quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Para quem nos fantasiamos?


Estava pensando hoje para quem nos vestimos.

Inicialmente achei que me vestia para mim mesma e isto não deixa de ser verdade, porque adoro espelhos e faço uma análise minuciosa daquelas peças que me caem bem, sempre procurando verificar se acentuam ou não meus defeitos.

Entretanto, esta não é a verdade - vestir-me para mim - considerando que nos finais de semana, quando não estou "circulando" e fico em casa somente com meus filhos, não tiro o pijama, não me maquio, deixo de me arrumar.

Logo, a resposta correta seria - nos vestimos para os outros, pouco importando quem sejam os outros para os quais nos fantasiamos. Sim, roupa é a fantasia que usamos para desfilar neste baile que é a vida!

E o que nos motiva cada personagem? 

Para uma festa, brilhos. Para trabalhar, sobriedade com uma pitada de elegância. Para o lazer e viagens, conforto e dependendo do tipo de programa algo mais formal ou mais simples, sempre com foco nas fotos. Para dormir, algo mais lúdico para lindos sonhos. Para jantares e outros programas noturnos, sempre depende da companhia e ocasião.

Constatações como estas levam à conclusão do vestir para frequentar lugares públicos, onde o padrão da vestimenta é o mesmo para todos que se encontram nestes locais.

Também através da roupa podemos identificar quais as áreas da vida estamos negligenciando. Houve época em que eu só tinha roupas que usava no trabalho, indicativo mais do que suficiente que o lazer e outros aspectos do meu viver estavam sendo deixados em segundo plano.

Não está errado nos expressarmos através da roupa. Não poderíamos, por exemplo, ir a um baile de gala trajando bermuda, camiseta e chinelo. Existem certos padrões de vestimenta impostos pela sociedade que não podem ser ignorados, além de permitir que você se conheça, saiba como está andando por aí, onde está deixando de ir, e até fazer uma avaliação de sua autoestima.

Em relação à autoestima, todos temos aquelas roupas que nos fazem sentir bem, que olhamos no espelho e nos sentimos "arrasando". Acaso passemos a usar outras roupas que deixem de trazer a sensação que estamos bem, e isto reflete até no modo de andarmos ou nos lugares que frequentamos, fica fácil identificar que temos um problema a ser resolvido. 

Quando passamos a ser desleixados é sinal de que nossa cabeça não anda funcionando bem e precisamos buscar ajuda interna ou externa.

O problema surge quando gastamos mais do que necessário em roupas, acessórios, sapatos, visando chamar atenção ou ser igual a outras pessoas, embora nossas peças já sejam suficientes ao sentir-se bem.

Temos uma bolsa maravilhosa, mas a que está na moda é outra e para nos sentirmos satisfeitos temos que ter esta outra. Ora, neste caso você está com algum problema que pretende camuflar ou não enfrentar.

Quando o muito que você já tem se torna pouco e há uma necessidade compulsiva de adquirir outras coisas, até idênticas as que você já possui, certo que você deixou de estar em harmonia.

A resistência aos apelos da propaganda está baixa? Cuidado!

Preste atenção! O mundo e as pessoas estão em constante mudança! Você não precisa se preocupar mais em usar um vestido diferente em cada festa, uma roupa diferente em cada evento.

Gosto muito de acompanhar a realeza britânica, é a plebéia que virou princesa, conto de fadas, sonho infantil e eu adoro. Na época da Lady Di ficava esperando a roupa nova que ela usaria da próxima vez, hoje os valores são outros e espero para ver como Kate Middleton repetirá a mesma roupa com acessórios diferentes.

Também podemos fazer isto, lançar um novo olhar sobre o que temos e achar novas formas de usar. Vestir a mesma fantasia de maneiras diferentes.

Além de ecologicamente correto, esta atitude de consumo consciente nos leva a economizar e posso dizer que economizar faz bem,  não somente para ter algum dinheiro sobrando para realizar sonhos, mas também para sentir a sensação de poder administrar a própria vida fora do sistema em que fomos criados.

Se todos resolvessem, de uma hora para outra, parar de comprar supérfluos, certamente a economia entraria em colapso, haveria desemprego e outras tantas consequências danosas e não defendo a ausência de consumo.

Está certo que o ano sem compras é uma necessidade para mim, visando stabelecer prioridades, desautomatizar, rever conceitos. Entretanto, mesmo aqueles que continuam consumindo devem fazer escolhas conscientes, seja por razões econômicas ou ambientais, seja para melhorar sua autoestima e sentir-se mais forte perante esta sociedade capitalista. 

Para encerrar, acaso não esteja enganada quanto ao autor, é de Benjamin Franklin a frase "São os olhos das pessoas que nos destroem. Se todos fossem cegos exceto eu, não desejaria roupas requintadas, casas requintadas nem mobília requintada".

Existe um fundo de verdade na frase acima quando vivemos num mundo que é comandado pela opinião alheia, entretanto, à medida que você se desenvolve de forma a não depender do que as outras pessoas falam, com certeza dará valor à beleza, em todas as suas expressões, inclusive na vestimenta, sempre em benefício do próprio bem estar e felicidade, agindo com prudência e  exercendo o consumo com moderação.

4 comentários:

  1. Ziula, adorei este post pois havia pensado nisto estes dias, acho salto lindo e maravilhoso, mas perai não é confortável, mas meu trabaho não me permite usar tênis, e assim por adiante. As mulheres costumam reparar e muito uma nas outras, nas roupas e nos looks, então as vezes temos que nos arrumar de acordo com oque os outros estarão...nestes meses sem comprar , estou com certeza dando um novo olhar em meu guarda roupa.

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  2. Cris,

    O salto alto realmente é um problema. Tem um senhor que aparece de vez em quando e diz que a mulher parece uma garça quando usa salto... rs...
    E, na verdade, fica muito mais elegante, melhora a postura "para quem olha". Dia desses teimei e coloquei um salto altíssimo, resultado: remédios para a dor! Tenho problemas muito sérios de coluna. Então, com pesar, doeei todos meus saltos altíssimos. Olha, se o seu trabalho exige salto, podes ter certeza que se procurar bem encontrarás aquelas mais baixos, quase com o mesmo efeito.
    bjs

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  3. Oi, Ziula! Oi, Cris!

    Deixa eu dar meu palpite: faz uns dois anos que só uso sapatos confortáveis. Realmente confortáveis, daqueles que, se o carro pifar no meio do caminho e você tiver que andar um montão, o pé doer é a última das suas preocupações. E, gente, minha vida mudou. Pra MUITO melhor.

    Meus sapatos são confortáveis E bonitinhos. Não é a coisa mais fácil do mundo de achar, mas com boa vontade é possível. Tenho duas sapatilhas pretas de lacinho, duas metálicas da Usaflex (eu sei, a Usaflex tem sapatos totalmente medonhos, mas às vezes eles se distraem e produzem alguma coisa agradável), um bota de salto baixo e um oxford de amarrar. Os outros todos dei fim, inclusive três outras sapatilhas bonitinhas mas ordinárias, que se fingiam de gostosinhas mas acabavam com meus dedinhos.

    Sim, deu dor no coração. Mas melhor doer o coração que os pés =D.

    Recomendo!

    Beijocas pras duas!

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  4. CSH (tentei procurar seu nome, mas não achei...rs)

    Conforto é tudo e com um pouco de imaginação conseguimos conforto com beleza. Mas, haja imaginação! rs

    Beijos

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