu lado bom, é certo que no próximo ano precisarei desses serviços por mais duas vezes e pensarei pelo menos dez vezes como e com quem será feito!

Registro que o fato foi objeto de muitas ponderações:

- Inicialmente pensei em deixar tudo como está, pagar, virar as costas e ir embora. 

- Depois, pensei em falar, esperar que a pessoa oferecesse o conserto e, caso não oferecesse, pagar, virar as costas e ir embora. 

- Ainda, cogitei de ir até a pessoa, rodar a baiana e falar que jamais ela faria outro serviço para mim, pagar e ir embora. 

- Por fim, conclui que deveria conversar educamente, mesmo que isso pudesse de certa forma magoar a pessoa, não mencionar o pagamento (a outra parcela vence somente no final de setembro) e pedir solução, sendo que optei por essa atitude, até mesmo em respeito ao meu trabalho e ao dinheiro que gastei.

Confesso que antigamente teria tomado a primeira atitude, mesmo ficando no prejuízo e pagando outra pessoa para consertar, entretanto, hoje em dia dou muito mais valor ao dinheiro que gasto e também tenho muito mais amor por mim mesma - não estou pedindo favor e tenho o direito de ficar satisfeita!

E o desabafo fica por aqui. Quando tudo terminar, volto contando, certamente com um sorriso!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Meio arrumado...

Lembram da vistoria do apartamento? Basta acessar o post Surpresas e Conclusões.

Ainda não foi possível arrumar toda a bagunça da mudança em decorrência da falta de tempo, agravada pelo fato de que ninguém mora no local.

Trouxe, conforme prometido, algumas fotos. Coloquei o antes e o depois para facilitar a visualização. Assim que houver alguma mudança significativa volto com outras fotografias!

E, de saída, concluí que precisava de um porta talheres para colocar em uma das gavetas da cozinha. Antes de comprar procurei em casa e encontrei um branquinho e novinho, mais uma vez sendo demonstrado que temos em nossas casas mais do que precisamos e é preciso procurar antes de fazer qualquer compra.













Ainda existentes alguns problemas que devem solucionados para que o já está no local fiquei perfeito e conforme planejado, entretanto, de um modo geral está tudo sob controle e melhor do que o esperado, considerando que toda a mudança causa muitos transtornos e até agora esses foram poucos ou quase ausentes.

Tem um colchão velho que o dono não veio buscar no apartamento antigo e terminou vindo com a mudança. Vou tentar devolver ou dar um destino.

Encontrei um eletrodoméstico de fazer suco, aqueles de colocar a fruta em pedaços grandes, que deixei de usar na minha casa pela dificuldade em lavar e nem sei como foi parar no apartamento. Precisa voltar para casa e, provavelmente, será vendido.

Mais uma coisa que não tem espaço é a mesinha - na foto aparece ao lado do móvel da tv - e já voltou para minha casa e, enfim, irá para o local que mais gosto de ver com a peça de decoração que combina com ela.

Olhando tudo novinho assim dá vontade de sair concluindo o projeto com espelhos, papéis de parede e outros itens decorativos, coisa que não vou fazer pelas razões já relatadas no texto Congelamento temporário de despesas!

Como é difícil conter nossas vontades, por isso é preciso persistir na intenção de não consumir!

domingo, 26 de agosto de 2012

Vida simples - algumas atitudes (2)

Recebo alguns comentários de pessoas que estão iniciando seus destralhes e demais movimentos rumos à organização, fico feliz por perceber que está se tornando cada vez mais comum as pessoas procurarem uma vida mais simples, com menos tranqueira à volta e menos consumo desnecessário.

Procuro simplificar meu estilo de vida com todas essas atitudes e tenho a convicção de que não cheguei ao meu máximo, sendo um árduo e longo caminho até alcançar esse objetivo e prefiro que seja assim até para que todas as mudanças sejam interiorizadas, com menor risco de voltar aos comportamentos antigos.

Certo que preciso vigiar os condicionamentos. Cheguei à adolescência nos anos 80, quando aumentou em muito o consumo de bens desnecessários pela população, os ganhos financeiros com a inflação davam uma falsa sensação de ganho fácil e as roupas de grife começaram a se firmar e passou a ser menos difícil encontrá-las.

A orgia do consumo merecia uma resposta e, logo após, começaram a aparecer movimentos para controle do consumo, escolha dos bens que deveriam ser consumidos, além de alguns preocupações com sustentabilidade e meio ambiente, sendo que estas somente bem mais tarde vieram a criar força para ocupar lugar de destaque na mídia e até no comportamento das pessoas.

Nos tempos atuais a crise econômica mundial, trazendo incerteza com o futuro, também auxilia no sentido de as pessoas voltarem seus pensamentos para o consumo consciente, diminuição do consumo e busca da origem dos produtos, verificando as condições de fabricação (sustentabilidade, impacto social, etc).

As condições em que se encontra a natureza também ditam os rumos do consumo mencionados no parágrafo anterior.

Por todas essas razões, consumir deixou de ser uma necessidade e uma decisão pessoal. Há uma necessidade de todas as pessoas passarem a exercer um consumo consciente e essa informação está chegando e sendo assimilada por um grande número de pessoas.

Nesse caminho, aliado à necessidade de preservação e fortalecimento dos valores verdadeiros - família, amizades e aprimoramento pessoal em todas as áreas - tenho optado por facilitar minhas atividades profissionais, simplificar as atividades domésticas e encontrar mais tempo para o que realmente importa.

