terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dívidas? Você tem dívidas?

Acaso a resposta para o título desse post tenha sido positiva só posso dizer uma coisa: esqueça as dívidas, simplesmente não pense nelas, ignore seus débitos até ter conseguido avaliar o que você tem.

Dívidas são provenientes de um grande sentimento de insatisfação, de não plenitude, de falta de algo que sequer sabemos o que é. Esse vazio tende a ser preenchido com coisas e mais coisas, não importa de onde o dinheiro saí e pouco importa se temos ou não dinheiro.

Então, é necessário buscar a causa da insatisfação. Minha mãe era compulsiva e eu fiquei assim. Meu pai era econômico demais e então quando comecei a trabalhar resolvi ter tudo que não podia alcançar quando morava com ele. Meu marido me irrita e por isso saio buscar compras e atenção em lojas.

Não, não era nada disso. Não era para buscar desculpas porque sinceramente elas não importam! Não importa como chegamos ao fundo do poço em dívidas ou compensações. Na realidade é primordial sair dessa energia deletéria porque ninguém é feliz vivendo no limite da tensão que acúmulo e dívidas trazem para a vida.

Pare agora e não estamos aqui falando que deve deixar de gastar para economizar. Essa fase do jogo já passou. Vamos para a fase seguinte, afinal não queremos ficar atrasados nessa brincadeira que é a vida.

Deixe de se compensar, deixe de comprar e isso não é para sempre, isso é apenas um momento. Chegamos em determinado ponto em que é imprescindível avaliar o que temos e podem ter certeza de que se dermos esse tempo de avaliação das nossas posses certamente concluiremos que já temos demais e muito mais do que necessitamos para viver.

Cesse toda e qualquer compra e volte suas energias para dentro da sua casa (está certo que o esforço nesse sentido vai levar você para dentro de sua alma, mas daí já é assunto para outro post).

Volte-se para seu lar. Comece com uma gaveta. Destralhe. Recorde. Chore. Avalie o que ainda lhe fala ao coração. Jogue fora o que não lhe traz bons sentimentos. Doe o que ainda pode ser usado, mas que não lhe serve mais.

Agora uma porta de armário. Depois uma prateleira. Não, não sejamos insanos de destralhar um cômodo inteiro de uma vez só, seria perda de tempo e paciência. São anos e anos de acúmulo. Décadas de tralhar acumuladas. Tenha paciência e faça uma pequena parte de cada vez e termine essa parte.

Entendi... já analisamos a casa toda, ficamos somente com as coisas que realmente nos falam ao coração, roupas que nos fazem sentir bem, sapatos que não machucam, utensílios domésticos que efetivamente são usados, tudo tem uma função e um lugar.

Muito bem! Quanto tempo demorou? Seis meses? Um ano? E as dívidas? Agora que você parou esse tempo todo de entulhar sua casa de coisas, tem tudo no lugar, está perdendo menos tempo com arrumações e limpeza, volte lá no reino das dívidas e veja como o dinheiro brotou na conta enquanto você acalmava seu coração!

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10 comentários:

  1. Olá Ziula!
    Adorei sua linha de raciocínio a respeito das dívidas! Gostei muito, demais do texto!
    Que seu dia seja encantador!
    Bj
    Nicoli

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    1. Nicoli, vamos abordando o assunto de formas diferentes e quem sabe uma delas ajude quem precisa.
      Um ótimo final de semana para você!
      Beijos

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  2. Bom dia!
    Li e reli seu texto. Que bárbaro!
    Estou tendo um final de ano bem atípico. Nada de gastos, presentes, roupas novas, eletrônicos nem pensar, Usei o perfume até a última gota, e agora?
    Já ganhei uma sandália de presente do marido, devido a um casamento na sexta que vem.
    Hoje será a colação de grau do meu filhote e ainda não resolvi se vou ao salão ou se prendo o cabelo. Na sexta terei que ir de qualquer forma, a festa será chique.
    Oh, dúvida (e dívida) cruel!
    Acho que é controlando os pequenos gastos que a gente aprende a controlar os impulsos. Será que é isso mesmo???

