quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Conferência conta corrente e controle financeiro


Acho estranho encontrar pessoa que não confere sequer a conta corrente. Passei essa semana por essa situação. Houve um débito meu em conta corrente de outra pessoa e percebi quando fui conferir minha conta, sendo que o documento continha meu nome, a descrição do débito e o número da conta corrente dessa outra pessoa.

De posse do documento, chamei a pessoa e perguntei se conferia a conta. Ela começou a rir, disse com a maior naturalidade do mundo que "é claro que não conferia, mas parece que teria que começar", contei que mês passado eu teria tido um prejuízo de mais de R$ 2.000,00 acaso não conferisse, pois houve débito nesse valor na minha conta e que não era meu.

Com certeza isso é só um exemplo, mas é comum ver pessoas que tem total descaso com o dinheiro, gastam mais do que ganham e, quem não confere conta, certamente termina por cair nessa armadilha. Uma pessoa que sequer olha o que entra e o que sai em termos de dinheiro desconhece qualquer princípio básico sobre finanças.

Agindo assim a pessoa também descuida de pedir descontos, analisar preços, buscar maior custo/benefício dos produtos/serviços, levando a vida com o que entende ser "pura comodidade" e aproveitamento do tempo. Ledo engano. Com essas atitudes o final de tudo será o endividamento, o tempo gasto para tentar reorganizar as finanças, o eterno estresse para entender o que está acontecendo e muitas vezes coloca a culpa em outros membros da família pelo caos financeiro.

Hoje em dia encontramos tudo sobre finanças na internet, não podemos mais dar desculpas de que não fomos orientados nesse sentido por nossos pais, basta um pouco de empenho e de busca de uma vida melhor.

Nem procuro mais entender quando uma pessoa argumenta que "precisa gastar! precisa ter alguma satisfação!" e sai gastando loucamente seja em itens para consumo próprio como em itens para a família, tudo sem analisar se tem ou não condições de pagar e sem analisar se vai ficar mais endivididada ainda. Parece meio insano, mas conhecendo algumas pessoas assim sei que agem de forma quase inconsciente ou até como se possuíssem super poderes para resolver magicamente as dívidas que assumem.

Um dia todos terão consciência de que os valores advindos de nosso trabalho ou mesmo de outras fontes não pode ser gasto em sua integralidade, é preciso manter uma reserva e refrear os imensos desejos de consumo, tanto para manter um equilíbrio financeiro como para preservar o meio ambiente deixando de "entulhar" a natureza com muitos e muitos produtos que compramos e depois não queremos mais.

Quantas pessoas já pararam para pensar as razões que levam à comprar qualquer coisa?

Eu compro para atender necessidades básicas. Já comprei por ansiedade, em razão de estar muito triste ou muito alegre, para compensar um ganho ou uma perda, para me presentear ou presentear outras pessoas e também já comprei para preencher um tempo que tinha ocioso.

Hoje consigo analisar os itens adquiridos dentro do que considero consumo consciente e o que entendo ser consumismo (no sentido de comprar pelas razões erradas). Mesmo quando erro, procuro aprender com isso, entretanto muitas pessoas sequer conseguem fazer essa distinção e vão passando inconscientes pela vida em termos de consumo, conseguindo entrar em sérios apuros ou mesmo deixando de ter investimentos  consistentes que possam trazer frutos no futuro.

Quando exerço o consumo consciente tenho prazer em olhar o que adquiri, além da tranquilidade em saber que comprei um bem necessário, útil e que será muito utilizado. Por outro lado, quando simplesmente compro pelas razões erradas sinto um insatisfação sem fim toda vez que olho o item comprado ou pago a prestação e esse sentimento permanece até o momento em que tomo coragem e me desfaço dessa "tralha".

Bem sei como é difícil estar no comando da própria vida. Controlar o consumo, a alimentação, o cigarro. Realmente assumir o lugar de poder que temos no mundo. Tudo isso depende de vigilância constante, de atitudes até mesmo extremas, de coragem e de completa atenção aos atos praticados.

