sábado, 2 de fevereiro de 2013

Seja coerente com seus filhos

Nada mais desagradável do que perceber as atitudes de determinados pais no sentido de exigir um consumo consciente dos filhos, sem extravagâncias e, ao mesmo tempo, consumirem loucamente coisas sem importância, tais como, roupas, sapatos, colares, bolsas, tudo para andar na última moda, no caso da mãe ou eletrônicos de todos os tipos e carro do ano, no caso do pai.

Claro que crianças não podem ter tudo. Devem receber amor, carinho, atenção, mas também conceitos recheados de coerência que nada mais é do que um conjunto de idéias que formam um todo lógico.

Ora, um pai ou uma mãe dizer "estamos endividados, por isso você não pode ter determinada coisa" e ato contínuo chegar em casa com sacolas e caixas para si mesmo ou até memo voltar atrás e presentear o filho somente pode trazer a idéia de que mesmo havendo dívidas é possível buscar crédito, mesmo que a juros altos. Criança não tem noção do custo de um empréstimo ou financiamento bancário e sempre haverá a tendência de se tornar um adulto igual.

É preciso buscar a formação de crianças conscientes e responsáveis, pois somente assim teremos adultos conscientes e responsáveis.

Todos os atos praticados no dia a dia pelos pais ficam gravados na memória dos pequenos e conduzem as atitudes futuras deles. Um exemplo que poderia parecer bobo é o caso da coca-cola. Todo mundo já sabe por aqui que tenho três filhos (29 anos, 17 anos e 10 anos) e resolvi parar de tomar refrigerantes. O resultado foi impressionante, até o mais velho, já viciado na tal bebida escura, diminuiu consideravelmente o consumo e pela simples razão de que a mãe não está tomando nem trazendo para casa esse líquido.

Assim acontece também com o consumo. Vejo uma consciência maior neles quando vão adquirir alguma coisa. Não, não é perfeito, mesmo porque o ser humano não é perfeito e também porque dou o exemplo escorregando de vez em quando. 

O importante é ter um objetivo, esse objetivo ficar claro e na medida do possível mostrarmos aos filhos que estamos perseverantes com atitudes condizentes que permitam chegar ao final com sucesso.

Sabem em casa que há dois objetivos esse ano, muito importantes e que serão concluídos sem necessidade de financiamentos. Para isso algumas viagens foram adiadas para época em que se possa ter valores suficientes a fim de que não precisemos parcelar, aliás não nada pior do que viajar e depois ficar pagando parcelas pelo resto do ano ou dos anos, pois agora a moda não são mais 12 parcelas e sim 20 ou 24 parcelas (isso me assusta!).

Uma boa solução para que eles passem a dar valor é o estabelecimento de mesada com contrapartida em atividades que beneficiem todos da casa. Também é preciso haver uma certa vigilância quanto aos gastos que efetuam e o devido aconselhamento quanto às planilhas onde constem entradas e saídas. 

Empréstimo para filhos? Podem até acontecer se você tiver certeza de que estão maduros e responsáveis o suficiente para honrar com a palavra na hora da devolução, mesmo assim devem ser evitados sempre que possível, pois a antecipação de valores de mesada, por exemplo, traz um saldo inferior no mês seguinte e é assim que eles aprendem a ficar endividados.

Nem sei porque estou escrevendo essas coisas, talvez alguma coisa que ouvi. 

Vou ficando por aqui!

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conjunto de idéias ou de fatos, formando um todo lógico.

2 comentários:

  1. Pois é, o exemplo precisa partir da pessoa que quer dar o exemplo e isso funciona bem, só que é uma coisa muito difícil. Somos muito influenciáveis, quer seja em colégio, no trabalho, não tem lugar que não nos faça querer ter as mesmas coisas dos nossos amigos, isso é assim, sempre foi e acho que sempre vai ser. O que socorre em momentos como esse é ter um objetivo maior, que torne aquele ato pequeno.

    Já se o problema é com dívidas, daí a vergonha corre solta e ao invés de admitir tal erro e buscar união da família para aquele momento que pode ser curto, buscam ajuda fora, aparentando estar tudo bem e essa ajuda fora é muito cara e por esconder o problema dentro, pode ser muito pior. Admitir erro e buscar solução com quem realmente pode ajudar ainda acho que é o melhor que podemos fazer.

    Eu esses dias fiz uma coisa que não deveria ter feito. Liguei para o Mte e sem nem perguntar com que setor estava falando perguntei uma coisa lá que a resposta era que não precisava. Depois, no dia de protocolar, lendo no site vi que tal negócio tinha que pagar sob pena de não ser apreciado. E para piorar, era problema de um cliente “carro chefe” do escritório. Nem pensei duas vezes, fui na chefa mor e disse que tinha feito a burrada e ela disse que nos mandaram em cima da hora e então não tinha muito o que fazer mesmo, que não precisava me preocupar que ela assumia o problema. Só que não me dei por satisfeita e liguei novamente, dessa vez mais responsável e no setor correto, por sorte realmente tinha mudado (ao contrário ao que estava no site) e que agora não precisava pagar o negócio. Mas foi um ato irresponsável da minha parte que poderia prejudicar todos e na hora que me dei conta nem pensei duas vezes, fui direto nela que seria a “última instância” do escritório, antes de querer remendar o problema de qualquer forma que poderia piorar a situação.

    Penso que os casos familiares seguem a mesma linha. Quem pode ajudar é a família da casa, nem falo de parentes (embora por vezes podem ajudar, mas é uma coisa diferente), mas dai se a pessoa quer ajuda, busca fora, ocultando um problema que pode atrapalhar todos e buscando uma ajuda que por vezes pode ser só um convite para dizer "vem para o buraco", pois muitos empréstimos e coisas assim pioram o que já estava ruim. Por mais que a vergonha atrapalhe, assumir a coisa errada e buscar ajuda interna ainda é o melhor, penso eu.

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    1. Adriana, aqui em casa eles tem um exemplo e tem a capacidade de analisar os exemplos que recebem fora daqui, penso que sempre a influência mais forte é de quem eles convivem mais tempo e no caso sou eu... então, estão bem encaminhados, pelo menos espero que estejam!!! :-)

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