segunda-feira, 29 de julho de 2013

Desapegar é fácil!?

Nossa!!! Estou com um aperto no peito desde ontem quando desocupei definitivamente meu quarto em Cornélio. Quase seis meses em Londrina e raízes fincadas por lá. Não é só a questão do quarto e suas coisas materiais, aliás não tive nem forças para descartar muitas coisas, estava muito doído. É toda a questão emocional envolvida de assumir definitivamente que não moro mais lá.

Assumir definitivamente importa em dizer definitivamente para meu filho mais velho que não moro mais lá. Isso já foi dito em janeiro quando vim para cá, mas ficava aquele "apego", aquele quarto, aquela esperança da volta.

Meu filho é apegado à mim? Olha, filhos adoram mães, só que a questão não é essa. Sou uma mãe italiana, possessiva, controladora e que mantém as crianças bem "embaixo das asas", tentando proteger de tudo e de todos na medida do possível. E esse ato simbólico do quarto desocupado está doendo em mim, uma sensação de que estou abandonando um dos meus rebentos, uma sensação estranha de vazio, sofrimento mesmo.

Desapegar? Assumir que os pequenos crescem e precisam de vida própria? Ver finalmente que ele tem direito a uma vida que seja só dele, sem interferências! É o certo, porém fico pensando que o sofrimento é dele por estar sozinho, sem a "mamãe" por perto, mas o sofrimento é meu, talvez sentimento de culpa e sensação de ter abandonado.

O melhor que poderia ter acontecido com ele foi esse afastamento, essa liberdade, eu sei, eu sei! Falta é interiorizar isso! Falta vivenciar que isso é o melhor! 

Que idade ele tem? Completará 30 anos em setembro próximo e eu aqui desse jeito, dessa forma pode-se perceber que a dependência é minha, do mesmo jeito que o Pedro Henrique dormindo comigo até pouco tempo atrás não era uma necessidade dele.

Cresce, Ziula! Juro que estou tentando!

10 comentários:

  1. bah..nao deve ser facil mesmo...ja chegara o dia em q meus bebes terao suas proprias familias e casa.so espero q seja pertinho da minha..mas se nao for sera uma otima oportunidade para viajar...pasear...sair da rotina.vcs moram mto longe um do outro??me refiro a distancia em kms...força!!!

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    1. Lu, pois é... aí é que a coisa fica mais séria emocionalmente falando... do jeito que escrevi parece que moramos muito longe, mas são apenas sessenta quilômetros... rs... imagina se fosse mais distante? rsrsrs

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  2. Ziula, super me identifiquei com esse post. Não tenho filhos, mas tenho pai e mãe e sou filha única. Você leu os dois posts que escrevi sobre o destralhamento gradual das minhas coisas que tinham ficado na casa dos meus pais, né? Eram coisas da minha infância e adolescência, pequenas coleções de crianca, fotos, livros, diários... e eu destralhava tudo aquilo após ir me deitar. Meus pais vão deitar tarde, assim como eu. Alguns dias íamos depois de 1 hora da madrugada e eu entrava no meumantigo quarto e ia destralhar. Demorava um tempão para destralhar algumas poucas coisas porque era um processo muito intenso emocionalmente. E eu destralhava de madrugada pra que a minha mãe nao participasse porque sabia que se ela fosse me ajudar ela sofreria muito. Não tenho irmãos e não sei como é, mas sendo filha única tenho uma ligação absurdamente próxima com os meus pais, especialmente a minha mãe. Sou independente e ela também, mas somos muitos amigas e saíamos muito juntas em Bh, conversávamos sobre muitas coisas e foi difícil passar a ter menos contato, mas era necessário. Eu queria preservar a minha mãe e impedir que ela sofresse caso me visse destralhar as coisas. Todas as coisas que restavam eram objetos que ela realmente associava comigo, como os livros e todas as coisas que ficavam no baú. Todss as vezes que trago parte dos livros que estão lá eu sei que é dificil pra ela porque isso deixa ainda mais claro o fato de que eu não vou voltar a morar lá. E ela nunca falou nada disso, ela sempre me inecentivou a ter minha vida, a levar tudo que eu quisessee, etc., mas eu sei que ela fez isso passando por cima dessa tristeza e dessa saudade que sentia, por pura generosidade e porque me quer bem. Então, eu entendo sua dificuldade. Ninguem fala nessas coisas, mas esses momentos sao difíceis para pais e filhos. E o nosso destralhamento afeta sim as outras pessoas de diversas formas e desperta senfimentos nelss também. Mas acho que foi bacana você ter feito o que fez... eu sai de casa com 23 anos, de repente, e foi muito importante pra mim porque eu tive que quebrar a cabeça pra resolver as coisas sozinha e eu tinha sido muito protegida até então (nada exagerado ou sufocante, mas mais do que a maior parte das pessoas). Beijo pra você!

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    1. Marina, seu destralhamento na casa de sua mãe me fez lembrar de um fato não muito agradável quanto às coisas que guardei na casa dos meus pais, uma hora venço a barreira e falo sobre isso, aliás é mais uma daquelas coisas que preciso falar no blog para deixar ir embora.
      Um beijo grande e obrigada por essa troca de experiências!!! Tem me ajudado muito!!!

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  3. Oi Ziula, eu te entendo. Tenho duas filhas, uma mora comigo e a outra passou no vestibular e foi morar numa cidade a 300km de onde moramos, ela vem para casa ao menos 1 vez por mês, sem contar as vezes que tento ir. Mas ainda assim é sofrido demais ver o quarto dela vazio. Por mim ela ficaria aqui embaixo da minha asa. Sim, racionalizando é bom para ela e para mim também. Porque assim posso ter algum tempo para fazer alguma coisa por mim mesma. E ela ter a oportunidade de aprender a se virar na vida. Só que dói muito. Não sei se isso passa, mas acho que quando tomamos consciência disso, damos um passo adiante. Acho que está avançando. Abraços e força.

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    1. Andreia, a ordem natural das coisas seria os pais morrerem antes dos filhos e me parece que se encontra na ordem natural os filhos saírem da casa dos pais, ocorre que nesse caso eu saí de casa para outra cidade e por isso a insegurança de como meu filho está se sentindo.

      Vamos avançando!!! Obrigada pelas palavras e pela compreensão!!!

      Abraços

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  4. O meu filho tem 14anos e quer fazer faculdade nos Eua, eu estou apoiando porque não vou estragar is sonhos e se der ele poderá ir, mas por dentro já estou chorando.

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    1. Ai, Yara, é tudo muito complicada. Minha filha fez um intercâmbio de seis meses para o Canadá e a saudade dói mesmo, só que foi uma experiência muito importante para ela.

      Força!!!

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  5. Ziula, vc está recebendo os comentários? Perginto porque às vezes a gente demora pra publicar mesmo mas de vez em quando fico em dúvida. Bjo!

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    1. Marina, estou recebendo sim e deixei um comentário na sua página sobre minha prateleira... rs

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