sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

E o Natal passou... e prefiro a vida fora dele... (parte 1)

Maria chega cansada em Porto Alegre-RS, ficou a noite toda acordada, ansiosa pela hora do voo e esperando a hora de rever a família toda, inclusive a mãe estava nessa cidade em razão da formatura de uma neta.

Ao chegar na casa da irmã é recebida pela mãe:

- Maria, você vai ficar braba comigo, mas não providenciei absolutamente nada para a ceia de Natal.

Ela respira fundo, recobra o equilíbrio, sai do estado de torpor causado pela (d)recepção, veste um sorriso e retruca:

- Sem problemas! Prepararemos juntas a ceia! É até melhor!

Quatro ou cinco horas de viagem de carro no dia seguinte para ir para Lagoa Vermelha-RS. Um sábado de calor. Carro pequeno cheio de bagagens, presentes, sacolas, cinco pessoas, dois cachorros e lá se foram. Apesar dos pesares a viagem foi bem tranquila.

Chegaram na casa da mãe de Maria e ela já estava avisada de que a "visita" dormiria na casa ao lado, pertencente à irmã de Maria que não mais reside no imóvel. Pouca conversa considerando que a mãe está depressiva pela morte de sua genitora e logo em seguida Maria pega seus "tamanquinhos" e vai com seu filho para a casa onde dormirá.

Na entrada muita poeira, muita sujeira. Abre a porta e vê mais poeira e mais sujeira. Sobe para o quarto e seu filho, que tem pânico de aranha, começa a enxergar aranhas vivas por todos os lados.

- Fica tranquilo, menino! Aranhas não sobem na cama!

- Vou dormir na cadeira, ou melhor, vou passar a noite na cadeira vigiando as aranhas.

Cobertas com poeira e Maria vai ao banheiro cheio de sujeira e poeira, quando de repente é chamada pelo menino.

- O que foi, criatura? Mais aranhas?

- Um passarinho morto!

- Deixa disso, isso é um enfeite - um cone vermelho com um coração vermelho equilibrado em cima - não está vendo que esse passarinho está entre o cone e na altura do coração? É um enfeite! - e lá volta Maria para o banheiro.

Vem o menino, pega um papel higiênico, retira o "enfeite" e prova por A + B tratar-se de um passarinho morto, já desidratado, mas morto. Afora isso, a rinite do menino já estava a milhão... espirros, coceira no nariz.

Maria sente pânico e liga para sua outra irmã:

- Pelo amor de Deus, atravessa o portão e vem me buscar! Vou dormir aí!

E lá se foram para a casa da mãe de Maria. A avó havia falecido a pouco e a mãe colocou mais de quinze  saquinhos de naftalina nos dois roupeiros, um em cada quarto . Toda a parte superior da casa "fedia" naftalina.

- Ok, durmo com minha irmã! E o menino dorme onde?

- Trouxe aquele colchão de solteiro para ele!

- Mãe,  colchão está sujo com cocô de cachorro e as cobertas fedem naftalina! Irmã, por favor, me leve para o Hotel Oro...

E lá se foi Maria com suas bagagens e o filho embaixo do braço para um hotelzinho central na cidade. Esse hotel tem um restaurante ao lado e todos os "borrachos" mais famosos lá se reunem o dia todo para encher a cara com alguma bebida alcóolica...

* continua amanhã porque está ficando muito longo... rs

2 comentários:

  1. A Maria aqui também sofre toda vez que vai na casa da mãe para dormir. Tragicomico. O cheiro dr cigarro com gato impossibilitam o sono e respiração, apesar da mãe garantir que foi tudo esterilizado e (outros) novos edredons e travesseiro sendo comprados na Havan a nhaca de cigarro não sai. Já deve ter uns 20 edredons da Havan na casa da minha mãe.

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  2. A recepção não foi das melhores pra Maria, mas muito deve ter sido em razão da situação.

    Na minha casa por ter ficado sem ninguém 2 meses, também tive muito espirro, cupins fizeram a festa em um móvel que tínhamos posto tudo que vendiam pra não ter mais, difícil que nos poucos dias e nessa época a pessoa que limpa venha, portanto assim fica, com uma ajeitada aqui outra acolá. Falta um maior tempo pra poder chamar alguém e arrancar uma cortina, levar o móvel com cupim. Não tem jeito, se fica parado sempre vai ter coisa pra fazer e sujeira, mesmo que no grosso não esteja.

    Na minha mãe ela limpa sempre até meus bichos de pelúcia, não posso dar um pio, mesmo assim pelo lugar ser grande fica poeira em alguns lugares, o nariz também tem suas manifestações.

    Agora, aranha não sobe na cama? De onde Maria tirou isso? Eu seria do time de ficar na cadeira a caça também. Uma vez a vizinha de poa reformou o apto dela todo, quebrou paredes, fez tudo novo, fiação, só aproveitou o esqueleto. Dai começaram a aparecer hóspedes mais que indesejados em casa, meu irmão diz que no local onde fica o papel higiênico saiu um baratão e ele se assustou e saiu correndo também, outra vez tinha uma no meu quarto, no chão, dava pra ver do corredor. Chamei ele pra ver antes de entrar no quarto e fomos pegar o aspirador pra tirar ela dali, aspiramos em baixo da cama, tirando colchão inclusive da cama de baixo e ela saiu correndo e nós tentando pegar até chegar uma hora que estava todo quarto aspirado e segurança de que ela estava ali dentro do aspirador. Levamos ele pra área e para apaziguar a situação resolvemos dar uma saída, fomos no bourbon e em uma livraria de lá, quando voltamos fui no quarto e adivinha quem estava novamente no chão? Na hora me deu vontade de ir num hotel...kkkkk, mas obviamente não podia fazer isso, dai fomos com flite atrás dela e dormi na sala uns 2 dias.

    E uma vez em uruguaiana que tinha uma lagartixa no meu quarto e esperei a mãe acordar pra tirar ela dali e eu poder dormir, fiquei só vigiando, e na faculdade que por ser no meio do campo tu estava na aula e aparecia uma perereca, um sapo, cobra. A da cobra foi no banheiro e eu nunca mais fui naquele banheiro, isso que não tinha sido eu quem viu a tal cobra, mas por via das dúvidas.. mas a perereca e o sapo já entraram na sala e dai tu não sabe se levanta as pernas, se sai correndo.

    Hoje tenho além de uns parentes que estão há tempos lá, uma tia que foi para cuiabá com a filha e seguido mostra foto de bichos mais exóticos que aparecem lá e me convida pra ir, mas como diz minha mãe: "fiasquenta do jeito que tu é, mas nunca que vai dormir lá".

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