domingo, 2 de dezembro de 2012

Preguiça de gastar e pequenas felicidades...

Ontem à noite passei mal e lá veio o Pedro, meu pequeno, dando o diagnóstico:

- É seu fígado, porque você comeu linguiça na hora do almoço. Dorme que amanhã você amanhece bem.

Buscou um copo de água, tomei um remedinho qualquer e fui dormir.

Pela manhã ele queria companhia para o café e eu lá, meio tonta, meio sem vontade, de qualquer forma desci para ver se comeria direitinho. 

Nesse meio tempo fiquei pensando em almoçar fora para não ter que cozinhar e lembrei do congelador da geladeira que está cheio de massas. Sim, cada vez que o Renato visita o pai e a madrasta meu congelador fica assim e nem posso comprar carne para a semana, tem que ser diária a compra pois não há como armazenar.

Fiquei pensando também que havia sobras de dinheiro do mês anterior e não faria mal gastar em um almoço de domingo. E quando vi já estava cozinhando, toda animada e ganhei muito mais do que espaço no congelador e economia.

O Pedro pegou o computador e fico lá comigo fazendo observações:

- Só lembro de você cozinhando no domingo e a comida sempre fica ótima! Nossa que cheiro bom, cheguei a sentir lá de cima! Sua salada de maionese com batatas é muito boa, só uma vez que você deixou os pedaços de batata grandes e quase morri afogado!

Essa última observação é exagero e esquece o menino que existe a mastigação. Pelo sim, pelo não, agora corto as batatas em pedaços bem pequenos.

Dali a pouco acorda o Renato e começa a conversa sobre futebol, afinal hoje é dia de Grenal!!!

Eu e Renato gremistas, Izabel e Pedro colorados. Até torço pelo Internacional quando ele joga com outros times, mas já avisei que não dou essa canja quando tem grenal. Alguém tem que sair chorando.

Mais um tempo e estou cozinhando animada com o hino do Grêmio que o Renato estava ouvindo no último volume, um pouco porque é gremista fanático, outro tanto para implicar com o irmão que logo saiu da cozinha e se recusou a continuar ouvindo.

Para que toda essa história? Na realidade, cozinhar começou pela economia e terminou em uma grande alegria somada à descoberta de que os cheiros e sabores formarão a memória afetiva dos meus filhos.

Você até pode ter problemas com sua mãe, entretanto, sempre terá um prato que ela faz que sempre lhe traz recordações quando sente um sabor ou cheiro semelhante, não é mesmo? Isso se aplica às mães que cozinham, infelizmente muitas mães mantém uma distância imensa da cozinha...

8 comentários:

  1. Lendo seu post, senti vontade da comida da minha mãe. Tem receitas que só ficam boas preparadas por ela, mesmo eu fazendo igualzinho, falta aquele tempero da mamãe que faz toda a diferença e desperta muitas recordações.

    Esses cheiros e sabores não tem dinheiro que pague.

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    1. Minha avó paterna era cozinheira e sempre passava a receita faltando algum ingrediente secreto, por isso temos que treinar muito e criar nossos próprios segredos culinários... rs

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  2. Olha, uma coisa tenho que admitir... Lupicínio Rodrigues estava inspirado quando da composição do hino do grêmio.

    O Pedro, colorado e esperto, é da época do ápice do inter, na minha época era o grêmio. Tanto que uma vez no colégio foi o temido "cara do soe" bater em todas as portas e chamar todos os alunos para o pátio. Ninguém sabia o motivo, quando começa a tocar o hino do grêmio e a bandeira sendo hasteada ali no pátio. Isso foi por 1995. Hoje isso daria muito o que falar, na época era aceitar.

    Mas acho que o importante disso é ser uma brincadeira saudável, coisa que infelizmente no jogo não foi. Eu tenho muito mais amigos/as gremistas do que colorados, até por sermos da "era do grêmio", só que troquei por implicância com meu irmão e com nossa empregada que também era gremista fanática a ponto de por nome de jogadores do grêmio nos filhos dela. Mas levo na esportiva, só que tem gente que leva essa rivalidade ao pé da letra e geralmente isso não dá em coisa boa.

