Vale muito a pena! Reserve dez minutos do seu tempo para assistir ao vídeo, pense sobre as ponderações feitas e tome uma atitude!
Para aquelas pessoas que preferem ler, minha filha Izabel, gentil e carinhosamente, fez a transcrição especialmente para o "Hora de Mudar":
"Autoridades presentes, de
todas as latitudes e organizações, muito obrigado. Meus agradecimentos
ao povo do Brasil e a sua senhora Presidente. Muito obrigado à boa fé,
que certamente todos os oradores que me antecederam demonstraram.
Expressamos a íntima vontade, como governantes, de acompanhar todos os acordos, que esta nossa pobre humanidade pode assinar.
Expressamos a íntima vontade, como governantes, de acompanhar todos os acordos, que esta nossa pobre humanidade pode assinar.
No entanto, deixem-me fazer
algumas perguntas em voz alta.
Durante a tarde toda, falamos sobre
desenvolvimento sustentável. De como eliminar o imenso problema da
pobreza.
Que se passa em nossas cabeças? Qual o modelo de desenvolvimento e consumo que atualmente vivem as sociedades ricas?
Que se passa em nossas cabeças? Qual o modelo de desenvolvimento e consumo que atualmente vivem as sociedades ricas?
Faço esta pergunta: o
que aconteceria com este planeta se os habitantes da Índia tivessem a
mesma proporção de carros por família que os alemães possuem? Quanto
oxigênio teríamos para respirar? O mundo de hoje teria os elementos
materiais para que 7 a 9 bilhões de pessoas possam desfrutar de mesmo
nível de consumo e desperdício que têm as sociedades mais ricas do
Ocidente? Isto é possível? Ou será que teremos que ter um dia um outro
tipo de discussão?
Porque nós criamos esta civilização em que estamos:
filha do mercado, filha da competição, que se deparou com o progresso
material enfático e explosivo. A economia de mercado criou
sociedades de mercado.
E nos deparamos com esta globalização, que significa olhar por todo o planeta. Estamos governando a globalização ou é a ela que nos governa?
E nos deparamos com esta globalização, que significa olhar por todo o planeta. Estamos governando a globalização ou é a ela que nos governa?
Possível falar de solidariedade e que estamos
"todos juntos" em uma economia baseada na concorrência impiedosa? Até
onde chega nossa fraternidade?
E não digo nada disso para negar a importância deste evento. Pelo contrário, o desafio que temos pela frente é de uma grandiosidade colossal.
E não digo nada disso para negar a importância deste evento. Pelo contrário, o desafio que temos pela frente é de uma grandiosidade colossal.
A grande crise não é ecológica,
é política. O homem não governa hoje! Não há forças envolvidas, senão
as forças que governam o homem e a vida.
Porque não viemos ao planeta
para nos desenvolvermos, em termos gerais. Nós viemos ao planeta para
sermos felizes. Porque a vida é curta, e rapidamente se vai. E nenhum
bem vale mais que a vida, isto é claro! Mas a vida vai se passando, e
nós trabalhando e trabalhando para consumir sempre mais e a sociedade de
consumo é o motor, porque, em última análise, se o consumo está
paralisado, a economia para, e se parar a economia, o fantasma da
estagnação econômica aparece para cada um de nós.
Mas este hiper
consumo, este que está agredindo o planeta. E eles têm que acelerar este
hiper consumo, fazendo coisas que durem pouco, porque é preciso vender
muito.
E uma lâmpada elétrica, então, não pode durar mais de 1000 horas.
Mas existem lâmpadas que podem durar 100 mil, 200 mil horas! Contudo
estas não podem ser feitas porque o problema é o mercado, porque temos
que trabalhar e temos de sustentar uma sociedade que "usa e joga fora", e
por isso estamos em um círculo vicioso.
Estes são problemas de caráter
político, que estão dizendo que está na hora de começar a lutar por
outra cultura.
