quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Déjà vu ou Déjà vi??? Vê se me esquece!!!

E como estamos em um blog que se tornou praticamente autobiográfico, vamos à mais uma história.

Falei por aqui sobre os vários fatos que estavam acontecendo depois que finalmente decidi ir embora de Cornélio Procópio para Londrina, tais como, ter voltado à mesma sala de trabalho que ocupei na chegada e depois de praticamente quatorze anos, ser obrigada agora em janeiro a ficar hospedada no mesmo hotel que estive por mês quando da chegada. 

Ontem a situação foi um pouco mais grave. Quando cheguei em Cornélio, nos início de 1999, penei quase um ano entre internações e altas, tudo em razão da minha coluna ou quase tudo.

Já na chegada comecei a sentir dores terrríveis nas costas. Passei por alguns médicos e terminei em Porto Alegre com o médico que operou minha coluna duas vezes quando eu tinha quinze anos. Hospital Moinhos de Vento em quarto cinco estrelas por ele ter dito para a atendente que eu "podia" pagar. Uma semana e R$ 14.000,00 na época. Exames e mais exames. Diagnóstico câncer na coluna que precisaria ser operado.

O médico recomendou que antes da cirurgia eu fizesse um tratamento psiquiátrico por entender que eu estava desiquilibrada. Fui para a casa da minha vó. Psiquiatra atendendo em casa a pedido do meu tio. Medicação. Dores lancinantes nas costas. Dois dias depois de chegar na casa da minha avó, de madrugada, tirei anel, brinco e todos os demais acessórios, pedi que me levassem para o hospital e achei que de lá não voltaria.

Deitada no chão do carro no banco traseiro. Hospital Ernesto Dornelles, é um hospital público dos servidores estaduais. Médico residente de plantão. Anamnese básica. Sala de cirurgia. Apendicite aguda já suporada. Alívio. No dia seguinte não tinha mais dores, nem mesmo no local da cirurgia.

O médico da coluna veio visitar e disse que o importante era nossa amizade. Consultei um médico perito após sair do hospital e contei sobre o exame de sangue alterado já no primeiro hospital, falta de anamnese pelo primeiro médico e todos os demais fatos. Ele, o perito, simplesmente disse que na condição de juíza eu havia induzido o médico da coluna a erro, considerando que se uma juíza diz que tem dores nas costas é porque o problema é na coluna.

Voltei ao médico da coluna e ele ainda cobrou R$ 2.000,00 após o escancarado erro médico, observando que precisa cobrar porque tinha um filho estudando na Alemanha.

Durante o tempo que eu estava em Porto Alegre o Renato com 16 anos ficou sozinho em Cornélio, uma cidade então estranha, sem parentes e sem amizades fomadas. Ele tinha aula. Izabel ficou com o pai em Curitiba.

Saí de lá desolada e decidi não processar o médico. Muito tempo depois, já passado o prazo prescricional da ação, me dei conta de que o perito estava na realidade ironizando e se eu quisesse poderia ter resolvido essa situação na Justiça até para que o médico tivesse mais responsabilidade nos atendimentos posteriores.

Bem, depois desse fato as dores na coluna voltaram e ficaram por mais um ano. Hoje penso que foi uma soma de fatores, o câncer que eu não tinha, culpa por meu filho ter ficado sozinho, trabalho para colocar as atividades profissionais em patamares que eu pudesse aceitar, pois era tudo diferente da forma como procuro levar.

 Precisei fazer um tratamento em Londrina, duas vezes por semana, soro que fazia com eu exalasse cheiro de milho, acupuntura e uma erva chinesa que tinha o mesmo efeito da morfina.

Enfim, depois de um tempo fiquei curada quase que completamente, dores pequenas e quando travava em raras oportunidades duas cápsulas de erva resolviam o problema e vinte minutos depois estava boa.

Há anos eu não travava mais e não tomava qualquer medicação. Pois bem. Ontem travei feito e precisei tomar duas cápsulas da tal erva em três horários diferentes. Só doía quando eu respirava e precisei ficar deitada praticamente o dia todo. Complicado e apavorante.

