terça-feira, 26 de novembro de 2013

Presentes de Natal e a ex-Maria presentinho

A Marina postou um comentário ontem que me fez pensar na minha trajetória de presentes de Natal. Aqui está o que ela falou:

"Ziula, eu tive umas 3 ou 4 mochilas em toda minha vida estudantil, sendo que a primeira tinha sido da minha mãe. Também acho um exagero. Nesse momento estou enfrentando um dilema interessante: Natal chegando e eu sem sabero que eu quero. Pessoas me pedindo sugestões e eu sem saber que sugestão dar.... ok, se eu pensar um pouquinho, tem algumas coisas que eu poderia substituir... mas tenho que pensar, sabe? E eu fico achando que é prosperidade demais pra uma pessoa isso de ter de pensar no que eu quero pra poder conseguir dar uma ou duas sugestões de presente! Bjo!"

Pois bem. Já dei presentes até para desconhecidos. Chegava perto do Natal ou até mesmo com uma certa antecedência e eu ia comprando presentes e mais presentes. Caixas de biscoitos natalinos, adoro! Produtos do Boticário ou Natura. Refoma de banheiro, sim já reformei o banheiro de outra pessoa como presente de Natal. Roupas. Sapatos. Relógios. Poderia fazer uma lista infindável.

Depois fui excluindo as pessoas de "fora" e deixando apenas os parentes e amigos mais chegados. A coisa toda foi andando e chegou o Natal de 2011 e eu me preparando desde cedo até porque estava no primeiro ano sem compras pensando muito em tudo.

Natal frustrado que não pude passar com toda a família. Fomos para a praia eu, Renato e Pedro. Tivemos um Natal muito tranquilo. Alguns presentes comprados anteriormente foram efetivamente entregues e a maioria entrou no uso da casa.

Ano seguinte e a incerteza de poder passar o Natal com a família. Telefonei e sugeri fizéssemos um amigo secreto. Somente comprei o presente do amigo secreto. Ponto. Foi a troca de presentes de Natal mais emocionante que já tive. As pessoas se preocuparam somente com uma outra pessoa e na hora de fazer a entrega também se preocuparam com as "palavras". Meu pai havia pego meu nome e ele é um orador fantástico. Chorei muito de emoção.

Esse ano as crianças ganharão a viagem. A Izabel comentou que há muito os presentes de Natal não eram embalados naqueles papéis lindos, respondi que não poderia embalar a viagem e ela retrucou que eu poderia embalar a passagem (rs).

Nem cogitamos passar o Natal junto com o restante da família e isso por razões várias, mas foi unânime. Passaremos em Buenos Aires e ficarei com minha família no Ano Novo sem toda aquela tensão natalina de ceia, presentes e obrigações.

Parece que presentes de Natal perderam um pouco um sentido. Porque nos colocamos essa obrigação? Qual a razão de tornar essa data tão comercial? Porque ceder ao marketing dessa forma? Não bastaria um dia feliz com as pessoas que você ama? Uma experiência em família? Qual a razão de nos preocuparmos tanto com presentes?

10 comentários:

  1. Essa época de Natal pra mim nunca foi muito estressante, sempre tivemos os presentes dado dantes da data, nunca fomos nos reunir na casa de nenhum parente, sempre foi assim desde que me entendo por gente e assim o é.

    Fora isso, participo compulsoriamente de um amigo oculto onde o meu amigo já perdeu o caráter de oculto, há anos sempre pego ele e quando raramente não pego, ele me pega. É aquelas coisas que quase arrisco pensar “ah, que vou dar para meu amigo x” antes do sorteio e mesmo que a gente se fale uma ou duas vezes ao ano, daqui a pouco vamos ser amigos de verdade tamanha insistência do destino em nos colocar nos papéis sorteados.

    Em 95 ou 96, ou seria 94? Rs, um desses anos ai, um colega do colégio fez uma redação nessa época do ano sobre essa questão, que estava perdendo o foco da data, tornando um dia quase que eminentemente comercial e até os dias atuais, assim o é, na minha opinião.

    Eu particularmente acho legal o clima de confraternização (e essa não necessariamente demanda presentes) que se tem, tudo enfeitado. Não sou fã do amigo oculto, acho que parece mais um retrato da obrigatoriedade de ter que dar algo para alguém, não importa quem, penso que o ato tem que ser espontâneo, mas..