    Bem, mas para encerrar isso, nem com 11 contra 9 deu para fazerem algo né? kkkk


    Quanto à comida de mãe realmente não tem igual, eu sempre digo pra mãe que ela tem que vir cozinhar pra mim e levo um xingão rs. Mas para pegar o gosto de cozinhar acho que só colaborando com o feitio, do contrário, ao menos pra mim é uma coisa difícil. A sorte é que além de comida da mãe tenho comida do Fábio que desde 2003 assume a cozinha então acho que já está mais que eternizado que essa função é dele..kkkk

    Agora comer fora também é bom, certo que é um gasto, mas de vez em quando conhecer lugar diferente é um gasto porém é um ganho também.

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    1. Adriana, o Grêmio é o Grêmio, o resto é o resto... .rs... brincadeiras à parte, o importante é uma competição saudável e não foi isso que vimos, infelizmente.

      Como já falei por aqui, comemos muito fora nos últimos tempos em que substituí compras por comida... rs... e depois do meu almoço o Renato ainda falou: - que restaurante, que nada! isso está delicioso... coisa que fez meu ego e minha vontade de cozinhar somente aumentarem... rs...

      Afinal, já vamos viajar em breve, portanto, não vai ter comidinha da mamãe... :-)

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  3. Ziula, quando eu penso em ser mãe tenho tantas (taaaaantas) dúvidas malucas que fico morrendo de medo. A parte da alimentação é uma delas. Eu gosto de cozinhar de vez em quando, com calma, mas com criança em casa é preciso fazê-lo todos os dias (ou ter garna pra contratar uma boa cozinheira - e eu não tenho). Deve ser muito gostoso, mas também deve ser difícil ter que fazer isso todos os dias...

    A maior parte das pessoas, quando pensa em ter filhos, imagina lindos bebês ou crianças pequenas brincando. Eu sempre imaginei crianças mais velhas, com pelo menso 9 ou 10 anos e também adolescentes e filhos adultos. Acho tão bacana... não sei explicar. Consigo imaginar você com seus filhos e lendo o post lembrei da minha mãe cozinhando pra mim enquanto ouvia rádio e eu ficava sentada na bancada da cozinha, conversando com ela, contando casos e depois meu pai chegando, querendo saber "o que vocês duas tantam conversam", meio enciumado. Aí ele fazia algum vegetal picado e refogado com... sei lá..., shitake.... rsrsrrs... a minha mãe ia separando os temperos e eu colocava a mesa. Realmente são lembranças maravilhosas e pretendo criá-las para o filho que um dia eu planejo ter.
    bjo

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    1. Marina, meus três filhos vieram na hora que resolveram vir... rs... e hoje sequer imagino como seria minha vida sem eles, sem cada um deles...

      Como diz uma amiga, depois que temos filhos ou depois que tomamos uma decisão tudo se ajeita e tudo se acomoda, mesmo na questão da alimentação. Vou passar por isso em breve, essa questão da comida, e vamos ver no que dá... pelo menos espero passar se minha remoção para londrina der certo, daí te conto como se faz sem uma cozinheira... rs

      Agora, cozinha é o local mais delicioso de ficar na casa, não é mesmo?

      Beijos

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  4. Ziula

    Gosto muito do seu blog e leio todos os seus posts. Você tem razão, cozinhar é muito mais do que economia... pode significar afeto e preciosas lembranças de pessoas queridas. Me lembro que o dinheiro era pouco e nunca tive festa, mas minha mãe sempre fazia o meu bolo de aniversário. Ele era todo desajeitado, porém tinha sabor de alguém me amava e se importava comigo...

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    1. Elaine, você tem razão, cozinhar é muito mais do que economia... eu estava beeemmm jururu domingo e quando comecei a preparar o almoço parece que a nuvem negra que me acompanhava foi se dissipando...

      Tenho lembranças da pizza sempre com o mesmo sabor, mas era a pizza que minha mãe fazia... hoje é tortéi... houve uma época em que era o frango com vinho e uva passa... e ela vai variando e eu adoro embora seja apenas uma ou duas vezes por ano, pois moramos distantes mais de mil quilômetros.

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