Não se trata de retornar para os dias do homem das
cavernas, ou ter um "monumento ao atraso". Não podemos continuar
indefinidamente sendo governados pelo mercado, e sim, temos que
governar o mercado.
Então eu digo, na minha humilde forma de pensar que
o problema que temos é político.
Os antigos pensadores - Epicúreo,
Séneca, inclusive os Aymaras, definiam: " Pobre não é aquele que tem
pouco, mas sim aquele que necessita infinitamente de muito, e deseja, e
deseja, mais e mais!" Isto é crucialmente de caráter cultural.
Então, eu
saúdo os esforços e acordos que estão sendo feitos. E eu vou segui-los,
como governante.
Sei que algumas coisas que estou dizendo "perturbam".
Mas devemos perceber que a crise da água e a agressão ao meio ambiente
não são a causa. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E
nós temos que rever nosso modo de vida.
Eu pertenço a um país pequeno e
bem dotado de recursos naturais para viver. No meu país há 3 milhões,
pouco mais, 3 milhões e 200 mil habitantes. Mas há cerca de 13 milhões
de vacas, das melhores do mundo. E cerca de 8 a 10 milhões de excelentes
ovelhas. O meu país é um exportador de alimentos, laticínios e carne. É
uma planície onde quase 90% da terra é aproveitável.
Meus amigos
trabalhadores lutaram arduamente para conquistar as máximas 8 horas de
trabalho. E agora eles estão conseguindo o direito as 6 horas. Mas
aqueles que conseguiram as 6 horas, precisam agora ter dois empregos,
portanto, trabalham mais do que antes. Por quê?
Porque eles têm uma
infinidade de despesas: a motocicleta que comprou, o automóvel, e pagar
as contas, e contas. E quando você acordar perceberá que é um velho
reumático como eu e se passou toda a vida. E fará esta pergunta:
este é o sentido da vida humana?
Essas coisas que eu digo são
elementares: o desenvolvimento não pode ir contra a felicidade. Tem que
ser a favor da felicidade humana, do amor à Terra, às relações humanas,
do amor aos filhos, de ter amigos, ter somente a necessário.
Precisamente, porque este é o tesouro mais valioso que temos.
Quando
lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar que o primeiro elemento do
meio ambiente se chama FELICIDADE HUMANA. Muito Obrigado!"
Esse discurso deve ser difundido, compartilhado com o maior número de pessoas possível. Publique no seu blog, na sua página, no seu Face!!!
Nossa, adorei, quem dera todos os governantes pensassem assim...muito obrigada por compartilhar!! ;)
ResponderExcluirCarol, devagar vou pesquisando mais sobre ele e trago aqui no blog... :-)
ExcluirÉ maravilhoso e estou supresa que um presidente tenha tido a coragem de dizer o óbvio ululante!
ResponderExcluirO vice dele que optou por maior consumo e uma vida com mais opulência tem maior aceitação pública... o ser humano é esquisito mesmo!!!
Excluir"ululante", "opulência" ...
ExcluirAcho que a tua filha Izabel vai ter que traduzir os comentários daqui a pouco! ;-)
As ponderações do Presidente Uruguaio foram ótimas!
ResponderExcluirJá postei no meu facebook o link e já teve gente "curtindo" :)
Muito embora a gente saiba que essas coisas que ele falou ainda causem muita revolta pois criou-se uma cultura de consumo que quase não tem limites mais, mas aos poucos vamos percebendo e realizando um consumo mais consciente e sendo mais feliz!
Olá Ziula,
ResponderExcluirParabens pelo trabalho e agradeça a sua filha pela transcrição do vídeo.
Abraço
Ricardo
Adorei ela ter solicitado fazer a transcrição... muito importante esse contato com pensamentos diferentes, principalmente na adolescência onde o apelo para o consumo é bastante grande e onde se formam os hábitos.
ExcluirAbraços