Menciono por vezes que os valores monetários não são satisfatórios para todos os planos, conclusão que chego quando da análise da planilha mensal, mas isso não é motivo para que eu encontre outra atividade remunerada. Não abro mão do tempo para ficar com família, amigos e outras atividades pessoais, atividades que até podem não parecer importantes para outras pessoas, mas que são essenciais para mim.

A necessidade de consumir mais coisas não pode ser desculpa para deixar sua vida e verdadeiros valores na busca de mais dinheiro para ser colocado no "ralo". Por isso é importante reduzir o consumo ao que é necessário e essencial, precisando de menos espaço de armazenamento, menos tempo para organização e descartando menos coisas na natureza.

Toda essa simplificação leva à uma vida com menos estresse, pois passamos a trabalhar menos em atividades profissionais e até mesmo domésticas.

Não se trata de viver com menos coisas, pois cada pessoa tem sua medida individual do que é necessário, e sim de viver de forma equilibrada, com o que é essencial e necessário para cada um, alcançando com isso mais qualidade de vida.

Simplificar. Vida simples. Minimalismo. Consumo consciente. Sustentabilidade. Equilíbrio. Redução de despesas. Tempo disponível para o que realmente importa. Diminuição do estresse.

Comece hoje. Descarte o que não usa mais - doe, venda, troque ou, se não tiver mais jeito, jogue fora observando a separação de recicláveis. Aproveite e crie mais situações de lazer junto à família e amigos. Faça o que realmente você ama. Simplifique! Simples assim!


sábado, 25 de agosto de 2012

Globo Ecologia e Hora de Mudar

25/08/2012 06h44 - Atualizado em 25/08/2012 07h06

Obsolescência programada: é possível identificar e se proteger?

Pouca durabilidade dos produtos e lançamento frequente de modelos estão entre as práticas da indústria encontradas no mercado nacional

joão paulo amaral, idec  (Foto: divulgação)João Paulo Amaral, do Idec (Foto: divulgação)

Na contramão das iniciativas de consumo sustentável, o mercado parece desenvolver novas – e eficazes – estratégias para estimular ainda mais as aquisições por impulsão, ou compras mais frequentes. Fazendo coro às ações de marketing, a chamada obsolescência programada (do inglês planned obsolescence) também dá o seu empurrãozinho para motivar o consumidor a sacar mais algum objeto das prateleiras do comércio. A baixa durabilidade dos produtos e o apelo dos lançamentos constantes caracterizariam essa tendência.

Ainda que figure hoje entre nós, a prática está longe de ser algum novo lançamento, e data da década de 20. Tudo teria começado com a indústria de lâmpadas. Que, na opinião dos empresários, duravam demais. E não demorou para que surgissem no mercado modelos menos eficientes, para fomentar o consumo. Prática que logo se estendeu às linhas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. O argumento para afastar a especulação de uma teoria da conspiração seria: por que a indústria estaria desenvolvendo produtos menos duráveis, quando a sofisticação tecnológica deveria promover o movimento contrário?

Parte das respostas pode ser encontrada no documentário “The Light Bulb Conspiracy” (A conspiração da lâmpada, em inglês), da cineasta Cosima Dannoritzer, que se propõe a questionar a prática da indústria de determinar uma vida útil curta para seus produtos com o objetivo de vender mais, em especial na indústria da tecnologia. No filme, a cineasta defende a obsolescência programada na forma tecnológica pura e também na forma psicológica, em que o consumidor voluntariamente substitui algo que ainda funciona só porque quer ter o último modelo.

O conceito, que teria surgido entre as empresas como algo obscuro, torna-se cada vez mais público. A justificativa de que os produtos menos resistentes seriam também de menor custo e mais acessíveis parece não soar muito convincente aos especialistas. “O que existe hoje é uma cultura de objetos com pouca vida útil, aliada ao desejo das pessoas de terem sempre o último modelo de celulares, tablets, notebooks”, sintetiza João Paulo Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Com isso, a entidade coleciona reclamações de produtos defeituosos, otimizadas pela falta de assistência técnica e de reposição de peças, além da incompatibilidade com modelos anteriores e acessórios. “Com o volume e a velocidade de lançamentos, mesmo a mão de obra especializada não consegue acompanhar a demanda e não há disponibilidade de peças no mercado”, completa Amaral.
Para o pesquisador, outra evidência da prática da obsolescência programada seriam os lançamentos de modelos de produtos muito similares e em pequenos intervalos de tempo. “Com certeza a indústria já dominava há muito tempo a tecnologia para o desenvolvimento de produtos que só hoje encontramos no mercado, nos forçando a consumir versões já obsoletas de pendrives e celulares, por exemplo”, diz o pesquisador.

Amaral alerta para o dano que esta prática causa ao meio ambiente, gerando um volume cada vez maior de lixo eletroeletrônico, em desalinho com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O problema exigiria a implantação de logística reversa das indústrias, condicionando a produção e a montagem dos produtos em função do descarte.

A insatisfação com produtos foi a terceira maior causa de atendimentos do Idec no ano passado, somando 14,42% das reclamações, perdendo apenas para as insatisfações com serviços financeiros e de planos de saúde. A entidade registrou 5,2 mil orientações sobre problemas de consumo. Garantia e trocas estão entre as principais dúvidas e reclamações. “A forma que o consumidor tem para se proteger é estar atento aos seus direitos. Na entidade, podemos informar sobre prazos de validade e garantias”, conclui.

ivo lesbaupin, abong (Foto: hugo fanton)Ivo Lesbaupin, da Abong (Foto: Hugo Fanton)

Na opinião do diretor executivo da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), Ivo Lesbaupin, a consciência e a articulação social em relação ao problema da obsolescência programada são os principais recursos para condicionar a indústria a uma mudança de percepção e até mesmo a uma interferência legal do caso. “Chegamos àquela situação em que consertar um determinado aparelho tem o mesmo custo que comprar um novo. A forma que temos de nos opor a isso é exigir melhor qualidade tecnológica dos produtos, a possibilidade de reparos e que as peças possam ser utilizadas de alguma forma após o desmonte dos aparelhos”, enumera.