    Beijos

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    1. Zilda, meu Natal foi bem diferente, aliás tem sido diferente nos últimos anos... perfume só tenho um que estou usando e o anterior usei até a última gota também...
      Controlando os pequenos gastos a gente vai se conhecendo melhor.
      Beijos

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  3. Oi Ziula
    Lindo! Inspirador!
    Amei o texto.
    Que assim seja o meu ano 2014, pois perspetivo ficar sem compras (desnecessárias).
    Beijinho

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    1. Feliz 2014... Margarida!!! Certamente você está ficando sem compras desnecessárias!!!

      Beijos

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  4. Qrda Ziula:

    Concordo em tudo contigo. Quando começamos em busca das origens dessa insatisfação de que falas e levamos essa indagação até ao fim, acabamos sozinhos frente a nós mesmos, olhando-nos olhos nos olhos . Aí, se formos totalmente sinceros connosco próprios e com a vida que até então levávamos, só podemos mesmo é sentirmo-nos totalmente frágeis e inseguros. Como as crianças dos contos, perdidas na floresta grande.

    Então, acho que é chegada a hora de nos olharmos ao espelho da vida e... de nos abraçarmos a nós próprios,. de nos amarmos com toda a força de quem sabe que, sem camuflagens nem artifícios, somos verdadeiramente nós. Com todas as inseguranças e medos do mundo, mas também com toda a força de nos querermos assumir integralmente.

    Claro que este não é um caminho fácil. Muito pelo contrário: é terrivelmente exigente e duro. Pode até chegar a aterrorizar-nos, quando nos interrompe o sono, fazendo-nos viver angústias e dúvidas que a escuridão da noite amplia desmesuradamente.

    Mas, quando abraçamos este nosso eu, tão vulnerável quanto verdadeiro, ganhamos toda a força de sermos inteiros e NÓS. Dado este passo, tudo o mais servirá sempre para nos fortalecer e para nos tornar pessoas melhores, mais sábias e felizes.

    Bj grande,

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    1. Adorei seu comentário e adoro a forma como escreves!!! Beijos

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  5. Pois é, onde assino? rs

    Também acho que é por aí e aplicando isso pra mim resolveu e já tentei passar para algumas pessoas mais resistentes a mudanças e dai é aquela coisa né, cada um sabe de si, muitos não conseguem visualizar que é por um período limitado e se recusam a mudar. Melhor fazer empréstimos e seguir levando a vida a la zeca pagodinho no deixa a vida me levar (apesar de não gostar desse estilo musical, essa em especial eu sei... rs)

    Além do "se compensar" por alguma razão, isso vai muito também do não saber dizer não. Conheço algumas pessoas que por não saberem dizer não entram em cada fria, compram o que não podem no momento e etc... Talvez eu tivesse dificuldade parecida no passado, mas depois que a gente aprende o “não”, nem é tão feio assim e não quer dizer pra sempre também, só dá uma limitação.

    Esses dias, ante ontem mais precisamente, uma prima mandou uma mensagem dando o endereço e telefone da filha dela que mudou para POA para fazer vestibular e posteriormente medicina na UFRGS. Como não somos de trocar muitas mensagens apesar de nos darmos bem logo imaginei o que ela queria. O endereço que passou possivelmente é de alguma república de estudantes, e como provisoriamente estou fora e da minha casa até a UFRGS é duas quadras a pé, e uma de um pré-vestibular, deu pra entender o que queria né... Bem, saí pela tangente. Ela nem respondeu.

    Às vezes o não tem que ser disfarçado pra manter a paz, mas ele precisa ser dito de alguma forma pois se não, os limites não existem... dai é ajudar se não pode, é comprar o que não pode, é sofrer pensando que deveria ter dito não e tal. A pessoa se tiver boa intenção não vai se ofender, vai só saber que tem limites que devem ser respeitados.




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    1. Essa compensação acaba se tornando uma tortura quando a pessoa se dá conta das dívidas, mas daí pensa "já que estou lascada mesmo, lascada e meio" e ainda tem aquelas que tem seus salvadores.. fazem as dividas e outros pagam ou salvam..

      Sei lá, como você diz sempre, a pessoa tem que querer mudar...

      Como é difícil dizer não e ao mesmo tempo traz paz...

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