    Já presenciei também, uma conversa de duas colegas comentando sobre o presente recebido. Uma dizendo que não se aguentou e foi ao shopping ver o preço. A outra dizendo que não via a hora de sair para ir lá trocar. Sabe, complicado o negócio. Até uma falta de respeito com quem deu. Comprar presente nessa época do ano é um saco, enfrentar shopping lotado, estacionamento lotado, metrô lotado, ônibus lotado, calor, é uma coisa bem que demanda vontade mesmo. Eu confesso que não tenho essa vontade.

    E ontem, acho que foi no facebook, vi algo interessante, que a compra do natal em janeiro faria economizar um x por cento lá, era mais da metade mas não recordo ao certo quanto era, não cliquei na matéria para ler, apenas vi a manchete e relacionei com a páscoa e os ovos quebrados. Será que o natal vai ser assim também? Se for logo logo findam as promoções de janeiro, ao menos com os ovos foi assim, teve uma páscoa, acho que sem ser nessa na passada, eu queria um ovo lá e estava achando um absurdo tal preço. Fui depois da páscoa e estava o mesmo preço, que sacanagem, diziam que seria barato..rs

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    1. Ainda acho o amigo oculto interessante, não pelo presente e sim por tudo de lindo que aconteceu o ano passado. Ano passado fizemos com o pessoal do trabalho e também achei lindo! As pessoas realmente preocupadas em agradar e não só pensando em cumprir a convenção.
      Enfim, apesar de adorar esse ano não estou participando de amigo secreto e nem de festas de natal... eu e meus filhos, aliás passamos dessa forma o ano todo..

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  2. O que mata é essa obrigação mesmo. Eu já fui de fazer festa na minha casa, comprava presentes para todos os convidados e até convidados de convidados, depois percebi que algumas pessoas que diziam que não iriam comemorar o natal aquele ano (para não ter que fazer aquela função de comilanças e arrumações na própria casa - leia-se "sogra") ficavam à espreita como um coiote esperando o meu convite e no final eu fiquei com essa obrigação, que no início era só por causa da minha mãe que é "carente", adora esses ajuntamentos familiares. Saía muito caro e eu ficava exausta, já me aposentei dessa função tem uns cinco anos. Agora devo comprar uns seis presentes no máximo e usar bastante a internet para evitar a fadiga do shopping (além de sair mais barato, pesquisando). Outra coisa que já comentei aqui no blog é a questão dos mascates de repartição, tem funcionário que eu conheço que tira férias no mês de novembro para fazer artesanatos e vender no natal e aí começa aquele assédio mental de vender artesanato, 1 paninho de prato (de gosto duvidoso) pela "pechincha" de 25 reais e eu sempre escapando "não cozinho em casa" (mentira) mas não dá, se eu for comprar cada tranqueira de repartição nessas ocasiões iria gastar uns 300 reais, e eu nem gosto de artesanato mesmo e duvido que alguém queira ganhar pano de prato e afins de natal. E pior que um monte de gente compra, vários, até estagiário que ganha um 1 salário mínimo, coitado, não entendo se é a fúria consumista de natal ou falta de coragem de dizer não.

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    1. Sabe uma coisa que me incomoda muito? Zum zum zum do shopping durante épocas festivas, principalmente no Natal. Houve época em que adorava, hoje em dia final de novembro já começo a ficar incomodada quando vou até o local.
      Festa de Natal sempre sobra para alguém e eu me cansei disso também.
      Prefiro compras pela internet... muito mais fácil, barato e com maior possiblidade de pesquisas.
      As pessoas tem mais é dificuldade de dizer não para o colega que vende. Dia desses uma delas falou "por favor comprem para me ajudar"... eu não comprei, aliás somente compro quando estou precisando muito, o preço é bom e vou usar...

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  3. Ziula, eu tenho pensado muito no Natal e no que ele significa pra mim. Depois de comentar no seu blog fiz um post falando mais um pouco sobre essa questão de não querer nada. A verdade é que o Natal foi capturado pelo comércio e se tornou muito ligado aos presentes.

    O Natal, na verdade, é a celebração do nascimento de Jesus e um período que começa em 25 de dezembro e termina só em janeiro. Eu sei que muitas pessoas que não têm religiões cristãs ou são ateias comemoram o Natal de uma forma não-religiosa (eu fiz isso por muitos anos e era ótimo); sei que há também outras religiões com datas significativas que são comemoradas no fim do ano e que não têm relação com o Natal. A impressão que eu tenho é que o denominador comum entre todas essas formas diferentes de comemorar o Natal ou as festas de fim de ano, são as comidas e os presentes. Essa se tornou uma época em que a família se junta e as pessoas comem e trocam presentes, independentemente de terem ou não religião e de que religião seja essa (estou generalizando, ok?). Sinceramente, eu não acho que seja algo mau isso de existir um momento no ano em que as pessoas todas se dão mais liberdade para se reunir, fazer uma refeição melhorzinha e trocar presentes independentemente de suas crenças, o que me incomoda muito é a espetacularização desse momento e o esgotamento mental a que se pode chegar tentando criar um dia mágico e maravilhoso demais através de compras e cartão de crédito estourado.

