quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Minimalismo x Vida Simples x Consumo Consciente x Controle Financeiro

Penso que andei fazendo algumas confusões por aqui e pelo simples fato de ter tentado rotular certos comportamentos. Já dizia meu terapeuta que as pessoas não devem ter rótulos, por exemplo, você tem transtorno bipolar, pois isso gera alguns estudos pessoais e algumas conclusões talvez equivocadas.

Não preciso me rotular minimalista ou dizer pretender ter uma vida simples ou declarar o exercício do o consumo consciente ou propagar a busca do controle financeiro, isso porque pode parecer que "sou" algumas dessas minhas atitudes e na realidade somente estou em busca de uma vida melhor que não precisa ser engessada por quaisquer desses termos que, aliás, tem conceitos e objetivos diferentes.

Uma pequena reflexão sobre o significado desses termos que constantemente usamos para definir o que queremos em termos de consumo
 
MINIMALISMO na vida diária é uma filosofia de vida e se consubstancia na busca da eliminação de todos os itens supérfluos e desnecessários que acumulamos e também de todas as coisas que atrapalham e poluem nossa mente, incluindo relacionamentos perniciosos, pensamentos obsessivos e tudo mais que possa atrapalhar nosso bem estar. Aqui o essencial de cada pessoa é diferente e cada qual atende suas necessidades conforme o livre arbítrio, não querendo necessariamente dizer ausência de itens ou frugalidade. Cada qual exerce o seu mínimo e necessário.

VIDA SIMPLES é passar a viver de uma forma menos consumista, ter menos coisas e assim menos trabalho e menor necessidade de tempo para organizar e manter essas coisas, com sobra de tempo para atividades importantes. Nesse ponto, vida simples me parece um conceito mais fechado onde realmente se busca um ideal de "mínimo" para todos, mas no fundo termina por se emaranhar no próprio conceito de minimalismo.

CONSUMO CONSCIENTE é aquele exercido de forma voluntária sem deixar se levar pelo marketing das grandes empresas e indústrias, onde buscamos apenas aquilo que nos é necessário ou que, mesmo desnecessário, nos traz mais conforto e até alguma satisfação pessoal. Por vezes esquecemos que consumo consciente abrange a compra de bens e serviços produzidos por empresas com responsabilidade social que não poluem o ambiente, usam materiais que não geram um lixo que demore muito tempo para se descompor, não utilizam trabalho escravo e usam a propaganda com respeito ao consumidor e principalmente com respeito às crianças cujo discernimento ainda é limitado.

CONTROLE FINANCEIRO são as planilhas com débitos e créditos, com controle dos ganhos e despesas, com visão completa da nossa situação perante a conta bancária, gastando apenas o que temos e evitando dívidas impagáveis. Também passa a ser utilizado pelas pessoas que precisam sair do "vermelho" e esse monitoramento esclarece os pontos mais negativos permitindo um melhor direcionamento das compras realizadas, necessárias ou não.

Pois bem. Não é porque passamos a exercer um controle financeiro que necessariamente nos tornaremos minimalistas e nem é essa a finalidade de tal atitude. Queremos controlar nossa vida financeira para sermos senhores do nosso próprio dinheiro, para não termos surpresas no final do mês, pois quando deixamos "a coisa toda rolar" há o grande risco do salário sequer chegar aos últimos dias. Somado a isso há toda aquela preocupação com juros bancários e tudo mais que já estamos cansados de saber.

Talvez o controle financeiro seja o caminho para uma vida minimalista ou para um viver mais simples, mas não é esse o objetivo, repito. 

Pode ser que uma pessoa tenha o total domínio de sua vida financeira e não opte pelo minimalismo, não faça o caminho do destralhe e nem pare de consumir. Apenas tem a exata noção de onde vai parar seu dinheiro e isso não é errado, cada qual escolhe seu caminho.

Agora, se estamos em situação financeira difícil é um verdadeiro disparate sairmos gastando porque não queremos ser minimalista. Os conceitos não se confundem. Não estamos deixando de gastar porque somos minimalista e na realidade não queremos isso. Ora, estamos deixando de gastar porque não temos dinheiro e quando tivermos podemos fazer qualquer coisa que venha à cabeça se assim desejarmos.

Enfim, um passo de cada vez. Primeiro o controle financeiro, primeiro sair do vermelho, primeiro saber onde está indo seu dinheiro. Depois, economia. No caminho pode até vir o destralhe, mas não é uma obrigação. No final decidimos que tipo de vida que queremos levar: com muitas coisas, poucas coisas, usando tudo que temos ou apenas guardando e tendo trabalho em manter e organizar.

Nós temos o poder de decisão e todos os caminhos são corretos se lhe trouxerem paz e qualidade de vida!

6 comentários:

  1. Bom, pra mim está sendo uma experiência única, pessoal e intransferível.
    Foi uma decisão exclusivamente minha, buscar uma mudança de vida. Tanto que quando me sentei no computador, digitei:"Mudar de Vida", ou coisa parecida, aí encontrei o seu blog.
    Percebi que minha vida estava sem um rumo certo para eu chegar aonde pretendo.
    Sim...tenho muitos planos para o futuro.
    E, para conquistá-los, tenho que traçar uma meta. Comecei por não comprar nada que não fosse urgente. Com o exercício diário, e com o seu blog, estou realmente mudando de atitudes.
    Pessoas estranham, eu fico de bico às vezes, fiquei mais caseira. Brinco com os de casa que, viajar é caro, gastar não pode e comer engorda...então vou dormir.

