terça-feira, 20 de novembro de 2012

Autoflagelo, será que você está fazendo isso?

Estive pensando muito hoje, observando aquela pauta imensa de audiências, a árvore digital com mais de cinquenta processos para julgamento e que ali entraram há menos de um mês e lembrei de um fato que ocorreu em 1999.

Quando cheguei em Cornélio Procópio ocorriam muitas coisas com as quais eu não concordava e não representavam meu modo de trabalhar. Passei a ficar nervosa, gritar, me insurgir, exigir mudanças, enfim, perdi completamente o equilíbrio.

Resultado? Idas e vindas do hospital, impossibilitada de me locomover e até de levantar da cama, tudo em razão da piora do meu quadro na coluna. Essa situação perdurou até que encontrei um médico japonês que trabalhava com acupuntura e outras terapias, sendo que até um soro que me deixava exalando cheiro de milho eu tomei.

Pois bem. Ele conversava muito comigo e explicou como funcionava o organismo quando eu ficava nervosa. Não lembro das palavras científicas, só lembro que ele disse que toda vez que eu perdia o equilíbrio os nervos se retesavam e rompiam deixando escapar um líquido com uma espécie de sal, esse sal secava e formava uma pedra que ficava comprindo o nervo. Nunca pesquisei sobre a veracidade científica dessas afirmações, mas procurei me acalmar, respirar pelo nariz e soltar pela boca, pensar antes de responder, analisar antes de reagir.

Resultado? O tratamento com acupuntura, soro, conversa e uma erva chinesa que tem o mesmo efeito de morfina terminaram por praticamente curar minhas dores e nunca mais travei. A erva sempre tenho em casa, sinto segurança somente em olhar o frasco, mas há anos não tenho necessidade de tomar e nunca mais fiquei inválida em uma cama.

Porque essa conversa toda? A pauta e o número de processos para julgamento. Fico tentando resolver o mundo, diminuir a pauta e marco mais do que consigo fazer sem um desgaste físico e emocional muito grande, em prejuízo inclusive da família, sendo que talvez seja a forma que achei de me autoflagelar sem passar dores na minha coluna.

Será que gosto desse sofrimento todo? É claro que não. Então, pensando mais um pouco, quero mudar sim para outra cidade, descontruir o que construi profissionalmente e começar tudo de novo, de uma forma diferente, que atenda efetivamente o jurisdicionado, mas que também atenda meus apelos por qualidade de vida.

É isso!!!

2 comentários:

  1. Desculpa minha intromissão, mas o que causou esse problema na coluna?

    Mudar pode ser bom, mas não espere muitas diferenças, coisas erradas e que irritam existem em todos os lugares.

    Acho que antes da mudança, ao menos eu faria isso, podia começar tentar mudar aí mesmo, não se sobrecarregando de trabalho. Divida melhor o tempo deixando o bem estar com seu lugar também.

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  2. Adriana, nasci assim, com escorregamento de vértebras...

    Com certeza depois de terminar o que tenho pendente, vou repensar a forma de trabalhar onde quer que eu esteja.

    Beijos

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