terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pequenas concessões: um problema!

Quando entramos no mundo do consumo consciente e é um local bem árido, talvez cinzento e nebuloso para quem está acostumado a comprar tendo dinheiro ou mesmo apenas tendo crédito, chegamos em um ponto onde passamos a pensar que podemos fazer pequenas concessões, afinal um batom ou um esmalte ou um bilbelô ou um "charm" (pingente) ou qualquer outra coisa não farão diferença em alcançar o objetivo, afinal para que serve o minimalismo se não podemos nos mimar de vez em quando.

Nesse suposto sol que surge nas trevas do consumo consciente é que reside o perigo de passarmos a achar normal o retorno dos itens desnecessários.

Mas... precisamos realmente viver uma vida franciscana onde todos os itens são usados até acabar e o término é em uma coisa que quebra, se desgasta, enche de bolinhas ou rasga? Sei lá, só sei que não posso me dar ao luxo de voltar a consumir o que não preciso, sob pena de jogar o terceiro ano de consumo consciente pela janela aberta das concessões pequenas e quase inofensivas.

Ontem fui ao shopping pela manhã, pois o curso somente começava às 14h00. Objetivo: fazer as unhas que não fazia há sessenta dias, lavar o cabelo e secar para pagar por um cafuné. Adoro que mexam no meu cabelo e para isso vale até gastar alguns tostões, pois não fazia nada desde o aniversário da Izabel em julho.

Chegando no salão a cabeleireira, que deve ser comissionada, já começou perguntando se eu queria um shampoo especial. Ok, eu quero! A essas alturas já estava sentada e com o cabelo molhado. Um condicionador especial para pontas secas? Ok, eu quero! Não respondo por mim com alguém mexendo no meu cabelo e isso é até engraçado e até perigoso. Vamos cortar as pontas? Não, não quero! Mas está cheio de pontas duplas! Só as pontinhas! Ok, pode cortar! E nessa brincadeira toda o que não passaria de R$ 50,00 virou R$ 170,00. Ok, foi ótimo e eu estava precisando de todo esse carinho, mas não precisava exagerar, menos do que isso já estava bom!

Saindo de lá e ainda com tempo fui sapear nas lojas. Dezesseis peças de roupas experimentadas em uma loja, muita reflexão sobre o que era necessário. Talvez uma camiseta e aquela calça marfim com a blusa marfim toda bordada com miçangas e de um tecido leve como o vento, afinal tenho um aniversário semana que vem! Que aniversário! Você tem roupa para o aniversário, leve apenas a camiseta! Camiseta na sacola para ir para o caixa e no meio do caminho sacola que ficou lá com a camiseta, pois não preciso de uma camiseta.

Outra loja, um casaco de inverno, porque a pessoa não trouxe nenhum casaco de lã e vai fazer oito graus na quinta-feira. Um casaco azul e a vendedora diz que está na moda, mas tenho tantos casacos em casa. Não quero, não! Acho que meu casaco mais leve e a pashimina darão conta do frio que está por vir e se não derem certamente não morrerei de frio.

Mais uma loja e mais uma camiseta  que voltou para arara.

E o guarda-chuva? Vir para Curitiba sem um guarda-chuva é pedir para ficar molhada. E não trouxe minha sombrinha pequena que cabe até na bolsa de mão! Procurando o vendedor que sempre aparece em dias de chuva na frente do Tribunal descobri que foi assassinado em um assalto.  Nem vendedores de guarda-chuva escapam da violência! O jeito foi se molhar mesmo porque até procurei no shopping e não achei.

A pessoa que se diz minimalista e organizada, que vem para Curitiba seguidamente, quase todos os meses, e sempre por uma semana em setembro, esqueceu o guarda-chuva e o casaco pesado, alguma coisa está acontecendo. Serão muitas atividades? Um "bug" na organização? Sei lá, algo que está errado e vamos procurar o que é, inclusive o Pedro Henrique observou que ando xingando no trânsito e nunca tinha visto eu fazer isso. Estresse? Vamos correr atrás do prejuízo.

Surtei? Acho que um pouco. A diferença é que um surto consciente faz toda a diferença na hora de pagar e normalmente não tenho pago, tenho desistido, pois não quero minha vida passada de volta! Agora, a questão do comportamento tem que ser domada e descobertas as causas do desequilíbrio!

8 comentários:

  1. Eu acho que pequenas concessões não atrapalham, exceto se essas se tratarem de algo que atinja nosso “calcanhar de aquiles”, dai temos que cuidar mesmo, dosar as coisas exatamente para não ter alguma recaída que coloque o controle em xeque.

