quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Em busca do equilíbrio perdido...

Em outubro de 2011 escrevi o post "Para quem nos fantasiamos", hoje tentei reler e não cheguei ao final. Sorry! Não suporto textos compridos demais principalmente a essa hora! Do tanto que consegui alcançar vejo que naquela época eu já me preocupava com o equilíbrio e depois disso perdi o foco.

Sim, devo admitir que andava desleixada! E onde isso me levou? A um balançar sério da autoestima. Passei a me sentir gorda, feia e parecia que o mundo olhava para mim com olhos de dó.

Então chegamos ao questionamento "912 dias e vaidade indo embora". Ora, não era a vaidade indo embora e sim minha alegria de experimentar uma fantasia, de brincar de carnaval.

Nesse ponto da conversa já havia valores que poderiam ser investidos "em mim" sem qualquer trauma ou dificuldade ou parcelamento. Estou investindo para que minha casa fique bonita, para que o outro local fique habitável e possa ser alugado, para ter momentos de lazer, e eu? Onde estava minha pessoa enquanto todos estavam sentados na praça dando milho aos pombos. Perdida em algum lugar não muito agradável que estava me incomodando ao ponto de chegar em uma loja de sapatos com minha filha, após percorrer diversas lojas de roupas sem nada encontrar, e começar a chorar.

Chorar? Sim, uma coisa esquisita que não poderia deixar de mencionar aqui. Cheguei ao meu limite. Dois anos e meio quase sem preocupação com a aparência e a isso podem ser somados os dois anos anteriores em que realmente não sobrava nenhum tempo para essa preocupação.

Pois bem. Chegou a noite do ano novo e eu estava na casa da minha irmã, íamos para a casa da minha mãe e minha avó de 92 anos agora está morando com ela. Falei que ia de chinelo e na última hora coloquei uma sandália prateada, uma calça social (a única que tinha levado) e uma blusa branca bordada que tem mais de sete anos. Fui beijar minha avó, linda apesar da idade. Ela era costureira. Costureira de alta costura. Extremo bom gosto. Estupenda elegância.

Minha avó me fez dar muitas voltas, queria ver cada detalhe, ficou maravilhada com a sandália. Tudo aquilo que ela gosta e não cansava de dizer como eu estava bonita e mais jovem e mais linda e mais e mais. Amo minha avó! Não, não pelos elogios, mas pela alegria que ela ainda tem com o que foi sua paixão a vida toda: o bonito, o harmonioso, o elegante, a costura perfeita, os bordados brilhosos.

Dias depois fui para Porto Alegre com minha irmã e dei a ela a incumbência de encontrar algumas roupas para mim. Surpresa ao chegar nas lojas e dizer para a vendedora minha profissão e a vendedora dizer "cada qual se veste como quer" e me atender muito bem. Receio dela, pois em outra loja sequer fui atendida por estar usando chinelos, procedimento incorreto e que infelizmente acontece. Acho que minha irmã queria me poupar de outros dissabores (rsrsrsrsrsrs).

Finalmente achamos a loja perfeita com a vendedora perfeita e as roupas perfeitas. Os olhos do Pedro Henrique, pessoinha sempre contra compras, brilhavam e diziam como eu tinha ficado bonita e até falou as peças que ia levar. Ponderei que eram muitas e ele disse "não faz mal".

Resumo da ópera: um vestido, quatro camisas, dois cintos, duas blusinhas básicas e duas calças. 

Já havia comprado uma calça jeans quando voltei de viagem. Imaginem um ser durante nove dias usando a mesma calça jeans por ser a única. Horrível!

Também tinha encontrado uma rasteirinha e um sapato para substituir o bege que está sem condições de uso.
Hoje me arrumei para sair e no elevador o lindo do Pedro disse:

- Magrela, você perdeu muitos quilos!
- Querido, é a roupa, voltei mais gorda da viagem e preciso perder peso.
- Vou te dizer uma coisa, agora eu posso, antes você estava parecendo um botijão de gás.

Eram as roupas que causavam essa percepção nele.

Cheguei no serviço, extremamente cansada e ao mencionar isso uma das colegas falou que eu estava radiante e nem parecia cansada, que minha pele estava linda. Outra veio perguntar quantos quilos eu tinha emagrecido. E assim foi... 

Esse post era para contar como meti o pé na jaca ou chutei o pau da barraca, mas analisando bem serve bem para demonstrar que é preciso buscar o equilíbrio para nós mesmos e para as pessoas que nos cercam. 

