quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Hora de mudar... e a busca pelo bem estar

- Amada, o marceneiro terminou de montar o quarto, agora tem que tirar o pó das prateleiras, gavetas e depois a mãe guarda suas coisas.

- Eu não vou fazer isso, vai ficar assim, Dona Maria limpa segunda-feira.

- Hoje ainda é quinta-feira, por gentileza, tenta usar o método dos quinze minutos, preciso tirar as coisas do meu quarto e do quarto do Pedro, organizar a casa porque viajo amanhã e o Pedro precisa voltar para a cama dele hoje. 

Ensaiou uma limpeza, disse que as coisas não limpavam e que não faria aquilo. Não tive dúvida alguma, peguei tudo dela que estava pela casa e coloquei em cima da cama e dos outros móveis do quarto novo que por sinal ficou lindo. 

O marceneiro não conseguiu limpar tudo porque precisava sair do prédio até 18h00, normas do condomínio e é de Cornélio, logo, não pode voltar amanhã e, como já falei por aqui, faço questão desse marceneiro pelo custo-benefício, ótima qualidade e preço justo.
Resta aceitar a falta de valor que ela deu ao quarto e ao meu esforço. Ora, eu poderia ter ido para qualquer lugar com esse dinheiro e optei por deixá-la mais confortável. Inclusive hoje ela mencionou que não aguentava mais o outro quarto pela série de problemas que estava apresentando e agora teria espaço para tudo.

Qual a razão dos filhos não darem valor às coisas? Talvez seja a facilidade com que tem os desejos atendidos e a essas alturas já duvido que o que eu faço tenha algum valor.

Preciso mudar nesse aspecto e muito. Todo mundo viu como estava a cozinha ontem e havia um acordo quanto à limpeza que não foi cumprido.

Daqui para a frente as coisas serão diferentes e preciso deixar com que não fiquem tão fáceis porque tudo que vem fácil não é valorizado.

Além disso, estou muito cansada de deixar a casa perfeita, acordar às 05h30 para limpar cozinha, lavar louça, arrumar camas, lavar roupa, recolher roupa, guardar roupas, enfim, fazer todo o serviço sozinha, exceto quando vem a diarista duas vezes por semana, para deixar o lar com cara de lar, de um lugar limpo e organizado. Não bastasse, ainda tem a comida, o mercado, as compras de coisas que as crianças precisam, lazer que proporciono para eles, lanches fora de casa, cinema, passeios.

Estou exausta e faço tanto ou mais que minha menina que diz não poder fazer por falta de tempo, mas pego assistindo tv, passeando com o namorado, navegando na internet, saindo com as amigas para jantar, mas não tem tempo algum para nenhum serviço doméstico, nem mesmo para arrumar sua cama.

As coisas tem um limite e cheguei no meu limite, no limiar do cansaço e da exaustão, o que fez com que minha paciência acabasse também, deve ser reflexo do final de ano e tem um aspecto positivo: me fazer pensar sobre todas as coisas que estou puxando unicamente para mim quando moro com mais duas pessoas.

Quem tem filhos como administra essas situações? Será que com amigos agiriam nossos filhos dessa forma? Isso quer dizer que está faltando o componente "amizade" na relação?

12 comentários:

  1. Ziula, vou dar meu pitaco como filha que fui, uma vez que não tenho filhos. Olha, eu fui relativamente mimada. Relativamente. Enquanto alguns amigos já usavam a máquina de lavar pra cuidar das suas próprias roupas, eram responsáveis pela limpeza de seu quarto e de tarefas na casa, enquanto isso eu fazia pouca, pouquíssima coisa. Não era propriamente folgada, mas era muito infantil nesses aspectos. E tive que aprender tudo de uma vez e de um dia pro outro msis tarde. Hoje eu gostaria de ser sido criada com mais rigidez nesse aspecto pois isso teria me ensinado mais cedo a me cuidar, a valorizar o trabalho dos outros e a fazer as coisas chatas de que a vida está cheia. Boa parte da minha geração tem essa sensação de entitlement por causa disso. Olha, eu não acho que está faltando amizade, eu acho que essa é uma daquelas situações em que você será vista como chata mesmo e paciência, porque é algo que eles precisam aprender e que, a minha opinião, tem que ser feito.

    Sempre é difícil opinar quando o assunto são filhos porque cada um tem seus valores e jeito de educar, mas é que eu pretendo fazer se tiver filhos, baseada na minha própria experiência como filha.

    Bjo,

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    1. Marina, obrigada pelas palavras! Tenho muito a aprender sobre isso, sou bastante controladora e preferia fazer as coisas do meu jeito para que ficassem dentro do conceito do que acho perfeito... A vida não é perfeita, não é mesmo? E é preciso delegar atividades básicas, aquelas que as pessoas precisam fazer até para que vejam a vida como ela é.
      Estou no momento muito chata... ontem o quarto foi arrumado por ela com a ajuda do namorado, mas sou tão controladora que pedi para limpar para que arrumar... ora!!! é o quarto dela!!! as coisas tem que ficar no lugar que ELA entende mais prático...
      Vou aprendendo a ser chata!!!
      Beijos

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  2. Eu vou opinar como a Marina e concordo com tudo que ela disse.

