sábado, 22 de agosto de 2015

Escadas, cansaço, estresse ou mono vida...

Pois é.... doze horas de trabalho por dia para colocar o serviço em dia... trabalho no feriado de sexta até uma da manhã, acorda no outro dia às 06h00 (sábado) e trabalha até 14h00 porque dois servidores deveriam fazer esse serviço em três meses e acabei em dois dias... audiências desde fevereiro de segunda a quinta (praticamente todas) de manhã e à tarde...

Greve no meio do caminho a exigir treinamento de estagiários para manter as audiências. Trabalho em cima de dois ou três servidores que também começaram a apresentar sinais de doenças... A Quarta Vara de Londrina, de um total de oito Varas, foi a única que manteve prazos, atendimento e audiências... a que custo?

Bem, nem vamos discutir o custo porque apesar de tudo as coisas estão razoavelmente em dia... o problema todo são os efeitos em todos que permaneceram trabalhando.

Na quinta-feira, na sala de audiências desde 08h25 da manhã com intervalo para almoço na forma relatada por alguns reclamantes "o tempo para engolir uma marmita" e chegamos às 16h00... obra no prédio e o camarada começa a martelar... uma ligação para o setor responsável pela assistente de direção... liga uma serra... outra ligação informando que assim que terminarem as audiências ligamos para que recomecem a tarefa... marteladas... outra ligação... para um pouco e começam as marteladas... parte e testemunha ouvidas nessa condição... outra ligação e dali a pouco marteladas... quinta ligação e marteladas...

Chegado nesse ponto, pedi licença e saí da sala para pedir que por favor parassem para que eu pudesse terminar meu trabalho... no caminho despenquei na escada... fui até o rapaz, solicitei que parasse, subi novamente, terminei de ouvir a testemunha, encerrei a audiência, comecei a última audiência com gelo no pé e na mão... finalmente terminada a pauta, corpo esfriou e adrenalina baixou...

Mão e pé direitos desinchados, joelho esquerdo roxo... e já não conseguia respirar direito em razão da dor nas costelas quando o fazia... chama ambulância que demora meia hora para chegar... médica afirma que a respiração indica fratura de costelas e me encaminha para o hospital para fazer raio-x.

Chego no hospital e sou encaminhada na própria maca para atendimento... e meia hora e depois de o médico passar três vezes perguntando meu nome porque a ficha preenchida pela atendente - com base nos meus documentos - estava ilegível... Izabel, que havia chegado sem conseguir qualquer informação e orientada a procurar nas salas... me leva para outro hospital...

Nesse meio tempo sem qualquer medicação para dor e eu chorando e sabendo que enquanto não feito o exame não poderia tomar remédios porque os sintomas poderiam ser mascarados...

Médico me atende no outro hospital, manda a enfermeira dar injeção de tramal e, enquanto o remédio não fazia efeito, faz o exame clínico e encaminha para o raio-x...

Bem, não havia fratura de costelas... mas contusões nas costelas, na mão e pé direito, no joelho esquerdo... recomendação de mais remédios e repouso... assim, ficarei de molho (relativo é verdade!!!) até quarta para recuperação...

E a Izabel sai para a faculdade ontem à noite e um camarada, com a luz apagada, acerta a porta do carro dela... sorte que ela não se machucou... mas lá vai pegar o telefone e ter incômodo...

A lição que fica de tudo isso é que preciso repensar muitas coisas, inclusive a forma como estou vivendo, minha mono vida... minha vida voltada ao trabalho... isso porque o objetivo inicial foi alcançado e pode ser melhorado... entretanto, é preciso ter tempo para outros assuntos e outras paragens e outras felicidades...

6 comentários:

  1. "Não vamos colocar uma meta. Vamos deixar em aberto. Quando a gente atingir uma meta, a gente dobra a meta".

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    1. Bruno... vamos é diminuir a meta... de verdade! Ainda bem que você é forte e bem humorado... está aguentando bem... rs... repensar... até para não te dar mau exemplo... rs

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  2. Nossa Ziula, melhoras! A gente vai se envolvendo e querendo dar conta daquele tanto de serviço e quando vê, está em sofrimento...físico e mental... Estou vivendo algo parecido mas em menor escala e tentando me controlar pra não deixar a vida cá fora desandar mas é difícil.

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  3. Eu parei com isso porque pifei. A minha mão direita, meu braço e meu ombro estão afetados, fiquei com L.E.R, estou até com dificuldade para dormir pois não tenho posição. Espero que não tenha que vir a operar porque tenho medo. Eu fazia tudo que era relacionado a minha cota de trabalho, inclusive parte administrativa, email, ofícios, protocolo com meu veículo etc porque não tenho paciência de esperar e/ou por falta de apoio administrativo e/ou verba. Mas simplesmente não tenho condições. Não dá para ficar na meta, quiçá para dobrar. Então eu faço a minha micrometa mental e encaminho para que os outros tenham a chance de fazer as suas respectivas. Se não der, não deu.

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  4. Olá Ziula, boas melhoras.
    Por vezes esquecemos a nosso condição de seres humanos.
    É preciso respeitar os limites e baixar as expetativas.
    A mim também me acontece...
    Muita paciência e descanso, que você merece.
    Beijinhos

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  5. Qrda Ziula:

    Também eu tenho vivido isso mesmo nos últimos dois anos. Começou com as vértebras L4 e L5 e este ano, com o agravamento da doença do meu filho, percebi que tenho de me desligar de uma noção de dever e de trabalho que carrego comigo e que não estão adaptadas à realidade em que vivo.

    Não posso mais desgastar-me a fazer sozinha o trabalho de três ou quatro pessoas. Tanto mais que esta atitude não apenas se volta contra mim, como dá a entender aos outros que afinal é fácil fazê-lo e que as três pessoas a mais e o trabalho de equipa não são no fim de contas necessários.

    Cuida-te muito, em primeiro lugar, e depois tenta reorganizar a tua equipa de trabalho. Boas melhoras e beijo grande.

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