sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dia das Crianças e presentes... ou delírios de uma mãe!

Uma leitora sugeriu um post sobre o dia das crianças, inclusive mandando essa linda imagem.

Talvez fosse esperado que eu fizesse uma apologia sobre a desncessidade de presentes no dia das crianças, ocorre que vivo no mundo real e esse por vezes não permite sejam realizados todos os ideais, principalmente quando envolve outras pessoas.

A Adriana seria a primeira a dizer que tenho apenas uma criança de 10 anos em casa, a menina já está com 17 anos e o outro com 29 anos, mas não é bem assim e aqui vem a parte interessante da coisa toda.

Nesse esforço todo por consumo consciente as pessoas aqui de casa já sabem que supérfluos e desnecessários não serão comprados em época alguma, além de se obrigarem, mesmo que através de mensagens não verbais, a analisarem muito bem a compra de qualquer item.

O Pedro e a Izabel tem mesada, cujos valores são utilizados para as necessidades básicas de lanche, passeios com os amigos e até algumas compras de itens que recuso adquirir quanto avalio desnecessários.

Presentes são coisas raras e somente em datas festivas, então tirar o presente do dia das crianças seria desumano e cruel, mas tudo tem um limite e eles analisam o valor antes de pedirem.

Fico observando nas viagens de trabalho as pessoas se obrigarem à uma visita ao shopping ou outras lojas para levarem presentes para os filhos, muitas vezes comunicando a pessoa que ficou em casa que já comprou ou já está levando e sempre avisando os filhos que no retorno trarão um presente. Nunca entendi muito essa situação! Será que preciso compensar meus filhos com presentes pela minha ausência em razão de obrigações do trabalho? Esse presente efetivamente suprirá minha ausência e toda a atenção que deixei de dar por ter que participar de alguma reunião ou evento? A resposta sempre foi não.

Então, quando volto de viagem fazemos um passeio em alguma praça, levanto cedo no domingo seguinte para participar de alguma programação com crianças, saímos para lanchar ou jantar ou até mesmo tomar um sorvete milhões de vezes calórico.

Não, não faço isso somente quando volto de viagem. Essa semana o Pedro quando voltou da casa do pai estava com cara de acabado, talvez cansado, talvez estressado, talvez apenas contrariado com alguma situação que não verbalizou, pois bem, ofereci um café e terminamos tomando um milk shake e um capucino, os dois com muito chantily e logo o humor melhorou.

Não, não faço isso sempre, somente às vezes, pois cuidamos muito da alimentação e evitamos na medida do possível todas essas coisas com muito açúcar e gordura, só que tem horas que até o humor precisa.

Mau humor daqueles que a pessoa não pode nem ser olhada: chocolate resolve! Tudo na medida certa e olha que um bolo de chocolate já me tirou de muitos apuros, depois dele a criança consegue até conversar e resolver o problema que está causando a crise.

Como se pode ver, devemos nos dar para as crianças e mesmo para os filhos adultos por inteiro e o ano todo, não somente no dia das crianças, sempre sem esquecer de reservar um tempo para a própria solidão e para os próprios interesses, caso contrário o mau humor será nosso e ninguém terá prazer em conviver com uma pessoa rabugenta.

Esse texto não é nada do que se esperava e fugiu completamente do assunto, mas a mensagem é uma só para todas as épocas do ano:

- dê atenção ao seu filho, antes que um traficante o faça (brincadeirinha, é que estava escrevendo e veio essa frase), mas dê atenção

- ajude na lição de casa

- mostre interesse pelas vitórias e pelos problemas

- jamais diga que um machucado não está doendo, apenas abrace seu filho, fique em silêncio solidário que signifique estar entendendo a dor

- atenda as necessidades na medida em que aparecerem

- evite estimular consumo desenfreado

- deixe de compensar sua ausência com itens desnecessários e sem valor afetivo

- seus filhos também devem praticar a caridade

- doe seu tempo para seus filhos, sempre

- seja rígido e imponha limites

- exija uma alimentação correta com apenas alguns deslizes saborosos

- saiba quem são os amigos do seu filho e conheça a família deles

- somente diga "não" quando tiver condições de manter a negativa e jamais volte atrás na sua decisão

- se estiver em dúvida um simples "vou pensar" deixa as coisas mais seguras para a criança

