quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Dress Code"

Esse comentário da Sandra me fez refletir sobre alguns aspectos, ela faz as seguintes considerações:

"... achei interessante qdo vc comentou que no estágio da sua filha "foi falado que não seria conveniente usar camiseta..." então daí a necessidade da compra do blazer...
Curiosidade: vc q é da área jurídica, é isso mesmo? O que vc pensa a respeito? Depende do escritório onde se trabalha, existe a necessidade de se vestir socialmete? Em setores públicos isso não é tão "exigido"???"

Penso que em todas as áreas há um código de vestir conforme a ocasião social e não podemos ou pelo menos não devemos ignorar esse aspecto.

Um médico com roupas brancas nos dá a impressão de assepsia, limpeza e, mais, a impressão de não seremos contaminados com doenças de outros pacientes. Em um hospital que precisei frequentar diversas vezes um plantonista, um senhor já de idade avançada, usava sempre roupa do centro cirúrgico por vezes manchada de sangue e chinelos de dedo, o que parecia uma certa falta de higiene.

As pessoas devem prezar pelo local de trabalho e pela limpeza pessoal e das vestimentas.

Imaginem um advogado de bermuda, camiseta e chinelos em contraponto com um advogado de terno bem cortado e limpo, camisa, gravata e sapato social. 

Havia um juiz que fazia audiênca de macacão jeans, tênis, camiseta, brinco na orelha. Eu acredito que o uso de terno, toga ou mesmo calça social e camisa representem uma forma de se destacar pela sobriedade e  pela formalidade do ato.

Então, respondendo à pergunta da Sandra, tenho que não é exigido, tanto que vemos os mais diversos tipos de vestimentas na área jurídica e no setor público. Eu penso que esses ambientes devem ser respeitados e a roupa também serve para demonstrar esse sentimento até mesmo de patriotismo em se tratando da área jurídica.

Voltem a imaginar uma advogada fazendo audiências de microsaia e decote que deixa ver até a alma. Seria conveniente em um ambiente formal?
Peço aos leitores e leitoras que me corrijam se entenderem que estou errada, estou sempre disposta a mudar e ponderar pensamentos diversos.

Quanto à minha filha, está saindo da adolescência e como morou dos nove aos dezessete anos com o pai que não era casado somente usava calça jeans e camiseta. Como fica uma entrevista de emprego? Qual a idéia de vai passar ao frequentar uma sala de audiências?

É preciso se adaptar a novas realidades e é preciso atender algumas exigências sociais. Com isso não estou querendo dizer que a pessoa deva ter trinta ternos, vinte camisas e quarenta e cinco sapatos, e sim que a pessoa deve ter um guarda roupa básico que possa atender o dia a dia conforme a área de atuação.

Vemos muitos fiéis de igrejas indo para a missa ou culto usando terno, no caso de homens, ou vestidos, no caso de mulheres. Todos com a Bíblia embaixo do braço. Parece ser uma imposição das pessoas que coordenam esses ambientes.

Alguém iria a um baile de gala usando calça jeans?

Não podemos fechar os olhos para tudo e frequentar uma igreja ou uma sala de audiências usando roupas de ginástica, a menos que essa seja a única roupa que a pessoa possui, tem que haver um meio termo e o mínimo de adequação às regras da sociedade quanto às vestimentas.

Vamos pensando juntos!!! A virtude está no meio, como dizia minha vó e já contei diversas vezes por aqui. Termos algumas roupas que nos identifiquem e nos deixem à vontade na profissão é uma boa medida.

10 comentários:

  1. Concordo em parte com o conceito de "dress code". Acredito que a vestimenta deva guardar relação com o ambiente em que a pessoa trabalha.

    Uma pessoa que não se veste adequadamente pode ser chamada de relaxada, inapropriada, deselegante, etc, etc... Mas acredito que tentar relacionar a competência de um profissional com sua vestimenta é algo temerário e sim, preconceituoso.

    Veja bem, um advogado que utiliza terno de grife, acessórios caríssimos e carrega consigo um laptop de última geração não é, necessariamente, mais competente que um outro advogado que se veste de forma modesta e não ostenta riqueza.

    Talvez seja exatamente o contrário... Pode ser que o primeiro seja um péssimo administrador de suas finanças e encontre-se completamente endividado para manter seu padrão "superior" de vida. Você confiaria em alguém que sequer consegue controlar suas finanças?

    E essa questão vai muito além do tal "dress code". Porque não falar então em um "car code". Será que um médico que vai trabalhar com um carro popular, com alguns anos de uso não é tão competente, já que não ganha dinheiro suficiente para comprar um carrão? Ou será que ele apenas não vê utilidade em gastar dezenas de milhares de reais em um meio de transporte?

    Mais ainda, será que não existe um "friends code", onde pega mal fazer-se acompanhar de pessoas que não pertença a uma classe social de menor poder aquisitivo.

    Bem, acho que deu pra entender a ideia... Existe "codes" para tudo, cada um segue o que quiser.

    Quanto à dúvida da Sandra se o sentimento é de preconceito ou não, vejo como preconceito sim, claro que não é daquele tipo de preconceito maléfico que estamos acostumados a falar, mas julgar a capacidade de alguém pela roupa que usa, pelo carro que anda ou por quer que seja, sem efetivamente analisar a própria competência dessa pessoa é a própria definição da palavra preconceito.

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    1. Anderson, concordo com suas ponderações, mas não podemos ignorar que algumas pessoas foram condicionadas a ter esse pré conceito em relação às pessoas conforme a vestimenta e as aparências, daí a "discriminar" acho que existe uma grande diferença. Preconceitos todos temos, é um sentimento interno. O problema é quando passamos a agir de forma discriminatória, aí o bicho pega mesmo.

