sábado, 27 de dezembro de 2014

E o Natal passou... e prefiro a vida fora dele... (parte 2)

No dia seguinte Maria acorda cedo e para deixar seu filho dormir mais um pouco, desce para a frente do hotel vendo na praça, sentados em um banco, dois "borrachos" bebendo, talvez cachaça, em copos de plástico, tendo ao lado uma mochila com mais umas quantas garrafas do líquido transparente. Fica ouvindo a conversa, era mais ou menos algo como sobre todos os seres vivos gostarem de carinho, inclusive as vacas. Devia o bêbado mor ser filho de algum fazendeiro que terminou por colocar tudo fora e virou naquilo que estava sendo presenciado por Maria.

Mais tarde desce com seu filho para tomar café e precisou "furtar" os dois últimos pãezinhos da cozinha considerando o  sumiço da pessoa que devia servir o café. Em seguida, sua irmã vem buscá-la e o almoço é feito pelo pai e pelo irmão pois a mãe ainda está em estado letárgico. Um ótimo churrasco com linguiça campeira, coxinha da asa muito bem temperada, salada de batatas com maionese e toda aquela conversa comum de família.

Terminado o almoço lá vai ela limpar a cozinha. Sua mãe continua sentada em uma cadeira na cozinha, fumando um cigarro atrás do outro e não fazendo um agrado sequer.

Nenhum movimento para limpar a casa ao lado ou para retirar as naftalinas. Nenhum movimento para que Maria e seu filho deixem o Hotel Oro.

Notícias da irmã distante dizendo que pediu para a mãe mandar limpar a casa e a mãe-letárgica se defendendo dizendo ter entendido que era para limpar a casa depois que Maria fosse embora.

Resolveram Maria e sua irmã limpar o quarto da mãe, na tentativa de tirar a mãe daquele estado quase de morta-viva. E lá foram as três pessoas. Sacolas e sacolas com papeizinhos referentes a contas pagas, contas a pagar, recibos. Panos e panos que, passados úmidos, saíam pretos de poeira, terra e insetos. Algumas roupas e sapatos foram para o desapego, pouca coisa em um tímido movimento da dona da casa para dizer que estava colaborando, isso após ter perguntado no início do processo com cara de "fora da casinha" se iam jogar tudo fora.

E lá vinha o pai de Maria ameaçando fazer aquilo na casa dela e da irmã quando fosse visitá-las. Perigo nenhum! Ele promete viajar quando tiver algum dinheiro e sempre coloca a desculpa da não-viagem na falta desse dinheiro ou da venda de algum bem que sempre promete realizar.

Para completar o quadro bizarro chega o irmão de Maria embriagado ou drogado. Gritando com todo mundo e dizendo "chique!!! alta sociedade!!! madame!!!", gritando e dando ênfase às vogais. O filho de Maria começa a chorar assustado e com medo do tio totalmente fora do juízo perfeito.

Após limpar o quarto, retirar o que foi possível, comer um cachorro quente que para Maria estava intragável, voltaram ela e seu filho para o hotel... e na praça em frente ainda estava  bêbado conversando com outro bêbado e a vida seguindo da mesma forma para ele e Maria acabando emocionalmente...

Durante todo esse tempo conversando com a mãe para ver se ela reagia e nada, absolutamente nada acontecia...

* continua amanhã...
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2 comentários:

  1. Tá feia a coisa. Mas tem que relevar a situação da dona da casa um pouco.

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  2. Algumas situações são compreensíveis e outras não. Mas acho que o limpar o quarto foi bom se a própria dona ajudou, agora outras lamentáveis.

    Mas mudando de assunto, essa praça é uma incógnita, pois quando fui , procuramos praça e nada, entramos num supermercado pra comprar refrigerante e dar mais uma volta pra procurar e nada da praça, até que surgiu a ideia da praça ser aquele negócio no meio.

    Hoje quando cheguei em Poa, no táxi, saindo daquela parte feia da rodoviária, um um cara meio torto, devia estar na borracheira braba, com uma garrafa pequena como se fosse de água mineral mas sem rótulo. É triste esses que se entregam assim, e mais ainda os que estragam a vida dos outros por causa disso.

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