quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E a mãe teve insônia...

Ontem o Pedro Henrique tentou dormir no próprio quarto e não demorou meia hora estava aqui na minha linda e quente cama. Hoje, despediu-se, pediu um beijo já na sua cama e já passou da meia noite sem que ele tenha voltado para o aconchego que foi seu durante mais de dez anos.

Como podem perceber não consigo dormir nessa cama imensa e além de tudo sozinha, sem meu pequeno para enrolar meu "belinho" até pegar no sono e sem possibilidade de ouvir de madrugada "mãe, te amo!" e parece que nem acordava para fazer a declaração.

Os filhos crescem, mas tenho alguma dificuldade para aceitar esse fato, tanto que o Renato Luiz, já com 29 anos, ainda está embaixo da minha asa. Tem profissão e a exerce magistralmente, só que ainda mora comigo.

A Izabel terminou por voltar para casa depois de nove anos afastada e é tão bom quando pede para levar, buscar. É tão bom fazer compras com ela e vê-la tão madura quanto ao consumo. É tão bom ver a mulher linda, inteligente e consciente que se tornou essa que era minha pequena.

Quando me tornei mãe já comecei a sofrer somente de ver as dificuldades pelas quais as crianças passam para realizar atividades que para nós, adultos, são tão corriqueiras, fáceis e realizadas sem nenhum esforço. Queria poupar meus filhos de todos esses percalços mesmo sabendo que isso é impossível, pois faz parte do crescimento de cada um deles.

Hoje quando vejo um deles triste, nervoso ou ansioso tenho o desejo imenso de que a situação estivesse sendo por mim vivida e me fosse dado o poder de poupar todos esses sentimentos em cada um deles.

Sei que não é possível. Eles precisam de cada uma dessas situações, de cada um desses sentimentos, de cada um desses tombos, de cada uma dessas dificuldades para que possam se tornar pessoas plenas, capazes e felizes.

Somente hoje caiu a ficha do Renato Luiz que realmente tenho a intenção de ir embora e senti que ele ficou perdido, brincando que ia embora também e dizendo que "por enquanto" estava apenas brincando. Depois mostrou o convite que uma moça fez para ele morar em outra cidade, logicamente mostrou brincando, mas seu ar era de preocupação.

O que precebo é que estamos meio "parados", "acomodados" e talvez até um pouco "travados" profissionalmente. Preciso de novos horizontes, pessoas diferentes, pedidos diferentes, local diferente para oxigenar um pouco meu trabalho e o Renato Luiz também precisa de liberdade, sair da saia da mãe e buscar um lugar onde o crescimento pessoal e emocional sejam possíveis, sem uma mãe italiana superprotetora que observa, mas sempre que pode toma uma atitude para "aliviar" a vida.

Fico preocupada com o Pedro Henrique. Mudou o dia do inglês para o mesmo dia da natação a fim de fazer futebol em uma escola e hoje foi a primeira aula. Ele simplesmente adorou a aula, ficou explicando como é o treinamento e encantado porque esse treinamento, segundo ele, é melhor que aquele dado na escola. Pediu para voltar para a natação e nem cogita faltar aula. No inglês, apesar da troca de dia, continua também com outros colegas de escola. O pai ou o tio buscam diariamente na escola e três vezes por semana almoça na casa do pai. Logo, será uma mudança imensa essa para Londrina.

E, ainda a mudança, que depende de outras pessoas que ainda não se manifestaram e se não der certo terei que continuar por aqui com todos os problemas que me cansam.

Só o universo mesmo para encaminhar a situação!

Preciso realmente tentar dormir sozinha e com a luz acesa, pois amanhã montanhas de processos me esperam. Boa noite!

p.s. acordei agora às 06h00 e o menino ainda não apareceu na minha casa. CRESCEU!

Um comentário:

  1. Mas então quem tinha medo não era bem o Pedro... :)

    Deve mal acostumar mesmo se sempre foi assim...


    Agora quanto à mudança, se realmente quer mudar tem que deixar isso avisado e consabido. Se não for dessa vez vai ser da próxima.

    Me parece que pra ti faria bem mudar. Para tua filha também. O Pedro que não sei. E teu filho mais velho também não sei. Se ele ficou preocupado é porque realmente se adapta ao interior. (embora Londrina siga sendo interior). Eu tenho faixa etária semelhante à ele e tenho amigas/os que detestam pensar em sair do interior. Já eu com uns 20 anos pedi transferência da faculdade, dei uma de kleiton e kleidir com a música "deu pra ti baixo astral, vou pra porto alegre, tchau!". Ouvia cada absurdo. Tinha uma amiga que dizia para cuidar pois gostavam de enganar pessoas do interior por aqui... rs

    Mas embora tenha tido algumas mudanças, sou bem resistente à elas. Hoje recebi uma ligação me chamando para uma entrevista e só de pensar em mudar de emprego já não gostei. Tem o lado de estar muito satisfeita onde estou, mas também tem minha inércia. De repente tal lugar é bom também, mas só de pensar em mudar me desagrada.

    Complicado esse tal assunto de mudança né!

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