domingo, 28 de dezembro de 2014

E o Natal passou... e prefiro a vida fora dele... (parte 3)

Na segunda-feira esqueceram Maria e seu filho no hotel até quase meio-dia. Ela surta, grita, pede e ninguém vem buscar, cada qual estava perdido em seu próprio e aterrador mundo.

Quando finalmente chega em casa verifica que sequer almoço foi providenciado e lá está a mãe sentada na cadeira, encostada na mesa da cozinha, fumando e sem nenhuma reação. Conversa e conversa. A família sai almoçar fora e retornam.

Chegando novamente na casa da mãe, essa diz para Maria:

- A diarista chegou e vai limpar a MINHA casa!

- E quando será limpa a casa ao lado?

- Amanhã ou depois, vocês me traumatizaram dizendo que minha casa está suja, então é a minha que será limpa.

Maria fica quieta, afinal não está adiantando falar e sua irmã também não está muito bem, tendo ido deitar na cama da falecida para descansar. No dia anterior a irmã tinha ido na antiga casa, onde morava antes da separação, buscar algumas coisas e foi bem tenso, tão tenso que até uma boneca começou a piscar os olhos sem que ninguém tenha encostado no móvel onde a famigerada boneca estava.

Fica Maria em frente à casa e seu outro filho liga perguntando se as coisas melhoraram. Maria relata tudo e a irmã que está no quarto acima ouve tudo, levanta, chama a diarista e foram todas para a casa ao lado tentar matar as aranhas e limpar o local.

A irmã de Maria pede que a mãe compre veneno para as aranhas. Três horas depois Maria e a irmã encontram mãe e pai sentados na cozinha.

- Trouxeram o veneno?

- Não, estamos sentados aqui, boquiabertos, pois descobrimos que a fulana bla bla bla...

E lá foram Maria, seu filho e sua irmã buscar o tal veneno. A diarista encontrou dez aranhas vivas somente no quarto da casa ao lado e aranhas muito feias e aranhas muito grandes. Ao retornar passam pelo casal e a mãe pergunta:

- Quer que vá buscar MAIS alguma coisa?

Maria sai calada em direção à outra casa e sua mãe diz não entender o que está acontecendo.

O jantar é feito por Maria e ficou simplesmente delicioso.

Nesse meio tempo o menino vai buscar alguma coisa na casa da avó e é atacado pelo cachorro que tem quase o tamanho de um pastor alemão. Camiseta rasgada a mordida, alguns arranhões no braço e mão, dor nesses locais, tudo somado ao pavor de ter sido atacado por um grande animal. Dizem que o cachorro estava assim porque a cachorrinha, que fica dentro de casa, estava no cio. Vai saber!!! A questão é que o susto foi imenso e ainda bem que nada de pior aconteceu.

Depois, quase meia-noite, e a tia de Maria a leva até o hotel buscar suas malas para que possa finalmente se instalar "em família". A irmã de Maria deixa o quarto com fedor de naftalina e vem também para a casa da irmã que está morando longe.

Tensão, ansiedade, incômodo, tristeza, tudo de tamanho imenso e a gerar sentimentos confusos em todos. O filho de Maria, bastante sensível, chegou a enxergar uma mulher no banheiro, de roupa preta, arrumando o cabelo preto em frente ao espelho, pessoa esta que obviamente não estava na casa e que sumiu assim como apareceu, mas não sem deixar o menino com muito receio de enxergar novamente.

* continua amanhã...

2 comentários:

  1. Por isso que nada melhor do que o lar doce lar..... Não entendo o povo que por algum motivo, como divorcio volta depois de adulto para a casa dos pais. Só por questão de absoluta falta de $$$$. Não dá para entrar no ritmo alheio depois de velho. Serve para os dois lados. Se eu fosse Maria considerava um investimento imobiliário na cidade para ir quando quiser ou precisar, sem ficar na casa de ninguém, se foro caso de ter que comparecer mais ao local para apoiar a familia.

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  2. Qualquer lugar parado junta aranhas, baratas, entre outros hóspedes indesejados. O jeito é manter limpo. Se tem casa tem que cuidar, se não aluga e vai ganhar dinheiro. Deixar parada, sem abrir, só remoendo "emoções" não dá né. A vida continua e o mundo não para, tampouco gira a nosso redor. Se for junto com casa dos pais mantém cuidada e limpa pra visitar mais vezes.

    Entendo sentimentos de tristeza. Quando meu pai morreu fiquei querendo levar minha mãe pra Poa a todo custo, mas ela por a e b provou superar a situação, não se deixou abalar e é um belo exemplo que eu tenho. Aliás qualquer coisa que eu me arraste um pouco ou muito ela já mostra que não é esse o caminho.

    A avó falecida parecia ser bem quista por todos e portanto deve estar é triste com essas atitudes.

    E separação não pode justificar tamanho desdém com tudo né?

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