domingo, 24 de fevereiro de 2013

Consequências da submissão

Foi assim com um casal que se conheceu muito jovem, muito mais jovem do que você possa imaginar. Ela uma menina, ele um menino e resolveram conhecer paragens nunca jamais exploradas. Veio uma criança linda. Brigaram com todas as forças para casar de "papel passado". Sofreram muito até conseguirem ter o próprio lar. Mais duas crianças. Tudo muido lindo!

Ele se esforçou demasiado para crescer profissionalmente, abriu mão da carreira pretendida para seguir outra mais rentável e talvez mais fácil, pelas circunstâncias, de entrar no mercado de trabalho. Ele cresceu muito profissionalmente. Depois, desenvolveu-se intelectualmente. Mais tarde começou a praticar esportes regularmente. Poderia também ser dito que virou metrosexual. Lindo! Lindo mesmo!

Ela perdida, vendo ele correr para crescer. Cuidava dos filhos. Mantinha a casa da melhor maneira possível. Tentou virar artista plástica e não foi rentável. Quis trabalhar e ele não deixou, nunca deixou. Até estimulou uma faculdade, mas parece que ela não se acertou. Não obstante as convicções e crenças voltadas para o espiritimos, foi batizada como evangélica, embora logo tenha largado também essa crença. Depois tentou desenvolver outra atividade, precisou largar tudo porque os filhos precisavam e ele dizia que realmente os filhos precisavam, estimulando que ela mudasse de cidade.

Mudou de cidade, ele ficou sozinho. Nunca se adaptou a menina à nova cidade, estava com os filhos, mas queria estar com ele. Começou a fazer faculdade. Encontrou uma atividade que amava, um curso que amava, ainda assim queria estar com ele.

Ele acostumou sozinho. Já tiveram uma crise anterior e superaram. Ele foi para o psiquiatra e foi ajudado. Ela esperando tudo se ajeitar. Depois uma crise recente, ele indeciso, ela querendo ficar com ele, ele pedindo que ela esperasse e nisso sessenta dias se passaram e ela sob pressão, muita pressão, sem poder de barganha, sem uma profissão, sem ter condições de se sustentar. Foi parar em uma clínica psiquiátrica internada por algum tempo. Ele, sem sequer pensar em ir para a outra cidade, disse que também estava mal. Ela, internada!

Ela, uma pessoa maravilhosa, sempre pronta para ajudar e dar forças para quem precisasse. Ela que sempre soube perdoar toda e qualquer coisa que para outra pessoa seria imperdoável. Ela sempre solícita, sempre sorrindo. Tinha algumas frustrações? Sim, todos temos, mas lidava bem com a coisa e estava esperançosa com a faculdade. Terminou internada para tratamento psiquiátrico!

De tanto abrir mão da própria vida, se perdeu da sua própria vida! Penso que nem sabe mais o que é uma vida própria, nem sabe o que é viver sozinha, nem sabe o que é viver sem doar e sem receber daquele que por tanto tempo foi seu porto seguro.

Essa é uma história de ficção para alertar todas as mulheres da importância de seguir uma profissão. Da necessidade de conseguir se manter financeiramente. É imprescindível se rebelar e seguir uma carreira. Um companheiro deve ser para somar, não para suprir, até mesmo porque um dia ele pode cansar de suprir e o navio ficará à deriva até que a pessoa que foi submissa encontre um outro porto seguro dessa vez nela mesma.

4 comentários:

  1. Bah isso é verdade.

    Nós tivemos uma empregada que a mãe pagava um curso técnico contábil na época, e ela uma vez chegou pra mãe dizendo que não precisava mais pagar porque tinha que cozinhar para o marido. Eu era criança na época e tinha ficado traumatizada.

    Tempos depois o tal marido traiu ela, foi uma época bem complicada pra ela.

    Minha mãe quando se aposentou também ficou só fazendo coisas para meu pai, enquanto que era visível que ela queria fazer um trabalho social de dar aulas para 3ª idade e não o fez porque ele não deixava. Eu se fosse ela teria me separado. Deve ser por isso que ainda não quis casar. Uma das duas me influenciou, ou a mãe ou nossa ex-empregada..rs

    Se for pra crescer junto é ok, se for pra ver o pavão eu prefiro toda vida seguir meu rumo. Até porque gosto de pavão só no zoológico.

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    1. Nossa!!! Adriana, li de novo o texto para responder seu comentário... chorei!!! Essa história é de arrepiar!!!

      Já tive uma empregada assim e comprei todos os livros para que ela terminasse primeiro e segundo grau, estimulei o estudo, mas ela realmente queria cuidar da casa! Penso que algumas pessoas são felizes assim até que a vida pregue alguma peça!

      Ver o pavão!!! Putz... é isso mesmo... não dá para ficar olhando a vida passar!!! É preciso atitude!!!

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  2. Histórias tristes, mas cada um sabe o que quer pra si. Aprendemos com a vida erros e acertos. Ter atitides e virar a página já é um começo. Antônia

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    1. As pessoas às vezes se acostumam de tal forma às coisas que terminam por perder a noção do que querem para si. Entretanto, sempre tenho esperanças de que atitudes que possam modificar o destino, quem sabe...

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