Outra alternativa apontada por Lesbaupin seria o cumprimento dos prazos de garantia, com a exigência da troca das mercadorias em casos de defeito, e não o reparo gratuito pela assistência técnica. “É preciso jogar essa carga sobre os fabricantes. Se a indústria fosse obrigada a fornecer um novo produto a cada caso de peça defeituosa, a preocupação com a qualidade tecnológica certamente aumentaria”, acredita.

O diretor da Abong não está sozinho quando pensa que uma campanha de sensibilização despertaria o interesse de muitos consumidores. A obsolescência programada também esteve em pauta no blog Hora de Mudar, da juíza Ziula Sbroglio, dedicado ao consumo consciente. Desde julho do ano passado, Ziula se impôs o desafio de “frear todo e qualquer consumo de item não-essencial ou supérfluo”, e já entra no que ela mesma chama de “segundo ano sem compras de desnecessários e supérfluos”.

Em meio a muitos relatos, a blogueira conta que um dos seus filhos sugeriu a compra de uma televisão com tecnologia 3D, se propondo inclusive a pagar metade do custo do aparelho. Fiel ao próprio desafio, ela teria argumentado que a aquisição não se enquadrava como item necessário ou essencial. “Não compramos. E quinze dias depois ele lembrou que a televisão não está fazendo a mínima falta.”

retirado daqui

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Congelamento temporário de despesas...

Nem box de vidro para banheiro nem cortinas de plástico. Pois é, Adriana, esse caminho você não esperava, não é mesmo?

Minha vida financeira está sofrendo uma "virada" e ainda não sei se para melhor ou para pior, nem qual o rumo que irá tomar. Espero que seja para o melhor e até aposto nessa alternativa, mas somente os números poderão dizer. Dessa vez não vou arriscar!

Então, considerando que já coloquei os móveis no apartamento do meu filho (sofá, cama, mesa, cadeiras, tapetes, roupa de cama, mesa e banho, eletrodomésticos, louças, talheres, mesas laterais, TV, cortina da sala e alguns itens de decoração) arcando com os valores da mudança, também mandei fazer os móveis planejados (cozinha, cristaleira, armários para dois quartos e dois banheiros), comprei todas as luminárias e chuveiros e ele, meu filho, apenas chamou o eletricista arcando em esse custo, resolvi parar e deixar por conta dele o que acontecer daqui em diante.

Penso que já fiz minha parte e talvez até mais do que seria necessário, mas entendo que havia me comprometido e o limite foi esse onde parei em razão de ter tomado consciência de eventualmente ter feito mais do que deveria.

Como não participei da mudança, estava trabalhando, e também não consegui ver como ficaram os móveis nos devidos lugares, esse final de semana vou até lá, esperando ter surpresa agradável e depois coloco as fotos por aqui.

Quanto ao quarto da Izabel, chegou a roupa de cama e assim que for possível também coloco as fotos de como está atualmente, entretanto, não vou colocar mais nada por um tempo, até que ela esteja adaptada e dê idéias que deixem o quarto com o estilo dela, caso contrário, será mais um cômodo com a "minha cara" e não pretendo isso.

Acho importante os adolescentes exercerem a criatividade e personalizarem sua toca. Vamos ver no que dá, até porque talvez seja temporário, considerando que a faculdade ela cursará em Londrina.

Eu tinha esses dois projetos em andamento - quarto e apartamento - e que exigiriam ainda alguns gastos e estão congelados pelo prazo de sessenta dias. Depois disso veremos, pois ainda tenho um grande projeto para março de 2013 que dependerá de valores altos e outro para agosto de 2013 que pedirá valores menores, mas todos esses valores precisam ser economizados até lá em razão de que não pretendo pagar nenhuma espécie de juros nem parcelar no cartão qualquer compra que se faça necessária.

Prefiro descobrir primeiro se os valores que estou gastando atualmente continuarão a ser os mesmos e nas mesmas proporções conforme o orçamento já delineado, se diminuirão, se aumentarão e se o orçamento irá equilibrar ou continuar se comportando feito uma criança mimada a depender de complementações com férias e gratificação natalina.

O comportamento atual não está me agradando, como já mencionado em outros textos por aqui.

Tenho a intenção de no recebimento do salário retirar todos os investimentos e poupança, passando a viver com o restante sem que faltem valores no final do mês, valores esses que precisam das complementações acima mencionadas. É um árduo processo e um árduo caminho que venho trilhando, ciente de que nada referente à equilíbrio é fácil e indolor, muito pelo contrário.

Seria como se eu recebesse valores mensais menores, pois sequer lembraria da existência daqueles valores retirados no dia do pagamento e teria que aprender a viver com menos, com a consciência de que somente esses valores que sobraram é que poderiam ser gastos no dia a dia.

Já ouvi gente argumentando que não se pode dar ao luxo de poupar. Ora, poupar não é um luxo, é uma necessidade! Luxo e desnecessário é gastarmos mais do que ganhamos, é não nos atentarmos para as limitações do orçamento, é não nos privarmos de coisas totalmente supérfluas.

Tudo isso são pensamentos sobre dinheiro, planos, intenções e somente agindo assim podemos chegar ao nosso melhor que pode até ser diferente de alguns caminhos pensados, o que não podemos é ficar parados, vendo o salário todo ser sugado, depois correr para economizar e com o valor da economia destinado ao pagamento de juros e taxas bancárias.