    Agora, comprar casaco “pesado” pra um dia e 8 graus... nem parece que é da Terra que cai neve... rs.

    A violência não tem mais limite, está por toda parte. Mas eu nunca tive sorte com esses guarda-chuvas vendidos assim. Inclusive, uma vez, eu estava saindo da JT de POA e começou a chover forte, do nada, tinha uma leve cara mas não parecia que ia chover (não até eu voltar), caiu o mundo e eu tinha que voltar logo ao meu trabalho pois teria que ir para outra cidade ainda, dai comprei um guarda-chuva (o milésimo que devia ter comprado ali) e fui atravessar para cortar pelo shopping. Na primeira atravessada, até a calçadinha que divide a avenida o negócio levantou. Uma mulher piedosa disse para virar contrário que dai ele voltaria... que voltar o que... nada do desgraçado me poupar de passar vergonha, teve que ir fora antes de entrar no shopping e lá dentro tive que ver outro... que raiva que me deu, pensava que trabalhava só pra comprar guarda-chuva..rs. Depois fui comprar um pequeno que dizia ser resistente ao vento (onde virei piada), outro para deixar no carro (e dai vou emprestando e acabo ficando sem) e no fim sempre uma saga. Mas pra viajar pra longe eu não costumo levar guarda-chuva, nem em pensar nele, mas é algo a se cogitar..rs

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    1. Tenho medo das pequenas concessões, uma aqui e outra ali e a coisa toda desanda, enquanto for possível manter sem abrir mão do necessário vou manter.

      Menina, nessa terra aqui faz frio... rs... mas decididamente nada que possa me congelar...

      Eu sempre trago minha linda sombrinha com aquela imagem dos trabalhadores sentados em uma viga almoçando eu acho... rs... ganhei de um casal de afilhados que tenho e é bem resistente... mas esqueci completamente.

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  2. Eu e as minhas listas e planilhas... Quanto eu viajava com frequência tinha uma lista com tudo o que precisava e na hora de fazer a mala era só seguir a lista e verificar que estava tudo. Tinha também um necessaire com frascos pequenos que encchia com os produtos que precisava de cada vez que viajava. A sombrinha etava sempre dentro da bolsa exterior da mala de viagem...era uma daquelas bem baratinhas que dava para desenrascar (ou como dizem aí: quebrar o galho). Assim facilitava o processo de fazer a mala e minimizava o risco de esquecer de alguma coisa.
    Fica a ideia...
    E não se martirize com o gasto de cabeleireiro...todas precisamos de um mimo de vez em quando!

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    1. Susana, o que me incomodou no salão foi perceber que a moça estava tentando me enrolar e fui me deixando enrolar. Concordo com você que um mino de vez em quando é ótimo, mas prefiro pessoas mais leves... se disse que era só lavar e cortar realmente não precisava a insistência para cortar as pontas e a recusa, nesse caso, ficou me parecendo indelicadeza de tão "amiga" que parecia ser a pessoa que eu nunca tinha visto. Na realidade me senti enganada, mas depois que passa fica só a sensação ótima de estar com a unha feita e o cabelo arrumado! Além do cafuné, não é mesmo?

      Para viajar já tenho tudo em mente e nunca esquecia nada... só me passei dessa vez com o casaco e sombrinha e isso indica alguma coisa que preciso ver o que é.

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  3. É um perigo mesmo, quando a mente fica voltada para o não preciso disso, nem daquilo...a mente obedece e aí esquecemos o básico.
    Não vejo nada de mal em se proteger do frio e da chuva, afinal, é preciso cuidar da saúde. Vai querer gastar com medicamentos depois?
    Compre um poncho de lã bem gostoso. (Não vale fazer um buraco na manta do hotel e enfiar a cabeça). Olha lá hein?!

    Aproveite esse período de "férias" da rotina, e curta tudo o que tem direito. Você não estudou Direito??

    Fique com Deus.
    Bjs

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    1. Vou é me enrolar na pashimina, afinal essa nunca esqueço! rs

      Essa noite dormi feito um anjo e não acordei nem um minutinho antes do que previa. Confesso que dormir sem ter serviços domésticos antes ou depois está sendo maravilhoso!

      Beijos

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  4. É, no salão fostes vítima das gueltas. Elas assombram até nas farmácias. Vc chega pedindo: quero o remédio x, receitado ou já utilizado e o vendedor quer empurrar de qualquer jeito o genérico y que custa até menos....Nem adianta!

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    1. Gueltas são mais ou menos como bruxas do consumo, né? rsrsrs

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