segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sobre a paciência...

Ontem a Marina postou um comentário falando sobre minha paciência e fiquei pensando o que me faz ter tanta paciência.

Comecei a pensar quando mudei e conclui que foi após o nascimento do Pedro Henrique. Minha irmã fica abismada quando vê como lido com as situações diárias e exclama "nossa! você não é a mesma pessoa, mudou muito desde esse menino, você não era assim! Está um poço de paciência".

Já dei muito murro em ponta de faca sem qualquer resultado. Atualmente não sou permissiva. Procuro argumentos para me livrar de coisas piores e provas de que efetivamente determinadas atitudes não podem ser exigidas da minha pessoa.

Então, vou levando as coisas na medida do possível e deixando andar até o ponto em que a pessoa enxergue que não é possível ou até que eu sinta que não me é mais possível.

Sempre bom ouvirmos as pessoas e procurarmos encontrar por trás dos atos, atitudes ou palavras o que efetivamente estão querendo dizer. No caso de ontem estava claro o recado: "Você precisa voltar para Cornélio porque preciso de você!" e por mais que isso me toque realmente não será possível retroceder, logo preciso achar meios de dizer isso da maneira mais amorosa possível.

Não tenho empregada? Certo, estou administrando bem a vida e agora tenho diarista uma vez por semana. O espaço é bem menor do que estou acostumada? Justamente para não precisar de muita ajuda no ambiente doméstico e também para ficar mais perto das pessoas que amo, de forma que mesmo os adolescentes tenham que conviver comigo (adolescente adora uma solidão! rsrsrsrs).

O trabalho está cem por cento melhor, com menos estresse, muito menos estresse, pois há mais rotatividade de pessoas e se houver algum aborrecimento mútuo demorarei muito tempo para encontrar a pessoa novamente, o que era impossível de acontecer em Cornélio por ser uma cidade pequena, sempre com os mesmos profissionais e sempre os mesmos problemas. Está deliciosa essa mudança de problemas a cada audiência que faço e em cada processo que analiso.

Por isso tudo não vou bater de frente com outras pessoas, quer dizer, terminei por perder a linha e o carretel ontem, mas somente quando não suportei mais e penso que o recado foi muito bem entendido, principalmente quando precisaram fazer a limpeza da sacada para me agradar.

Levamos a vida muito a sério, as pessoas muito a sério, é necessário ser mais leve, ver que nem tudo está voltado contra a nossa pessoa, enxergar que não se trata de desaforo ou de não gostar, simplesmente as pessoas precisam chamar atenção e utilizam de meios que "até Deus duvida!".

Quando passamos a ter mais paciência, a não bater de frente, isso gera um silêncio e o silêncio leva a pessoa que está carente a refletir sobre a razão dos próprios atos e com o tempo até à uma mudança, ao passo que gritaria e agressividade somente leva ao mal e à insistência permanente no chavão do "eu estou certo!", "não, eu estou certa!".

O silêncio e a prova de que uma determinada situação não é possível de ser suportada por nós acarreta, mais dia menos dia, uma mudança de atitude naquele que por uma razão ou outra pretende que sejamos diferentes.

E você, como lida com as situações do dia a dia em que pretendem lhe impor um comportamento que não é da sua vontade?

6 comentários:

  1. Nossa! Quantas lições de vida num só fim de semana!
    Ontem eu ia comentar: Coitadinho do menino, ele só quer sua vida antiga de volta. E se for preciso, ele dorme no lustre. O importante é ter vcs por perto.
    Não duvido nada se ele não alugar um apê no mesmo prédio. Dê forças, hein! Seria bem gostoso, prá todos.

    Na minha família, sou considerada boazinha (sou mesmo), mas nada bobinha. Só faço aquilo que acho certo. Não gostam de me contar fofocas, pois já deixei claro que é feio falar mal de quem não está perto prá se defender.
    Mesmo assim, ouço muita coisa, por ser confiável e não fazer o "leva e trás".

    Geralmente não me impõem nada. Sabem que não adianta.
    Possuo uma moto na garagem, raramente saio com ela. Alguns ficam tentando me convencer a usá-la diariamente. Shuf...só saio quando me sinto segura, confortável no trânsito e quando estou bem da coluna. Já acostumaram...

    Só rindo mesmo!!! Dizem que sou feita de cristal.
    Acho chique CRISTAL.

    Bjs.

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    1. Zilda, tenho aprendido muito por aqui e também com a vida. Quanto ao menino já crescido e independente, mas é aquela coisa de querer a vida antiga de volta, a questão é mostrar que a vida muda e devemos nos adaptar, penso que estamos no caminho certo.

      Também acho chique cristal... rsrsrsrs aliás, espelhos e cristais me fascinam.

      Beijos

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  2. Ai Ziula, eu continuo achando você o supra sumo da paciência, independentemente da motivação do seu filho! Claro que a coisa toda fica mais fácil de entender, mas mesmo assim achei exagerada a bagunça, viu? : )

    Não consigo responder a pergunta que você fez no fim do post porque não lido com todas as situações de uma mesma maneira.

    Bjos!

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    1. Também achei exagerada... rsrsrs... lições!!! :-) Já tivemos uma conversa para o próximo final de semana, agora é aguardar e ver o que acontece.

      Quanto à forma de lidar com a situações tenho um certo padrão, embora não para todas, mas vou aqui aprendendo.

      Beijos

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  3. Paciência é um exercício diário, penso que não dá pra dizer que temos ou que não temos, às vezes achamos que temos e passamos a imagem de que não temos, às vezes achamos que não temos e passamos a imagem de paciente.

    Independente disso, o importante é o tentar. Tentar contar até 10 ou 100. Mas limites devem ser impostos para que a paciência não mude de nome.

    Sexta em uma viagem para SP fiquei trancada no aeroporto de guarulhos por algumas horas. Ninguém entrava, ninguém saia. Algo semelhante com o que havia no dia em Porto Alegre por um acesso. Não tinha lugar pra sentar, não tinha mais como voltar, não podia sair. Muitas e muitas pessoas sentadas no chão. Pensei em fazer o mesmo afinal era só o que me restava. Dai fui para uma parte onde ficava reparando nas pessoas, li um pouco de um livro versão de bolso, voltava a reparar nas pessoas, cansava, voltava a ler e nisso passou umas duas horas e pouco e finalmente liberou o acesso e foram me buscar.

    Contar, ignorar, relevar e finalmente ver o lado positivo são coisar que ajudam e fazem a paciência aparecer. O benefício disso é nosso bem estar. Vale a pena, embora nem sempre é possível diante de tantos testes que essa paciência é submetida no dia-a-dia.

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    1. Dificilmente perco a paciência e isso ocorre quando as pessoas me fazem chegar no limite! De qualquer forma, sempre vou tentando ampliar esse limite, penso que vivo melhor assim!

      Essa mudança de cidade está colaborando para a mudança de certas atitudes que já estavam de certa forma arraigadas... estou adorando!!!

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