    Brinco tb que o meu nome começa com Z, e não com A de Amélia, aquela que "achava bonito não ter o que comer..."

    Só espero que o maridão não prefira essa minha versão para sempre. Por isso, não faço propaganda.

    Diminuí bastante as idas ao salão, evito shopping, guardei o cartão de crédito, não faço mais tantos doces e bolos, parei de dar presentes e até saí da academia.
    Qual marido não quer uma esposa assim????

    Não estou "convertida" ao minimalismo, sou só uma aspirante.
    Acho que estou indo muito bem no ítem consumo consciente. Esse eu quero levar para o resto da vida. Me abre novos horizontes, sem me tirar a paz.

    Obrigada!

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  2. Zilda, fico feliz por você! Amanhã seu comentário sairá em uma postagem e já adianto que não entendi a questão da academia... rs...

    Objetivos nos impulsionam para locais que antes nunca imaginávamos.

    Parabéns!!!

    Beijos

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    1. Pois é, doutora...enxuguei tanto as saídas de dinheiro, que a consciência apontou para a academia.
      Devido a uma tendinite retro-calcâneo, não podia fazer certos exercícios da série. Tornando o aproveitamento precário.
      Talvez mais tarde, experimente hidroginástica ou pilates.
      Aproveitei a "deixa" e estou apenas caminhando. Com o valor da academia (70,00/mês) faço a festa para o Ateliê.

      Questão de bom senso, prioridade e valorizar a pista de caminhada que tem em frente a minha casa.

      Beijinho.

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    2. Confesso que tinha imaginado... rs

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  3. Não te entendi.

    Vejamos, no meu entender aqui no blog, sempre, o objetivo era uma vida melhor sem levantar ao “pé da letra” nenhuma “bandeira” específica, tanto que até o não comprar sempre teve as exceções.

    Quando “caí” aqui foi por curiosidade em outros blogs que por achar que estavam longos demais lia as primeiras frases e ia para o final, dai dependendo do que a pessoa comentava se achava interessante clicava no link dela, foi assim que cai aqui, dai ia adicionando nos favoritos para ler antes de dormir, uma leitura despretensiosa de qualquer objetivo inicialmente, só a pura curiosidade. Até chegou uma época que deletei tudo e os que senti falta tive que usar o Dr. Google para buscar novamente qual era o endereço..rs.

    Se comparar minha vida à época com agora, posso dizer que agora sou uma pessoa mais consciente dos meus atos. Agora controlo coisas que pareciam difíceis de controlar, como resistir de realizar compras parceladas por achar “legal” tal coisa, aprendi a investir em qualidade e isso para coisas e relacionamentos interpessoais. Se convidarem para uma coisa que não gosto (nunca fui de ir a lugares que não gosto, entretanto ficava meio com culpa), hoje, é um não vou e não vou mesmo, nem ficar com culpa. Perdi completamente o hábito de compras parceladas, ou é na bucha mesmo, para saber que não se compra tal coisa com conversa, ou espero, ou desisto. Depende da coisa. Depende do meu interesse. Não depende mais da propaganda nem da opinião alheia.

    Por isso não entendo a suposta confusão como dissestes no início. A busca a meu ver sempre foi muito clara e sempre foi muito claro também que é preciso de tudo um pouco e de nada exagerado. É o que vemos aqui, é o que faz vir aqui.

    Minimalismo nem sabia que existia antes de ler sobre nos blogs, ou talvez sempre existiu quando minha mãe ficava furiosa com minha dúvida em qual calça ir para o colégio, ocasião que levava tempos para decidir e se for pensar agora, eram todas muito parecidas..rs, sempre ouvi: “tinha que ter uma, assim não ficaria com dúvida”. Ou isso seria uma vida simples? Dai a calça ou as várias calças se encaixariam aqui? O consumo consciente também dá pra encaixar né, porque várias calças, não era melhor o valor de algumas numa poupança para quando precisar de outra calça ter e não recorrer a “supostas” vantagens do parcelamento? A confusão, se existente, fazemos no dia a dia e por isso acho que é uma coisa que pouco importa o conceito real das coisas, o que se busca é um viver bem no presente, que siga assim no futuro, por isso a necessidade de escolhas mais bem pensadas.

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    1. Adriana, recebi alguns e-mails em que algumas leitoras achavam que colocar a conta bancária e a vida financeira em ordem significava que deveriam se tornar minimalistas ou deveriam exercer compras somente do necessário para sempre.

      Minha preocupação maior sempre foi com o controle financeiro, daí fiz o ano sem compras e na continuação permaneci com o controle financeiro e o consumo consciente, tendo iniciado o destralhe para ocupar o tempo que gastava no shopping (rsrsrsrs) e nisso fui estudar o minimalismo ou vida simples... acho que daí a confusão e por isso quis desfazer a idéia de que uma coisa é obrigatória para outra.

      Acho que é isso!

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