terça-feira, 16 de agosto de 2011

Resolvi não mais dar conselhos!


Pensando no flamingo cor de rosa no meio da sala, mencionado pela Marina em um de seus posts, encontrei mais um monstrengo em meio às minhas reflexões.

Tirando coisas e mais coisas, refletindo sobre isto e aquilo, deixando de visitar templos de consumo, acabei por me deparar com um defeito muito esquisito, talvez advindo da profissão.

Você conhece uma pessoa que tem solução para tudo, que sabe tudo, que dá conselhos sobre todos os assuntos e, por vezes, até parece um livro de autoajuda, afastando as pessoas com este comportamento?

Pois é. Esta pessoa sou eu. Basta alguém dizer que tem um problema e eu venho com a solução óbvia para mim, como se fosse fácil a pessoa executar e, muitas vezes, parecendo desprezar o sofrimento tão intenso de quem conta o problema e que lhe impede de chegar ao termo tão razoável que sugiro.

Resolvi, então, acrescentar um desafio ao ano sem compras de supérfluos ou coisas desnecessárias. A partir de hoje e até terminar o ano sabático, não vou mais dar conselhos, vou economizar os conselhos também e usar a energia mental que gastava neles para buscar cada vez mais meu aprimoramento pessoal.

Certo que as pessoas que vem ao blog o fazem de livre e espontânea vontade, por simples prazer ou em busca de alguma sugestão, entretanto, não há nada particular ou exatamente direcionado para o problema que lhes aflige, não podendo ser considerado conselho e sim experiência de vida.

Registro a verdadeira intenção de ficar em silêncio toda vez que a pessoa vier até mim contar um problema, adotando uma postura empática de simples ouvinte e nada mais.

5 comentários:

  1. iula, nossa, me identifiquei demais com o seu post. Como psicóloga as pessoas muitas vezes esperam que eu as aconselhe ou entendem simples falas minhas como conselhos e análises. No blog isso também acontece... às vezes eu coloco sugestões ou falo spobre como algo funcionou para mim e isso toca as pessoas num nível muito pessoal... entendo totalmente a sua questão. Achei ótimasua resolução!

    ResponderExcluir
  2. E olha que fui colocada à prova logo depois de escrever o post...

    Fui chamada no msn perguntando quem eu era porque uso o nick BRISA, falei que era eu Ziula e a pessoa se identificou como namorada do dono do msn que estava usando.

    Rapidamente digitei e como vc está usando o msn de outra pessoa? onde fica a privacidade?... só que num lampejo de lucidez e lembrando da resolução apaguei a mensagem e não enviei... afinal, não tenho nada aver com isto... rs

    ResponderExcluir
  3. Ziula, A-M-E-I as citações de Clarice que você colocou aqui do lado, não conhecia. Um dia vou usá-las, ok??? Mas a que mais me chamou a atenção, agora, foi:
    "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
    Nossa!
    Achei você muito, muito, muitomuitomuito corajosa. Já é difícil identificarmos traços de nossa personalidade que podemos mudar pra melhorar, concorda? E decidir mudar assim, afff!!! Muito difícil.
    =)
    Mas sei, sem sombra de dúvida, que você vai conseguir - percebo pelo seu blog que é uma pessoa determinada (o que, inclusive, me causa uma certa invejinha... pra mim é tão difícil manter algumas resoluções!!!) e vai, sim, aprender o que se propôs. Mas de verdade? Não seja muito dura consigo mesmo neste sentido, e lembra que as pessoas que a conhecem a amam como você é - e isto inclui seus conselhos, certos ou errados.
    ...
    Mas uma coisa interessante, que seu post me fez perceber com mais clareza, e sobre a qual ainda vou escrever um dia, é como as pessoas não sabem ouvir (e me incluo nisto aí, viu?). Por vezes alguém chega falando de uma dor (de amor ou não) e logo o ouvinte já corta, contando uma história semelhante (ou não) acontecida consigo, e muda completamente o foco: a pessoa que veio conversar, muitas vezes, se torna o ouvinte. Porque será que temos este hábito, não? De pensar que pra sermos simpáticos temos que contar algo que aconteceu conosco? Porque será que não podemos apenas ouvir, sem emitir opinião? Porque sempre pensamos que quem está falando QUER uma opinião?
    Definitivamente, minhamiga, este não é um defeito seu... o ser humano tem cada vez dificuldades maiores em "ouvir".
    Gde bjo,
    Lu

    ResponderExcluir
  4. Lu,

    Penso que sou meio prepotente, no sentido de achar que minha dor é maior do mundo e se passei pela situação x, a situação da pessoa pode ser pequena.

    Confesso que está difícil ficar sem conselhos, mas estou conseguindo, exceto com meu filho mais velho que sabe da intenção e do blog. Aí ele já chega dizendo: eu estou pedindo! rs... filhos... filhos... são engraçados !!!

    E vou identificando e trabalhando, espero conseguir me tornar uma pessoa melhor ou pelo no mínimo menos pior... rs

    ResponderExcluir
  5. Adorei seu post. Vou me ater a isso a partir de agora. Muitas vezes dou um conselho ou uma opinião e o assunto se estende todas as vezes. Apesar de eu adorar dar minha opinião, sei que existem pessoas que devo maneirar ou simplesmente ouvir.

    ResponderExcluir