Necessária uma mudança de atitude e ela não é ato único, exige um exercício diário com o orçamento e também em todas as outras áreas da vida como manter-se saudável (está difícil ficar sem o cigarro, mas tenho lutado desde que acordo até a hora de dormir para não ceder), ter relacionamentos satisfatórios, praticar exercícios, exercer a caridade, manter a leitura em dia, fazer algum artesanato, etc.

Sei que manter a frequência de todas as coisas que nos fazem bem, seja a curto, médio ou longo prazo é difícil, mas é possível e nos torna felizes.

Tente você também mudar alguma sitação que você saiba estar desequilibrada na sua vida e lute diariamente para que se torne um hábito! Tente, mesmo que haja tombos! Se cair, tente novamente! E, no final, sinta-se uma pessoa vitoriosa!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

De quem é o dinheiro gasto?

Já contei por aqui sobre a volta da Izabel e isso mexeu com todos os meus conceitos de consumo, quase fez ir por água abaixo o que venho construindo desde antes do início do ano sem compras.

Antes de julho de 2011, quando iniciou o ano sem compras, eu já vinha fazendo alguns investimentos, embora não tenha freado totalmente o consumo. A partir de julho de 2011 segurei todo e qualquer gasto que considerava desnecessário e supérfluo.

Pois bem. Minha filha fez aflorar aquela mulher consumista que adora uma novidade, mulher essa que está em transformação, mas ainda dorme com um olho no gato e outro no peixe esperando ser despertada por uma linda vitrine cheia de coisas lindas, de grife, desnecessárias e maravilhosas.

Izabel foi embora para a casa do pai, longe, bem longe, com nove anos e o pouco tempo que passávamos juntas não permitia cuidasse eu da minha boneca, nem a enfeitasse como acho que deveria ser. Agora já está uma mulher, linda, loira e de olhos azuis, tendo eu perdido um grande tempo.

Para compensar e observando o guarda roupa dela - jeans e camisetas - comecei a tentar fazer uma mudança radical e a desculpa para os gastos era ótima, pois ela realmente "precisava" e não posso gastar comigo, mas poderia gastar com ela. Podem rir!!!

A sorte nesses acontecimentos todos é que ela acompanhou o blog, minhas conversas e até algumas atitudes (mesmo quando estava fora), estranhando fizesse eu questão de tantas compras e não as permitindo, exceto algumas poucas realmente necessárias.

O que me chamou atenção foi uma camisa não tão barata que ela escolheu e depois comentou com o irmão que se fosse pagar certamente não compraria, sendo que aceitou porque era presente.

Bastou tal comentário para minha ficha cair. Estabeleci mesada em valores compatíveis com os fatos, avisei que não daria dinheiro durante o mês e que compras seriam feitas em valores "x" também somente uma vez por mês, com o que eu conseguiria manter o controle financeiro.

Ela até chegou a comentar que eu estava gastando demais, entretanto mesmo um tanto quanto fora de foco, em termos de valores eu estava gastando dentro de limites que estabeleci e tinha tudo sobre controle, embora diminuindo a economia.

Falei para ela que tinha todos os gastos anotados e enxerguei uma porção de pontos de interrogação em seu olhar, como se não acreditasse, então depois mostrei o controle e até rimos muito juntas considerando que as despesas com alimentação aumentaram mais do que o razoável depois que ela chegou.

Para ver como ainda funciono em termos de consumo: tentei achar subterfúgios para continuar gastando, o que foi consertado em menos de três semanas e sem grandes prejuízos, porque eu estava atenta e me observando, não se pode deixar de vigiar nunca.

E devemos observar como funcionam as pessoas à nossa volta e como foi fácil para ela gastar em uma camisa um valor razoável, porque o dinheiro não era dela. Vamos ver como será daqui pra frente em que os valores são dela e limitados, com certeza os itens não serão tão caros e a compra será melhor analisada.

As pessoas que não conferem a conta corrente (post anterior), sequer verificam o que foi gasto no cartão e não controlam minimamente suas contas, ~devem ser levadas também pelo fato de estarem gastando um dinheiro que não é delas, pensando que o dinheiro é do banco. Tal qual criança pequena quando a mãe diz "não tenho dinheiro" e a criança responde "paga com cheque ou cartão".

Crianças não sabem que o cheque pressupõe a existência de dinheiro em conta corrente e que a fatura do cartão deve ser paga em seu vencimento sem parcelamento, entretanto adultos deveriam saber disso e quando não sabem devem ser alertados pelas pessoas mais próximas, até mesmo para que procurem ajuda, porque nunca é tarde para mudar hábitos de consumo e manter uma vida economicamente equilibrada.

Vamos nos vigiar e propiciar educação financeira para nossas crianças. Contas equilibradas, consumo consciente, não endividamento, mais qualidade de vida com atividades que tragam crescimento pessoal, menos itens para descartar na natureza e um futuro melhor para todos em todos os sentidos!!!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Conferência conta corrente e controle financeiro


Acho estranho encontrar pessoa que não confere sequer a conta corrente. Passei essa semana por essa situação. Houve um débito meu em conta corrente de outra pessoa e percebi quando fui conferir minha conta, sendo que o documento continha meu nome, a descrição do débito e o número da conta corrente dessa outra pessoa.

De posse do documento, chamei a pessoa e perguntei se conferia a conta. Ela começou a rir, disse com a maior naturalidade do mundo que "é claro que não conferia, mas parece que teria que começar", contei que mês passado eu teria tido um prejuízo de mais de R$ 2.000,00 acaso não conferisse, pois houve débito nesse valor na minha conta e que não era meu.

