domingo, 16 de setembro de 2012

Casa minimalista...

Um dia ainda consigo ter uma casa minimalista, embora atualmente isso pareça muito distante. Como ser minimalista vivendo em uma casa imensa, cheia de locais pouco frequentados e repleta de escadas? Só sendo ninja mesmo!

Sala de visitas? Bem, existe uma que mais parece um salão de festas, aliás a pessoa que construiu a casa idealizou que esse local não teria móveis e seria realmente um local para dançar, pode? Logicamente coloquei sofás, poltronas, aparador, mesa de centro e mesa lateral, além de alguns objetos decorativos.

Muita coisa foi embora, mas daí a ser uma sala minimalista falta muito! O interessante disso tudo é que logo que mudei recebia muitas visitas, fazia jantares e as crianças também chamavam amigos, sendo que hoje em dia isso raramente acontece.

É certo que procuro manter tudo limpo e organizado na medida do possível. Bem sei que algumas fotos que postei por aqui geraram dúvidas nas pessoas sobre o que entendo ser organizado, pois o meu organizado estava uma bagunça etiquetada e precisei rever conceitos, bem como reavaliar a utilidade e necessidade de muita coisa que mantinha por puro apego emocional.

Continuo a remover todo o desnecessário e é um processo longo, árduo até! Ora, estamos condicionados a ver muitas coisas como essenciais e muitas delas representam apenas alguma demonstração de poder ou uma forma de elevarmos nossa autoestima, restando perguntar para que e para quem devemos mostrar tudo isso, gerando uma vida cheia de afazeres inúteis, organizando coisas inúteis, limpando inutilidades.

Os lugares em que foi possível fazer um destralhe maior me trazem uma certa calma, tranquilidade e a certeza de que esse é o caminho correto para minha paz interior e para que possa ter tempo para outras atitudes mais importantes e que tragam mais satisfação.

Atualmente vivo menos estressada pois menos objetos estão a exigir atenção e a me distrair. As gavetas da cozinha são um exemplo, já não perco mais tempo procurando o que preciso, considerando que somente mantive o que uso, somado o prazer de olhar uma gaveta organizada onde todos os itens são facilmente identificados.

Organização é capaz de trazer uma calma imensa, menos coisas tornam o local mais bonito, mais fácil de limpar.

Sinto que o processo está se desenrolando no sentido de ter o mínimo de coisas possíveis e, como já dito, o possível de cada um é completamente diferente.

Móveis não usados estão seguindo para pessoas que façam bom uso deles. Pontos de cor em diversos lugares, evitando qualquer coisa mais espalhafatosa ou com tons gritantes que agucem os sentidos como um "susto". 

Toda a correspondência encaminhada para o devido local - pasta, lixo, banco ou bolsa. 

Priorizar itens de qualidade, penso que todos lembram do liquidificador de R$ 50,00 que comprei durante o "ano sem compras" por ser essencial, quando voltei de viagem ouvi falar que ele está soltando pedaços de plástico, primeiro eu caí na gargalhada, mas depois parei para pensar que poderia ter investido em um item de qualidade e é isto que vou fazer. Certo que o prejuízo financeiro foi pequeno, entretanto não resta dúvida de que haverá mais um descarte na natureza de um objeto danificado e não ajudei com a sustentabilidade com esse meu ato de economizar valores.

Se você ainda está começando o processo, lembre-se que a pretensão de fazer tudo de uma única vez pode resultar em um verdadeiro desastre e em arrependimento sem fim. Vá com calma! Uma gaveta por vez, um cômodo por vez ou até um objeto de cada vez, tudo conforme seu ritmo, respeitando suas limitações e suas dificuldades com o desapego. 

Você não precisa amanhecer minimalista, pois o minimalismo é um processo e precisa ser assim para que os conceitos sejam interiorizados e se torne um modo de vida, caso contrário será apenas uma onda passageira difícil de manter.

Desenvolva o seu conceito de essencial, de necessário e vá retirando tudo que seja supérfluo, tudo que lhe dá trabalho sem lhe dar prazer visual, lembrando sempre que cada item deve ter seu lugar ou como costumo dizer por aqui "sua casinha", dessa forma será facilmente localizado, facilmente guardado após o uso e com possibilidade de ficar sempre organizado.

Mesmo que você tenha passado a casa toda, feito todo o processo em todos os cômodos, pode ter certeza que voltando aos mesmos lugares achará outras formas de simplificar mais ainda e outros objetos que podem ser retirados, até que tenha somente o essencial.

Para começar "cronometre" o tempo mesmo que apenas quinze minutos por dia. Fiquei impressionada com essa história de cronometrar, pois muitas atividades que ficava evitando foram realizadas em períodos de dez a quinze minutos e eram adiadas porque eu pensava que levaria uma manhã inteira.

Foco e determinação, concentração em única atividade e o tempo vai rendendo de maneira que desconhecemos ou havíamos esquecido. Sou meio "passada" e minha noção de tempo estava totalmente perdida por aí, não sei bem onde e fiquei feliz ao redescobrir o quanto consigo fazer em pouco tempo.

Talvez eu estivesse precisando da "autoridade" de alguém e a do relógio ajudou muito.

É um longo caminho!



4 comentários:

  1. É um caminho é bem longo, sim. Provavelmente até ao último dia das nossas vidas. Mas o verdeiro conhecimento está aí no caminhar, verdade? E no foco, como tu dizes. Tenho um amigo cujo lema é «persistir, resistir, não desistir» e é o que tu vives. E depois ao caminharmos (re)conhecemos outros iguais a nós. percebemos que não estamos sós, nem somos assim tão passados: o mundo à nossa volta começa a iluminar-se, cada amigo, um ponto de luz. Há dois meses atrás Londrina era, para mim, um nome de cidade engraçado, algures no imenso mapa do Brasil. Agora, sei até onde fica mesmo! Bj, Maria Z.

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    1. Maria, agora procura onde fica Cornélio Procópio... rs... é bem pertinho de Londrina.

      Como é bom não estar sozinha, não é mesmo?

      Beijos

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  2. A ideia de cronometrar foi uma revolução na minha vida. 15 minutos rendem bastante se a gente todo dia se concentra em arrumar/organizar/destralhar algum canto. Acho que o perfeccionismo era um dos maiores impedimentos para eu manter as coisas organizadas: preferia adiar as tarefas para quando fosse possível realizá-las de forma perfeita do que fazer só um pouquinho. Hoje percebo que mais ou menos é melhor do que nada e isso tem me ajudado a manter as coisas mais organizadas do que antes, quando eu queria tudo perfeitinho.
    Beijo!

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    1. Marina, que esquisito! Fala pra mim, o que é essa coisa de termos que ser controlados :-)

      Eu vivia adiando uma porção de tarefas simples, sempre com a idéia de que demorariam muito e são muito rápidas quando marcado um tempo para realização.

      Beijos

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