    Se fosse um Dia da Alegria e Harmonia e ele não tivesse nada a ver com religião e sua única função fosse a da gente se reunir com as pessoas que ama e talvez dar um presente, fazer um carinho, escutar música juntos ou qualquer outra coisa que demonstrasse afeto, tudo bem por mim. Problema é que esse dia também acabaria sendo capturado pelo comércio que tentaria, claro, inserir o novo hábito de se trocar presentes, almejando transformar isso numa tradição tão enraizada que ninguém mais cogitaria comemorar o Dia da Alegria e Harmonia sem trocar presentes, sem ir a shoppings, sem gastar muito dinheiro. Hoje vou postar sobre uma nova data que estão tentando criar e vender como dia de potencial consumo.

    Enfim... o "problema" do Natal não são os presentes. É a tentativa muitas vezes bem sucedida que vem sendo feita de sequestrar os vários valores associados com a data e substituí-los pelo ato de comprar. Tentativa de reduzir a alegria de estar em família ou entre amigos compartilhando um momento especial; celebrando uma data religiosa ou simplesmente o ano que termina pelo ato de trocar presentes, como se sem os presentes todos esses sentimentos se perdessem ou devessem se tornar menos válidos.


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    1. Marina, são tantas datas comerciais ligadas à religião que me dá até tontura. Se eu fosse presentear meus filhos em todas as datas não sei como andaria financeiramente hoje em dia. Não que eu não dê presentes, mas não obedeço todas as datas.
      Por exemplo, esse no Natal será só mesmo a viagem! E já estão avisados!

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  4. Pra falar a verdade, não estou muito animada para a festa de Natal. É o meu feriado preferido. Curto as mensagens dos comerciais, tipo O Boticário, Coca-cola, Bancos. Amava aquele do Banespa *Bom Natal, um feliz Natal, muito amor e paz pra você...pra você!*
    Procuro assistir aos filmes natalinos da sessão da tarde, consumo panetones meses antes.
    Mas, sair às compras...isso não vai dar.
    Fiz um propósito de não gastar, lembra?

    Para a coisa não minguar de vez, vou me propor a levar um Pavê de Amendoim para as duas famílias (minha e do maridão). Eles me cobram o ano inteiro, então aí vai!
    Como estou vivendo o momento Artesanato, farei algumas máscaras para dormir, e talvez algumas lixeirinhas para carro. E no momento propício, será feito um sorteio.

    As crianças que me perdoem. terão que contar com as outras titias.
    A não ser que o meu humor mude até lá.

    No ano passado, fiz uma casinha de Papai Noel. Coloquei dentro dela pão-de-mel decorados com motivos natalinos.
    Comecei pelas crianças. saí dizendo que na casa do Papai Noel tinha um presentinho para elas. Foi se formando uma fila, incluindo os adultos.
    O telhado da casinha se abria (abre) igual cesta de piquenique, dos dois lados. Cada um pegava o seu doce pelo telhado. Parecia travessura!
    Pude ver muitos sorrisos e brilho nos olhos. Valeu muito a pena!

    Beijo

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    1. Cheguei a sentir o sabor desse pavê de amendoim... rs...
      Eu queria muito ganhar bolachinhas enfeitadas com glacê... rs... até já pedi para minha filha.
      Esses presentes feito a casinha trazem muito mais alegria do que aqueles outros que o comércio tenta nos impor.
      Beijos

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  5. Ainda não consegui perder essa coisa de dar presentes, mas estou diminuindo minha lista de amigos que darei. Neste ano se resumirá apenas os colegas de trabalho que me dão suporte o ano todo e alguns clinetes. Pra mim é um gesto de carinho. Sei que pode ser feito durante o ano todo, mesmo assim é costume. Me sinto feliz em presentear.
    Beijos e sucesso!!

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    1. Josy, presentear quando nos sentimos felizes é uma benção. O problema é quando a coisa toda vira obrigação, daí o bicho pega!
      Ainda tenho algumas pessoas que eu me sentiria feliz em presentear, mas ainda estou ponderando se quero realmente isso...
      Beijos

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