Com certeza isso é só um exemplo, mas é comum ver pessoas que tem total descaso com o dinheiro, gastam mais do que ganham e, quem não confere conta, certamente termina por cair nessa armadilha. Uma pessoa que sequer olha o que entra e o que sai em termos de dinheiro desconhece qualquer princípio básico sobre finanças.

Agindo assim a pessoa também descuida de pedir descontos, analisar preços, buscar maior custo/benefício dos produtos/serviços, levando a vida com o que entende ser "pura comodidade" e aproveitamento do tempo. Ledo engano. Com essas atitudes o final de tudo será o endividamento, o tempo gasto para tentar reorganizar as finanças, o eterno estresse para entender o que está acontecendo e muitas vezes coloca a culpa em outros membros da família pelo caos financeiro.

Hoje em dia encontramos tudo sobre finanças na internet, não podemos mais dar desculpas de que não fomos orientados nesse sentido por nossos pais, basta um pouco de empenho e de busca de uma vida melhor.

Nem procuro mais entender quando uma pessoa argumenta que "precisa gastar! precisa ter alguma satisfação!" e sai gastando loucamente seja em itens para consumo próprio como em itens para a família, tudo sem analisar se tem ou não condições de pagar e sem analisar se vai ficar mais endivididada ainda. Parece meio insano, mas conhecendo algumas pessoas assim sei que agem de forma quase inconsciente ou até como se possuíssem super poderes para resolver magicamente as dívidas que assumem.

Um dia todos terão consciência de que os valores advindos de nosso trabalho ou mesmo de outras fontes não pode ser gasto em sua integralidade, é preciso manter uma reserva e refrear os imensos desejos de consumo, tanto para manter um equilíbrio financeiro como para preservar o meio ambiente deixando de "entulhar" a natureza com muitos e muitos produtos que compramos e depois não queremos mais.

Quantas pessoas já pararam para pensar as razões que levam à comprar qualquer coisa?

Eu compro para atender necessidades básicas. Já comprei por ansiedade, em razão de estar muito triste ou muito alegre, para compensar um ganho ou uma perda, para me presentear ou presentear outras pessoas e também já comprei para preencher um tempo que tinha ocioso.

Hoje consigo analisar os itens adquiridos dentro do que considero consumo consciente e o que entendo ser consumismo (no sentido de comprar pelas razões erradas). Mesmo quando erro, procuro aprender com isso, entretanto muitas pessoas sequer conseguem fazer essa distinção e vão passando inconscientes pela vida em termos de consumo, conseguindo entrar em sérios apuros ou mesmo deixando de ter investimentos  consistentes que possam trazer frutos no futuro.

Quando exerço o consumo consciente tenho prazer em olhar o que adquiri, além da tranquilidade em saber que comprei um bem necessário, útil e que será muito utilizado. Por outro lado, quando simplesmente compro pelas razões erradas sinto um insatisfação sem fim toda vez que olho o item comprado ou pago a prestação e esse sentimento permanece até o momento em que tomo coragem e me desfaço dessa "tralha".

Bem sei como é difícil estar no comando da própria vida. Controlar o consumo, a alimentação, o cigarro. Realmente assumir o lugar de poder que temos no mundo. Tudo isso depende de vigilância constante, de atitudes até mesmo extremas, de coragem e de completa atenção aos atos praticados.

Agindo dessa forma, com paciência em relação à nós mesmos e atenção, podemos identificar o que está incomodando e achar outras soluções fora do consumo, evitando problemas financeiros futuros, deixando de preencher esse espaço que surgiu com compras.

Outra atitude importante é pensar antes de cada compra, deixando a urgência do "ter". Você precisa de determinado item? Será? Espere uma semana, quinze dias! Ainda precisa? Pesquise! Pechinche! Busque qualidade! Achou o preço ideal? Tem certeza de que precisa realmente comprar? Esperando e seguindo esse roteiro já desisti de algumas compras.

É preciso muita paciência, muito estudo, muito foco, muita atenção para vencermos nossas limitações. Certamente não venceremos todas elas, mas o tanto que conseguirmos já será uma grande vitória!

Sigo sem fumar! Difícil caminho! Nem sei como comecei com o vício e quero seguir sem ele!



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mágica do orçamento...

Queria muito conhecer a mágica do equilíbrio. 

Controlo todas minhas contas, anoto todos os meus gastos, faço planilha todos os meses (lançando dados parciais dia quinze e fechando o mês no dia trinta), não estou gastando com desnecessários e supérfluos (exceto R$ 100,00 naquela sapatilha animal print que não precisava necessariamente), verifico preços e datas de validade, somente faço um gasto de necessário e essencial acaso possa pagar à vista.

Todo o controle mencionado acima não é suficiente para que chegue no final do mês com valores sobrando, pelo menos não em todos os meses do ano.

Está certo, pago os investimentos em primeiro lugar, mas no apagar das luzes nunca tenho os valores para esses investimentos e os valores vão passando de um mês para outro trabalhando com sobras de férias e gratificações natalinas.

Que coisa mais esquisita! Fico me perguntando como eu gastava em "coisas" desnecessárias e supérfluas antes do primeiro ano sem compras, pois os valores que ganho não cobrem nem os gastos já programados para o mês.

E vocês como controlam suas finanças? Sobra efetivamente algum valor no final do mês ou vivem se equilibrando com férias e gratificação natalina para conseguirem fechar as contas? Existe algum milagre, além de não gastar, que possa me auxiliar a equilibrar efetivamente as contas?