Não se trata de vestir para os outros, para fazer inveja à sociedade, para deixar as amigas babando. Não, não é nada disso. Vestir-se bem traz uma sensação de bem estar, as costas ficam mais retas, o sorriso mais brilhoso. Também não estou falando de esbanjar ou de encher o roupeiro novamente. 

O ponto principal é buscar o equilíbrio ... muito aconselhado pela minha vó e sempre reforçado pela Adriana e muitas vezes negligenciado tal conselho por mim.

Descobri que não encontrava nada porque ia nas lojas erradas. O tempo sem compras e após de consumo consciente deixou muito claro o que gosto e o que me faz sentir bem. Faltava apenas o impulso e a coragem de dar mais esse passo, logicamente porque não faria nenhuma loucura financeira, não dependeria de parcelamento e deixei mais feliz a pessoinha que mora comigo.

Mandei as fotos para minha filha e até estranhou a loja. O que está havendo? Eu precisava realmente! Boas compras, mãe, escolheu muito bem as peças!

6 comentários:

  1. Que maravilha de post, Ziula! Pelas suas palavras e os sentimentos que vem junto com elas dá para sentir a sua imensa alegria! A auto-estima de uma mulher é algo importantíssimo! Faz muito bem! Você montou um "capsule wardrobe" de primeira. Seja feliz!

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  2. Acho que o medo que ficastes do xingão da mãe e avó por ir lá de chinelo fez achar o equilíbrio bem rapidinho... rsrs, se não elas iam te pegar pela mão até uma loja de sapatos... rsrs, por sorte não passastes nem pela tua irmã... rs

    Uma vez estava comentando com uma pessoa sobre uma marca de carro, que eu só não tive porque na época o vendedor sequer foi me atender. Essa pessoa já tinha trabalhado uns anos na fábrica dessa marca e disse que isso não era incomum, que já tinham reclamado a ponto do gerente deles ir numa das filiais da loja que estava atendendo mal, como um consumidor comum, sem dizer o que ele era e ainda foi de chinelo de dedo. Também nem atenderam. Falta treinamento e cobrança para um bom atendimento, o que beneficiaria a todos, mas enfim, acontece. Quiçá um dia isso seja à exceção da exceção.

    Eu acho que a mudança de hábitos, local, e tudo que engloba isso, que NÃO é pouca coisa, talvez tenham contribuído para algum desequilíbrio em alguma parte e que agora com as coisas mais organizadas consegue visualizar e corrigir o que não estava fazendo bem, o mais fácil ainda foi que não precisou aprender, só estava esquecido e tua irmã “ te levando pela mão” fez voltar a aflorar essa parte, agora sem excessos e nem nada, mas sem abrir mão, acho que é isso que buscamos. Coisas de qualidade, sem excesso e sem falta. A ida ao RS te fez bem, volte mais!!!

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    1. Xingão dos mais velhos fazem a gente tomar jeito... rs... principalmente quando são gaúchos... rs

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  3. Essa questão de atendimento em lojas e serviços é muito séria mesmo. A questão da aparência do cliente é determinante para eles para a qualidade ou mesmo algum atendimento. Já passei pelas duas situações: ser muito bem tratada por acharem que tenho o suficiente para comprar lá e ser destratada por considerarem sem condição. Hoje uso ao meu favor quando é necessário: quando pego um táxi ou agendo uma encomenda ou serviço nunca digo que moro no condomínio x, pois vão triplicar o valor, falo que moro na entrada do bairro y na rua tal. Até a pessoa raciocinar onde é, já deu o preço mais barato.Por outro lado já houve lojista que saiu do estabelecimento para saber qual era meu carro, para saber qual produto oferecer, ridículo. Que bom que você encontrou um meio termo nas suas compras, que afinal não deixaram de ser necessárias já que você começava a se sentir mal com a situação. Eu jamais conseguiria ficar uma viagem inteira com a mesma calça, no mínimo levaria umas três. Lavar em lavanderia é uma opção mas também tem que se considerar a perda de umas duas horas de passeio se for usar lavanderia automática e eu não deixaria de passear para ficar lavando roupa! Só fiz isso uma vez,em Paris, porque fui já sabendo que exatamente em frente ao hotel tinha uma, então fui lá coloquei as roupas, atravessei a rua e fiquei vigiando a lavagem da varanda do hotel enquanto tomava café da manhã, acabou o café fui lá e estava pronta e seca.

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    1. Gabriela, ainda procurando o meio termo das compras.. rs..

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