      Penso que a idéia que eu quis passar foi no sentido da pessoa se vestir adequadamente conforme o ambiente e profissão, não havendo necessidade de grifes caríssimas. Asseio e discrição é a base de tudo...

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  2. Ziula!!! Obrigada pelo post!!!

    Concordo com vc, claro!!! O difícl é o meio termo em tudo, sempre...
    Talvez a palavra mais indicada seja a discrição, vestir-se de forma discreta para atos solenes...e assim tbm na vida...passar pelos fatos, diminuir os dramas mentais, sem exageros...com equilíbrio...

    Obrigada pelo carinho, um gde beijo!!!

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    1. Sandra, asseio, discrição e saber portar-se. São tantos os comportamentos necessários para que possamos viver em harmonia com outros seres humanos que às vezes cansa.

      Mas, como diz o Anderson, cada qual vive como quer.

      Um grande beijo

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  3. Ziula, eu e uma colega sempre ficamos espantadas com as vestimentas nem um pouco discretas que encontramos pelos fóruns da vida, mas parece que a JT atrai mais e nem teria a ver com a condição social dos reclamantes, são os patronos mesmo. A conclusão é que como a audiência é de manhã, o povo se veste com sono. Já vi advogada de vestido brilhante de festa (será que ela virou a noite na balada?) e outra que era alta demais para o comprimento do vestido, aí ela chegou junto da pilha de processos e ficou se abaixando até achar o dela. Foi o peep-show na Vara. Quando já saio com sono, tenho meu trench-coat preto guardado no carro para me salvar.

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    1. Lindos dias quando juízes usavam togas e advogados usavam becas... não é mesmo? Hoje em dia se vê cada coisa que é preciso ignorar para não confrontar.

      Acho que a informalidade da JT atrai esse tipo de comportamento das pessoas.

      Enfim, é preciso manter um cuidado com a própria pessoa e quem sabe consigamos dar exemplo e criar uma nova cultura.

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  4. Usar roupas apropriadas certamente causam uma impressão melhor, ao menos a primeira impressão, depois manter é que são outros quinhentos.

    Por aqui há muita informalidade. Uma colega tempos atrás foi em uma audiência em MG e naquela cidade que foi eles são obrigados a usar uma beca. Ah se aqui fosse igual, mas acho que nunca vai ser assim.

    Mas embora ache o mais correto, principalmente no setor público, já tive impressões que a roupa enganaria:

    Tem um diretor de uma vara ótimo, correto que olhando para ele não dá pra acreditar que é o diretor e não um estagiário.

    Certa vez também, tínhamos uma dúvida bem amadora e eu e meu amigo fomos assistir algumas para ver se lá nossa dúvida seria esclarecida, como não era, entrávamos mudos e saíamos calados. Dai em uma a juíza estava com um casaco do tipo que eu usava no colégio, uma época que foi febre o tal casaco. Nem combinava com ela, acho que pegou emprestado de alguém por ter sentido frio (era inverno). Eu sei que comentei com o Lucas que estávamos vestidos melhor que ela. Foi a única que deu coragem e depois de todas audiências da tarde eu fui lá perguntar os negócios. Ela respondia numa boa e ria dizendo "deu? preciso ir que vou perder a minha novela" e eu enchia um pouco mais o saco dela que sempre foi bem atenciosa.

    Uma vez também tinha um colega muito estranho quando fazia italiano na ufrgs. O cara era feio mas além disso ia com calça caindo, não era nenhum pouco asseado. A professora uma vez que ele entrou demonstrou o susto. E o cara fazia engenharia, ou seja, devia ser inteligente, mas o jeito que ia era estranho.

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    1. Quando cheguei em Cornélio eu pedi aos advogados que usassem beca, até que um entrou na sala de audiências com a beca toda abotoada torta somente para implicar comigo, a partir daí relaxei e esse mesmo vinha com gravata com desenhos do Mickey, Pateta e, se facilitasse, até mulher pelada... rs... fazer o que? O mico e os desenhos eram dele...

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  5. Ziula, eu sou da área jurídica e, como vc, concordo que justiça é um ritual e ritual precisa de roupa. poréeem..... 1. nao vejo sentido nos professores das faculdades de direito terem que usar terno. acho isso um despropósito. professor n\ao é juiz nem promotor ali, ele é professor, mas varias faculdades obrigam professor a usar terno - da'pra saber quem é professor do direito ou nao pelo terno. 2. nao vejo razao pra usar terno no forum tambem, especialmente no verao num pais onde faz 30 graus facil na maioria dos lugares. calça e camisa nao é uma roupa formal boa o suficiente? mulheres tem um dress code muito mais maleavel de acordo com as estacoes do ano, homens nao. 3. Por fim, tem lugares publicos que proibem entrar de chinelo e bermuda... e se o cidadao pobre nao tiver calca, ou sei la, só ou nao tem sapato? faz o que? nao tem acesso a justiça?
    um beijo!

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    1. Emilia, na faculdade em que trabalhei não havia essa exigência dos professores usarem terno e também acho descabido. Terno no calor também acho desnecessário, embora hoje em dia haja tecidos apropriados para o calor, mas também não acho apropriado calça jeans e detesto homem com camisa de manga curta (rs)... assim, um meio termo seria calça social e camisa de manga longa (rs... isso é pessoal mesmo!!!), considerando que o ambiente é e deve ser mais formal.

      Quanto aos trajes em locais públicos, penso que precisamos distinguir o cidadão que busca o Judiciário do operador do direito que lá trabalha, entende?

      Um beijo

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