quinta-feira, 13 de março de 2014

Lugar pequeno...

"Meus filhos não aceitariam morar em um lugar pequeno. Surtariam. Brigariam. Viraria um ringue. Não conseguiria morar onde você mora!"

"Então, como você vai fazer agora que venderam o apartamento que você está morando e pagando aluguel?"

"Pois é. Não sei. Será que as imobiliária abrem no sábado. Preciso achar alguma coisa. O proprietário vendeu o apartamento para outra pessoa e não aceitou minha proposta porque tinha financiamento. Eu consegui financiamento de todo o valor de R$ 450.000,00 e ele não aceitou"

"Senhor! Isso dá uma prestação de R$ 4.500,00 aproximadamente! Como você vai se virar?"

"Teremos que apertar o cinto e a prestação é de mais ou menos R$ 3.900,00, mas não tem jeito, tenho que financiar tudo, não tenho nada guardado!"

"Mas você o dinheiro investido com o fulano, é pouco, mas é um pouco a menos que você tem que financiar para pagar menos juros"

"Esse dinheiro é para ir ano que vem para a Disney com as crianças. Já tirei o passaporte e prometi para eles que faríamos essa viagem"

"Poderia procurar um apartamento mais barato para financiar menos!"

"Cai na mesma coisa! Seria menor e meus filhos não aceitam um lugar menor!"

"Boa sorte!!!"

Se os pais é que trabalham e que trazem o sustento para a família, como é que uma pessoa pode afirmar que os filhos aceitam ou não aceitam uma coisa que está dentro do orçamento? Que tipo de visão de mundo estamos dando para as crianças? Como vão encarar o consumo no futuro? Será que passarão a pensar que tudo pode ser conseguido com um bom empréstimo? Terão alguma idéia do que seja poupar para atender necessidades e depois poupar para realizar sonhos?

Não consigo imaginar como será o futuro de atendimento de todas as necessidades mesmo que seja com empréstimos e financiamentos, vejo uma vida dessas crianças de total descontrole financeiro e espero estar errada, pois talvez o exemplo sirva para que ajam diferente!

14 comentários:

  1. Ziula, será que a realidade não é que essa pessoa não aceita morar em um lugar melhor e transfere a "culpa" aos filhos? Penso que se os pais não podem prover determinadas coisas que as crianças desejam elas tem que ser cortadas e pronto. Caso já sejam adolescentes, que procurem um menor aprendiz, um ensino médio técnico e façam estágio para ajudar a custear seus "luxos". Como afirmar que os filhos não conseguem viver num lugar menor se nunca tentaram? E se ocorresse uma situação extrema? Eles morreriam? Acho que não.

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    1. Viviane, não tinha pensado sobre esse aspecto... pode ser isso mesmo: a pessoa não aceitar e transfere para os filhos... faz todo o sentido!!!

      As pessoas se adaptam aos espaços e também às condições de vida, com certeza!!!

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  2. Nossa, enquanto lia isso, me lembrei das mandrágoras do Harry Potter (rsrsrs)
    Isso são filhos crianças? ou um débito carmático?

    Gente, em que mundo estamos?
    Só por Deus mesmo!!!

    Beijos

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    1. Zilda, dá uma lida no comentário da Viviane... e embora não tenha pensado anteriormente na situação específica, acredito que nós criamos nosso débito cármico com nossas atitudes. Somos responsáveis por nossos filhos e eles apenas espelham o que passamos para eles.
      Beijos

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  3. Vejo isso de mais, os pais deixam de comprar coisas para a casa para dar celular melhor, tênis caro e roupas de marca para os filhos, deixam de ter o conforto de um ar condicionado para ter um i-phone. Os produtos são maravilhosos mas tem que adquirir o que se pode e não o que o filho quer, o que é isso? Como vão agir quando receberem o salário e não puderem comprar as marcas que querem?


    Blog caseiquerocasa

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    1. Adri, ser pai ou mãe é uma baita responsabilidade e vemos muito por aí as situações que você comentou... tem uma casa que frequento de vez em quando em que até ir ao mercado é penoso pela restrição de dinheiro, mas... todos tem um i-phone... rs

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  4. Acredito que a pessoa esteja certa. Já ouvi a mesma coisa e bem, a criança é educada pelos pais mas conforme vai indo em determinada escola e prédio e inglês e etc, vai tendo seu grupinho.