Agindo dessa forma, com paciência em relação à nós mesmos e atenção, podemos identificar o que está incomodando e achar outras soluções fora do consumo, evitando problemas financeiros futuros, deixando de preencher esse espaço que surgiu com compras.

Outra atitude importante é pensar antes de cada compra, deixando a urgência do "ter". Você precisa de determinado item? Será? Espere uma semana, quinze dias! Ainda precisa? Pesquise! Pechinche! Busque qualidade! Achou o preço ideal? Tem certeza de que precisa realmente comprar? Esperando e seguindo esse roteiro já desisti de algumas compras.

É preciso muita paciência, muito estudo, muito foco, muita atenção para vencermos nossas limitações. Certamente não venceremos todas elas, mas o tanto que conseguirmos já será uma grande vitória!

Sigo sem fumar! Difícil caminho! Nem sei como comecei com o vício e quero seguir sem ele!



7 comentários:

  1. Verdade, a maioria das pessoas não controla a conta bancária.

    É que o limite do cartão de crédito é, na maioria das vezes, mais simpático que o extrato da conta corrente, e até nos darmos conta do quão mal trás, vai sendo usado da pior forma possível.

    Para ilustrar, e eu não perder a oportunidade de mencionar ele, poderia assimilar o cartão de crédito com o cigarro! Parece bom, é difícil de largar, leva à consequências bem sérias que geralmente sabemos e mesmo assim não damos importância, só quando termina a dependência se percebe o quanto errado era e o que trouxe de malefícios. Um cartão com parcelas fixas poderia dar um carro , o cigarro então nem se fala, pois vida não tem preço.

    O que realmente me incomoda nessa história de não ligarem para contas (já que o que eu posso fazer, faço) é quando envolve outras pessoas, por exemplo um condomínio.

    No meu existem moradores que acham que vieram da monarquia, precisa ter serviços totalmente inúteis e caros se não eles têm chiliques. E não adianta nem brigar com eles em reunião anual. Dai não tem muito o que fazer a não ser se incomodar gratuitamente. Para por freio no “rei” faço parte do conselho, assim que as extravagâncias ele tem meu “não” prévio. Mas não adianta muito, todas aberrações gastas eu vejo, reclamo, e ainda tenho que pagar com todos os outros, a passividade dos demais condôminos faz isso. É tanta aberração que às vezes quando vem a mulher da administradora , aparece uma despesa de 120,00 dizendo ser táxi. Eu já perguntei pra ela na última reunião de onde ela vinha , se de alguma outra cidade, pois aquele valor dava para irmos até a serra. Ela depois de ficar de todas as cores falou que ia nos passar os detalhes e não passou e ficou por isso mesmo e ela seguirá vindo de limusine, pois só isso justificaria tal valor a título de táxi.

    Então com outros é complicado, quase impossível assumir um controle e isso porque a maioria não está nem aí para contas, como se fosse normal tal prática.

    Por falar em normal, o que pago em alguns serviços conheço pessoas próximas que pagam 3 x mais e não estão nem aí, até mexem comigo, esses dias uma amiga no facebook deixou uma mensagem perguntando de um ônibus lá que eu uso quando vou pra lá (640km) assim que ela disse “aquele ônibus de pobre deixa no aeroporto?” kkk. Eu ouço cada desaforo por ter descoberto um ônibus igual ao comum mas que sai uma hora mais cedo e custa 80 reais, enquanto o outro é 130 e o leito 200, sendo que todos levam o mesmo tempo e tem a mesma paisagem. Eu gosto de ir no que sai da argentina, que tem dois andares, vem pra cá igual e custa 100 e poucos pesos, mas aquele é mais difícil conseguir horário aceitável, assim que se é pra viajar mal nos brasileiros que seja no mais barato, mas sempre relacionam aquele ônibus a mim... rs

    Ah, às vezes as pessoas tem dinheiro e não sabem. Na nota fiscal paulista lá, que descobri por um colega advogado de SP que qualquer pessoa de outro estado pode ter dinheiro lá e nem sabe, dessas compras pela internet... eu tinha , meu irmão tinha, meu noivo tinha , no total tínhamos uns 200 lá que estava só esperando para transferirmos para nossas contas. Isso a maioria nem tem ideia.

