sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O homem e a máquina de dinheiro...

O comentário da Gabriela no post sobre o lustre trouxe a recordação de uma história de cemitério e poderia ser apenas mais uma daquelas inventadas pelo Dr. Luiz Ulysses Sbroglio, pessoa de talento imenso para o júri e só não foi o maior do Rio Grande do Sul ou quiçá do Brasil porque jamais se dispôs a deixar sua amada terra Lagoa Vermelha.

Por uma das felicidades do destino essa pessoa é meu pai. Muito divertido sentar com ele porque, enquanto a cuia de chimarrão passa de mão em mão, ele vai contando causos, alguns verdadeiros e outros nem tanto, sendo todos com um tom bastante sério fazendo parecer que tudo aconteceu ou existiu realmente.

Em uma dessas lindas ocasiões ele contou sobre homem e a máquina de fazer dinheiro. Completamente verdadeira e confirmada por uma das filhas do homem da máquina, pessoa que veio a se tornar "quase" parente nossa no final da década de 1990 e, portanto, com convívio mais próximo até hoje.

O pai dessa moça tinha uma máquina de fazer dinheiro mais ou menos na década de 1930. Dizem que era uma pessoa bonachona e de boa vida. Tinha mulher e uma penca de filhos. Fabrica dinheiro daqui, fabrica dali e a polícia começa a perseguí-lo, andar no encalço.

Tal senhor não teve dúvidas, largou mulher e a penca de filhos, fugiu com a máquina em direção ao Paraná passando por Cornélio Procópio-PR e de lá dizem que foi para Ourinhos-SP. Não se soube mais da tal máquina, mas o homem formou outra família e por lá viveu até que a morte o levou.

A família do Rio Grande do Sul abandonada! Uma mulher naquela época, largada pelo marido e com muitos filhos para sustentar, não teve outra saída senão lavar roupa para fora. Sofreu muito, criou todos os filhos e ao que parece jamais quis outro companheiro tamanho o trauma sofrido.

Voltando ao homem da máquina e à morte que o levou, meu pai foi para Cornélio Procópio-PR me visitar, isso já tem algum tempo, e tirou uma tarde inteirinha no cemitério consultando os livros de registros dos óbitos. 

Imaginem a poeira e a sujeira desses livros! Todos guardados em uma salinha no cemitério! E a surpresa do responsável ao chegar uma pessoa pedindo para olhar, mas ele queria porque queria saber se tal homem estava enterrado ali. Qual a razão? Queria contar para a família do defunto que havia encontrado os restos mortais ou será que queria achar o paradeiro da tal máquina de dinheiro? Ninguém sabe e ninguém saberá.

Achou, ao que me recordo e sou péssima de memória, o tal túmulo e não encontrou a máquina e nem notícias dela. Quanto à máquina não deveria mais ter utilidade porque imprimia "mil-réis", moeda da época do início da Era Vargas, mas que seria interessante encontrá-la ah isso seria!!! Deve possuir algum valor histórico e, afora isso, imaginem a felicidade do nosso contador de causos!!!.

4 comentários:

  1. Mas é capaz do homem da máquina ter trocado de nome. Era a coisa mais fácil trocar de nome antigamente, meu avô de PE (e os irmãos dele) não tinham o mesmo sobrenome dos pais só por causa de uma rixa qualquer na cidade. O cartório registrou com o sobrenome que o pai quis. E quem sabe ele não foi enterrado em Ourinhos-SP??? agora ferrou, estou curiosa. Qualquer pesquisa dessas hoje em dia dá para começar pelo www.familysearch.org (site da Igreja SUD). Eles pesquisam e microfilmam nas igrejas e cemitérios de cada cidade no mundo inteiro. O da região Sul já está bem completo. O NE e o SE estão com alguma coisa já. Essa coisa de antepassados tem relevância para a religião deles. Não precisa entrar para a religião para acessar os arquivos. Sempre procuro lá no site deles (desde 2003) e nunca me incomodaram.

    ResponderExcluir
  2. Agora que entendi: ele achou o túmulo!

    ResponderExcluir
  3. Bah, se fosse eu revirar esses livros empoeirados desse cemitério, com o nariz que tenho, já ficava por lá mesmo..rs, mas interessante a história, curiosa, ainda que não sirva de exemplo né..rs

    Achei que a vez que tínhamos ido para São Borja e de atração ir ao cemitério, pois lá tinha Jango, Getúlio Vargas, tinha sido meio , digamos, "exótico", ao que vejo não foi tão assim então..rs, até em SP tinha na pós uma professora que adorava o Getúlio Vargas, começava a falar e não parava mais, bah, até fiquei com vontade de contar que tinha ido pra São Borja e que fui lá no cemitério, mas depois fiquei com receio de me tirarem pra meio estranha e fiquei quieta, ou seria isso ou ela ia me mandar ir pra frente falar e como não sou papagaio pra ficar falando prefiro ficar na minha.., mas no geral, não gosto desse programa de cemitério não rs

    ResponderExcluir
  4. Eu fui no cemiterio de São Borja também Adriana!!! E adorei ter ido. Cada doido com mania hahaha.

    ResponderExcluir