- estabeleça uma mesada e controle no que está sendo gasta

- lembre aos seus filhos que é a casa é sua e, portanto, as regras são impostas pelo dono e organização é fundamental, aqui sempre acontecem coisas engraçadas como o pequeno de 10 anos dizendo: "e então onde vou? para debaixo da ponte?" e a de 17 anos responde: "nem ponte tem em Cornélio", mas de qualquer forma eles entendem o sentido da coisa

- sempre que eles forem agressivos é bom ter em mente que algum problema os está afligindo, não discuta, guarde silêncio, apenas abrace para possibilitar que desabafem

- roupa da escola deve ser separada pela própria criança e no dia anterior, inclusive com organização dos materiais a serem levados para a aula

- dever de casa não deve ser feito de última hora para evitar contratempos

- tarefas domésticas devem ser estimuladas e exigidas até como forma de receberem a contraprestação que seria a mesada - todo trabalho deve ser remunerado, não é mesmo?

- algumas tarefas devem ser feitas mesmo fora do combinado, tudo em prol da convivência harmônica

- criança não escolhe o que comer, você faz as compras e tem obrigação de não trazer "porcarias" para dentro de sua casa.

Assim, para encerrar, podemos sim comprar presentes no dia das crianças, obedecendo nosso orçamento, analisando a necessidade até mesmo lúdica do presente, estabelecendo limites na escolha. O que não podemos fazer é presentear diariamente e como forma de compensação por uma ausência proposital ou gerada pelo trabalho.

Com certeza se eu vivesse no meu mundo linear e ideal o correto seria não estimular essas datas! O meio termo que achei foi suspender todo e qualquer presente fora de datas festivas, o que para mim representa um grande avanço!

4 comentários:

  1. PARABÉNS, mãe! Quem me dera ter sido assim tão valente quanto tu com o meu único filho. Limites e regras, coerência nas atitudes, distinção entre nós adultos-mães e eles crianças-filhos são regras de ouro E, claro, amor de mãe verdadeiro e «porto seguro» sempre. Mas sempre em direção à independência progressiva dos nossos filhos e ao seu desenvolvimento harmonioso enquanto seres humanos.

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    1. Maria, tive meu primeiro filho aos 17 anos e errei muito até começar a acertar... mas esses acertos são entremeados com muitos erros também... é também um processo! E preciso aprender muito a deixar meus filhos independentes... na realidade, estou aprendendo muito com o Pedro, meu menino de 10 anos e que a cada dia dá uma lição mais preciosa que a outra.

      Também aprendo com o mais velho e com a Izabel, minha filha do meio, fico observando as reações, as brigas, os apelos e vou exigindo na medida do possível e aprendendo o máximo que posso... mesmo errando :-)

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  2. Legal a mensagem!

    Quando falei que tinhas só uma criança em casa quis dizer criança que não pode fazer nada sozinha, realmente precisa de alguém que faça café/almoço/janta, independentemente de cansaço físico. Já as "crianças" maiores não demandam tal cuidado e poderiam um dia que outro fazer café ou coisa assim até para o menor.

    Dito isso, e falando do termo criança em sua amplitude, pelo menos eu não esperaria que fizesse aqui apologia ao não consumo de presente do dia das crianças, inclusive criticaria tal fato visto que até eu ainda recebo presente nessa data! rs

    Pra mim o que a imagem passou é que antes do presente puro e simples, o mais importante é o amor, companheirismo, estar junto, se importar. Mais importante que simplesmente dar uma bicicleta é acompanhar as andanças, pois muitos pais dão os presentes e querem que a criança vá brincar bem longe deles e pra mim a imagem quis dizer que resgatar esses valores é mais importante que simplesmente comprar algo!







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    1. É... preciso realmente fazer o que Maria comentou... dar maior independência para essas minhas "crianças"... mas sou mãe italiana que quer ter o controle de tudo! Vou aprendendo e ouvindo vocês..

      Até o mais velho pediu um presente lúdico... rs... aquele negócio que amarra em árvore e vai caminhando na corda equilibrando... rs... O mais novo ficou meio frustrado porque o pai comprou todos os presentes, inclusive o que eu iria dar e agora está pensativo... pois nunca quer muita coisa... rs

      Izabel ainda não decidiu... talvez um sapato altíssimo... mas não seria presente para dia das crianças, não é mesmo???

      O mais importante é ficarmos juntos e esse final de semana ficamos, embora haja alguns contratempos como brigas entre irmãos, as quais somente observo e deixo que acomodem sozinhas... rs

      Fico muito tempo com eles... mas peco pela superproteção, eu acho!!!

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