segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E os leilões na TV? Compras virtuais e movidas pela emoção!

O cúmulo da solidão deve ser ficar acompanhando os leilões na TV de madrugada (rs)!

Antes de 1999 era meu passatempo predileto. Só via chegar na minha casa: bonecas, tapetes, quadros, etc. Ainda bem que isso passou, porque fiz algumas compras erradas. 

Escolhi e briguei por um quadro do René Bittencourt, confesso que antes do leilão nunca tinha ouvido falar nele e, na hora do leilão, passou a ser a coisa mais importante da minha vida. Pois bem. Quando a tela chegou era tão imensa que precisei colocar no hall de entrada e eram dois apartamentos por andar, sendo que qualquer pessoa poderia levar aquela preciosidade embora. Está comigo até hoje, ocupando uma parede inteira.

Outra vez e outro pintor desconhecido, mas era da escola do Juarez Machado, dizia o leiloeiro. Comprei logo dois. Um já presenteei uma pessoa que gostou e outro fica lá, com aquelas mulheres disformes me olhando.

Tem também as compras virtuais.

Ora! O MAM disponibiliza fotografias ou gravuras, você escolhe, o artista faz cem cópias, noventa e nove são entregues aos colecionadores, uma fica no acervo do MAM e você ainda paga em dez vezes sem juros. Que oportunidade! Bem, os quadros chegaram e um diferente do outro, nada formando uma continuidade visual. Por aí vai...

E quando resolvi comprar em site de compras coletivas. Sorte que as inúmeras bolsas de grife não chegaram, mas os tickets para comida chegaram. Resultado? O prazo de validade esgotou antes que eu pudesse consumir o produto!

Mais interessante ainda foram as inúmeras compras de cd's. Funcionava assim: eu conhecia uma pessoa, ela colocava a música de algum cantor que eu não ouvia muito, depois eu ia lá e comprava todos os cd's possíveis desse cantor, certamente levada pela emoção do momento. 

Hoje mesmo dispensei todos os cd's de Frank Sinatra. Claro que gosto de agumas músicas dele, mas são poucas e eu tinha pelo menos cinco cd's e sem paciência para ouvir nenhum deles, razão pela qual foram para quem gosta de verdade.

Não posso esquecer das bonecas, sim são mais de cinquenta bonecas de porcelana que agora se encontram em caixas, praticamente enterradas! Quando eu era criança adorava uma boneca da minha tia, parecia porcelana, tinha as mãos finas e você dava corda para ela dançar. De tanto que eu gostava a tia disse que me daria uma, mas foi aquela coisa de adulto prometendo para criança sem compromisso. Logo, a promessa não foi cumprida e em determinada época comecei a comprar, colecionar e também ganhei algumas bonecas de porcelana, chegando ao ponto de não ter onde guardar. Parei quando percebi que já não tinha mais tanto interesse.

Digno de registro o encontro que tive com esta tia mês passado:

- Cristina (ela me chama assim), a tia vai deixar para você um colar de pérolas barrocas, com brilhantes e uma flor de madreperóla!
- Tia, eu quero aquela boneca, não quero colar não!
- Bem, vou ver se acho, mas não sei mais onde está!

Senhor! Sofri tanto por esta boneca, esperei tanto por ela, colecionei "n" bonecas sem achar nenhuma igual e agora ela não sabe onde está!!! Viu como era uma promessa para não ser cumprida??? Portanto, é preciso muita atenção e cuidado com o que dizemos para as crianças a fim de evitar problemas psicológicos futuros.

Nessas horas, apesar das pequenas crises de abstinência que estou tendo, agradeço ter entrado no "ano sem compras", pois somente desta forma consigo detectar o que e como aconteceu o consumo na minha vida e até tirar o que não faz mais o mínimo sentido manter, deixando de me apegar tanto a coisas e lembranças.

2 comentários:

  1. Ziula, adorei esse post, achei tão humano, tão engraçado... e não é que a gente faz mesmo essas coisas? kkk... Fiquei aqui imaginando você toda perplexa com os quadros que não combinam... rsrsrrs.... não sei exatamente o que, mas esse seu post captou alguma verdade difícil de explicar e adorei isso! Abraço!

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  2. Verdade, lendo este post lembrei das coleções globo, dos cds que vendiam na tv de madrugada e dava vontade de comprar, ainda bem que nessa época não tinha cartão de crédito, se não estaria feito o estrago.

    Mas lembrei das compras coletivas, antes sucesso e pensando bem, não é lá tão vantajoso algumas vezes. Já li e ouvi diversos casos seja de pessoas que compraram netbook por menos de 300 e nunca receberam, hoje li de um cara que comprou um carro nesses sites de compra coletiva pela metade do preço e no fim não levou, ia entrar com ação, enfim, um caso pior que o outro e os sites tentando se eximir de uma responsabilidade que lhe é inerente, fora as vontades que veem do nada, eu analisando meu histórico em um desses sites coletivos dizia que economizei quase 700,00. Na época que comprava, eu via isso e ficava feliz com a economia, agora, hoje, racionalmente, vejo que essa "economia" seria bem maior se não tivesse gasto o valor efetivo que gastei, uma vez que como alguns venceram sem usar, 43% do que comprei foi fora, e não foi uma economia ficticia de 700 como o site diz, mas um gasto real de um valor que poderia ser melhor aplicado e não posto no lixo como foi literalmente. Tive que descadastrar meu e-mail de todos esses sites e sinceramente nem sinto falta. Lembrando agora de uma vizinha que comprou uma limpeza de pele maravilhosa baratissima, detalhe, era em SP, e moramos em Porto Alegre. Ela teria que colocar + hotel e passagem, em resumo jogou dinheiro fora também, é assim, temos que cuidar sim do nosso dinheiro e principalmente desse impulso desordenado que depois trás infelicidade.

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