    Mas falar de contas é um assunto chato né? A minha colega que adora uma conta, estava novamente reclamando das contas e mostrando uma tonelada de mini-boletos de uma loja, disse para quebrar o cartão da tal loja. Ela disse que não era compra e sim empréstimo que fez por lá. Dai veio a secretária e eu pedi ajuda para ela pois precisávamos quebrar os cartões da Carol, assim que ela respondeu dizendo que ela era pior, que nosso chefe disse que se quando ela vai no banco, eles soubessem que ela era, mandavam prender!! kkkk E terminou dizendo que só falava com "gente igual à ela" kkkkk.

    A exceção virou regra geral, inverteu os valores. E a maioria acha normal. Embora se isso agora é normal, eu prefiro ser Anormal!:-)

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    1. Olha, já dei um jeito nessa nota fiscal paulista... depois conto o resultado por aqui, mas foi uma ótima lembrança, vai valer até um post...

      Eu também estou preferindo ser anormal... rs...

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  2. Ziula, comprar tem status de sintoma para muitas pessoas, mas MUITAS mesmo. O sintoma, em Saúde Mental, costuma ser refratário à lógica. Muitas vezes isso não tem nada a ver com a ideia difundida no senso comum de que o que falta é "força de vontade"; na verdade é bem frequente que a pessoa tenha que fazer um trabalho de reformulação profundo antes de conseguir livrar-se do "hábito" de comprar compulsivamente ou irrefletidamente. Para muitas pessoas esse é o desafio de uma vida, para outras algo que levará vários anos. A gente adoece de acordo com a sociedade em que está inserido e sempre dentro da cultura (pelo menos na minha área, tá?). O importante é encontrar disponibilidade psíquica para tentar mudar.

    O que eu vejo percebo que acontece muito é as pessoas não terem o desejo de melhorar constantemente. Muita gente está tentando levar uma vida pautada pelo prazer, não necessariamente pelo bem estar (no qual, além de prazer, há ordem e disciplina). Por exemplo, se você tem, sei lá, diabetes, você pode não conseguir ter uma alimentação totalmente equilibrada, uma vida ativa, com pouco estresse, mas se espera que você esteja envolvida em uma tentativa de chegar o mais próximo possível disso. Não quer dizer que vai necessariamente conseguir mas sim que irá tentar e, tentando, vai ser um pouco mais saudável. A saúde é mais um processo do que um estado, sabe? E acho que quando o assunto é consumo, fica fácil perder isso de vista. O que o que me frustra, pessoalmente, é que muitas pessoas não estão nem tentando, sabe? Porque tentar e falhar, vá lá... é humano, mas nem tentar é complicadíssimo!

    Enfim, momento psicológico rolando por aqui... rsrsrsrs

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    1. Marina, adorei seu comentário... mil idéias vieram na minha cabeça... é complexo tentar o equilíbrio, não é mesmo?

      Bjs

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    2. É bem complexo, mas o importante é tentar, não necessariamente ter 100% de sucesso. Problema é o enorme contingente de pessoas qu enão estão a fim nem de tentar..

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  3. Boa tarde.

    Sinto que o Um Ano Sem Compras te fez muito bem.

    Sinto também, pessoalmente que, é preciso estabelecer regras de consumo. Tenho as minhas. E a principal delas é: somente à vista e nunca ir "passear num shopping center", pois este não é um lugar pra passear. É um lugar pra cometer besteira de torrar o dinheiro.... que muitas vezes nem está no bolso da bombacha....

    Lever o controle financeiro de rédea curta, é o melhor caminho, pois, o estouro de ver uma conta bancária com uma das cores da bandeira do Rio Grande (maragata), faz um buraco no bolso da bombacha...

    Baita abraço

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    1. Que bom que notou alguma diferença... e pelo jeito para melhor!!!

      E seguimos tentando domesticar esse consumo louco, sem cair no vermelho!!!

      Um grande abraço!!!

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