    Crianças também falam de outras seja do que tem ou do que não tem. Se estão em um padrão alto reduzir pode ser até traumático dependendo da idade. E pra entender como a gente entende (e entende com ressalvas) já tem que geralmente passar dos 17.

    Que essa pessoa tenha boa sorte, pois vai precisar.

    Eu tinha uma colega que colocou o filho dela de 4 anos na melhor escolhinha de poa. A mensalidade daquilo era muito alto. Agora imagina com 7,8,9. Não pode tirar mais desse padrão. Não sem uma revolta ou tristeza da criança perante seus colegas/amigos.

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    1. Os pais novamente... olha a responsabilidade ou falta dela!!! A criança tem que aprender que a vida tem altos e baixos, tem que ser ensinada a passar pelas fases com tristeza sim mas sem traumas...

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  5. Adriana, acho que com 7/8/9 anos ainda dá para fazer adaptações nas crianças sem muita revolta. O problema é quando os pais ficam nessa competição por status e as crianças absorvem essa noção de ficar concorrendo com os outros. Ora, para a questão do espaço há solução, esse pai que está querendo dar o que não pode no momento a qualquer custo, ele poderia comprar um imóvel maior em um bairro mais barato ou ele poderia comprar uma casa pequena no bairro da moda e ir reformando. As pessoas ficam pasmas com o lugar onde eu comprei a minha casa, mas eu comprei uma casa mínima com um terreno grande em um lugar valorizado. Já fiz vários acréscimos, já vale bem mais e está ficando do meu jeito. Eu paguei à vista e eu era bem mais jovem, saiu barato mesmo. O lucro é todo meu, não paguei o lucro da valorização do imóvel para ninguém, que é o que ocorre com quem compra um imóvel muito caro, sem necessidade de qualquer reforma. Concordo com quem disse que o pai está querendo é responsabilizar os filhos por algo que ele é que quer. Não é possível que CRIANÇAS vão definir o estilo de vida a ser proporcionado pelos pais! Nem tenho filhos para dizer, mas tá aí algo que não consigo me imaginar chegando para os meus pais e dizendo que quero estudar em tal lugar, morar ali, viajar não sei quando e, ainda por cima, ser atendida! Só rindo! Eu já até uma vez falei desse assunto aqui, a estória da minha colega e filhas e a Ziula fez um post.

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    1. Gabriela uma vez estava em uma loja e vi um pai mexer em um celular e o filho, um piá, devia estar nas primeiras séries do colégio disse para o pai pegar aquele outro da moda e sentir a leveza. Não sei se funcionou com o pai dele mas eu troquei o meu pela leveza e estava pensando em pegar um meio termo, mas não resisti.

      Às vezes a gente cai nessas. Mas claro que são os pais que ditam as primeiras "manias", só que na escola pode pegar outras e já vi uma senhora reclamando que a filha queria uma camisa de 400,00 e que começava a fazer birra com as que tinha.

      Chega uma idade que tu se influencia muito pelo meio e tem que ter uma base boa pra não viver nas nuvens e depois cair ou de querer o que não pode ter. Esses furtos/roubos de coisas caras e "banais" por exemplo. Esses tempos li uma notícia que um cara morreu porque estava andando com um tênis de mil reais e queriam tirar dele e ele resistiu. E parece que diziam pra ele não gastar com aquilo mas gastou todo salário para tal tênis.

      Pode ser culpa dos pais, afinal o exemplo em casa deve ser maior que qualquer outro na escola, ou outro meio, mas dependendo de como tu mal acostuma... ou de como deixa a pessoa se influenciar por essas coisas, depois querem ditar regras, eu conheço gente assim.

      Concordo que faltou bom senso desse pai ou mãe em procurar um lugar mais barato no bairro chique ou uma casa grande em um mais ou menos, assim não mudaria o padrão e ensinaria a pessoa mas muitos não pensam assim e vivem uma disputa mesmo...

      Dai se tu mora num prédio ou casa padrão bom, grande, bairro bom e muda... pode escrever que na escola vai ter gente dizendo que os pais quebraram e etc... no meu colégio era assim, dai a pessoa pode ficar com vergonha ou revoltada. Se tiver boa base não e vai ignorar, mas nem todos tem. E tem o ego dos pais também.. complicado a coisa

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    2. É preciso ter cuidado... muito cuidado... conforto dentro do possível e sem prejudicar a saúde financeira da família...

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