Somente à noite me dei conta de que estava repetindo o mesmo caminho de quando cheguei em Cornélio para brindar a chegada à Londrina. Conversei muito comigo mesma e hoje já acordei bem melhor, não totalmente sem dor, mas sem aquela dor incapacitante.

Penso que agora encerrei meu ritual de "déjà vu" e nada mais quero repetir.

Logo volto com os posts sobre consumo, ano sem compras e minimalismo, por enquanto estou perdida em lembranças e não pensem que são lembranças que me fazem algum mal, pelo contrário, apenas representam um longo aprendizado. Hoje sei que não devo me punir nem deixar qualquer possibilidade para sentir dores ou ir para o hospital.

4 comentários:

  1. São rituais de passagem. São mais de fundo emocional, como vc já deve ter notado;. Dói mudar. Espero que esteja melhor. Beijos

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    1. Valérie, estou bem, foi apenas um dia e depois consegui uma enxaqueca, mas como estou me conhecendo um pouco já acho normal essas "coisinhas"... uma hora dessas vamos marcar um café!!! Bjs

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  2. Acho uma barbaridade esses erros médicos, diagnóstico errado pode deixar a pessoa com um problema que não tinha para a vida toda. E tão absurdo quanto é dizer se pode ou não pagar sem consultar o interessado.

    Olha é difícil uma amizade assim hein.. acho que preferia não ter se fosse assim.

    Quem sabe essas mudanças tenham causado um stress maior que o normal, porque achaste uma época calma para resolver um monte de coisa que estressa, como mudar. Depois que passar essa fase e começar a fase do "se sentir em casa" na nova cidade, dai a coisa tende a melhorar.

    Em todo caso convém não inventar moda e não fazer esforço fora do permitido e nem querer carregar o mundo nas costas pois isso também prejudica a coluna.

    Ao que pude perceber, e posso estar errada, se assim for pode me corrigir, porém parece que absorves os problemas querendo resolver tudo sem deixar o tempo ajudar e quando delegamos um pouco de coisa para os outros, tudo fica mais leve. E isso é uma forma de minimalismo.

    Esses dias fui ver minha caixa postal e estava cheia, transbordando de contas da minha prima. Chamei o zelador e fui tirar satisfações sobre aquilo na minha caixa. Ele disse que era porque a "doutora mandou deixar ai".

    A doutora em questão é a médica que é síndica. Daí falei que EU não tinha autorizado, que ela não falou comigo daquilo e nem a minha prima assim que mandei por tudo de volta na caixa do apartamento dela.

    A minha prima que se vire. Que venha e arque com as responsabilidades, afinal o mínimo que se espera de alguém que mudou e não mora mais no apto é que saiba que contas não se pagam sozinhas e nem se encaminham sozinhas, ela nem pra transferir para onde mora, dai o problema não é meu. E ela saiu em 2006 ou 2007. Não foi ontem...

    Com a síndica, se a briga é com a minha prima, é com ela e não comigo. Não tomei as dores e sigo do mesmo jeito com ela. Aliás eu sou a sub dela e mexo que fico só com a parte boa, os problemas deixo com ela. A parte boa é o desconto no condomínio.

    Não absorvo nada dos outros mais, muito menos briga.

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  3. Acho que só agora me dei conta de que o problema de coluna posterior e que durou quase um ano, me impedindo até de caminhar, pode ter sido gerado pelo dignóstico de câncer... mas segui meu caminho e espero que meu médico tenha tomado um pouco de consciência, mesmo sem o processo judicial.

    O tempo... como temos que aprender a aguardar o tempo certo!!! Tenho um pouco de dificuldade ainda e quero tudo resolvido para ontem, depois do episódio da cortina percebi que tenho que ter calma, resolver conscientemente e não de forma apressada!!!

    Ah! Vais ficar sem a foto da cortina, pois com as novas roldanas sequer entrou no trilho... rs... dinheiro literalmente jogado no lixo...

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