sexta-feira, 18 de maio de 2012

Consumo consciente

O planeta já possui diversos sinais de falência em razão do consumo desenfreado e da obsolescência programada que já falamos por aqui.

Para quem tiver tempo e disposição basta uma visita à um depósito de lixo. Dezenas, centenas de geladeiras, televisões, computadores e tudo mais que se possa imaginar, alguns sem possibilidade sequer de reciclagem.

Nosso espaço na Terra é limitado e estamos criando montanhas de entulhos que ficarão por gerações e gerações, pois feitos com material que não se decompõem na natureza.

Já contei que foi preciso adquirir um novo liquidificador e uma nova batedeira. Não seria possível deixar as crianças sem vitaminas, bolos, etc.

Entrei dia desses no "quarto preto" (os móveis são de fórmica preta rs) que seria um quarto de empregada, embora não utilizado para essa finalidade, e lá estavam os produtos velhos porque não tem conserto, não sei o que fazer com eles e se mandar para o lixão certamente somente vão aumentar o entulho.

O pior ainda não contei (rs). Os produtos baratinhos que comprei para substituir os estragados são um desastre e aqui vale lembrar que a "Colorada" avisou. Insuportável o barulho do liquidificador, parecendo o trem que passa de madrugada atrás da minha casa e quanto à batedeira vem com uma inscrição "prática" que, segundo meu filho mais velho, quer dizer que a pessoa tem que ter prática para usar - é preciso ajudar manualmente com um "pão duro".

Estou escrevendo e rindo da minha pisada na bola, mas enquanto funcionarem, mesmo que precariamente, vão ficar na minha cozinha.

Voltando aos excessos de consumo e necessidade de preservação ambiental, prometo nunca mais comprar produtos de baixa qualidade, não por priorizar marcas e sim para gerar menos lixo.

Crescendo no mundo todo a tendência de realmente utilizarmos produtos de ótima qualidade, o que não implica em adquirirmos itens de grife, com etiquetas e indicações de que foram "caros", mas produtos com alta durabilidade e fabricados com materiais sustentáveis.

Em relação à moda, como já falamos de Kate no post passado, está sendo abandonada a ostentação e sendo feito um trabalho de conscientização coletiva (ainda engatinhando) de que devemos adquirir aqueles itens que tenham algum valor intrínseco, que digam alguma coisa e representem algo para nós mesmos e não àqueles outros que usaríamos para que outras pessoas vissem o quanto custou.

Sinceramente espero que esse tipo de consumo - de bens e produtos que tenham efetivamente um valor para nós mesmos - torne-se um hábito da maioria, pois tendo esse valor, que eu diria afetivo, certamente seria muito pensado na hora da aquisição e mais pensado ainda na hora do descarte, trazendo maior durabilidade e preservando nosso planeta.

Muitas pessoas vestem grifes da cabeça aos pés e isso já está se dissipando, até sendo considerado fora de moda. Vestidos de festas já são usados por muitas famosas em mais de uma oportunidade e esse comportamento é considerado chique, muito adequado às condições atuais.

A crise econômica vivida por todos os países não permite mais tanta ostentação e chegará o dia em que as pessoas deixarão de seguir tendências, grifes, etiquetas, para buscar o que realmente importa: felicidade, saúde financeira e produtos sustentáveis com valor emocional, passando a decidir sozinhas e não mais através de propagandas, marketing e imposições do meio em que vivem.

Divago tanto para conseguir estabelecer um modelo de consumo a ser utilizado pelo resto da minha vida, considerando que antes do "ano sem compras" era a rainha da grife (rs) e vejo tudo isso perder o sentido quando percebo peças não usadas por medo de estragar (pura verdade!), outras porque não ficam perfeitas e o pior de tudo é que pelo valor pago, o desapego também custa muito caro, embora esteja sendo feito.

Aceito sugestões e até divagações...

3 comentários:

  1. Bah, se tem um lugar que eu não gostaria nem de pensar em ir seria a um lixão! Mas daqui a pouco ele chegará bem perto de nós se não cuidarmos.

    Deveria existir mais “semancol” por parte das pessoas como nós estamos tendo com o consumo mais pensado. Só que isso é pouco interessante para a economia, para o comércio... a única coisa boa para o comércio e isso eles insistem bastante é a substituição da sacola plástica ou então a venda de produtos mais caros porque são ecológicos!

