Sempre existe aquela hora em que nos perdemos e precisamos buscar equílibrio, valorizando as metas fixadas.
Participei de um seminário na semana que passou e encontrei uma colega que mencionou estar em fase de contenção de despesas porque pretendia fazer um cruzeiro com a família em janeiro de 2012, além do salário que não está lá essas coisas.
Conhecendo bem a pessoa, achei maravilhoso tivesse mudado o rumo que dava ao consumo desenfreado.
Entretanto, o universo não conspirou em favor dela que usava salto altíssimo e este era o único sapato que tinha levado, passando a sequer conseguir andar direito, situação a impor a compra de outro sapato.
Terminados os trabalhos da tarde, fui para o shopping onde estava ocorrendo a inauguração de uma joalheira internacional e fiquei me divertindo com os "figurinos", mulheres com muitas plásticas, pessoas com gritinhos histéricos quando viam uma amiga com algum produto de grife.
Ainda tive o prazer de desfrutar a vista do estacionamento, cada carro mais lindo que o outro, mais potente, com o design diferente, além de pessoas vestidas lindamente descendo deles, inclusive crianças.
Passado o deslumbramento, constatei que a maioria das pessoas que lá se encontravam eram oriundas de um meio onde o dinheiro gasto não era delas, mas não vou entrar nestes detalhes porque não é meu objetivo neste blog. Confesso que cheguei meio decepcionada ao hotel.
Bem, voltando à minha colega, ela foi em outro shopping acompanhada de uma amiga e comprou seu lindo sapato baixo por R$ 90,00 e no dia seguinte, quando vi a aquisição, falei que queria um também, ao que ela ponderou que voltaria à loja para comprar outro de cor diversa porque estava muito "barato" e poderíamos fazer isto na hora do almoço.
Lá fomos nós para o templo de consumo e quando entrei na loja de calçados caiu a ficha do "ano sem compras", logo, poderia ter custo baixo, ser lindo, valer a pena, não ser encontrado sapato igual no sul... enfim, não havia desculpa para que eu rompesse meu compromisso e não o fiz realmente.
As compras feitas pela colega não pararam no segundo sapato, estendendo-se aos presentes para filhos, empregadas, marido, etc. E recusou-se a entrar em uma grande loja de departamentos sob a alegação de que não podia gastar.
O ser humano é esquisito mesmo, pretendendo negar os próprios impulsos quando seus atos demonstram a falta de controle sobre seus desejos, ignorando as reais necessidades.
Não sou diferente. Naquele primeiro shopping havia um carro em exposição - não, não vou dizer a marca e modelo para não fazer propaganda -, sendo que fiquei enlouquecida, peguei o folder, perguntei o preço, entrei no veículo. Logicamente tinha o valor bem acima do que eu poderia sonhar em pagar!
Retornando da viagem fui buscar outro carro, um que meu filho mais velho havia indicado e o mais novo adorado, fui até a concessionária, depois a uma loja multimarcas, pedi ao banco a simulação de um financiamento e somente não comprei porque fui colocada a par da realidade pelo meu filho que ponderou sobre a desvalorização do carro zero ao sair da concessionária, os juros absurdos do financiamento e outros aspectos.
Embora bloqueada pelas brilhantes ponderações, o certo é que quase me atirei sem pensar em um negócio bastante arriscado financeiramente.
A justificativa? Meu carro já tem alguns anos de uso e este tipo de compra não está permitido nem proibido pelo "ano sem compras", apenas não foi mencionado por ser considerado bem indispensável.
Engraçado como a gente procura se enganar!
Engraçado como a gente procura se enganar!
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