domingo, 27 de novembro de 2011

Mais do "ano sem comprar"

Já listei em outra postagem as razões pelas quais as pessoas deixam de comprar, aderindo ao desafio do ano sem compras e, repensando sobre elas, realmente não sei porque assumi este compromisso.

Talvez tenha vindo para isto porque sou "novidadeira", nas palavras da autora do blog Minimalizo que também está sem comprar.

Havia também uma frase que ouvi em fevereiro de 2010 ao me dispor a ajudar um ser a mobiliar um apartamento, claro que iria somente dar sugestões, e me foi dito: "Você gasta demais!".

O fato é que há muito não via a pessoa, tinha moderado em muito os gastos e, o mais grave, não recordo da época em que convivíamos ter gasto além do aconselhável, pelo contrário, desenhei uma casa (cujo "projeto" depois passou devidamente por engenheiro); escolhi a forma, cor e disposição das pastilhas no banheiro, escolhendo pastilhas em promoção; desenhei e fiz o orçamento de uma cozinha maravilhosa cujo preço estava muito em conta.

Enfim, não sei de onde a criatura tirou isto, só sei que por essas e outras terminou novamente saindo do meu círculo de amizades e para sempre, tendo permanecido apenas a frase "Você gasta demais!" que ficou me incomodando.

Após o incidente acima, entrei naquela fase muito tranquila e de imensa felicidade, sem qualquer problema grave, apenas aborrecimentos cotidianos normais, o que tornou a vida um tanto morna.  Resolvi então dizer: acorda! O ser humano precisa de movimento! Qualquer movimento!

Passei a navegar pela internet,  cheguei não sei como ao blog da Marina e resolvi que iria fazer alguma coisa diferente. Nessa ocasião poderia ter tomado qualquer desafio para esquentar a vida, talvez um relacionamento complicado, um projeto de construção de imóvel, um objetivo de terminar o livro que estou escrevendo há séculos e nada me fez brilhar os olhos.

Eu precisava de algo mais leve, superficial, fútil e inconsequente! Pronto! Parar de comprar para contestar o sistema capitalista e provar que não ceder ao consumo é possível!

Somente depois percebi que havia me enganado redondamente! Pode parecer tudo isto, mas a realidade é outra bem diferente, considerando que a execução do projeto foi mexendo com  alguns problemas internos jamais resolvidos e somente equacionados com esta parada em relação ao consumo.

Logo, está sendo pesado, profundo, denso e de uma coerência assustadora!

O mais interessante de tudo foi esse blog, um desafio diário com descoberta constante de recursos diferentes para deixar a página mais bonita, mais funcional, parece até uma pessoa nova que estou conhecendo e se mostra bastante maleável aos meus desejos.

Somado a isso, percebi que minha mente não funciona como imaginei. Penso o que vou escrever, faço mentalmente o texto e quando chego aqui tudo vai se modificando.

Assim, mais uma vez este post não contém o que eu queria escrever e fica desse jeito mesmo!

Um comentário:

  1. Ziula,

    eu comecei o projeto por uma razão utilitária (daqui a pouco vou-me embora desse apartamento), mas confesso que estou passando por todo um processo de auto-conhecimento. Tanto ao me desfazer de objetos (com alguns é fácil, com outros é uma luta) quanto ao considerar as compras (compro por quê e para quê?).

    Auto-conhecimento pode ser dose - a gente às vezes descobre fatos não tão bonitos sobre nós mesmos. Mas acho que saber quem quem eu sou de fato é essencial para buscar minha própria felicidade (ao invés de seguir a receita alheia). Então está valendo!

    Beijos!

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