    Tirando isso, não vejo preocupação com o meio ambiente. Cada vez mais fazem produtos que não duram nada para que tu substitua por outro, ou sinta o que tens em casa extremamente ultrapassado e compre outro, o destino dos “substituídos” dai ninguém se preocupa. Por isso que eu fazendo minha singela parte adotei duas coisas:
    1º vendo ou doo o que não quero mais
    2º compro depois de todos “requisitos básicos” do tal produto estarem preenchidos para não sentir vontade de ter outro muito em breve.

    Acho que temos que saber o que vamos comprar, hoje em dia pela internet é possível pesquisar antes, ler opiniões sobre o produto e seus concorrentes, é possível até ter uma ideia de preço no país e fora dele, enfim, hoje em dia temos um aliado que pouco tempo atrás inexistia. Usando esse “companheiro” fica mais fácil até para contribuir com o meio ambiente. (e com nosso bolso).Agora uma coisa que devemos evitar é comprar uma coisa que logo será descartada, como algo que não é do nosso gosto. Pois sempre olhamos para a tal coisa com um olhar pouco simpático. E quanto à grifes, não acho que elas sejam as vilãs, nós temos que ter consciência do que estamos comprando e se for uma boa marca, que te deixará feliz, de bem com a vida, e tu possa comprar, não vejo porquê se privar. Agora bem diferente é se não podemos comprar e vamos fazê-lo usando “dinheiro emprestado – crédito” por meses ou anos para ter tal coisa porque todas as fulaninhas tem, dai não dá, temos que ter estilo próprio. E comprar a tal coisa porque queremos, gostamos, não porque é moderno e todo mundo tem.

    Quanto aos objetos parados, eu, como disse, vendo pela internet nos sites próprios para isso ou doo para algum estabelecimento. Final do ano passado troquei as 3 cadeiras de escritório da minha casa, duas estavam quebradas, uma usava com um livro em baixo para ficar equilibrada (pois tinha quebrado um pedaço do pé plástico onde ficava a roda), outra parecia um trator quando sentávamos nela e a outra era companheira delas mas estava em melhor estado. Em resumo, um senhor comprou pois ele que estava montando uma lan house para o filho numa cidade metropolitana e disse que seriam úteis para ele, mesmo do jeito que estavam. Dai compramos umas boas que espero não ter que trocar por muitos e muitos anos e foram bem acessíveis comprando pela internet, sendo que na mesma loja (=nome só que no shopping) não tinha as que compramos e as que tinham eram as simples que detonamos em pouco tempo e pior, estavam mais caro que as que mandamos vir da loja em SP,.Fora que isso rende um troco na nota fiscal paulista que mesmo não sendo e tão pouco morando lá temos direito né, ano passado comprei um sacão de ração para o meu “filho” (labrador) só com aquele dinheiro.

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  2. Ziula, querida. Adorei o post! Parabens, vc escreve cada dia melhor, o texto esta cada vez mais interessante, prendendo nossa atencao, nos cativando. Espero que nao pare de postar apos o periodo sem compras e nos de dicas de como voltar a consumir consientemente.
    Escrevo tambem para avisar que tem novidade no meu blog www.sammyinsampa.zip.net. Esse meu blog e muito velho e precario, mas nao quis me disfazer dele porque ele tem registros antigos, e eu sou historiadora e adoro uma antiguidade, rsrsrs...
    Vou relatando la a minha saga!
    Um abraco querida!
    Samanta

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  3. Colorada e Samanta,

    Muitas pessoas continuam inconsequentes em relação ao consumo, mas está havendo um importante movimento pelo consumo consciente e penso que estamos alinhadas à ele, sendo a internet um importante instrumento de divulgação.

    Espero continuar com o blog, espero com outro enfoque, após o "ano sem compras", o que não vou poder parar é de vigiar o consumo. Então, provavelmente sempre me encontrarão por aqui.

    Obrigada pela amizade e pelo carinho de vocês.

    Samanta, seu blog já está dentre aqueles que sigo, mas pelo formato não segue atualização e sempre permanece como último, o que é uma pena.

    Penso, outrossim, e contrariando meu intento de não dar conselhos, que vc poderia fazer outro blog no blogger... é fácil de usar e atualizar, podendo até usar um título mais próximo do seu intento que, no final de tudo, é o consumo consciente.

    Beijos

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