domingo, 14 de outubro de 2012

E o mundo vem e te vira de cabeça para baixo...

E quando você resolve se acomodar vem a vida e exige que alguma decisão seja tomada, não adianta resistir e nada fica acomodado para sempre.

Tenho uma grande dificuldade em tomar decisões, afinal sou do tipo seis no eneagrama e por obra do acaso a Marisa, diretora da Vara do Trabalho, também é. Afinal, os opostos ou os semelhantes se atraem?

Estamos, eu e ela, desde janeiro de 1999 na mesma Vara do Trabalho e temos sempre os mesmos problemas, as mesmas dificuldades, a mesma rotatividade de pessoal, o mesmo volume de trabalho, a mesma impossibilidade de deixar tudo como queremos, durante todo esse tempo.

Poderia ter ido para qualquer cidade do Paraná, poderia ter permutado para Santa Catarina, poderia ter persistido no concurso para o Rio Grande do Sul.

Nesse caso do Rio Grande Amado tive alguns dissabores nos dois concursos em que passei na primeira fase, logo no início da carreira do Paraná, e por duas vezes minha inscrição definitiva foi indeferida, a primeira por não juntar uma certidão negativa da Justiça Militar e a segunda por não juntar uma declaração de que estava de acordo com os termos do concurso. Não me insurgi, não insisti e não fui para perto da família que hoje está há 1.000 km de distância.

Enfim, eu poderia ter feito muita coisa, mas me acomodei em Cornélio Procópio, naquela vidinha um tanto bucólica, aliás hoje é bucólica por opção própria, entretanto em outros tempos já foi bem agitada e nem um pouco significativa se querem realmente saber.

Nos últimos tempos minha dúvida ficava em ir para Londrina ou não e acabei ficando por aqui, talvez em breve entre no mesmo dilema.

Só que a vida pode até dar um tempo, embora isso não signifique ficar parada para sempre. Ela, a vida, depois vem exigir uma resposta imediata e não há como resistir.

Trabalhávamos com autos físicos feitos de papel, o TRT do Paraná criou os autos digitais e estávamos ainda nos adaptando a esse sistema, trabalhando com autos físicos e os novos no sistema eletrônico. 

Criaram a Segunda Vara do Trabalho de Cornélio Procópio que será instalada em dezembro e a exigência é de que funcione no sistema do PJe - Processo Judicial Eletrônico unificado nacionalmente.

Pois bem. A Primeira Vara funcionará com autos físicos, autos eletrônicos no sistema do Paraná e autos eletrônicos no sistema nacional. A Segunda Vara receberá apenas autos pelo sistema PJe.

Logo, a escolha não foi tão difícil, pois preferi trabalhar com apenas um sistema, afinal a intenção é simplificar minha vida e trabalhar com três sistemas ao mesmo tempo não tem nada de simples, pelo contrário, somente exige mais tempo para passar de uma tarefa para a outra e confunde um pouco minha cabeça.

Estou lá trabalhando com autos físicos, utilizando o computador apenas como editor de texto, folheando os autos do processo para fazer perguntas. Depois vou para sentenças e despachos em um sistema digital, consultando os autos na tela do computador. E, finalmente, pelo terceiro sistema precisarei acessar outra tela para os novos autos pelo sistema nacional. É muita coisa para uma cabeça ainda resistente à tecnologia.

Certo que receberei mais processos ou receberei exclusivamente processos novos por um longo tempo, mas não terei que pensar de diversas formas em diversos sistemas durante o dia. Passarei a trabalhar em único sistema somente com as novas ações ajuizadas e a execução (apenas 30% dos processos que entram tem solução, o restante fica em execução por um longo tempo) permanecerá na vara antiga.

Precisei me mexer, sair da minha zona de conforto e agora resta descobrir como funciona esse novo processo eletrônico, vez que ainda não tivemos o curso e é tudo novidade, entretanto como se pode perceber é possível haver uma adaptação gradativa.

2 comentários:

  1. Eu não sei qual meu número no eneagrama, mas nem sei se acreditaria que um número pode dizer que a pessoa é semelhante ou oposto. Já fui muito de acreditar que o ideal seria pessoa parecida comigo tendo o mesmo signo, isso e aquilo e foram as pessoas que mais dava vontade de dizer "some daqui"..rs.

    Isso sem contar um que hoje é meu amigo mas na época da faculdade era bem interessado em mim e eu também até saber o signo dele e por ler que não combinava com o meu, dai fugia sempre que podia.

    Como ele passou num concurso e agora mora na minha cidade natal , marcamos de ir pra argentina pois ele tinha descoberto um lugar onde tinha um fantástico sorvete de "dulce de leche tres sensaciones"; ao ir lá em casa no seu carrão ele abriu a porta como aqueles filmes de antigamente. Ele é um guri, com cara de guri, mas abrir porta de carro eu nunca tinha visto na vida, só em filme e filme muito antigo!! Deu dó de ter dispensado dó por achar que ele não combinava por ser de signo que seria oposto ao meu! Então não sei o meu eneagrama, mas sei que automaticamente me afastaria de números diferentes, então é melhor nem saber... rs

    Mas identificando no dia a dia opostos (sem minhas antigas neuras) não sei em que isso pode atrair, dai só os semelhantes mesmo!

    Agora essas mudanças o jeito é se adaptar né. Não deixam de ser mudanças minimalistas... ;)

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    1. Adriana, o Renato meu filho mais velho sempre abre a porta do carro... e ai dele que não abra!!! rs

      Essas mudanças todas estão me deixando um tanto mais maluca... considerando que não envolvem apenas minha pessoa, mas decisões importantes que terminam por afetar pessoas próximas e de quem gosto muito...

      Vamos lá...

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