Como já falei por aqui, dois grandes gastos foram minimizados, embora eu ainda não saiba se isso será suficiente para terminar o mês gastando somente o que recebo como salário.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vida simples - algumas atitudes

Destralhar, tirar o que não serve, o que não tem utilidade, o que não amamos, o que não tem mais sentido em nosso momento atual.

Para adquirir novos itens priorizar a qualidade e durabilidade. De nada adianta comprar uma roupa muito barata que estrague na primeira lavagem nem uma batedeira (lembram?) de R$ 50,00 que você precisa ajudar a bater.

Verificar o que efetivamente está em promoção. Analisar se a liquidação é verdadeira, mas somente comprar se realmente estiver precisando e acaso não atrapalhe o orçamento e os planos a longo prazo.

É preciso ter em mente o que é desejo ou capricho ou supérfluo, somente trazendo para casa o que realmente for necessário e essencial. Agindo dessa forma com certeza já terá economizado.

Agindo com consciência, mantendo o essencial e comprando o indispensável que tenha qualidade e dure muito, estaremos ajudando a natureza, colaborando com a sustentabilidade, economizando valores do nosso salário, vivendo com menos estresse, tendo menos coisas para organizar e precisando de menos armários, caixas e organizadores.

Existe também uma outra abordagem para a economia advinda do consumo e gastos conscientes. Sabe-se que atualmente os reajustes salariais estão cada vez  mais raros e muitas vezes sequer cobrem a inflação. Eu, por exemplo, estou sem reposição salarial há mais de seis anos e olha que nem falo de reajuste, falo somente de reposição. Então, gastar com consciência, deixar de gastar, é também uma forma de aumentar meu salário, mesmo sem ter a reposição sequer da inflação.

Na realidade penso que precisamos amadurecer em termos de consumo, simplificando ao máximo nossas posses e, quando falo em máximo, falo naquilo que é possível para cada pessoa, não havendo uma fórmula universal.

Estou pensando em como enxugar ainda mais meus gastos e penso que o momento é extremamente propício em razão de que duas grandes despesas foram minimizadas, entretanto a impressão que tenho é que sempre que elimino ou diminuo uma despesa, outra despesa aparece ou uma já existente aumenta. Vamos ver nos próximos meses como a coisa toda se encaminha. Alguma situação diferente tem que acontecer para me levar à mais economia.

O consumismo não leva à satisfação pessoal, pelo contrário, apenas atende ao apelo da indústria em colocar mais e mais produtos no mercado, produtos esses com durabilidade cada vez menor a fim de movimentar o mercado dentro de um sistema que não se preocupa com o ser humano e sim com o aumento dos lucros do fabricante e a manutenção da riqueza financeira nas mãos de poucos.

Ecologia e sustentatibilidade também restam prejudicadas quando compramos mais e mais produtos com obsolescência programada e que em pouco tempo vão parar em lixões porque substituídos por outros "mais modernos".

Lembram da TV 3D que meu filho queria que eu comprasse? Dia desses ele lembrou da TV e observou que não compramos e também não fez a mínima falta. Acaso eu tivesse cedido na época, o que somente não o fiz em razão do ano sem compras, teria mais uma coisa desnecessária dentro de casa.

O ano sabático auxilia em muito na tomada de consciência, mas se você não conseguir eliminar radicalmente o consumo de desnecessários e supérfluos, pelo menos diminua esse consumo e já irá colher frutos não só financeiros, mas também frutos de conscientização.

Modifique seus hábitos de consumo!!!

domingo, 19 de agosto de 2012

Dilema: cigarro x ganho de peso

E seguimos falando sobre esse vício. Dizia uma psicóloga com quem fiz terapia por um bom tempo que temos que falar sobre um assunto até ele perder a importância. Será? No fundo, acho que as pessoas cansam um pouco e até ela ficava cansada.

Tenham paciência comigo! O assunto da vez é o cigarro e a cada comentário que recebo me sinto mais forte para prosseguir.

Somente quem é fumante, quem enfrenta o tabagismo, quem já tentou deixar de fumar terminando em várias tentativas frustradas, sabe do que estou falando.

Hoje novamente dificuldade para respirar e lá terminei com o vidro de xarope que tinha só um pouquinho. Esqueci de comprar outro xarope e vamos continuar com a "bombinha".

Saímos para comprar alguma coisa para o jantar. Não quis ir ao mercado, optando por uma dessas casas de frios, cheinha de coisas diferentes e lá estava sobre o balcão uma embalagem de "fatias húngaras" que foi aberta na mesma hora e totalmente devorada antes mesmo do pagamento, com direito a lamber os dedos para aproveitar a calda. Vendo a cena um tanto quanto bizarra diferente, o Pedro já veio com suas pérolas:

- Mãe, para de comer, não quero ver você em uma cadeira de rodas!

- Pedro, a mãe não está fumando e precisa de algum doce diferente, a embalagem era pequena!

- Não quero ver você em cadeira de rodas, já falei!

Deixa eu explicar. Quando tinha quinze anos fiz duas cirurgias de coluna e o médico na época falou que eu poderia cair de um avião, mas não poderia de maneira alguma engordar, por isso minha neurose com comida, por isso ia dormir muitas vezes com fome, por isso todo mundo em casa sabe até para monitorar o que vou comendo e monitoram mesmo!

Após o início do primeiro ano sem compras passei a comer mais, talvez substituindo compras por comida. Não engordei exageradamente, entretanto aumentei um número na roupa (de 36 para 38).

Estou ciente e contente de que parando de fumar existe uma grande possibilidade de engordar mais um pouquinho, logo, estou me cuidando e compensando esses ímpetos devoradores de "fatias húngaras" com nenhum alimento no jantar, por exemplo.