    Sempre fui muito mimada, não fazia nada, etc. Tanto que uma vez íamos para a casa de verão de tia e na primeira parada, no apto em poa, recém comprado, fui passar as roupas da mala alegando que deviam ter se amassado e a minha prima foi correndo pegar a câmera dizendo que isso precisava de registro, que era inédito, que ninguém ia acreditar, pois eu nunca tinha feito isso, embora ficasse horas conversando com a empregada quando ela passava e algumas coisas acho que acabei aprendendo. A minha sorte era que não tinha essas redes sociais à época..rs

    Então morando só com meu irmão depois tivemos que aprender que jogando uma roupa suja no banheiro ela não pula para a máquina, se deixar uma sujeira no dia, no outro ela vai seguir lá, enfim, dai tu vai fazendo, mesmo a contragosto. Por falar em contragosto, quando mudei uma colega por acaso tinha vindo junto, ela era da polícia civil e tinha sido transferida, dai numa conversa qualquer que estávamos tendo, eu me lembro do que fiquei chocada, pois falou que adorava fazer serviço doméstico. Tá certo, ela era um pouco mais velha e provavelmente hoje eu falaria, não sei se com essa adoração, mas falaria sem tanta lamentação com alguém mais jovem, que estivesse iniciando essa jornada.

    Arrisco a dizer que, uma das coisas que podem estar “ajudando” nessa atitude dela é que a mãe faz, pra que ela vai fazer? Ela pode ficar mais uns anos assim, mas vai chegar uma época que vai ter que aprender e seria bem mais fácil se estivesse mais mansa com isso. Às vezes em rodas de amigos, temos tanto pessoas que fazem, como gente mais arrogante e se pegar o exemplo do arrogante, o sofrimento depois só piora.

    Fazer coisas assim não desclassifica ninguém, nem cai nenhum braço. Mas se ganha em valorizar o que tem, o que compra, o que ganha. Se ganha em valorizar as pessoas que vivem de serviços assim, que tem a mesma importância que qualquer outro.

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    1. Adriana, nem sei se foi o fato de fazer ou não, porque depois que surtei e SOQUEI tudo no quarto dela terminou por fazer, mas fiquei muito chateada porque parecia que ela não estava valorizando os móveis que ganhou... fico me imaginando no lugar dela, minha felicidade e a vontade de limpar tudinho para arrumar... mas cada um cada qual! Fiquei triste de verdade!

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  3. Não tenho filhos mas vou dar pitaco também.
    Diferente das meninas aí em cima, minha criação foi bem rígida, desde cedo tinha tarefas a cumprir dentro de casa. Ganhei uma folga das tarefas domésticas quando comecei a trabalhar, mas aí a cobrança virou financeira.
    Hoje em dia até posso concluir que isso foi o melhor que eles fizeram, mas daqui de dentro do coração, dos sentimentos e da memória, eu queria que eles tivessem sidos menos exigentes, mais flexíveis.
    Acho que deve existir um meio termo mas não deve ser muito fácil estabelecer isso.
    Boa sorte nessa tarefa dificílima que é criar seres humanos.

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    1. Debora, gostaria de ter sido mais rígida, hoje tento consertar minhas concessões, vamos ver se um dia consigo... rs
      Obrigada pelos votos de boa sorte!!! Vou precisar!!!

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  4. Eu nunca fiz nada na casa da minha mãe, ela nunca exigiu nada de mim, mesmo sendo a única mulher (meus irmãos homens não faziam nada também) e tive amigas de colégio que não podiam passear e nem fazer nada no final de semana porque eram praticamente servas dos pais, tendo que limpar toda a casa e engraxar os sapatos e arrumar o uniforme do pai militar (nem imagino o que possa ser esse "arrumar", deve ser engomar), apesar da mãe ter empregada em casa. Depois fui para a faculdade e tive que aprender tudo sozinha e sem internet, até a fazer a arroz (mas aprendi pela lógica, eu acho), usar panela de pressão tenho pânico até hoje mas se precisar eu faço. Comi muito strogonoff porque só sabia fazer isso, era só comprar o frango picado e misturar com creme de leite e catchup. Hoje eu não tenho empregada e nem diarista (minha mãe tinha pelo menos três empregadas constantes) e faço tudo na minha casa, lavo (máquina lava e seca), cozinho (à noite somente), limpo e arrumo a casa, meu marido cuida do cachorro e de parte da arrumação da casa e das roupas dele (máquina lava e seca). Um jardineiro vem uma vez por semana, no dia que ele esteja livre de outro emprego que tem. Mas não dá para ter esse nível de arrumação master da sua casa, nem querendo, não há tempo e nem força física para fazermos tudo e também empregada eu não quero na minha casa (tenho pânico de RT e não gosto da invasão), então vamos fazendo tudo enquanto temos condições e dentro do possível. Se eu tivesse um filho ele ia ter que aprender a pelo menos usar a máquina de lavar e arrumar as coisas dele, assim que tivesse tamanho suficiente!

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    1. As coisas já estão bem melhores, mas para ficarem boas ainda falta um caminho!!!

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  5. Ziula, vou dar um pitaco, e por favor, eu não venho aqui faz um certo tempo então não se se vc trata o seu filho e sua filha de forma igual: somente observe se vc está exigindo igual do seu filho e da sua filha. Claro que por ser mais velha é natural que ela tenha mais responsabilidade. Só tome cuidado para não exigir dela a organização e limpeza e dele não. Trate com igualdade, levando em consideração tão somente a idade deles, e não o sexo. :) Isso é um aprendizado importante pra eles dois. Beijos!

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    1. Emilia, eles tem tarefas diferentes conforme a idade, só que peço quando lembro e a cada dia tenho lembrado mais... rs

      Beijos

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