Aproveitei a ida à casa de frios para comprar "beliscos". O Pedro ajudou a fazer minhas embalagens com castanhas e damasco (um damasco; duas castanhas do pará - que tem gosto de água de piscina, segundo ele; duas castanhas de caju; dois pistaches; duas amêndoas; duas nozes) que levo para o trabalho a fim de lanchar às 10h00 e às 15h00, está certo que a saciedade não é total, mas dá uma boa enganada, faz bem para a saúde e a quantidade não autoriza engordar.

Semana passada comi dois chocolates de lanche da tarde, depois fiquei rindo sozinha porque fiz o menino buscar de forma urgente, se eu não comesse os tais chocolates teria um treco e nem gosto tanto assim de chocolate.

Quando fui tomar banho hoje pela manhã a pressão baixou, fiquei suando, tive náuseas, lábios amortecidos. Nossa! Eu jamais imaginei esses efeitos da falta de cigarro, considerando que nas demais tentativas sempre tinha uma espécie de "muleta" que mascarava os sintomas.

Existem coisas ótimas nesse processo, aliás a maioria. Deve ser destacado o fato de estar tomando mais de dois litros de água por dia. Sempre quis tomar esse montão de água, mas nunca lembrava. Agora, sem fumar, resta-me rios de água para substituir em parte a vontade de me intoxicar.

Minha pele já é outra. Registro minha indignação pelos valores de muitos dígitos gastos em cremes nacionais, importados e caseiros, sem conseguir nenhum efeito. Minhas rugas lá, cada vez maiores, cada vez mais aparentes e em pouco mais de uma semana sem fumar parece que passei botox, fiz plástica ou sei lá o que.

Exagerei no parágrafo anterior, entretanto todo mundo observa que meus olhos brilham mais e eu sei que não tenho mais aquela pele verde macilenta.

Para as olheiras estava até usando hirudoid e elas continuavam pretas. Atualmente, olheiras normais, bem mais claras, muito mais claras e a exigir muito menos corretivo.

Ando por aí cheirosa, valorizando o investimento em perfumes.

Hoje minha filha ficou me olhando na cozinha, sem entender quando eu falava:

- Nossa! Olha o cheiro do leite. Que perfume tem esse café. Pão mais cheiroso.

Ela olhando com cara de interrogação e isso me fez explicar que fumante não sente cheiro, por isso eu estava ali tão feliz com coisas tão banais.

Sono? E o sono? Eu tinha insônia. A maior parte dos posts desse blog foram feitos e/ou publicados de madrugada. Agora? Dormindo como fosse uma criança, embora com o inconveniente de também sentir vontade de dormir durante o dia, mas com o tempo isso tudo se equilibra. Estou amando dormir a noite toda, cair na cama e adormecer, fechar os olhos e já começar a sonhar!

Olha! Estou firme e pretendo continuar, pois talvez essa seja minha última chance de ter uma vida saudável daqui para frente e essa conclusão está alicerçada no que está acontencendo com minha respiração. Logo, logo, isso tudo passa e espero nem pensar mais nesse assunto.

Continuem vindo por aqui e continuem me dando força! Consegui ficar um ano sem comprar e entrar no segundo ano sem supérfluos graças ao apoio que recebi por aqui. Tenho certeza de que permanecerei sem fumar com o apoio que continuo recebendo!!! Obrigada!!!


sábado, 18 de agosto de 2012

Projeto 333 e objetivo com as roupas!

Já falei que isso não é um conto de fadas onde tudo transcorre maravilhosamente e os participantes vivem felizes para sempre com os objetivos traçados.

Não fiquei feliz com o Projeto 333, muito pelo contrário! E agora, mais do que nunca, estou precisando canalizar energias para toda e qualquer coisa que me traga prazer. Quero todas as compensações possíveis que eu possa me dar para esquecer o cigarro.

Certo que não sairei por aí gastando como uma louca, mesmo porque não tenho mais vontade e, exceto o dia em que saí com minha irmã, não sinto prazer em entrar nas lojas e fazer compras. Logo, vou terminar minha peça de fuxico lilás, vou brincar com minhas roupas, sapatos, echarpes e demais acessórios, vou largar o Projeto 333.

Tenho um certa dificuldade em ser minimalista na exata acepção da palavra. Consigo diariamente me desapegar das coisas, destralhar com apenas um pouco de dó mas sem piedade, manter somente o essencial, enfim, em relação ao ambiente estou 100% certa do que quero e quanto ao restante posso dizer de carteirinha que jamais conseguiria viver com 33 itens, nem mesmo por 3 meses.

Aquelas pessoas mais tranquilas, menos ansiosas, certamente se darão bem no Projeto 333. Para mim não funcionou.

Consegui durante 47 dias ficar limitada às peças determinadas no início do desafio, mas não quero permanecer nele no momento atual e eu poderia até utilizar a desculpa da ansiedade causada pelo fato de ter parado de fumar, só que não é isso, na realidade eu cansei de ficar olhando todas as demais peças que amo e sem poder usar.

Não consegui encaixotar as demais peças do guarda roupa, porque fiquei com medo que estragassem, por falta de coragem do desapego visual e também não consegui deixar no outro quarto porque a Izabel voltou para casa e precisava do espaço dela. Então, ficava olhando tudo e não podia usufruir, o que estava me gerando mal estar.

O Projeto 333 é muito bom no sentido de que não precisamos pensar no que vestir, é prático para arrumar malas, é ótimo para descansar a cabeça pela manhã ou pela noite quando decidimos o que vamos colocar, mas repito que não está servindo para mim.

Em outro texto já escrevi que queria um arco íris para me vestir e é isso que vou me dar agora com as roupas, sapatos e acessórios que tenho no guarda roupa, quero me divertir com todas as coisas que possuo e que, em um primeiro pensamento, já não são muitas.

O objetivo final quanto ao "buraco negro" do meu guarda roupa é deixar somente as roupas que amo. Hoje mesmo pela manhã fui colocar uma blusa de seda preta e toda vez que tento usá-la sinto o mesmo mal estar considerando que acho que tem muito pano, o resultado foi desapegar da malsinada no mesmo momento em que vesti e lá foi ela seguir seu rumo.

Voltando a energia para o guarda roupa novamente e deixando de usar apenas meia porta de armário, em breve darei notícias sobre o número de peças que ainda possuo, levantamento que deveria ter sido feito no início do primeiro ano sem compras e que deixei de fazer, mas nunca é tarde para começar.

Um ótimo sábado para todas e para todos. Força. Vontade de ser feliz. Perseverança. Saúde. E até um pouco de frivolidade, porque não?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Passando mal... crise de abstinência de nicotina

Hoje estou passando mal. Falta de nicotina, de mais de 4.000 substâncias tóxicas e no mínimo 43 cancerígenas cirulando pelo meu organismo. Acha pouco?  Meu corpo está acostumado com isso há 33 anos, sim comecei a fumar com 13 anos e hoje estou em 46 anos, sendo que afora alguns pequenos períodos sempre fiquei intoxicada com essa droga.

Em todos os momentos, alegres ou tristes, o cigarro nunca me deixou, sempre me fez companhia e com as pessoas nem sempre isso acontece, pois uma hora estão do seu lado e outra vão cuidar de seus afazeres mesmo que você esteja imensamente precisando.

Não, não estou reclamando, também sou assim e também tenho coisas inadiáveis que independem da necessidade de qualquer outra pessoa e assim também deixo pessoas importantes sozinhas para voltar quando posso e quando termino meus afazeres. 

O cigarro não, ele nunca te abandona e nunca tem outro compromisso, tendo como única missão terminar com sua saúde, encurtar sua vida e adoecer pessoas à sua volta, agindo de uma forma tão sutil que te faz pensar que é pura felicidade. Na real, é puro suicídio, com possibilidade de homicídio em relação à família e pessoas mais próximas.

Pois é. Parei de fumar durante dois anos quando o Renato nasceu, quatro meses por ocasião do nascimento da Izabel e apenas vinte dias quando recebi o Pedro. O interessante é amamentei Renato e Pedro por dois anos. Renato e Izabel (que somente foi amamentada no período da licença maternidade) foram sortudos, não tomavam leite com nicotina e outras porcarias, já o Pedro... sem comentários!!!

Também não perguntem sobre a gravidez de cada um deles, porque a própria visão do inferno é uma grávida fumando e foi assim mesmo.

Em algumas oportunidades tentei parar. Fiz acupuntura a laser, acupuntura com sementinhas, acupuntura com agulhas, tomei homeopatia e alguns remédios alopáticos que me causaram depresssão. Com a alopatia parei quatro meses da primeira vez e o tempo todo sentada no chão chorado, até tomar banho tinha que ser sentada, a depressão era tanta que não tinha força para nada.

Depois tomei outra alopatia sem os mesmos efeitos, mas também sem efeito sobre o tabagismo que continuou rolando solto.

Quando fiz a acupuntura a laser no quinto dia estava no Shopping Mueller, em Curitiba, desmaiei. Ecosalva foi chamada. Aparelho de eletrocardiograma quebrado. Colocada na ambulância e no caminho até o hospital, em ruas de paralelepípedo, ficaram tentando pegar minha veia para aplicar alguma medicação. No hospital todos os exames possíveis e imaginários até que o médico conclui e me comunica:

- Você teve uma crise de abstinência de nicotina!

Efeito devastador para tentar parar de fumar novamente. Ora, sou dependente química e tenho medo dos efeitos da falta da droga, penso que somente internando para conseguir deixar o cigarro. Ledo engano! Já faz mais de dez dias e não tive nenhuma crise, exceto a louca vontade de sentar e fumar uma carteira de cigarro inteira e sozinha, coisa que não vou fazer!

No final do ano passado ou início desse ano, meu cardiologista receitou um remédio que era "tiro e queda", mas eu tinha que manter a força de vontade. Ora, se eu preciso de força de vontade para o remédio fazer efeito, então não preciso do remédio. Detalhe: o tratamento todo, acho que com duração de quatro meses, custava R$ 1.000,00 e vocês vão dizer que é menos do que eu gastava com cigarro, no que estão corretos. Só que gastava com cigarro, mas recusava gastar com remédio em razão da famigerada força de vontade.

Então, estou assim, sem remédio, com pequenas crises de vontade  que parecem estar aumentando, sem grandes surtos de irritação com outras pessoas, embora alguns pensem que estou surtada, ocorre que em relação a esses eu cansei e quero uma vida diferente, ou seja, a coisa toda precisa mudar e se não mudar a vida oferece vários caminhos, não sendo essa minha reação gerada pela falta do cigarro, de jeito nenhum!

Até ouvi falar que acharam que eu tinha ido para o psicólogo ou psiquiatra na quarta. Atenção! Não fui! Poderia ter ido, mas não vi necessidade, por isso saí apenas para espairecer e com ou sem cigarro eu quero é viver em paz!!!

E termino o post rindo das minhas decisões e de como a vida é no mínimo estranha: foi preciso parar de fumar, ficar irritada, abstinente, para resolver outras situações da vida! Vivendo, aprendendo e sempre me surpreendendo!